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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE FÍSICA
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL – FÍSICA GERAL E
EXPERIMENTAL I – TURMA 11
PROFESSOR MICHEL STEFALLO

Ana Carolina Abadi de Moura


Matrícula 202010657

EXPERIMENTO I – TRATAMENTO DE MEDIDAS FÍSICAS


E ANALISE GRÁFICA DE RESULTADOS EXPERIMENTAIS

Santa Maria, RS
Junho / 2021
1. PARTE UM: DETERMINAÇÃO DE ERROS

1.1 OBJETIVOS
O presente relatório possui como objetivo fornecer conhecimento sobre os erros
associados a diversos processos de medidas físicas, e como quantifica-los. Visa também
determinar o tempo de reação, ou seja, o valor verdadeiro de t.

1.2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA


Partindo da equação da posição de um objeto em queda livre:

(1)

considerando a velocidade inicial v₀ = 0 e, x−x₀ o deslocamento d é possível obter uma


expressão para determinar o tempo de reação.

√ (2)

O valor verdadeiro de uma grandeza é aquele obtido se sua medida fosse feita de
maneira perfeita e com instrumentos perfeitos, ou seja, um caso ideal. Como isso é
impossível, deve-se necessariamente associar um erro ou desvio ao valor de qualquer
medida. Estes erros podem ser descritos como:
a) Erro sistemático: devido a problemas de calibração, leitura, operação, fatores
climáticos, etc. Dentro do possível, estes erros devem ser evitados e/ou
minimizados. Entretanto, sempre haverá limites para a resolução de determinados
instrumentos de medida.
b) Erro aleatório: flutuacão da medida em torno de um valor médio e está associado
às limitações do instrumento de medida e/ou do operador, interferências, etc.
Para minimizar o erro em uma medida é preciso realizar um grande número de
ensaios e calcular sua média. E, para mensurar esse erro, recorre-se a um tratamento
estatístico, calculando o desvio padrão da média.
Considerando X o valor da medida de uma grandeza física, xn o valor da n-ésima
medida de X e N o número total de medidas realizadas, a média aritmética das medidas é
dada por:

̅ ∑ (3)

Assim,
̅ (4)
é o desvio de uma medida qualquer em relação à média ̅ . Em outras palavras, o desvio
é a diferença entre o valor medido e o valor mais provável. Assim, o desvio médio da
medida, que expressa a dispersão das medidas e torno da média é estimado por:
̅
̅ ∑ ∑ (5)

E o desvio padrão da média por:


∑ ∑ ̅
̅ √ √ (6)

Logo, o valor verdadeiro da medida X pode ser expresso como:


̅ ̅ (7)

1.3 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

1.3.1 APARATO EXPERIMENTAL


Para a primeira fase do presente relatório experimental foi usados os seguintes
instrumentos:

 Régua de 30 centímetros com escala milimétrica;


 Calculadora
 Papel milimetrado;

1.3.2 METODOLOGIA
Como procedimento experimental foi orientado:

“Um colega segura uma régua verticalmente com o zero da escala coincidindo com
a parte inferior da sua mão. Cuidado para que a régua não toque na sua mão. Então,
quem estiver segurando a régua deve, sem aviso prévio, solta a régua. Você deve
segurar o mais rápido possível. Repita o mesmo procedimento por 20 vezes, anotando,
na tabela abaixo, que distância a régua percorre de cada vez (d em metros e t em
segundos).”

Figura 1: Esquema da realização do experimento

Determinar para cada medida de distância percorrida d:

a) O t (Eq. 2), ∆t (Eq. 4) e (∆t)²;


b) O tempo médio ̅ (Eq. 3) de reação;
c) Desvio médio da medida ∆ ̅ (Eq. 5);
d) O desvio padrão da média ̅ (Eq. 6);
e) O tempo verdadeiro de reação t (Eq. 7).

* Considere aceleração da gravidade g = 9,8 m/s2

1.3.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO


Primeiramente, foi realizado o experimento segundo a orientação dada no roteiro:
A partir dos dados coletados, foi construída a coluna “ ”, convertendo cada
distância que a régua percorreu para metros.
Após isso, calculou-se cada item pedido no tópico anterior:
a) Para calcular t (Eq. 2), ∆t (Eq. 4) e (∆t)²:

√ =√ √
√ √ √

√ √ √

√ √ √

√ √ √

√ √ √

√ √ √

E ̅

Para a terceira coluna, temos:


̅

E ̅ = -0,001.

Para , basta elevar cada um dos valores acima ao quadrado.

b) Para calcular tempo médio ̅ de reação:

̅ ∑
c) Desvio médio da medida ̅:

̅
̅ ∑ ∑

f) O desvio padrão da média ̅··:

∑ ∑ ̅
̅ √ √ √ √

g) O tempo verdadeiro de reação t:

̅ ̅

Sendo assim, é possível formar a tabela abaixo:

1 0,225 0,214 0,014 0,000196


2 0,22 0,211 0,011 0,000121
3 0,18 0,191 -0,009 0,000081
4 0,25 0,225 0,025 0,000625
5 0,205 0,204 0,004 0,000016
6 0,155 0,177 -0,023 0,000529
7 0,185 0,194 -0,006 0,000036
8 0,15 0,174 -0,026 0,000676
9 0,14 0,168 -0,032 0,00102
10 0,235 0,218 0,018 0,000324
11 0,25 0,225 0,025 0,000625
12 0,18 0,191 -0,009 0,000081
13 0,205 0,204 0,004 0,000016
14 0,155 0,177 -0,023 0,000529
15 0,19 0,196 -0,004 0,000016
16 0,175 0,188 -0,012 0,000144
17 0,245 0,223 0,023 0,000529
18 0,195 0,199 -0,001 0,000001
19 0,17 0,186 -0,014 0,000196
20 0,24 0,239 0,039 0,001521
d = 0,197 t = 0,2 ∆t = 0,0002 Σᴺn=1 (∆t)² = 0,0061
1.4 CONCLUSÃO
Com o estudo da primeira parte do presente relatório, foi possível aprender mais
sobre os cálculos que levam até o tempo de reação humana, levando em conta a
distância percorrida por um objeto em queda. Considerando os 20 parâmetros
experimentais coletados, o verdadeiro tempo de reação foi igual a 0,2 segundos

2. PARTE DOIS: ANÁLISE GRÁFICA

2.1 OBJETIVOS
 Conhecer alguns tipos de relações entre variáveis físicas;
 Construir gráfico, em papel milimetrado, e identificar as respectivas funções; e
linearizar dados experimentais para a determinação de funções.

2.2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA


Muitas funções que descrevem os fenômenos físicos não são lineares, ou seja, não
são funções do tipo . Entretanto, muitos fenômenos estudados nas disciplinas
de física geral podem ser representados por funções do tipo (relação de
potência) ou (relação exponencial). Em geral, após a realização de um
experimento deseja-se estabelecer a função matemática que relaciona as variáveis
independentes às variáveis dependentes do fenômeno físico estudado. Isto consiste na
identificação da forma da função e na determinação dos valores numéricos das
constantes a, b e n, das expressões citadas acima. Um dos métodos mais simples para
abordar este problema é o da análise gráfico e linearização dos resultados experimentais.
Além deste, existem vários métodos numéricos para realizar a mesma tarefa, dentre os
quais, podemos citar o dos mínimos quadrados. A análise gráfico de funções lineares e
não lineares será apresentada e discutida a seguir, bem como a linearização de funções
potencial e exponencial.

 RELAÇÃO LINEAR

Figura 2: Exemplo de um gráfico linear e de como


obter o coeficiente angular de uma reta
 RELAÇÃO DE POTÊNCIA

Para determinar os parâmetros a e n deve-se


linearizar a função de potência. COMO?
Figura 3: Exemplo de um gráfico do
tipo potência.

 Aplicando logaritmo a ambos os membros da relação de potência, temos:

(8)

E, efetuando a troca de variáveis: e obtemos a


equação da reta , onde A é o parâmetro linear e n é o coeficiente angular.
Assim,

(9)

Assim, os dados linearizados poderão ser representados em papel milimetrado e


podem ser encontrados os parâmetros lineares e angulares para a expressão matemática
da função, veja a figura da esquerda. O mesmo resultado pode ser obtido se a função¸ for
representada graficamente em papel dilog, como mostrado na figura da direita.

Figura 4: Dados linearizados representados em papel milimetrado(esquerda) e em papel dilog (direita).

 RELAÇÃO EXPONENCIAL
(10)
Para linearizar a função, aplica-se a ambos os lados da equação o logaritmo
neperiano: Figura 5: Exemplo de um gráfico
exponencial

(11)
como , tem-se que Efetuando a troca de variáveis e
, obtem-se: ,

(12)

Assim, os dados linearizados poderão ser representados em papel milimetrado e


podem ser encontrados os parâmetros lineares e angulares para a expressão matemática
da função, veja a figura da esquerda. O mesmo resultado pode ser obtido se a função for
representada graficamente em papel monolog, como mostrado na figura a direita.

Figura 6: Dados linearizados representados em papel milimetrado(esquerda) e em papel


monolog(direita)

2.3 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

2.3.1 APARATO EXPERIMENTAL


Para a segunda fase do procedimento experimental foi utilizado:

 Dados experimentais fornecidos no roteiro;


 Papel milimetrado;
 Calculadora.

2.3.2 METODOLOGIA
Dados experimentais: As medidas da distância x percorrida por um corpo
descendo um plano inclinado, em função do tempo, são mostradas na tabela abaixo:

t[s] x[cm] log t log x


0 0 // //
1 2,2 0 0,34
2 7,7 0,3 0,88
3 18,4 0,47 1,26
4 31,3 0,6 1,49
5 51 0,69 1,7
2.3.3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Atividade:
a) Represente graficamente os valores de x [cm] e t [s] em papel milimetrado. A
dependência dos eixos deve ser levada em consideração. Como é a posição x
que depende do tempo t (a posição é a variável dependente), os dados com
relação à posição devem ser informados no eixo y e, os dados com relação ao
tempo t (variável independente) devem ser informados no eixo x;

b) Identifique o tipo de função (relação linear ou de potência, ou...?);

c) Linearize essa função, represente-a graficamente em papel milimetrado e


determine seus parâmetros.
Dica: Com base nas informações sobre linearização, primeiramente determine log
de x e t e complete a Tabela 1. Em seguida faça o gráfico de log(x) x log(t) em
papel milimetrado. Determine os parâmetros a e n utilizando a (Eq. 9).
Lembre que: Quando é realizada a linearização, extraindo log dos dois lados da
igualdade, há uma mudança de variáveis.

d) Após determinar os parâmetros a e n, escreva a expressão matemática da


função.

e) Qual é a aceleração ( ) desenvolvida pelo corpo descendo o plano inclinado?


Dica: A equação horária da posição para um MRUV é expressa por:

(13)

considerando que a posição inicial e a velocidade inicial obtemos:

(14)

Compare com ·, ou seja,

** Ao fazer os gráfico, tomar cuidado com os eixos, com as escalas a serem


utilizadas e com as unidades.
2.4 CONCLUSÃO
Resolvendo as questões propostas no tópico acima, temos:

Gráfico 1: distância x percorrida por um corpo descendo um plano inclinado, em função do tempo.
a) O tipo de função que foi representado em papel milímetro é uma função de
potência.

b) Com base na tabela 1, que foi completada com os valores de log de x e t, foi
construído o gráfico de log(x) x log(t) em papel milimetrado

Gráfico 2: log(t) x log(x).

Para determinar os parâmetros a e n, calcula-se:

c) Sendo assim, temos que a expressão matemática


d) Qual é a aceleração ( ) desenvolvida pelo corpo descendo o plano inclinado?

Sendo temos então 2*2,13 = 4,26.


Sendo assim a aceleração desenvolvida pelo corpo é de a’ = 4,26

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