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Maria Yedda Linhares (Organizadora) Ciro Flamarion Santana Cardoso Francisco Carlos Teixeira da Silva Hamilton de Mattos Monteiro Joao Luis Fragoso Sonia Regina de Mendonga HISTORIA GERAL DO BRASIL OITAVA EDICGAO REVISTA E ATUALIZADA Eo CAMPUS O IMPERIO ESCRAVISTA E A REPUBLICA DOS PLANTADORES PARTE A: ECONOMIA BRASILEIRA NO SECULO XIX: mais do que uma plantation escravista-exportadora Sotto Luis Fragoso Cx analisemos alguns dados agregados, consoante a tradicional abordagem da historiografia brasileira, chegaremos 5 conclusdo de longo do século XIX acé 1888, mantém 7 omia escravista voltada para o mercado internacional, Confrontando-sc a estimativa populacional de 1819 com © censo de 1872, verifica-se a transferéncia definitiva do eixo econdmico do Nordeste agucarciro para 0 sudeste cafeciro. Em 1819, a primeira regido detinha 51,2% dos cativos do pats; 61 anos depois, 0 Sudeste aparecia com 59% desta populagio, Perpassando tal movimento, nota-se que, 4 partir de 1831-40, as rendas de exportagao do café ultrapassam as do agticar. ‘Assim sendo, segundo aquela visio tradicional, temos, no decor- rer do século XIX, apenas uma mudanga de produto. (Qu melhor, auma modificagao na pauta de exportagao correspondcria um deslocamento do eixo coondmico, e com cle a transferencia da concentragao de esctaves, Contudo, a economia continuaria escravista © dependente das flutuagées externas. que a economia do Brasil, a0 08 seus tragos basicos de econ 145 ola 280, Este tipo de interpretacdo, apesar de conter boa Daste‘a deneee pode esconder outras informag6es presentes em outros da 69 oe ta Em 1819, de uma Populagio de 3.596.132 Rabies, Final da constitufda por homens livres; em 1872 — Ja no periodo lém de escravidio — esse ntimero subiria para 84,7%. Ou seja, an jared) Senhores ¢ escravos encontramos (no século XIX © nos anter ores) OutTas categorias sociais, outras formas sociais de produgao ee SU ek com o uso adicional ou néo do trabalhe cativo) mes me ora do t ‘os que em 1819 a maior Provincia escravista erais — nao estay, a fundamentalmente ligada & nS ado interno, Em 1874, nas tres proviiciis U0 Sudeste que concentravam a Produgio cafccira (Rio de Janeiro, $4 Paulo ¢ Minas Gerais) 5), 60% da popullagio cativa toral encores: Te municipios nao-cafeeiros (em 1883, essa cifta cairia para 52,5 a Tais informagdes, acrescidas asanteriores, apontam para a imporednci das produgdes volradas i gerar uma riqueza que 6 nham. Os némeros hf Monstrar que, apesar da exportadora, © pais nio 5 cafecira. O século XIX, assin ©mo a histéria colonial do Brasil, 6 mais complexo do que isso, Por sua vez, as formas de produgio ngo-capitatistas (escravahi 5 ae stat ligadas entre si e com a agricul- ‘Xportadora, Essas ligagdes, além de apontarem para a n nterno de carater pré apitalista, podiam IS PrOprias condieg comportament 10 frente dominado pelo Pré-capitalista interno (produgao S de gado, de charque ete., ¢ suas ista-exportadora), somado as 8 de reprodugao da agro- con el® espago para a reales cumulagoes 4 age 8 tealizacio de acumu ¢ €ndégenas, Estas, Contudo, Segundo 6 ti : 'PO de negécio, podiam variar 146 é da em meados do acho de riquezas. Ain ue, consti- de ritmo ¢ de nivel de “3 hegemonia do capital sanene se trans- século XIX pereebe Fee segmentos do De produtivas) tuido a partir de diversos seja, investir-se em ath lobal de producio. formar em produgio {ot reiteragio da estrutura ‘argimento de novos como condigao mesma da tada coexistiria com 0s Feo internacional ontoe a pare dosepis de 1850. aboligko ool (ambos de 1850), glementosa partir ferrenss © 0 Codigo oo te ferro, ao que se de escravos, a Lei ete o avango das estra racisiil, do modo de aletde Biporecas ¢ lidagio, no Laan que apontam para agrega a propria Gorse todos esses sfo elem Produgao capital s sea neicss'l propria: macio. ia limites fisicos uma sociedade em TE colocaria limi Jo do trafi A aboligio do B montada no ida 3 sociedade das bases que deram constrariam, no entanto, ienrodugao deme caches a tal aboligao fa social, com os scus ae siete A oa Sacial) jé tinha deitado si que aquela mesma oe io econdmico-social 13 da propria eseravi 7 canismos de diferenci rolastcidade superior’ de outras agriculcur ane Posse Mfangio da cafeiculture iodo pé-1850. Para at, S s cl ut a peri R és los No Sudeste, em .o da escravido no p incraprovincial, além Mereantis, falum see do tréfico inter © econdmica, entre cles 9 Ss regides se vale os de diferente mais pobres em a tradicionais aa or que os senbates f no Rio de Janeiro a “trafico interclasses’ icos). Caleula-se ques correspondia resp E fae ee "1872, © contingente oath daquelas pravinclas, i 4 je trabe juridicame Paulo, ainda em 1 20% da forca d fbalho ju : * Fedo para o tra ve - penta late ¢ sat a transiGao vo de 1872, os Se Cento Em outras regides do No Pernambuct a da provincia; na. ae livre se daria mais ce 50% da mio-de-obra Ot nndo passava de ae Sentayam somente ee, 2 populace sor no: por fim, no Rio de nine tua Ge habitants Soravo signficava, om 1883, 8.9% da do nimero total de ingente escravo § ee nplicaria, ne: im i uma Grande do Sul 0 cone tal quadro nao sentido estrito nem Populagao total, Contu oi capitalista em ma econo Passagem para u “ turas. mudanga radical de estru! vida escravida Na verdade, superad 3 a dos as tanto no Sudeste comd.86 Og devidas diferencas in aoe a particular na hah é 4 passagem, ‘ aeciside Centro-Oeste ¢ no Norde 0, gaa ve ee 2 intra-regionais — 20 Siversos tipos de rn cnc de Agroexportagio, para. Jonato, morador of eaeuma Oi do (parceria, col ak Teagdee a at de Terras — leg! . Telagoes, ficagao do regime d turas preexistentes, operdria. que im transformacées, A REAFRMAGKo DO Escravigyig NO CEyrro-Sut, E Sua Posr "ERIOR SuPERagio nova criagdo do sistema “Brario eseravistewexportntes A répida formagio dq Ssticultura cafecia em uma regiio de pomteira dé-se em yon Poca marcada, em nivel internacional, pela fase Bde um cicin ondratiet® (1815-39)° f° entanto, em termos da Cconomia escravista interna, alguns dados indicam que suas autuagdes reo acompanham aquety tendéncia. Apesar dea Prego do agticar cair, cage node 1821-31, num t2k8 de 3.1% 20 ano tas tendas da expor- Facao dese produto’ an 1% , aumento do volu 6,0 We foi possivel através do as me €Xportado em 5,6% volume médio de it a1 pettacao do acticn, Gutt® 1797-1807 (na fase A do caonetaiet) © 1821-31 (na fase B) foi de 68,405, Contudo, a sistent Si das flutuacées Coloniais y3 as As exportagdes. Desde fincie do secu 'S NGO se deve apenas as expo S até pelo menos 1825, no Rio de Janeiro, OS PreGOS dos alimentos ligados & dict, €scravos apresentam um; s a das classes populares e des c ‘a taxa de £rescimento anual superior a Acticar braneg exportado, As Saidas de Feses, toucinho ¢ carne salgada 148 1818 idi Rio Preto entre E it ie odo 1824.30 2s sides de de Minas Gerais pelo aes wie 170%. No pei cl mei port net, todo Ri ode Janeiro (12.27). ree do orcas, pelo mesmo elo porto do Rio d demogrifico: ic do tas saidas do elt Pe ea cracimenta de ogi: aca tais movimentos roms Sua populagao em Rio de Janeiro amplia cimento ao abastet area voltada par: itarem do Rio das Mortes (drea vol habitantes aumen ineira do comarca mincil famnero de 30 entraram 3 cee vos, de 1795 a 18 %. 776 a 1821, vé 0 seu ivos, de al de 5,1%. interno), de 1776 ati atlantico de satiocs auma matic, as impor- 5. 2 ao tr to Ci ciclo Kondr: 2 158%. Quanto ao tr pelo po ciclo Kons mais de 650 mil Oe na fase een supenor a 4 sionals, a 5 é 18. 01 Ka : cS :, De 1815 até 1830, p' scem em uma tax! fraria: 8) tear sdetiela das tagdes de afticanos cresce ntimeros con! de uma depen acional. = anal esses ene. TCA term: . . A sloquéncia dessa: acetado mercado incemacione Vigentes na historiogr relagio aos ritmo. pregos vortacto ou do flutuagées coloniais em propoem, a qu ao da agroexpo! flucuagées Ao contririo do que clas propoem, sepoe conseguinte, 3s a relativa 10 Jo levou or . ums a época cratada no levou Suds eos, aha scimento das Mercado interno da en Caen vithcs, 0 ol superior 20 coloniais, dentro ae isso, nota-se, vcard em um nivel outro ponto auconomla: Reforgand 1 OO os permite rever um 0 peso dos Produgées ligadas ao al dio. IF iss0 N08 Petia brasileira rentemente das destinadas a CFP ana hiseoriogr interno. Dife imbém discucivel, pret ne e merca s econdmicos lig segmentos econ oltadas Ses para ele vi a dusts m pouco mais i as produce’ 01 ercado interme economia & Um B ° siva. Essa do que se supunha, on ado Sa ao were sta ligada a0 io da ‘xpIt jon escravi ova criagac Possuem uma Suma simples planation aes io qual participa complexa do aS ea node ser notal ento ni , i ¢ isso r ‘ sistem: rete l em drcas de fron vreuteura enquanto se tipo cei aaie dos no abastect dd cafeicule fenémeno esse ae ° ‘i se Capitais acumula montagem da onic culo. pass jade, a il nfo >? anos do século ps felhanee Na verdade, a montigem be i hee agrario escravista © mer primeiros 50 encontramos segunda metade paseeeeiade durante or Pao xD Campos (a mercado Passagem do século Ne canavicire om aria voltage aumento em fio da agricultura ca civ aoe vnarias ocorreral Na formagio da ag! tor pro de seus smarias 0CO mn é e se dimero es de se: inides qu do século XIX ess 810 0 nu ages ee mn 23 OD a © 77a 9% das trariarel ia colonial, 70096 ele pare 400): © Tee aem de sade da esonomit colonia FU pe is daco® icao ampliada da ec ont ; nee 1780. 820, Tais da rocugao ampliag lignes Ea partir de entre isténcia da reproduc fendiment e frontcira. Negam a ex frente a um fen’ = ramos ista en ana ee edad tend 149 Tenovada da s a tal fendmeno que devemo: nteira, movim' mercado adquire uma 'aquelas relacdes sociais de subor- ender da alicnagio das Produgao mercantil se icdes de poder e, con- Produgao. . Dat que a va criacdo de rela ‘io das relacdes de Nesse ponto comecam abstraindo-se as dist; NEC as produgées enta um perfil de 1 hicrarquizado. Na cided do Rio de Jancito século XIX, 05 inventirt “mortem mostra da riqueza, en 0s de 4% dessa riquen 0 livre indigente, Por c Gnelacao social viabiliza 4 Ptoducao ¢ conce, a ‘4 também erjg um merca smo Sobretrabalho en sas circunstanci, S de sistemas agrari i quezas profundamente da primeira metade do M que cerca de 14% dos quanto que mais de 48% ‘a, Sem computarmos os Onseguinte, se essa dife- ‘Atragdo do sobretrabalho do restrito, dificulrando a quanto mercadoria, ide escravista, fz tempo, i i: Fr Consequientemente, que a preside, sem que No cntanto se altere aestrutura Social estratificada cm meio a qual todo ® Mercado interno sem mudar 0 seu “88 Ctiacdo renovada de sistemas sees ® agtoexportacao, além da ampliagdo da "1 0S segmentos i < NtOS escravistag ligedos a0 abastecimento > Corre também a ‘ransferéncia, Problema da tealizacag Mm Ultima insténcia, do © Sobretrabalhy Contido na Produgao escra- 150 tros . € para ou nacional), Sopanhia tro mercado (0 aieo a agroexportagdo gal de nodose rredpese, A patir dis, 2expaned crutura social interna Apa = modos de Produg ié é o de preservar a ¢: v0 sentido, QW um novo sentido, ssdes internas ressdes interna tese, de p: os f que eladecorra,em nos que anova cragio vista. Daf qi se considerar acaen aus BS ivocietndee eaveiias als. se sttui em movimento que Pos. de seas ages xr seis de subordinacio, svdios pa site es aarres de relagées sociais SS ee ee abil ibilitata relterecas ja reprodugao sim lide dees sibilita a reites é cure rep pes “ren. drs aca gene) depend rpredio a é see estimentD ed s consequecis des tario de utras, © ‘ampliada so ja das. NSC eee i Be spate onside ay a beeqitente reproduc e se situam produto dos brea od SD por aqueles que se situ Pprodutivo do sobretral as ‘agu'é boman 6 SC tan fendmenos cons Sea egocian- ista: os Neg a jc escravi: e aqueles bmica da sociedade es cr ae ae ad uia econdmica reiantes est erarquia no topo da hi ue ; 10-1840) q s grandes come! iro (1790-184 aS rato, Esses grand do Rio de Jan urbanos, 95,1% tes de grosso trato. dos na praga d dos prédios nia desta elite 14% dos inventaria de valor, 45,7% d olas. A hegemot es: pibpries Setinham em 47.2% das empresas oa) manifesta-se os de uma etiidas see aeaulagio at” precndida. a de rma qrareaneil (@ de acur ra econémica ap: scravoea presengit precaria ccunoin ev quae domniniodo tabalhoc {do aloe ua preci joomla em que.o dota diviséo socal do rain camponesas geram vinrias e de moedas. Iss i Ae ercadorl: circulagao de mi ivi- ito) e no endi imperfeito) . 7 ado imp’ mprésas. especulativas oe amen das siigui dez do Priticas monopolistas st freqiiente ser social controlava ome! | categoria damento como m dado, tal categ' erfodo aborda No periodo éncias dos ondéncias « Se ee melacoes de de da [citura aes fisica das relagpes 32 Sistema (como se: deprecnee 4 repo ada por) dost trato. vice-reis) ¢ 0 trafico ors era mono eantes de eee undo o Produgio,encee 1811 €1830,er1 ro a Riocd sie a ‘sn m 0s & z {detinham 57.9% do mercaee sins, testamentos € 0¥"705 Oe Dos 36 comerciantes amos inventiti ham presenta utonomia fi- vice-rei em 1759, evant am smn demonstrar sua a a0 concrario Mentos relativos a 38; ivo. Isso vem tis estrangeiras — comercial superior 0 se esas mereantis da dependén- ‘ itais ¢ C8 sean yaramettos ea fi 2 a ee riografia tradici rime 30 como Ranceira frente: ia a historiogt defini 03 7 Ga agroexportacao do que preten mia nos leva a expansao da Essa autonomia AG 7 um lado, cia externa. De mente externas) i te externas) : majoritarial a aor jeprailue es i | movimento de lec i essdes Int de reprod decorréncia de pressdes €strucura social esc intro da do de de manda ido : 0 sent . é& eniligena, ampliada é end : avista. formagao social escra putados a ems oe ema (endo n tal outro, De de ser col 151 ze , Enquanto 6 Producio. Grosso 1 q fendmeno estrutural, se desdobra na a iodo, Cs ‘ econdmica aqui abord podemos desdobrar o tipo de reprodugio lado 1 i parte do sobretrabalho, no eculogae nee) aproriagto de acumulago mercantil: 22) + G40, assumindo a fi la antil; 22) tray » mindo a forma de uma Producdo. Desse modo, n nsformagao parcial desta acumulagao em ee 0 Caso Su8agi02 apropriacio, via cireulagae: ge soa erent nao resume a produgao. Aqui capital ico, de parte do sobretrabalho gerado Producao do sobretrabalho. Nao é ne- Cessatio frisar que essa volta d : u i Fi lo capi: sts Ga Movimento circular, indi ‘pital mercantil & produgao configura fade apreendida. ispensivel 4 . 'Pensavel a propria reprodugio da so- ae eee dois significados intima- , 1m movimento que, através viabiliza a reiteragéo da s0- » esse fendmeno é a propria ie¢dade; isso é, de sua forma ne caso, voltado para a expor- encom esetutura econémica pré-capi- 0s 0 dominio de um tipo de uja base & a propri » pelo menos ‘opriedade sobre o produtor a : i lates Para a Vila de Parai 1/3 do valor dos inventarios apenas 6.5% dig eta do Sul € formado por homens agricolas, nos in A isso agrega-se nas levantadas nao compreen- Social do trabalho, Mees tem como sent Predominio de empresas Cal de 7 “ic Te 4 cantil soma mais de 746 8° abordado, a apn’ Uma frgil diviséo SENSO de 1872, 9 conjye,{0 Valor das fortunes ge eur escravista-mer- nas ; uidex (numerdrio) das empresas agricolas, passava pelo capital confirmarem a falta de liq insinuam que o seu processo de reproduca mercantil. Indo além, verifica-se que os investimentos em escravos € terras is de 60% do valor da empresa agricola. Por outro umentos de trabalho, juntos, nao somam sempre ma lado, o valor dos equipamentos ¢ instr I chegam a corresponder a 10% das aplicagoes na fazenda. Se a isso incorporamos a permanéncia das enxadas, foices ¢ cavadeiras como instrumentos de trabalho basicos entre 1830 ¢ 1885, temos entao os tragos bisicos do padrio tecnolégico vigente no sistema: agricultura extensiva com baixo nivel técnico. Em outras palavras, estamos frente a.um sistema agririo cujo funcionamento se da através da ineprporsse de mais tertas ¢ mais forca de trabalho, sem @ mediagio de um desonyehincero tgenico. na lavoura. Traca-sey portanto, de um sistema cuja reprodugio (scja simples ou amplinca) consists me repetiggo do mesmo processo de produgio agricola, em Ams Tm Ney substituem um trabalho adicional na recuperacio € pe ee os: A explicagio da auséncia de mudangas n° padi eeend gio agricola (reprodugao extensiva do sistema agrério) passa pet la esti eee forma de uso da terra que representa um pequeno Bp ae ib tite* de trabalho por hectare, inferior a0 daquele Dee ep do arado ¢ da mas de cultivo, nos quais o plantio pressupoe o empress 2 DO ae evstancias, a mucanga para UM adubagi Acica. E, nessas circunstanci ubagdo sistemética. F. Heme ear” implicaria 0 aumento de tempo Sistema de uso “menos ru uc, na forma de reproducio de trabalho. + “ i “SC = Do que dissemos antes ini oye objetiva a redugio do desse sistema agririo, perpass’ “ciprodugdo; o que era visto tempo de trabaliio c, com cle, 80s cust TT verdade indicava Por alguns contemporineos com, brutal roy lado, deve ficar claro um tipo de racionalidade econdmica- Por ours st yours TD que essa repeti¢io do mesmo Cea a as tecnolégicas. ignifica que 08 Fazendeiros fossem avessos & smug ees Avincorporagdo de maquinas de benefie WWE Tr a. miquinas, na €sses mesmos fazendciros demonstra 0 con! . cra . 4 se com a enxada € Cee ee riam com arorasto de fr 1 emos que as queimadas nas rogas de café © de alimen factiveis em condigoes de sublinhar que essas pracicas agiic ade uma fronteira baixa relagtio populagao-terrts 04 = agricola aberta. di s os agricolas (aqueles com mals de las $6 S40 eja, com a preseng: randes estabelecimentos 400 alqueires de terras € 153, 450 mil pé: pés de café ee ob: I~ uma série de nite ae eg? Para além da cultura do café, ha de-agticar ¢ mantimentsc) ae tetsidade de culturas ( ie) cia Goan casas de farinha. tf), Ae equipamentos (engenhos “de cate © roceiros, carpi: , Olartas, serrarias et n 3 vg tpinteitos, ferreiros, enfermetios ce 7 Profisees escravas c.) sublinha a e ciade uma divisdo; - ivisdo ini agricolas, terna do trabalho no interior das grand andes empresas Contudo, esses tra GOs Ndo deve i eat Be vem dat uma imagem distorcida da imertts6 ahinch snr auficiente. Tal empresa ais fornecidos Producdo: uni or uMa varies Spon umemercade Icio: unidades ¢ ‘dade de formas nao-capitalistas de e-se que : 3 nso ca esto da agroexportacio, Stos monetirio: pitalistas. Fendmeno esse que, mente day; Bide n repr A Producao da plantation, provavel- flutuagé lagdes do © autonomia a mereado in la 4 agroexportagio frente as demand: tes ‘j a). taciona ) nal (mantendo-se neste o nivel de “heeeden ¢ endivi cado impe 7 Tiamenty O fato de necessi- aparece enti © 8 acumulaca #74 funcionar se zis fazend * €ntéo como 0 veiculo deste mercantil. O co; ae iro na praca do Rio de Jy ee rinaca raettio a6 a 9 de Jancior eke nS. Representante do inava as fungdes de ‘adorias as fazendas apa e re Pade i Conte das décadas de 195 cones mange do sistema agrario ercial de 185 i ificaga ei Lei 4 50 (que : com 4 es substantivas peiale Hiotecas (ies SUletizava aacuagio davon eee ooo mente di » ‘as casas bancirias, cdrias), da de um si : ™ sistema bancéri si ancario nail tespondia sozinho por “ro is plantagbes de café. ‘ontinuavam presas ao entre 1873 € 1883, issirios do Rio e por 614 sistema. Esse 0 caso de Vassouras, onde, 6 dos empréstimos foram concedidos por com! fazendeiros locais que eram também comerciantes. resp ye aspecto ligado 3 reproducio da empresa agricola diz cativaai 4 reposicao da mio-de-obra. Pela conformagao da populagao aehin a municipios cafeciros até 1850, nota-se a existencia de uma visar gratia escrava modelada pela légica de plantation. Logica que, 20 a produgio ¢ apropriagao de sobretrabalho, se manifestava pela Preferéncia por escravos masculinos entre 14€ 40 anos, 0 que, por sua Vez, tornava-se possivel através do trafico atlintico de africanos. En- tretanto, apesar desta logica & de seus efeitos quanto a desproporgao entre sexos (até 1850, dois hamens para cada mulher), hd dados que indicam, em Vassouras ¢ Paraiba do Sul, a existéncia de familias escravas estaveis, e isso mesmo antes da abolicao do trifico atlantico em 1850; em Paraiba do Sul, pelo menos 1/3 dos escravos eram individuos com lagos de parencesco. | Esses dados, associados as parcelas de terras das fazendas as quais alguns cativos tinham acesso, vem confirmar algo Sbvio: 0 escravo nio pode ser reduzido ao insiramencum cocale aistorelice, © © escravidio brasileira nao consiste em um campo de concentracao, mas sim em um sistema social estavel ¢ complexo, apesat de obviamente tenso. | grario pré-capitalista, caracterizado ‘Temos, assim, um sistema ag) I = pelo dominio do trabalho eseravo, do mercado rest, da reprodugao extensiva e da subordinagio da agriculcura 2 acumulacdo mercantil. Mas nao se trata de uma agricultura pré-capitalista qualquer pois ela Se insere era am movimento mais mplo, o que nos fevou 2 sublinha @ nogao de ea0 fel scremas agrarios escravistas gio de uma criagao reiterada de sistemas 3g} en mercantis, Nogio que s6 se percebe completamente quar ; Mos para a reprodugao das desigualdades socioecondmicas da estrucura eseravista na fronteira. Pela lista de qualificacao de vorantes ee Cane tagalo (vila situada na parte orient é do Paraiba do Sul), ‘al do médio vale do Verifica-se que, em 1856. detinham 34,9% da oriege dos vorances det riqueza recenseada, enquanto que 33:2% 36 possuram 6 tie rae pecenseaels, emo tio distances daauel™ tados para a cidade do Rio de Janeiro durante a primeira Século XIX, oe 3 award al Nia base da pirimide sci! 08 UMTS ran made sob 2 pak durores de Mos uma variedade d d ma variedade de grup sg Enos pro lenominagio de “homens livres pobres”: peat " hPa adores por alimer rs alimentos efou de café, pequenes © izar aquelas otmal etc, Na diversidade desses homens podem-se localizar a4 o e 6 es apresen- metade do eiros, encontra- 155 unidades em que o trabalho cscravo, mesmo quando presente, é menos importante que o trabalho familiar, Na verdade, estarfamos diante de unidades camponesas que, mesmo Produzindo para mercado, teriam uma légica diferente da escravista-mercantil. Tal tipo de agricultura Podia existir em terras Proprias ou de outros fazendeiros; neste Gltimo caso, 0 lavrador sem terras néo pagava necessariamente uma renda ietério. Essa dltima situacio, ainda nebulosa paraa grafi » €M tese, possibilitar a existéncia de relagdes de dependéncia, a serem pesquisadas, entre o Pequeno lavrador e o dono da terra, Passa: senhores de Z c » Perpassado Em 1855.60, 7% do popue gene 5 fen inbementh tp sate travam 5; Populagio jj . renciagée: ye fava 526% das forcunas,e °nventariada do Pater ds eee vinaaaatal, 25 anos depois, 119 % dos inventariad Jo Sul concen- iqueza, enquanto que 50% . 16 dos recenseados deri he do monte i ictinham 68,6% da Teen dos inventar “atatiados possufam apenas 1,6%. cresciment ‘0 de sua s opul aba 1% ao ano} eet tvla Mais escravos do i 0. c inham 6,5% das Em 1855-60, aqueles sio 8, 6,6% dos cafezai 20% um pouco dj + OS Tes los cafezais # dos cafezais « 5 yn terentes: Sultados, para os 50% di grupos de 3% dos eles possue' ate oes Menor renda, 4% nae evo: No pri suem 1,3% das terras, alten ae cles ™Mesmos Erupos possutam catives No Perfodo, entre os rai , i i ‘ i a % no cram Ciopdede eee e880 redistribuicio local da cactos is cal de cativos ciais 7» 1a0-eX, aa mais baixos a1 Portadoras, Em Capivari a escraviday TUS @chamos as perdas de 162 mercantil, continuava ainda a se mover ma. Ser pobre significava, entre além de significar a preservagao .da, implicava um lento processo sistema agrario escravista- dentro dos parmetros desse siste outras coisas, nao ter escravos. 1ss0, de uma forma de produgio jé moribun de aparecimento de novas formas de riquezac de relagdes de produgao. Apesar disso, deve-se sublinhar que, no periodo tratado, constata-se a conversio de parte das fortunas agrérias em dinheiro © em apélices 49 do ritmo dos investimentos ptblicas, 0 que insinua a diminuig tradicionais, talvez enquanto se aguardava uma definigao mais clara do que aconteceria as tendéncias econd . Por ultimo, devemos voltar a fris: agricultura extensiva. Portanto, sua existén tem um tempo de certo modo preestabelecid pode continuar a funcionar depois do esgotamento entdo existia, desde que 4 fronteira agricola es mao-de-obra disponivel. E mais ou menos isso que 0 ca em Sao Paulo. Quanto ao vale do Paraiba Passaria a ter sua paisagem agraria dominada pe! 4 i Ha algumas provas de que, em parte, as familias dos antigos fazendeiros do vale fluminense teriam cmigrado para 0 novo Oeste paulista, So freqiientes, por exemplo, as queixas do govern provincial do Rio de Janeiro sobre a saida de fazendeiros & capitais fluminenses para as matas paulistas. Contudo, 0 destino dos antigos senhores de homens do vale do Paraiba fluminense ainda aguarda pesquisas com bases empiricas mais profundas. micas tradicionais. ‘ar que estamos lidando com uma cia, em uma dada regiao, 10, Esse tipo de agricultura da regido onde até teja aberta ¢ haja fé encontrara ¢, apés a saida do café, ele fluminens 2 ‘ la pecudria extensiva. Uma questo ainda nao devidamente estudada sobre 0 defi- nhamento da escravidao, diz respeito 20 comportamento da elite econémica do império. Nao me refiro apenas 0s grandes senhores de cativos ¢ de terras do vale do Paratba do Sul das décadas de 1870 1880. Estes, em geral jé foram analisados. Como disse anteriormente, ; déncia de concen- nos tiltimos anos do cativeiro, observou-se uma cencen’ie ni tracdo de terras ¢ homens em poucas mios. Contudo, seriaingenuidade Pensar que a elite econdmica da époce s¢ limitava ao grupo agrario — afinal, h4 também os grandes financistas, os comerciantes de grosso trato etc, — ¢, da mesma maneira, nem todas as grandes forcunas se mantiveram presas a cafeicultura escravista. . O que eel de sugerir talver fique mar claro aera do cxem plo de um empresdrio do vale do Paraiba, o Comendador ane r Aguiar Vallim, Esse senhor, 20 morrer, em 1878, possula efuatror son das, com um total de 650 escravos ¢ uma fortuna estimada em 217, 163 libras esterlinas, das quais 2/3 a nacional ¢ dos Estados Unidos. Essa com clement, € que ele fora acompanh © mais importante, em tal a épora. Ou seja, os bardes de Ment Lei de Hi ipoteca: ae deuce cree pon 864 ainda 'sd0 do café paulis sta, ultrapassada ne igo | : Maes condigdes de produgao, no Tes Significou a “transformagao” aereligge, ee trifico colocou sérias - vistas de produgao. Era Te: de se esperar que, nas terras de fronteira do Oeste © Prin ae do novo Oeste paulisca, a fazenda de café recorresse e assalariado. Entretanto, nao € isso 0 que an - . - ne inealos da década de 1860, 0 Nordeste detinia aproaies mente a metade da populacio escrava do Brasil. Ent 1872, ess po iio € abruptamente modificada, & 50% do estoque de sere copes passam a se concentrar no Sudeste. Quinze anos lene os cafeciras desta ultima regio encerravam mals de ys popu ue cativa do Brasil. A area que conheceu @ i taxa de escravos, no perfodo considerado, foi Sto Pale scion Vonage Esses dados acerca do mercado paulista de ¢: : a) vé strar ee ae ig ecial forga) vem demon trifico interprovincial se dirigia com esp cia se faria reproduzindo cue a expansio da cafeiculcura nesta provinci se as ohh Ne em parte, as estruturas antigas da escravi OS ent anos mit abolicao, os porta-vores do Oeste paulists A ahalho cativo histériog macionais do abandonaram a defest do We Te Somente a partir de meados da década ge Aralieanee: Paulistas adorariam em larga escala 0 UH MO NT ontura € 08 Mec ‘A reflexao anterior nos ajuda a entender ; i ‘a intensificagao da nismos de funcionamento a partir dos quis se cultura do café em Sao Paulo. Antes ada, a postura dos te oeminimiza 0 seu carter Capi- laveadores paulistas diance da escravidéo Min neces talistarmodemnizador frente a seu homolog far nn lista definide como retrogrado. Ambos eram escravistats eur tinha diante de si uma fronteira aberta par © Paraiba do Sul extensiva 0 que jd nao ocortia no médio vale do Parte te dos por Por outeo lado, Ii indiciog (at Pr da cafeicultura ne Oeste j jundam Seascale as ja pesquisas de base) de que 0 aprovun’™ antigos esquemas jé Paulina (1890-1910), gras modo, Vii Pe ale do Paraiba di i i ‘aco escravista da agroexportaga vag terras encontramos ei zi rato. Assim como agentes similares aos antigos comerciantes e a a maiores de Sao oe primo grandes fazendeiros 69 Ri Sg] yrs gum éci Ss. S¢ . 01 1S Paulo eriin,hiomens 3 negscios (raced de dverans segments 0 lagdo, que resultara em fazendas. ; onopolistas & - mercado ainda restito, marca Por Lame Ke capital mercantil z a yer, a tran ento lativas. Nota-se, mG dcios ligados icin pauls e fo ¢ a in ; s faz ; Fa Pro es pata as exportacoes. Esse coms tas dir importantes sociedades bancérias, hiscoria empresatial sa ii ode café. Infelizmente, faltam estudos impede de continuar com fundamento empirico suficiente, 0 a¥° ne 165 essa linha de raciocini Tacioci: x < com 0 que dissemos. Em fungio disso, ¢ para nio deixar david Pea . ii Pretendemos afirmar que are aa ne sécul "que as condigdes do século fossem as do inicio; contud, ¢ tiam 106 milhoes de pés de café; none oes os Orit bee na 246; nove anos depois, 220 milhdes pele Ati prea yt le 1910 el nte a expansao de tal apriculturs, mas pa “no é demonseaderpele 919. A reprodugao das fa voltari entradas do periodo faut imi 0 Periodo 1827-1936 ine OF Sia 29,7% do total das duas Gltim: : as M 4 ais de 60% desses imigrantes, nas do nort lecadas do séc ope de Li). Na década le 106 eli (pareiculaamente ‘lo gove: : mais de Soverno paulista, Esses ies 204% desse fluxo eram ficilm, ‘antes seriam i i i" n iam inseridos nte Poderiam ser denominadas totalm ente afastados dos meios de 40 a possibi i i . ore spilidade de cultivar, em mint come Principal um lote de terra, pro- E desta produgio de _ A organizagio do trabalho livre em regime de plantation, fora de Sao Paulo, nao seria acompanhada pela imigragao cm larga escala de curopeus. Nas antigas areas de café fluminense, por exemplo, tal transigdo implicou o uso de trabalhadores nacionais livres desde antes de 1888. Nessas dreas, as novas relagbes de producéo assumiriam a forma da parceria, em que o trabalhador direto recebia uma faixa de terra da qual retirava sua subsisténcia basica (agricultura de alimentos) €, em contrapartida, dividia a colheita do café com 0 proprietario da terra. No momento da safra, a parceria era complementada por traba- Ihadores sazonais assalariados. Nao € necessirio dizer que esses tipos de relagdes de produgio s6 foram factiveis devido ao controle efetivo dos fazendeiros sobre as terras. Tal reforco da concentragio fundiaria é valido tanto para a vigéncia da parceria como para colonaro paulista. Ambos, pelo menos em tese, pressupoem que a terra se tenha tornado efetivamente “cativa”. HA certos indicios, para areas do Rio de Janeiro, ras a lavradores, sem cobrar em de que a antiga pritica de ceder ter 1 trocy uma renga fondiaria, desaparecera progressivamente com & ProXi- midade do término da escravidao. | | de raciocinio anteriormente Contrastando um pouco com 0 tipo apresentado, pesquisas mais recentes tém procurado apreender a transi¢Zo do trabalho eseravo para 0 livre, no Rio de Janeiro, sob a dtica da “negociacao”. Isto é, se 0s antigos senhores tinham o controle sobre a terra, em contrapartida vivian uma situagio de escasscz de mao-de- obra. E-comum encontrar na imprensa fluminense nocicias, 90 virada da década de 1880 para a de 1890, sobre a falta de trabalhadores nas 9 Sul, no periodo analisado, a plantations. No municipio de Paraiba 7; ; diminuigao dos habitantes fora da ordem de 11,7% ¢, na populagao economicamente ativa, a redugao ultrapassa os 20%. Acompanhando essa tendéncia, observa-se 0 crescimento das migragées da populagao negra ¢ parda para as dreas de fronteira aberta do agro fluminense, regides onde 0 acesso 3 terra era mais facil. E tendo em conta tais condigées que 08 ex-eseravos teriam Partido para a “negociagao” com os ‘seus antigos senhorcs. Para liberto interessava, pelo menos, a manurengio de seu gFAPS familiar acess? a terra, Ao longo da escraviddo, ele sedimentara fortes agns parentesco. Em Paraiba do Sul, por exemplo, na década de 70, calculase que 56,3% da populagio em cate esa ligada por vinculos de familia, nimero esse que podia alcancar 2/3 nas grandes fazendas da regido. A partir dai, o liberto encara @ sua insergdo no 1888, Da mesma maneita, no decor do possibilidade de processo de produgio do pos: ) cativeiro, ele aprendera a entender liberdade como & 167 “confronto” i que teria surgid i ae seno'ti a surgido a parceria. Ela Seravo, nesses tempos dl abalho familiar, a transformacao do ___ Por outro lado, assin coma St &M pequeno prod a stew , assim como o col utor. ma relacdo na « ., olonato, a parceri: é regulada pelo mercado, onde eats Uma Teaco ndo tov ente A : nao totalmente nte de relagdes de poder estava ae subsea classes subalternas con- al de seus direitos de ci- Plo, que a tiga prove fo sendo, queda demografies Senn flumine et tim Nicipios flumi Pelo cresciment, Portanto, algo geral ntada nse. Sabe-se, por exem- has antigas areas cafeei- inense: 0 . iguiete s, ueles primeitos, Bye ge t™ recede ional de outros mu- 168 S Gltimos muniefping einsenteshumanos tiam regiées onde 0 ado certo”, tendo desde tal é 0 caso de Capivari café, no século XIX escravista, nao teria “d cedo se voltado para a produgao de alimentos; ¢ Rio Bonito. Outras areas, como Campos (produgao de acticar para 0 mercado interno) em finais do século, passariam por uma fase de modernizagio (usinas de agcar) & conseguiriam resolver 0 problema da mao-de-obra, De qualquer forma, a antiga provincia do Rio de Janeiro, na passagem do século XIX para 0 XX, espera ainda a multi- plicagao de pesquisas de base. Aabordagem que fazemos tem 0 mériti do regime de trabalho, no campo flumini dindmica de diferentes grupos sociais ¢ nfo apenas co da vontade dos ex-senhores A mesma precariedade de estudos € ene aem ou 3 do Sudeste, Esse € 0 caso particular de Minas Gerais. As informagoes disponiveis sobre sua zona cafeeira (Zona da Mata mineira) sublinham © fechamento da fronteira em 1890 e sua subordinagao a0 capital comercial do Rio de Janeiro, como elementos que restringiam a capaci- dade de reprodugdo dessa agriculcura, Em termos de mao-de-obra, parece que aqui, 4 semelhan¢a dos cafeicultores fluminenscs, adota-se 0 trabalhador nacional sob 0 regime da parceria € do assalariamento doras, que concentravam No tempordrio. Quanto as dreas ndo-exportador’s, Ht” " Passado 0 grosso da populagao escrava da provincia, ainda se aguarda a Tealizagdo de pesquisas -_ Uma outra regido do Sudeste ¢ 0 Espiti século pasado, parte dessa provincia fora ocupada por fazendeiros café, com seus escravos, vindos do, Rio de Janeiro (deslocamento da fronteira). No pés-aboligao, as relagoes de produgio se organizariam em torno da parceria e de um esquema que Cn ET 4 Learn Produgao (colonos europeus) com 0 controle, por parte le empresarios maiores, do beneficiamento ¢ da comercializagao do café. ‘o de apreender a formagao ense, como resultado da mo a imposigo co Santo. Em meados do por fazendeiros de ‘A GRANDE PROPRIEDADE BO CAMPONES LIVRESO NorDESTE: Uma Ourra TRANsiGAo Entre 1850 ¢ 1900, os precos do agticar no mercado bavernacignal caem a uma taxa anual de 1%. A isso se acrescenta a perda pelo agheat brasileiro de certos mercados, antes scus tradicionais compre tee. Essa tendéncia negative afetari, particularmente as _tradicionai: Tegides exportadoras do Nordeste do pais. _ sisi Si Prt No decorrer do século XIX, @ post fio do as ee internacional de agdcar seria continuamen’® a re ie i temos o crescimento do agdear de beterraba | 169 letinham 90% do mercado mundial; em cessisto dace ate “Stavam reduzidos a apenas 50%. E desne- es et que tal movimento fora acompanhado pelo declinio do Prego daquela mercadoria, ® Excluido do vender a mai 1846 (Sugar Act), a0 reduzi de ach 4, a Gra-Bretanha absorvia betetraba ao mercade inate 0 Brasil. Contudo, a chegada da ja de 1870, seria faral, ¢ €XPortagdes brasilciras de agucar Se dirigiriam 4 Gri-Bretanha Com a perda ingle aria brincipslmente po mene U compravam 851% daqueles exportagdes, moti war ever da independéncia de Cuba tenderia a Unidos dc pe a 2 partir da ANexacdo por parte dos Estados Posteriemiente: om S93 22 avah amon po gee oS aciicar. f recip natura entre Washington e Havana de um tratado comerci; cial de ree; tr * ‘ 'Procidade ratado homélogo assinado com a Brcseoloearia €m segundo plano o asi virada do sécul em | i século o act no 'M 1891. Assim sendo, na mercado norte. “scar brasileira s¢ veria preterido também no scar brasileiro se encami- Unidos, que em 1885-89 ja Entretanto, 0 envolvimento Pelas €xportacde. “ar Nordestino nao puderam deste hos Palses latino-americanos, nem i vrasileiro, No primeiro caso, paises 80 Sudeste pa 4 sta propria industria (4 een ttito, tal mercado era retido e oe “cae (aexemplo de Campos, Minas Gerais sank canavieira worden dineade Se esperar que a agroexpor- capita anole é sci. Entretanto, contrari- 9.27%. Ao longo do ee Brasil crescem 4 uma fee ee a aaa de Petnambuco aumenta de 300" e amero de ‘lancieoee a cana em engenhos Pemambucanos Bata mais de dois nil. O nimero de téscimo de 2745, » Passa de 1.300 para 1. 650, ci a wieira, Esses ntimeros sao indicadores de que a agricultura cana’ vi le reprodugao am- no perfodo abardado, passava por um movimente sep eae en pliada. Movimento esse que, como acabamo: 1 iciai: ticar brasileiro. conjunturas de mereado internacional abate ao crescet 8 es . Ey as palavi gricultura canavieira de exp’ 5 a Em outras palavras, a agri ais desfavordveis, nos aponta para em meio &s flutuagées internacion To ag vividas 50 um fendmeno de dissincronia ennresestes: oe poe em davida interior daquela agricultura, Ta! Aepantedea da agriculeura tratada as teses que enfatizam a estrita ee var de se poder argumentar que com relagao as flucuagées externas. Pn io canavieira nordestina a possibilidade do crescimento da pro a «io nos paises consumi- esteve ligada ao aumento demogrifico TeBisr ee at compensatia dores (Estados Unidos ¢ Europa), 0 aX ado 5 externos, parece-nos que a perda da posigao do Brasil nesses mercac oO ese ampliar em meio a tendéncias declinantes de pregos s pr6prias condigbes i elementos. Referimo-nes siderada se repro- ceondmico-socaisineeras em que sear ndigdes internas, OU duzia, Parece-nos que é, em parte, nes Faria o agticar (na sua net n forms ssa « 5 procurar a expli- cagdo para o Sa eraesimn 3 “estudo dessas condo ae ‘do Spoca apreendida. | vo na medida em que € 3 segunds me ae eM ase alee indtistria acucarcira (engenhos cent” as Ge 1860, concentravam {ncias nordestinas, até a ce fs, 0 que significa dizer As provincias ns ‘opulacao cativa do pais, aes provincial mais ou menos 50% da ve escravos superior fi do con} ee F350, Per due possufam uma soma de eset aque, entre 1839 e 1850, Per. representado pelo Sudeste. Calcula ‘re 1.100 escravos ¢, em alguns Nambuco teria importado anualmen? ossivel perceber a resins anos, trés mil. Através desses dione do Nordeste. Todavia, arya da instituigdo escravistaem aes lic 9 do trafico internacion: nas demais provincias brasileiras, a4 sigdo desta mao-de- dade de reposicao ‘a apacidade de r a mnam- cativos em 1850 iria abalar 2 TOP "asta recordar que cm Per a verifica i 5 wulagio cativa obra no Nordeste; para verifiat a. sua Popul buco, segundo o censo prov! era africana. nas, os limites P' fncias nordestinas, Pela No caso das provincias nordestinas. O° mAo-de-obra escrava nao seriam dados ap ara a reposigao da poligao do trifico 171 al © pela inexisténc : Olitica de reprodugio ‘Os cativos. Além dess y e : '¢40 de cativos do Nordest vincial nucria- endividados, € para o Sul. ‘Se, €m parte, dos escravos Cabe aqui lembrar que a pro- S; em Jaboatao (municipio ca- ‘0, em 1842, 30% dos escravos Nas regides do Nordeste. No fes as dentincias dos cénsules afticanos para o sul azendciros se reuniriam no cravos alforriados ‘aram obrigados a de dois Por outro lado, € necessdrio lembrar que, dos 21 mil fe entre 1885 ¢ 1888 em Pernambuco, cerca de 40% SS a8 continuar trabalhando para os seus antigos donos po oP ents 5 sii a trés anos, ou a pagar a esses tiltimos a soma corresp' oe sua vez, 0 trifico interprovincial ¢ @ abl nao levariam a desarticulagao da agricultura ae nado, a como ja pode ser inferido do crescimentO, a ee que onOmerD mesma agricultura. Em meados do séculoX! ca taeacnesdls agica de escravos superava o de trabalhadores livres Ae ela pel6 em uma proporgio de 3 para 1. Contudo, a tee adoesse congo erm censo de 1872 ja era sensivelmente diferente el ert Pernambuco, o ntimero de homens livres vlerapassag &6 CTT todos os tipos de ocupagado; para cada escravo, ‘ae os lavradores, * . ivres; en! é sem profissdo definida, existiam a dress avo para cinco lites. criados e jornaleiros, aquela relagao era de u vo pata 0 : rabalho escravo pat Para o entendimento dessa passagem it ate ‘algumas das eicuns- juridicamente livre € necessario ss ter Sane Go trabalho livre se i es abalho liv tancias nas quais cla se processa. 'st jfica um fluxo imigracorio, 20 da em condigdes em que: a) nao se al no Nordeste nao h4 uma contririo do que ocorrera em Sao Pau rabalhadores estrangeiros; b) Poltica consistente de importagie 86 rio incexprovinci ) sis So.de-obra na forma Canela. nota-se a saida de mao-de-obra 8 Io avoure, dé nao ta urea madara no padrio cecnolégico al continua se repro- reduzir 0 niimero de trabalhadores,¢ 2 ee mais teas emais duzindo extensivamente, através da incorpo c imeiro momento, a i aqui tragado nos leva, em ee was de) cred -afia nordestina, ‘acias repre i € demografia z sas provincias rep! cine Ba 72s populagao do conjunto SS85 Pro tee dS Ob oo e demogrifico do Pate oe 1872, essas sentava 46,7% do contingente 19 ¢ 1872, ‘asil. Entre 1 oF assim & regio mais populosa do Beat co da ordem de 171.5% Provincias tiveram um aumento demeghle” Go Sudeste (que Crescimento esse que, mesmo inferior Prt Be coros, O Sudeste, ean é mais significativo sob Cort” gronteira aberta, fora de 176,1%), € mais s! my ainda virias reas de One os. ca de uma mao-de- a a presenga de uma met 2 am para a pre: rdficos demografia nordestina nos SEE ve Isto é, em rermos demogr uira “ i rc err sicamente liVTe, obra possivel para substit trabalho escravo pelo juridic: €ra factivel substituir-se © 173 8 propriedades pro- “ faretto O primeiro er Ihasse mais, recebiaane forne- diceito ¢ o foreiro, O primeiro devia mals, recebi - és dias por semana; + deitioradons oor ane ou trés dias por | gundo tipo ‘abalho gratuil Aa Reragio monetiria. O SoH ou 30 dias de trabalho g ge eased Sin ee Seon por receber foro 20 ae eco de senhor. Ao mesmo Ferns ‘hha de pagar um for: a atl. 0 reenter abalho gratuito, janet para emabat ta de pro- dessas formas de crab: ue o morador re 4o nao-capitalis ine nas Salas et aceipeiiet nseranr ee se are aquelas insta reado 1 ec ess xemplo cat jo mel Novi 6 a85im) no morador, e baa Ta Oe ae sy pesmorsficels he Jo era inteiramen' era o trabalho fat da forga pesterigstin ude scamponés Sue ocala a reproduce na Suan See subsisréncia _ eto esse que se tra de ttabathe cot welvzada pelo senhor livres utilizados a ser utili » Gleimo: res livres Ut i de trabalho a s para esse tl de crabalhado A maior pare reducio das despesa nT e riados diarista sazonais, O:segundio maior cont lara zo. qualifieados © sezonais dese the 278 consent palhadores ixlugao agucarcira, nna década nan £5, compunt ae uge dr reais ara dase eg ns Iheita de-cana Os one ie em ee da cons- i ei . i ij hs épocas de colheita = da década seguinne aE ase final dos de 1860 e primeiros on cade pela pro subir. Contudo, de mao-de-obra eras vs —, puderam a s de fe trugdo de estrada: inio +. 9 declini ju Sejay dos inverso, 0 tos: ia o movimento : expulsaram ia s que © srificar-se-Ii secas anos de 1870, verii agucareira). Em f fio das fata (area ague hegaram a dos niveis salariais em ra a Zone ee engenhos chegatnm 2 habitantes do sertao O decénio oe eva composta Va os traba- algumas das colheitas . mio-de-opr iariados, ae eou téenicos Tegistrar que 45% de ego, Entre srvigos administativos OU Sazonais vindos do “eos fgadosa servi 2€7 mate ea am oUttO Ihadores qualificados © 08! uma situate ono process0 prod é se encontravar nidam egados re de te! . oA spacer" amen livres oro) recebia umf Sistema de trabalho * (rendeiro, pat tivo do agticar. O lav 175

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