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Código do Curso: 008

Educação Especial e a Deficiência


Múltipla

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INTRODUÇÃO

A necessidade de entendimento e a busca por uma definição para melhor compreensão


do que seja a deficiência múltipla se confronta com a complexidade que a própria nomenclatura
representa e a escassez de estudos na área, pois: “a deficiência múltipla é um termo muito
controverso e aparentemente pouco discutido no cenário nacional e internacional” (TEIXEIRA &
NAGLIATE, 2009, p. 13). Dugnani e Bravo (2009), ao realizarem um levantamento bibliográfico
no Brasil, verificaram que as pessoas com deficiência múltipla não tem sido alvo das
preocupações da comunidade científica. Em suas palavras:
Neste cenário escasso de produção e conhecimento, surge a necessidade de
mudanças e transformações que possam conduzir para o aprimoramento de
profissionais em busca do desenvolvimento educacional do deficiente múltiplo.
Evidencia-se desta maneira, a carência de estudos envolvendo a “deficiência
múltipla” bem como a necessidade de realização de novos estudos enfatizando
principalmente a área educacional (p. 25)

A falta de pesquisas científicas nesta área, não é uma especificidade do Brasil. Machado,
Oliveira e Bello (2009) realizaram uma pesquisa em bases de dados americanas e os
resultados mostraram um número ínfimo de estudos publicados, principalmente quando
relacionados à educação. Esta situação também se repete na Europa. Em 2009, Teixeira,
Nagliate e Reis publicaram resultados de levantamentos bibliográficos a respeito do tema
deficiência múltipla em periódicos europeus de Educação e Psicologia.
Foram identificados artigos sobre o uso de tecnologias para a melhoria da comunicação;
a importância de se tratar o tema no âmbito político; estratégias de alfabetização e práticas
educacionais, dentre outras questões. Ainda assim, a pesquisa apontou a necessidade da
ampliação dos estudos e publicações também na realidade europeia. Sobre tal questão, o que
se nota é que apesar da escassez de estudos ou até mesmo por conta desta escassez há
inúmeras interpretações sobre o que seja deficiência múltipla.
Tal aspecto pode ser identificado na literatura internacional, pois além de haver diversas
definições sobre a deficiência múltipla, também constatamos que não há consenso entre os
estudiosos em determinar as características desta deficiência (TEIXEIRA & NAGLIATE, 2009).
Segundo nosso levantamento realizado nos bancos de dados Redalic (Rede de Revistas
Científicas da América Latina e do Caribe) e no Scielo (Biblioteca Eletrônica Científica online),
ainda hoje, essas informações são pertinentes. Vale mencionar, para ilustrar, que no conjunto
das revistas científicas brasileiras disponíveis no Scielo, incluindo a Revista Brasileira de

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Educação Especial, apenas identificamos um artigo que trata sobre o tema da deficiência
múltipla.
Quanto ao não consenso entre os pesquisadores em relação à conceituação de
deficiência múltipla, verificamos que alguns a consideram como uma deficiência inicial que foi
geradora de outras4 . Outros a entendem como a associação entre duas ou mais deficiências,
sem necessariamente uma ter sido causa do desenvolvimento da outra. De acordo com esta
última forma de entendimento, Carvalho (2000) compreende que deficiência múltipla é uma:

(...) expressão adotada para designar pessoas que têm mais de uma deficiência. É
uma condição heterogênea que identifica diferentes grupos de pessoas, revelando
associações diversas de deficiência que afetam, mais ou menos intensamente, o
funcionamento individual e o relacionamento social (p.47).

Tal definição está em consonância como o que temos disposto em diferentes documentos
federais como a Política Nacional de Educação Especial (BRASIL, 1994)5 e o documento
Subsídios para Organização e Funcionamento de Serviços de Educação Especial – área de
Deficiência Múltipla (BRASIL, 1995). De acordo com estes dois documentos, a deficiência
múltipla é uma: “associação, no mesmo indivíduo, de duas ou mais deficiências primárias
(mental/visual/auditivo/física), com comprometimentos que acarretam atrasos no
desenvolvimento global e na capacidade adaptativa” (BRASIL, 1995, p.17). Estas duas
definições mostram que a deficiência múltipla pode implicar extensa possibilidade de
associação de deficiências, variando conforme o número, a natureza, o grau e a abrangência
das deficiências em questão; consequentemente, variam os efeitos dos comprometimentos na
vida cotidiana das pessoas que a apresentam. Em 2004, a deficiência múltipla também foi
caracterizada pelo Ministério da Educação no documento “Saberes e práticas da inclusão:
dificuldades acentuadas de aprendizagem – deficiência múltipla” (BRASIL, 2004) como sendo a
associação de duas ou mais deficiências podendo ser estas de ordem física, mental, sensorial,
comportamental e /ou emocional. No ano de 2007, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira (INEP) apresentou um conceito para deficiência múltipla,
seguindo na mesma direção. Em nível internacional, podemos citar o conceito apresentado
pelo National Information Center for Children and Youth with Disabilities (NICHCY) que nos
Estados Unidos (2007) define deficiência múltipla como sendo a condição em que pessoas
apresentam deficiência intelectual profunda e que frequentemente apresentam dificuldades
adicionais nos movimentos, perdas sensoriais e problemas de comportamento. Neste caso,
podemos perceber uma concepção que define deficiência múltipla, partindo especificamente da

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deficiência intelectual. Já, mais próximo com as posições adotadas pelos documentos oficiais
brasileiros, temos o conceito do Individuals with Disabilities Education Act (IDEA), órgão
americano que define a deficiência múltipla como sendo deficiências concomitantes ou
simultâneas, apontando a associação entre deficiências intelectuais, sensoriais ou físicas. Este
órgão não considera a surdocegueira6 como deficiência múltipla, colocando-a como outra
modalidade de deficiência, uma vez que se trata de um caso estritamente sensorial (TEIXEIRA
& NAGLIATE, 2009). Esta consideração sobre a surdocegueira também é adotada oficialmente
em nosso país. Ainda em termos internacionais, cabe mencionar que em Portugal, a definição
adotada pelo Ministério da Educação daquele país é proveniente do conceito apresentado por
Nunes (2001):
São pessoas com acentuadas limitações no funcionamento cognitivo, associada
às limitações em outros domínios, nomeadamente no domínio motor e ou
sensorial (visão ou audição), as quais põem em risco o acesso ao
desenvolvimento e à aprendizagem e a leva a requerer apoio permanente (p.15).

Como podemos depreender a definição portuguesa concebe a deficiência múltipla


partindo da deficiência cognitiva; podendo estar associada a outras formas de deficiência,
sensoriais ou físicas. Ou seja, esta concepção, assim como da definição da NICHCY defende
que a deficiência múltipla ocorre somente quando há a deficiência intelectual.

ENTENDENDO AS DEFICIÊNCIAS MÚLTIPLAS

A deficiência múltipla é uma associação de duas ou mais deficiências primárias como


física, mental, visual ou auditiva, no mesmo indivíduo. As pessoas com deficiência múltipla
apresentam comprometimento que causam atrasos no desenvolvimento, na aprendizagem e na
capacidade administrativa.
De acordo com Política Nacional de Educação Especial (PNEE) a deficiência múltipla é
uma “associação, no mesmo indivíduo, de duas ou mais deficiência primárias (mental/
visual/auditiva/física) com comprometimento que acarretam atrasos no desenvolvimento global
e na capacidade adaptativa (MEC,1994).
O programa TECNEP (2008) afirma que deficiência múltipla: É a deficiência auditiva ou a
deficiência visual associada a outras deficiências (mental e/ou física), como também a
distúrbios neurológicos, emocionais, linguagem e desenvolvimento educacional, vocacional,
social e emocional, dificultando a sua autossuficiência.

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Ainda no campo da definição da deficiência múltipla, o decreto federal nº 5.296 explica
que é uma “ associação de duas ou mais deficiências” podendo ser de ordem física, sensorial,
mental, emocional ou de comportamento social, podendo ser agravada por alguns aspectos,
tais como a idade de aquisição, o grau das deficiências e a quantidade de associações que o
indivíduo apresenta.
No entanto, não é a soma da associação de deficiências que irá caracterizar a deficiência
múltipla, mas sim o “nível de desenvolvimento, as possibilidades funcionais, de comunicação,
interação social e de aprendizagem que determinam as
necessidades educacionais dessas pessoas” (GODÓI, 2006, p. 11).

As causas da deficiência múltipla

As causas que envolvem a deficiência múltipla podem ser várias. Elas podem ser de
ordem sensorial, motora e linguística e originada de “ fatores pré-natais, perinatais ou natais e
pós-natais, além de situações ambientais tais como: acidentes e traumatismos cranianos,
intoxicação química, irradiações, tumores e outras” (SILVA, 2011).
As causas também podem ser por má-formação congênita, Hipotireoidismo, Síndrome de
Rett , e por infecções virais como Síndrome da rubéola congênita, ou por doenças sexualmente
transmissíveis.
De acordo com Campos (2003) as causas da deficiência múltipla ainda podem ser por
Icterícia, infecção do ouvido, falta de oxigênio no cérebro, sarampo, glaucoma, traumatismos,
tumor cerebral, toxoplasmose, catarata e casamentos consanguíneos.
O programa TECNEP (2008), também menciona algumas causas como prematuridade, a
sífilis congênita e a meningite. Outros fatores também podem ser atribuídos às causas para a
deficiência múltipla como doenças venéreas, gravidez de risco, falta de saneamento básico e
infecções hospitalares (idem).
De acordo com a Associação Brasileira de Pais e Amigos dos Surdo-cegos e dos
Múltiplos Deficientes Sensoriais (Abrapacem), a forma como a deficiência afetará a vida, o
aprendizado de atividades simples e o desenvolvimento da comunicação do indivíduo, varia de
acordo com o grau de comprometimento proporcionado pelas deficiências, associado aos
estímulos que essa pessoa irá receber ao longo da vida.

Caracterização da deficiência múltipla

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De acordo com a Fenapaes (2007, p.23 apud SILVA, 2011) a caracterização da
deficiência múltipla deve ser levado em consideração que ela pode apresentar-se mediante a
associação das seguintes categorias, dentre outras:

- FÍSICA E PSÍQUICA – são exemplos dessa condição: (a) deficiência física associada à
deficiência intelectual; (b) deficiência física associada a transtorno mental.
- SENSORIAL E PSÍQUICA – exemplificam essa condição: (a) Deficiência auditiva ou
surdez associada à deficiência intelectual; (b) Deficiência visual ou cegueira associada à
deficiência intelectual; (c) Deficiência auditiva ou surdez associada a transtorno mental.
- SENSORIAL E FÍSICA – são exemplos dessa condição: (a) Deficiência auditiva ou
surdez associada à deficiência física; (b) Deficiência visual ou cegueira associada à deficiência
física.
- FÍSICA, PSÍQUICA E SENSORIAL – são ilustrativas dessa condição: (a) Deficiência
física associada à deficiência visual ou cegueira e à deficiência intelectual; (b) Deficiência física
associada à deficiência auditiva ou surdez e à deficiência intelectual; (c) Deficiência física
associada à deficiência visual ou cegueira e à deficiência auditiva ou surdez.

Características Gerais da Criança com Deficiência Múltipla.


Crianças com deficiência múltipla apresentam algumas características distintas que as
diferem das outras. De acordo com Nascimento (2006,p.11) essas características são:
- dificuldade na abstração das rotinas diárias, nos gestos ou na comunicação;
- dificuldades no reconhecimento de pessoas do seu cotidiano;
- movimentos corporais involuntários;
- respostas mínimas a estímulos causados por barulhos, toques, entre outros.

De acordo Sbaraini, as crianças com deficiência múltipla, também


- Aprendem mais lentamente;
- Tendem a esquecer o que não praticam;
-Tem dificuldade em generalizar habilidades aprendidas separadamente;
- Necessitam de instruções organizadas e sistematizadas;
- Necessita de ter alguém que possa mediar seu contato com o meio que o rodeia.

Percebe-se assim, que as crianças com deficiência múltipla podem apresentar


movimentos estereotipados e repetitivos, não demonstrar conhecer as funções dos objetos,

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não se comunicar da forma convencional, apresentar resistência ao contato físico, não reter
informações entre outros. Portanto, trabalhar com pessoas com deficiências múltiplas requer
um compromisso no que se refere à autonomia da criança ou adolescente, seja na escola, na
vida diária ou para a inserção no mundo do trabalho.

A criança com deficiência múltipla e a escola


Ao longo da história, é possível perceber como é difícil a convivência em sociedade,
principalmente para as pessoas que não se enquadram nas expectativas de normalidade
estabelecidas como padrões sociais, como por exemplo, ser capaz de andar, falar ou
desenvolver algum tipo de trabalho. A sociedade valoriza o que culturalmente se convencionou
como belo, sadio, forte, eficiente e produtivo. Dentro desta perspectiva, quem possui estas
características é um ser normal.
Todavia, os indivíduos que não se enquadram nesses padrões e que apresentam algum
tipo de anomalia, seja ela congênita ou adquirida, são pessoas que trazem consigo o estigma
da diferença, maior ainda se essa diferença for expressa na forma de uma deficiência.
Na história da deficiência, as pessoas que não apresentavam os padrões de
comportamento ou de desenvolvimento, ou seja, os padrões da normalidade, eram totalmente
excluídas do contexto social e da convivência com os demais, inclusive da família. As pessoas
com deficiência não tinham direito a participarem do mercado de trabalho e dos processos
educacionais. Portanto, não eram considerados cidadãos. Dessa forma, as pessoas com
deficiência carregam consigo a marca do defeito, da degeneração humana devendo ser
isolados e castrados para que não procriassem, gerando assim mais pessoas defeituosas.
No século XIX que surgem as instituições especializadas em pessoas com deficiência.
Essas instituições, de acordo com Sassaki (apud SASSAKI, 2003, p. 31) “eram em geral muito
grandes e serviam basicamente para dar abrigo, alimento, medicamento e alguma atividade
para ocupar o tempo ocioso”. Paralelo a isso, observa-se também no século XIX o surgimento
da Educação Especial.
Em uma rápida análise da trajetória da Educação especial, é possível identificar que o
período que antecede o século XX é marcado por atitudes sociais de exclusão educacional de
pessoas com deficiência, uma vez que eram consideradas indignas ou incapazes de
receberem educação escolar.
Na década de 50, de acordo com a SILVA (2006, p.11), “começaram a surgir as primeiras
escolas especializadas e as classes especiais. A Educação Especial se consolidava como um
subsistema da Educação comum”. Essa época, foi um período no qual predominou a

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concepção científica da deficiência, acompanhada ainda, pela atitude social do
assistencialismo, no qual a pessoa com deficiência recebia atendimentos médicos a era
preparada de maneira resignada, a uma posição social de submissão.
Nesta época os deficientes são considerados cidadãos, com direitos e deveres, mas de
forma assistencialista. Ainda neste mesmo período, as pessoas com deficiência, começam a
ter acesso às salas regulares de ensino desde que se adaptassem e não causassem nenhum
transtorno ao contexto escolar.
No início da década de 80, quando houve um considerável número de alunos com
deficiência começando a frequentar classes regulares de ensino, começou-se a projetar a fase
da inclusão. Dessa forma, intensificou-se a atenção à necessidade de educar os alunos com
deficiência no ensino regular, como consequência do aumento de matrículas e insatisfações
existentes em relação às modalidades de atendimento em Educação Especial, que para muitos
não atendia as necessidades educacionais e sociais dos alunos.
Porém, trabalhar com crianças, com deficiência múltipla, que apresentam “dificuldades
acentuadas no processo de desenvolvimento e aprendizagem é um grande desafio, com o qual
podemos aprender e crescer como pessoas e profissionais, buscando compreender e ajudar o
outro” (GODÓI, 2006, p. 13).
Ainda de acordo com a autora, os alunos com deficiência múltipla possuem várias
potencialidades, possibilidades funcionais e necessidades concretas que necessitam ser
compreendidas e consideradas. Apresentam, algumas vezes, interesses inusitados, diferentes
níveis de motivação, formas incomuns de agir, comunicar e expressar suas necessidades,
desejos e sentimentos (GODÓI, 2006, p. 13).
Sendo assim, inclusão de alunos com deficiências múltiplas na escola comum requer não
apenas a aceitação da diversidade humana, mas implica em transformação significativa de
atitudes e posturas, principalmente em relação à prática pedagógica. Ao trabalhar com pessoas
com deficiência múltipla espera-se que o educador, tenha conhecimentos adequados sobre o
que pretende ensinar e que tenha uma metodologia de ensino adequada para que seus alunos
assimilem os conteúdos ministrados.
Para que haja um eficaz aprendizado escolar do aluno com necessidades educacionais
especiais, é necessário ainda, que o projeto político pedagógico e o currículo da escola
estejam em consonância com as necessidades educativas dos alunos, sendo na metodologia
de trabalho e formas de avaliação. É imprescindível que o currículo seja adaptado às
necessidades e realidade dos alunos.

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De acordo com a Associação dos deficientes físicos de Betim (adefib), “as adaptações
são recursos necessários para facilitar a integração dos educandos com necessidades
especiais nas escolas”. As adaptações do currículo são “modificações ou provisão de recursos
espaciais, temporais, materiais ou de comunicação que favorecem o aluno com necessidades
educacionais especiais no desenvolvimento do currículo regular” (GUIJARRO, 1992, p.134
apud GODÓI, 2006, p. 33).

Porém, as adaptações de acesso ao currículo são de responsabilidade da escola, e


envolvem segundo Godói (2006, p. 34)

• mobiliário adequado (mesas, cadeiras, triângulo para atividades no solo, equipamentos


para atividades em pé e locomoção independente);
• equipamentos específicos e tecnologia assistida;
• sistemas alternativos e ampliados de comunicação;
• adaptação do espaço e eliminação de barreiras arquitetônicas, ambientais, play ground;
• recursos materiais e didáticos adaptados;
• recursos humanos especializados ou de apoio;
• situações diversificadas de aprendizagem e apoio para participação em todas as
atividades pedagógicas e recreativas;
• adaptações de atividades, jogos e brinquedos.

Necessidades Educacionais da criança com Deficiência Múltipla

Para que haja um desenvolvimento e aprendizado significativo das crianças com


deficiência múltipla, não basta somente as adaptações no currículo, é também necessário, de
acordo com Sbaraini, observar algumas necessidades educacionais dos alunos tais como:
- Posicionamento e manejo apropriado: evitará dores e complicações posturais, o
posicionamento adequado do aluno permitirá que ele veja, ouça, alcance objetos e movimente-
se nas diversas atividades;
- Oportunidades de escolha: oportunizar o aluno a fazer escolhas, para a sua maior e
melhor autonomia;
- Métodos apropriados de comunicação; todas as formas de comunicação devem ser
usadas;

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- Estimulação constante, de pessoas que se comuniquem de forma adequada e que
proporcionem situações de interação;
- Planejamento de toda a aprendizagem, incluindo aspectos simples e básicos de vida
diária;
- Interação em ambientes naturais, incluindo pessoas e objetos;
- Oportunidades de aprendizagem centradas em experiências de vida real;
- Organização e estruturação dos ambientes para lhes trazer segurança.

Esses são fatores essenciais e capazes de atender à necessidades específicas de


aprendizagem dos alunos com deficiência múltipla. Todavia, para que a criança com deficiência
múltipla participe das atividades pedagógicas relevantes para o processo do desenvolvimento e
aprendizagem, é necessário um professor atento, capacitado, disponível para dialogar e
efetuar a mediação, tanto em termos de comunicação, quanto de ajuda física, na realização
das brincadeiras e atividades escolares.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A deficiência múltipla mais do que a soma de várias deficiências, trás diversas


consequências no desenvolvimento da criança tanto na sua maneira de conhecer o mundo
quanto no desenvolvimento das habilidades adaptativas.

No âmbito escolar, é imprescindível o educador estar atento às competências e


necessidades do aluno com deficiência múltipla. É necessário ainda propiciar um ambiente
lúdico, buscar atividades adaptadas e funcionais que favoreçam o desenvolvimento da
comunicação e das interações sociais dos alunos, respeitando os limites é o tempo de cada
educando. Esses fatores podem determinar o sucesso na aprendizagem dos alunos com
deficiência múltipla.

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REFERÊNCIAS

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http://www.adefib.org.br/index.php/deficiencia-multipla . Acessado em 28/12/2013.

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Florentinoi da. A inclusão escolar de alunos com necessidades educacionais especiais :
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Especiais de Alunos com Deficiência Múltipla.Ministério da Educação. 2008.

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