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Para melhor compreender certas passagens dos Evangelhos é preciso conhecer termos que

caracterizam o estado dos costumes e da sociedade judia daquela época. Temos assim
sumarizado alguns conceitos importantes das diferentes classes sociais (extraído do livro “O
Redentor”, cap. 12, de Edgar Armond e do “ESE”, Introdução, item III, Kardec):

Samaritanos: povo considerado pagão pelos mais ortodoxos. Nutria profunda aversão aos
judeus iniciada séculos antes da chegada de Jesus. Existia entre eles um ódio recíproco e se
esquivavam a todas as formas de relações entre si. O antagonismo das duas nações tinha como
único princípio a divergência de opiniões religiosas, embora as suas crenças tivessem a mesma
origem.
A cidade de Samaria, após a cisão das dez tribos, tornou-se a capital do reino dissidente, e para
tornarem a separação ainda mais profunda e não terem de ir a Jerusalém para a celebração das
festas religiosas, construíram um templo próprio no monte Garizim. Adotaram certas reformas:

 Aceitavam facilmente os ritos e as divindades estrangeiras;


 Admitiam somente o Pentateuco, que contém a Lei de Moisés;
 Perseguiam os que mantinham a circuncisão das crianças;
 Transformaram muitas vezes a religião em simulacros pagãos e teatro de solenidades
obscenas de Baco;
 Edificaram uma fortaleza sobre as ruínas da cidadela de Davi em Jerusalém e dedicou o
templo a Júpiter Olímpico.
Nazarenos: nome dado aos judeus que faziam votos, por toda vida ou por um período, de
conservar-se em pureza perfeita. Sansão, Samuel e João Batista eram nazarenos. Mais tarde, os
judeus deram esse nome aos primeiros cristãos, por alusão a Jesus de Nazaré.
Publicanos: encarregados da cobrança de impostos e outras rendas. Eram desprezados por todos
e considerados impuros, porque os judeus não aceitavam pagar impostos, especialmente a
contribuição para o sustento dos soldados romanos.
Fariseus: eram considerados os verdadeiros judeus da época, os melhores cultuadores e
intérpretes da Tora. Na obra “O Redentor”, cap. 12, Edgard Armond comenta que eram
“dotados de mentalidade estreita: levavam ao máximo rigorismo o culto exterior e a expressão
literal dos textos”. Inimigos das inovações, mas sob as aparências de uma devoção meticulosa,
escondiam costumes dissolutos e muito orgulho. Acreditavam na imortalidade da alma, na
eternidade das penas e na ressurreição dos mortos. A primeira notícia que se tem deles data de
180 a.C. Foi contra eles que Jesus dirigiu grande parte de suas advertências.
Saduceus: eram livres pensadores e céticos. Não acreditavam na fatalidade ou no destino e
discordavam dos fariseus em atribuírem a Deus a boa ou má conduta dos homens. O Homem,
diziam, deve guiar-se pelo livre-arbítrio e é o único autor de sua infelicidade ou ventura.
Negavam a imortalidade da alma, a ressurreição, não obstante acreditavam em Deus, servia-o
com interesse de recompensas temporais. Pacíficos e acomodados, suas riquezas os colocavam
nos postos mais altos da Administração e da sociedade. Por isso não se deixavam empolgar pela
geral expectativa da vinda de um Messias.
Essênios: seita judia fundada cerca do ano 150 a.C. no tempo dos Macabeus. Moravam em
edifícios semelhantes a mosteiros, distinguiam-se pelos costumes suaves e as virtudes austeras,
ensinando o amor a Deus e ao próximo, a imortalidade da alma, e crendo na ressurreição.
Tinham seus bens em comum e se dedicavam a agricultura. Eram celibatários, e condenavam a
escravidão e a guerra. Escribas: eram aqueles que tinham a incumbência de escrever a lei e
explicá-la, e a certos intendentes dos exércitos judeus. Faziam causa comum com os Fariseus,
participando dos seus princípios e de sua aversão aos inovadores. Jesus, assim, sempre os
envolve na mesma reprovação.
Na terça feira passada falei sobre as tribos de Israel, mas me equivoquei. O que eu queria que
vocês pesquisassem são as classes sociais da sociedade judaica na época de Jesus. Para
evitar confusões nas pesquisas que vocês devem fazer para a próxima aula, enviei acima a
“cola” da resposta… obrigado e
Boa noite!

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