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Processo de Enfermagem

Teoria das Necessidades


Humanas Básicas
Wanda de Aguiar Horta

 Nasceu em 11/08/1926, em Belém do Pará;


 Graduada pela Escola de Enfermagem da Universidade
de São Paulo em 1948;
 1962 - PG em Pedagogia e Didática aplicada à
Enfermagem pela USP;
 Em 1968 recebeu título de Doutora e Livre Docente em
Fundamentos de Enfermagem pela Escola Ana Nery
(UFRJ);
 Exerceu funções didáticas, técnicas e administrativas;
realizou palestras, aulas, conferências e cursos;
 Faleceu em 1981 com Esclerose Múltipla.
Wanda de Aguiar Horta
 Duas questões fundamentais foram perseguidas por
Horta, a primeira:
• “A quem serve a enfermagem”?
“A enfermagem é um serviço prestado ao ser
humano”
• “Com que se preocupa a enfermagem”?
“A enfermagem é parte integrante da equipe de
saúde e como tal se ocupa em manter o equilíbrio
dinâmico, prevenir desequilíbrios e reverter
desequilíbrios em equilíbrio do ser humano
Teoria das Necessidades
Humanas Básicas-Wanda Horta
 Sua teoria fundamenta-se em uma abordagem
humanista, a partir da Teoria da Motivação
Humana de Maslow (Psicólogo humanista
americano);

 Em sua Teoria Maslow admite o ser humano


como parte integrante do universo, e desta
integração surgem os estados de equilíbrio e
desequilíbrio no tempo e no espaço.
✓ Um indivíduo só passa a procurar satisfazer as necessidades do nível
seguinte após um mínimo de satisfação das anteriores.

✓ Seg. Maslow nunca há satisfação completa ou permanente de uma


necessidade, pois se houvesse, não haveria mais motivação individual.
Necessidades humanas básicas
segundo João Mohana
 Médico pediatra, escritor e padre brasileiro (MA);
 Na década de 60 escreveu sobre a Teoria das NHB;
 Para Mohana:
• Necessidades Psicobiológicas,
• Necessidades Psicossociais,
• Necessidades Psicoespirituais.
Os dois primeiros níveis são comuns a todos os seres
vivos nos diversos aspectos de sua complexidade
orgânica, mas o terceiro nível, por enquanto e dentro
dos conhecimentos atuais é de característica única do
homem.
Wanda Horta em 1968 publica pela primeira
vez seu próprio conceito de enfermagem:

"Enfermagem é ciência
e a arte de assistir o ser
humano no atendimento
de suas necessidades
básicas, de torná-lo
independente desta
assistência por meio da
educação; de recuperar,
a fim de manter e
promover sua saúde,
contando para isso com
a colaboração de outros
grupos profissionais".
Psicobiológicas
NHB Wanda Horta foi
fundamentada em
três grandes Psicossociais
dimensões:

Psicoespirituais
Classificação das NHB
 Necessidades Psicobiológicas:  Necessidades Psicossociais:
• Oxigenação; • Segurança;
• Hidratação; • Amor;
• Nutrição; • Liberdade;
• Eliminação; • Comunicação;
• Sono e repouso; • Criatividade;
• Exercício e atividade física; • Aprendizagem;
• Sexualidade; • Recreação;
• Abrigo; • Lazer;
• Mecânica corporal; • Espaço;
• Motilidade; • Orientação no tempo e espaço;
• Cuidado corporal; • Aceitação;
• Integridade cutâneo-mucosa; • Auto-realização;
• Integridade física; • Auto-estima;
• Regulação térmica, hormonal, • Participação;
neurológica, eletrolítica, • Auto-imagem;
imunológica; • Atenção.
• Crescimento celular, vascular;  Necessidades Psicoespirituais:
• Locomoção; • Religiosa ou teológica, ética e de
• Percepção olfativa, visual, filosofia de vida.
auditiva, tátil, gustativa e dolorosa;
• Ambiente;
• Terapêutica.
NECESSIDADES HUMANAS BÁSICAS
(NHB)

 São estados de tensões, conscientes ou inconscientes,


resultantes dos desequilíbrios hemodinâmicos dos
fenômenos vitais.

 São situações ou condições que o indivíduo, família ou


comunidade apresentam decorrentes do desequilíbrio das
necessidades básicas.

 As NHB são universais, portando comuns a todo ser


humano, o que varia de um indivíduo para outro é a
manifestação e a maneira de satisfazê-la ou atendê-la.
Fatores que interferem na manisfetação e
atendimento das NHB

 Individualidade
 Idade
 Sexo
 Cultura
 Escolaridade
 Fatores socioeconômicos
 Ciclo saúde-enfermidade e
 Ambiente físico
Teoria das Necessidades
Humanas Básicas-Wanda Horta
 As necessidades não atendidas
ou atendidas inadequadamente
trazem desconforto, e se este se
prolonga é causa de doença.

Estar com saúde é estar em equilíbrio


dinâmico no tempo e espaço.
Por quê escolher uma Teoria no
trabalho da Enfermagem?
 A teoria é o alicerce estrutural para
implantação da Sistematização da
Assistência de Enfermagem (SAE);

 SAE é a organização do trabalho da


enfermagem. É um instrumento que
possibilita a realização do Processo de
Enfermagem
RESOLUÇÃO COFEN nº 358/2009
 Dispõe sobre a SAE e a implementação do Processo de
Enfermagem em ambientes, públicos ou privados, em que
ocorre o cuidado profissional de Enfermagem;
Art. 4º
Ao enfermeiro, observadas as disposições da lei nº 7.498, de 25 de junho
de 1986 e do decreto nº 94.406, de 08 de junho de 1987, que a
regulamenta, incumbe a liderança na execução e avaliação do processo
de enfermagem, de modo a alcançar os resultados de enfermagem
esperados, cabendo-lhe, privativamente, o diagnóstico de enfermagem
acerca das respostas da pessoa, família ou coletividade humana em um
dado momento do processo saúde e doença, bem como a prescrição das
ações ou intervenções de enfermagem a serem realizadas, face a essas
respostas.
RESOLUÇÃO COFEN nº 358/2009

Art. 5º

O técnico de enfermagem e o auxiliar de enfermagem, em


conformidade com o disposto na lei nº 7.498, de 25 de
junho de 1986, e do decreto 94.406, de 08 de junho de
1987, que a regulamenta, participam da execução do
processo de enfermagem, naquilo que lhes couber, sob a
supervisão e orientação do enfermeiro.
PROCESSO DE ENFERMAGEM
 O Processo de Enfermagem é uma
das ferramentas por meio da qual
a estrutura teórica é aplicada à
prática da Enfermagem – ou seja,
é o método de solução dos
problemas do cliente.
PROCESSO DE ENFERMAGEM

 Na segunda metade dos anos 1960, Horta,


com base em sua teoria, apresentou um
modelo de processo de Enfermagem.

 Este modelo é definido como a dinâmica das


ações sistematizadas e inter-relacionadas
visando a assistência ao ser humano.
PROCESSO DE ENFERMAGEM
Wanda Horta -1979
COFEN – Resolução 358/2009

Histórico de Diagnóstico de
Enfermagem ou Enfermagem/ Diagnóstico
Coleta de Dados

Plano
Indivíduo Assistencial ou
Família Planejamento
Avaliação Comunidade
ou Evolução /
Prognóstico

Implementação ou
Prescrição de Enfermagem
COFEN
Wanda Horta Resolução 358/2009

 Histórico  Coleta de Dados


 Diagnóstico  Diagnóstico
 Plano Assistencial  Planejamento
 Prescrição  Implementação
 Evolução  Avaliação
 Prognóstico
HISTÓRICO DE ENFERMAGEM / COLETA DE
DADOS

 1ª fase do Processo de Enfermagem;

Roteiro sistematizado para levantamento dos dados do


ser humano que torna possível a identificação de
seus problemas (significativos ao enfermeiro).

Características:
 Claro, preciso, sem repetição,
 Deve ser individual,
 Completos e não devem incluir declarações interpretativas
 Responsabilidade do enfermeiro.
COLETA DE DADOS
Compreende o levantamento de dados:
 subjetivos: são as percepções do paciente sobre seus
problemas de saúde (apenas o paciente pode dar este
tipo de informação);
 objetivos: são observações ou medidas feitas por quem
coleta os dados,dados concretos.

Fontes de Dados
 Paciente
 Família ou outras pessoas importantes – Cuidador
 Membros da equipe de saúde
 Registros médicos
COLETA DE DADOS

Métodos de Coleta de Dados: observação, entrevista, exame físico.

Entrevista: Diálogo entre a enfermeira e o paciente ou qualquer outro informante


deste.

Finalidades:
- identificar problemas, percepções e expectativas que demandem ações de
enfermagem;
- estabelecer uma relação interpessoal;
- conhecer hábitos individuais que facilitem a sua adaptação à unidade e ao tratamento;
- tentar abranger a totalidade do paciente nos seus aspectos biopsicossocioespirituais;
- individualizar a assistência de enfermagem;
- fornecer subsídios para a tomada de decisão quanto às condutas de enfermagem;
- avaliar a evolução das condições do paciente para detectar alterações ou tendências
na sua situação saúde-doença;
- reduzir o nível de ansiedade do paciente;
- aumentar o grau de satisfação profissional da enfermeira através desse contato direto.
Campedelli, 1992
DIRETRIZES BÁSICAS:

- iniciar a abordagem apresentando-se e situando a sua função dentro da instituição;


- solicitar a colaboração do paciente, esclarecendo o seu propósito;
- utilizar vocabulário adequado à compreensão do paciente;
- utilizar um ambiente privativo para esse fim, ou biombos, em caso de enfermaria;
- evitar interrupções e/ou interferências;
- dar explicações sobre os procedimentos realizados partindo sempre do que o
paciente já sabe e deseja saber;
-registrar os achados de maneira clara, objetiva e precisa e utilizar essas informações
como parâmetros de comparação para avaliações subsequentes.

Campedelli, 1992
COLETA DE DADOS

 Dados de identificação (nome, sexo, idade),


 Grau de instrução e religião,
 Família,
 Razão para procura do serviço de saúde,
 Percepção e expectativas (problemas, experiências, o que se
espera da saúde, etc), Realize uma pergunta que possa
desencadear o relato. Ex.: “Então, o que o trouxe ao
hospital/a clínica hoje?” ou “Fale-me sobre os problemas
que está apresentando”...
 Necessidades básicas (alimentação, hidratação, sono, etc),
 Exame físico.
Esses dados, convenientemente analisados e avaliados
levam a identificação dos problemas de enfermagem.
Quando a necessidade se
manifesta, por sinais e
sintomas denominam-se:

Detectamos os problemas
PROBLEMAS DE
de enfermagem por meio ENFERMAGEM
da Coleta de Dados
PROBLEMA DE ENFERMAGEM
 “é uma condição do paciente ou sua família, a
qual pode ser auxiliada pelo enfermeiro
através de sua função profissional. É toda
situação que requer atendimento a
necessidades.” Daniel, 1981

 “situação ou condição decorrentes dos


desequilíbrios das necessidades básicas do
indivíduo, família e comunidade, e que
exigem da(o) enfermeira(o) sua assistência
profissional.” Horta, 1979
Problemas de Enfermagem
 Eventos que necessitam de intervenções prescritas
pelo enfermeiro:

✓ Podem ser de observação.


✓ Encaminhamento a outros profissionais.
✓ Ações de acompanhamento - (controle do débito
urinário, glicemia capilar)

Ao relacionar problemas o enfermeiro estabelece


diagnósticos de enfermagem e viabiliza intervenções
adequadas ao cuidado.
Referência bibliográfica
 HORTA,W.A. Processo de Enfermagem. Rio de Janeiro: Editora
Guanabara Koogan, 2011
 LFARO-LeFEVRE, R. Aplicação do processo de enfermagem:
promoção do cuidado colaborativo. 5ª ed. Porto Alegre, Artmed, 2005.
 . XAVIER, E.H. Influência de Wanda de Aguiar Horta na enfermagem
brasileira. Trabalho apresentado na SEMANA WANDA DE AGUIAR
HORTA, 1.°, São Paulo, 1986
 HORTA, W. de A. Enfermagem: teoria das necessidades humanas
básicas. Enf. Novas Dimens., São Paulo, 5(3):133-6, 1979.
 Horta, W.A.: Processo de enfermagem. 14ª ed. Editora Pedagógica e
Universitária LTDA., 1979.
OBRIGADA!

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