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Colégio 

Técnico Industrial de Piracicaba

Inversor de Freqüência

Projetos 2

Professor: Anderson Rodrigo Rossi

Piracicaba, 05 de maio de 2008

   
O que é um inversor de freqüência ?
Um inversor de freqüência é um dispositivo capaz de gerar uma tensão e 
freqüência trifásicas ajustáveis, com a finalidade de controlar a velocidade 
de um motor de indução trifásico. 
 

SIEMENS

Allen Bradley
WEG

   
Danffos
Partes de um inversor de freqüência
Inversão
A tensão retificada DC 
é novamente 
convertida em Trifásica 
AC. Os transistores 
chaveiam várias vezes 
por ciclo, gerando um 
trem de pulsos com 
largura variável 
senoidalmente (PWM). 
Retificação (conversão DC) Filtro
Os  seis  diodos  são  O  conjunto  capacitor­
responsáveis  em  retificar  a  indutor  é  responsável  em 
tensão  alternada  em  tensão  passar  a  tensão  contínua 
contínua,  gerando  uma  pulsatória  em  tensão 
tensão contínua pulsatória. contínua  com  apenas  um 
pequeno  ripple  (filtra  a 
tensão).
   
PWM
Pulse Width Modulation ou modulação da largura de pulso é usado para controlar a 
largura de um pulso contínuo. Esta saída de tensão pulsada, sendo aplicada em um 
motor (carga indutiva), irá gerar uma forma de onda de corrente bem próxima da 
senoidal através do enrolamento do motor. Alterando o tempo desses pulsos 
podemos alterar a freqüência aplicada ao motor.

   
Blocos de um Inversor
1º bloco ­ CPU 
A CPU de um inversor de freqüência pode ser formada por um 
microprocessador ou por um microcontrolador. De qualquer forma, é nesse 
bloco que todas as informações (parâmetros e dados do sistema) estão 
armazenadas, visto que também uma memória está integrada a esse conjunto. 
A CPU não apenas armazena os dados e parâmetros relativos ao 
equipamentos, como também executa a função mais vital para o 
funcionamento do inversor: Geração dos pulsos de disparo, através de uma 
lógica de controle coerente, para os IGBT’s. 

2º Bloco ­ IHM 
O segundo bloco é o IHM. É através desse dispositivo que podemos visualizar 
o que está ocorrendo no inversor e parametrizá­lo de acordo com a aplicação. 

   
Blocos de um Inversor
3ºBloco ­ Interfaces 
A maioria dos inversores pode ser comandada através de dois tipos de sinais: 
Analógicos ou digitais. Normalmente, quando queremos controlar a velocidade 
de rotação de um motor AC no inversor, utilizamos uma tensão analógica de 
comando. Essa tensão se situa entre 0 á 10 Vcc. A velocidade de rotação 
(RPM) será proporcional ao seu valor, por exemplo: 
1 Vcc = 1000 RPM, 2Vcc = 2000 RPM. 
Para inverter o sentido de rotação basta inverter a polaridade do sinal 
analógico (de 0 á 10 Vcc sentido horário, e –10 á 0 Vcc sentido anti­horário). 
Esse é sistema mais utilizados em máquinas­ferramenta automáticas, sendo 
que a tensão analógica de controle é proveniente do controle numérico 
computadorizado (CNC). 
Além da interface analógica, o inversor possui entradas digitais. Através de um 
parâmetro de programação, podemos selecionar qual entrada é válida 
(Analógica ou digital). 

4º Bloco – Etapa de potência 
A etapa de potência é constituída por um circuito retificador, que alimenta 
( através de um circuito intermediário chamado “barramento DC”), o circuito de 
  saída inversor (módulo IGBT).   
Funcionamento
Para visualização do funcionamento, vamos utilizar um motor monofásico.

Imagine que o bloco de controle ligue simultaneamente
 os transistores T1 e T4.

Agora, transistores T1 e T4 desligados, e T3 e T2 ligados. 

   
Funcionamento
Ao inverter­se o sentido de corrente, a tensão na carga (motor) passa a ser 
alternada, mesmo estando conectada a uma fonte DC. Caso aumentemos a 
freqüência de chaveamento desses transistores, também aumentaremos a 
velocidade de rotação do motor, e vice­versa. Como os transistores operam 
como chaves (corte ou saturação), a forma de onda de tensão de saída do 
inversor de freqüência é sempre quadrada. Na prática, os transistores 
chaveiam modulando largura de pulso (PWM) afim de se obter uma forma de 
onda de tensão mais próxima da senoidal. 

Para um motor trifásico, a lógica de controle precisa distribuir os pulsos de 
disparos pelos 6 IGBT's, de modo a formar uma tensão de saída (embora 
quadrada) alternada e defasada de 120° uma da outra. 

   
Curva V/F
­Se variarmos a freqüência da tensão de saída no inversor, alteramos na 
mesma proporção, a velocidade de rotação do motor.
­A faixa de variação de freqüência dos inversores fica entre 0,5 e 400 Hz, 
dependendo da marca e modelo. (Obs: para trabalhar em freqüências muito 
altas, o motor deve ser “preparado”). 
­A função do inversor de freqüência é também manter o torque constante.
­Para que esse torque realmente fique constante, por sua vez, o inversor deve 
manter a razão V/F (Tensão ÷ Frequência) constante. por exemplo: 
• Situação 1: O inversor foi programado para enviar 50 Hz ao motor, e sua 
curva V/F está parametrizada em 6. Automaticamente, ele alimenta o motor 
com 300 V; 
• Situação 2: O inversor recebeu uma nova instrução para mudar de 50 Hz 
para 60 Hz. Agora a tensão passa a ser 360 V e a razão V/F mantém­se em 6. 
O valor de V/F pode ser programado (parametrizado) em um inversor, e seu 
valor dependerá da aplicação. 

O inversor altera a tensão através de PWM. A unidade lógica, além de 
distribuir os pulsos aos IGBT's do modo já estudado, também controla o tempo 
em que cada IGBT permanece ligado (ciclo de trabalho). 
• Quando V tem que aumentar ,os pulsos são “alargados” 
   
• Quando V tem que diminuir, os pulsos são “estreitados”. 
Tipos de Inversor
Podemos classificar os inversores em dois tipos: 
­inversores escalares 
­vetoriais. 

Escalares: a curva V/F é fixada (parametrizada).

Vetoriais:  ele  varia  tensão  e  freqüência,  de  modo  a  otimizar  o  torque  para 
qualquer  condição  de  rotação  (baixa  ou  alta).  É  como  se  ficássemos 
parametrizando  a  cada  ms,  uma  nova  curva  V/F  para  cada  nova  situação.  O 
inversor vetorial controla V/F através das correntes de magnetização e rotórica 
do motor. 
Normalmente  um  tacômetro,  ou  um  encoder  são  utilizados  como  sensores  de 
velocidade, formando uma "malha fechada" de controle de velocidade. Existem 
porém  os  inversores  vetoriais  “sensorless”,  que  não  utilizam  sensores  de 
velocidade externos. 

   
Instalação
Os terminais identificados como: R, S, e T (ou Ll, L2, e L3), referem­se à entrada 
trifásica da rede elétrica. 

Para diferenciar a entrada da rede para a saída do motor, a saída (normalmente) 
vem indicada por: U, V e W. 

Além da potência, temos os bornes de comando. Cada fabricante possui sua 
própria configuração, portanto, para saber "quem é quem" temos de consultar o 
manual. De qualquer maneira, os principais bornes são as entradas (analógicas 
ou digitais), e as saídas (geralmente digitais). 

   
Instalação
No caso do MICROMASTER­SIEMENS temos:

   
Instalação
CUIDADOS:

1. Cuidado! Não faça a ligação invertida de entrada da rede elétrica com a saída 
trifásica para o motor. 
2. O aterramento elétrico deve estar bem conectado, tanto ao inversor como ao 
motor. 
3. Caso o inversor possua uma interface de comunicação( RS 232, ou RS 485) 
para o PC, o tamanho do cabo deve ser o menor possível. 
4. Devemos evitar ao máximo, misturar cabos de potência com cabos de 
comando. 
5. O inversor deve estar alojado próximo a “orifícios” de ventilação. 
6. A rede elétrica jamais deve ultrapassar variações de +ou­ 10% de amplitude. 
7. Sempre que possível, utilizar os cabos de comando devidamente blindados. 
8. Os equipamentos de controle (PLC, CNC, PC, etc...), que funcionarem em 
conjunto com o inversor, devem possuir o "terra" em comum. 
9. Garantir uma boa fixação ao painel. 
10. Caso haja contatores e bobinas agregadas ao funcionamento do inversor, 
utilizar sempre supressores de ruídos elétricos (circuitos RC para bobinas AC, e 
diodos para bobinas DC). 
   
Exercícios
1 – O que é um inversor de freqüência?

2 – Explique as 3 partes do inversor de freqüência. 

3 – O que é PWM? Como é seu funcionamento para o inversor de 
freqüência?

4 – Onde é realizado o controle de chaveamento?

5 – Explique o parâmetro V/F.

6 – Quais são os tipos de inversores? Qual é a diferença deles?

7 – Cite alguns cuidados que devemos ter com a instalação do inversor de 
freqüência.

8 – Faça o download do manual de instruções do inversor de freqüências 
Siemens­Micromaster­E92 e do M420 em:
http://mediaibox.siemens.com.br/upfiles/1517.pdf → E92
http://mediaibox.siemens.com.br/upfiles/1530.pdf → M420
   
 
9 – Faça a ligação (instalação) do inversor de freqüência com um motor 
trifásico. Obs.: Se alimentarmos o inversor com 2 fases (no laboratório) 
teremos 220V. Portanto faça a ligação do motor para 220V.

•Ligue o inversor de freqüência. Faça a ligação de L1 e L2. (Ligue o 
disjuntor antes do inversor).

•Reset o inversor para os parâmetros de fábrica:
Inversor E92  Acione o parâmetro P944 – Ajuste em 1 e pressione P. 
Inversor M420  Acione o parâmetro P010­ Ajuste em 30 e pressione P.
Acione o parâmetro P0970 – Ajuste em 1 e pressione P;

•Habilite todos os parâmetros para serem alterados:
Inversor E92  Acione o parâmetro P009 – Ajuste para 2 e pressione P.
Inversor M420  Acione o parâmetro P003 – Ajuste para 3 e pressione P;

•Ajuste os parâmetros do motor – apresentados na plaqueta do motor:
Inversor E92  Acione de P081 até P085 com as informações do motor
P081 – Freqüência nominal
P082 – Velocidade nominal
P083 – Corrente nominal
P084 – Tensão nominal
  P085 – Potência nominal = 0,5 CV  0,37kW
 
Exercícios
Inversor M420  Acione o parâmetro P0100 ajuste para 2 e pressione P;
Acione o parâmetro P0304 e coloque a tensão nominal;
Acione o parâmetro P0305 e coloque a corrente nominal;
Acione o parâmetro P0307 e coloque a potência nominal;
Acione o parâmetro P0310 e coloque a freqüência nominal;
Acione o parâmetro P0311 e coloque a velocidade nominal;

• Ajuste P012 (E92) ou P1080 (M420) para 0 Hz; (freqüência mínima)
• Ajuste P013 (E92) ou P1082 (M420) para 70 Hz;(freqüência máxima)
• Ajuste P002 (E92) ou P1120 (M420) para 10 seg;(tempo de aceleração);
• Ajuste P003 (E92) ou P1121 (M420) para 10 seg;(t. de desaceleração);
• Coloque no parâmetro P000
• Pressione partir – Aparecerá no visor a freqüência do motor
• Altere a freqüência (P005)
• Faça a reversão do motor 
• Incremente e decremente a freqüência para verificar o funcionamento.
• Teste o JOG – Controle de passo

   
10  Um motor deve ser acionado através da IHM do inversor de freqüência com as 
características:
­Referência de freqüência via IHM; (leia os parâmetros P006 e P011)
­Apresentar o valor do rpm do motor no visor;(leia o parâmetro P001)
­Aceleração de 0 a 50Hz em 5 segundos;(leia P002 ­ P012)
­Desaceleração de 50 a 0Hz em 3 segundos;(leia P003 ­ P013)

11  Acrescentar ao exercício anterior o controle de JOG de 10Hz sentido horário e 
5Hz no sentido anti­horário. E testar. (procure no manual os parâmetros de JOG)

12  Um motor deve ser acionado através de uma chave (utilizar módulo com chaves 
e ligar nos bornes de comando­Faça o esquema de ligação) com as características:
­Referência de freqüência via IHM;
­Apresentar o valor da freqüência do motor no visor;
­Aceleração de 0 a 70Hz em 10 segundos;
­Desaceleração de 70 a 0Hz em 2 segundos;

13  Um motor deve ser acionado através de uma chave e um potenciômetro (Faça o 
esquema de ligação) com as características:
­Referência de freqüência via controle analógico;
­Apresentar o valor da corrente do motor no visor;
­Freqüência mínima 10Hz;
   
­Freqüência máxima 90Hz;
14  Leia e descreva os parâmetros de P041 a P053 (resumo):

15  Faça com que através de uma chave o motor gire no sentido horário e através de 
outra chave gire no sentido anti­horário. Outra chave controlará o JOG no sentido 
horário. O controle da freqüência se dará de 0 a 90Hz através de um potenciômetro. 
Quando o motor estiver no sentido horário, sinalizar. (Desenhe o esquema elétrico e 
resolva o exercício – Apresente ao Professor).

16  Um motor trabalha com 3 velocidades fixas sendo:
­F1: 30Hz;
­F2: 50Hz;
­F3: 90Hz;
Elas funcionam com F1 e F3 no mesmo sentido e F2 no sentido oposto.
(Desenhe o esquema elétrico e resolva o exercício – Apresente ao Professor).

17  Possuo uma esteira com 3 sensores para controle de velocidade da esteira de 
acordo com a quantidade de peças na mesma. Poucas peças apenas 1 sensor é 
acionado, sendo assim a esteira deve movimentar com velocidade lenta (40Hz). Um 
número médio de peças, 2 sensores são acionados e a esteira deve movimentar com 
uma velocidade média (60Hz). Com muitas peças 3 sensores são acionados e a esteira 
deve movimentar rapidamente (80Hz). Faça o esquema de ligação elétrico e resolva o 
problema. Apresente a resolução ao professor.
   

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