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Um acidente de trabalho ocorre quando um colaborador sofre algum tipo de lesão, temporária ou permanente,

durante seu trabalho ou em decorrência dele. Os acidentes de trabalho representam altos custos para a esfera
pública, por conta da demanda de atendimentos nas instituições de saúde; para as empresas, em função da perda de
um agente produtivo e do custo de pagamento por dias parados; e para o próprio trabalhador, às vezes com
sequelas difíceis de superar.

Causas dos acidentes de trabalho no Brasil

São vários os motivos causadores de acidentes de trabalho no país. Os principais são:

 Não utilizar o Equipamento de Proteção Individual (EPI), que é obrigatório;

 Falhas de instrução do trabalhador (não mostrar como determinado equipamento funciona);

 Falta de conhecimento sobre segurança no trabalho e sobre a manipulação dos equipamentos;

 Imprudência por parte dos trabalhadores em ambientes perigosos;

 Negligência ou ausência de fiscalização do ambiente de trabalho;

 Falha no cumprimento de leis trabalhistas por parte das empresas;

 Negligência com relação aos direitos dos trabalhadores;

 Maquinários velhos e obsoletos, que não substituídos por equipamentos novos.

De acordo com Chiavenato (2009), a segurança no trabalho está relacionada com a prevenção de acidentes e com a
administração de riscos ocupacionais. Sua finalidade é profilática no sentido de antecipar-se para que os riscos de
acidentes sejam minimizados. Algumas organizações tratam a segurança no trabalho como uma prioridade
fundamental. Fazer segurança, sem considerar a produtividade, a qualidade de produtos, a prevenção ambiental o
desenvolvimento das pessoas é uma grave falha conceitual e estratégica.

Para o modelo de saúde do trabalhador proposto na CIF, o retorno ao trabalho envolve dimensões e características
clínicas e psicológicas para o trabalhador, associados a aspectos econômicos e fatores organizacionais, psicossociais
e ambientais do local de trabalho. A preocupação maior é com a reintegração e adequação de profissionais que
sofrem acidentes de trabalho às atividades laborais normais.

 Existem alguns momentos especiais para esse processo e são, principalmente, os exames admissionais e periódicos.
Os exames demissionais também podem fazer parte deste contexto, visto que, mesmo quando um vínculo se
interrompe, a vida profissional continua.

            Esses exames são uma obrigação dos empregadores e um direito dos trabalhadores. É neles que devem estar
apontados os riscos à saúde e as estratégias de prevenção. Agora, com a CIF, também é possível determinar o grau
de funcionalidade de cada trabalhador, bem como, o que cada posto de trabalho exige da pessoa.

            Assim, a CIF ajuda os profissionais de saúde a organizarem e a descreverem a  funcionalidade laboral,
incluindo os aspectos do ambiente. Tudo aquilo que se refere à Ergonomia se traduz na CIF pelo componente
intitulado “Fatores Ambientais”.

            A CIF ainda define o estado funcional e estrutural do corpo apontando o que o trabalhador tem capacidade de
realizar ou de desempenhar com saúde e com segurança.

            Portanto, a partir do momento em que a CIF começa a ser usada, o trabalhador não é mais visto como um
sujeito que tem ou não tem uma doença, mas passa a ser visto com todas as suas potencialidades e como as
atividades ou o ambiente podem ser nocivos à sua saúde.

Na prática, os exames admissionais, periódicos e demissionais também devem abandonar o modelo biomédico e
migrar para o modelo biopsicossocial.
Toda empresa que emprega dentro do regime da CLT deve ter esse controle. O uso da CIF, por fim, acaba
beneficiando a própria empresa quando esta tem preocupação genuína com a saúde de seus trabalhadores.

A implementação envolve uma série de etapas, entre elas a abordagem biopsicossocial, espécie de base para o
desenvolvimento de vários programas de segurança e saúde na empresa. “Ao focarmos a pessoa e suas
particularidades podemos criar estratégias para evitar que uma toxidade invisível vá corroendo nossa força de
trabalho”, explicou a médica Vanessa Baeta.

I – Realizar consulta fisioterapêutica, anamnese, solicitar e realizar interconsulta e encaminhamento;

II – Realizar avaliação física e cinésio-funcional;

III – Avaliar as condições ergonômicas;

IV – Realizar análise ergonômica do trabalho;

V – Elaborar, implantar, coordenar e auxiliar os Comitês de Ergonomia;

VI – Estabelecer nexo de causa cinesiológica funcional ergonômica;

VII – Implementar cultura ergonômica e em Saúde

XXXIII – Elaborar, auxiliar, participar, implantar e /ou coordenar programas e processos relacionados à saúde do
trabalhador, acessibilidade e meio ambiente;

XXXIV – Realizar atividades de educação em todos os níveis de atenção a saúde, e na prevenção de riscos ambientais,
ecológicos e ocupacionais.

XXXV – Avaliar, estabelecer, implantar e gerenciar programas e processos de ginástica laboral;

XXXVI – Ensinar e corrigir modo operatório laboral;

XXXVII – Elaborar e desenvolver programas preventivos e de promoção em saúde do trabalhador;

XXXVIII – Realizar ou participar de pericias e assistências técnicas judiciais entre outras;

A princípio voltada para o aspecto preventivo quanto à possibilidade de ocorrência de doenças ocupacionais ou
acidentes de trabalho, como resultado da visão de saúde ocupacional, que engloba esforços para a melhoria da
saúde dos trabalhadores de modo geral, a Fisioterapia do Trabalho se envolve com a prevenção em todos os níveis,
de forma a propiciar uma satisfação laboral plena do trabalhador (DELIBERATO, 2002). Para tanto, atua em regime
de prescrição de exercícios físicos, buscando o aumento da força muscular em regiões corporais específicos,
associando técnicas ergonômicas que minimizem a ocorrência de doenças ocupacionais, em nível primário.
Entretanto, a Fisioterapia do Trabalho também se envolve com o acompanhamento do trabalhador lesionado, e que
se encontra em vias de retornar ao campo laboral. Nesse segmento, a aplicação de conceitos ergonômicos se associa
à biomecânica e atividade física laboral, no sentido de resgatar e reabilitar o trabalhador acidentado.

O conhecimento do fisioterapeuta do trabalho permite uma ação direta na redução dos acidentes de trabalho, dos
afastamentos por motivos de saúde, além de proporcionar uma melhora significativa no bem-estar e qualidade de
vida do trabalhador em seu ambiente laboral.

Apesar de ainda mergulhado em questões de saúde ocupacional, por meio da participação em exames admissionais,
demissionais e periódicos, o fisioterapeuta do trabalho também pode se envolver em questões relacionadas a
acidentes de trabalho. Mais especificamente no que diz respeito ao retorno do trabalho após ser acidentado, o
trabalhador precisa passar por um processo de reintegração e readaptação ao campo laboral. É nesse aspecto que se
vislumbra a importância deste profissional, que poderá acompanhar o trabalhador no processo de retorno,
avaliando o grau do comprometimento funcional e da capacidade laborativa do trabalhador

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