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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA

FACULDADE DE DIREITO JACY DE ASSIS

LAILA MARIA FRANCO OLIVEIRA (11921DIR027)


MARIA CAROLINA RODRIGUES (11921DIR011)

AMICUS CURIAE: ANÁLISE DO PROCEDIMENTO FRENTE AOS ENSINAMENTOS


DE CASSIO SCARPINELLA BUENO

UBERLÂNDIA
2021
RESUMO

O presente trabalho possui o propósito de apresentar as principais


considerações sobre o estudo de amicus curiae de Cassio Scarpinella Bueno, dando ênfase
nos levantamentos apresentados na Enciclopédia Jurídica da Pontifícia Universidade Católica
de São Paulo. Pretende-se dispor o trabalho na disciplina de Direito Processual Civil I,
ministrada pela professora Dr. Alice Ribeiro de Souza, do Curso de Direito da Universidade
Federal de Uberlândia como Atividade Assíncrona. Em suma, a obra busca as principais
considerações realizadas pelo processualista mencionado, de modo que os tópicos principais
do artigo analisado dimensionam os aspectos de: (i) origens; (ii) referenciais do instituto no
direito brasileiro anteriores ao CPC de 2015; (iii) possibilidade de generalização do amicus
curiae no direito processual civil brasileiro antes do CPC de 2015; (iv) confronto com
paradigmas do direito processual civil tradicional; (v) disciplina codificada do amicus curiae;
(vi) pressupostos de intervenção; (vii) modos de intervenção e controle; (viii) negócio
processual e amicus curiae; (ix) representatividade adequada e interesse institucional; (x)
requisitos para a participação como amicus curiae.
Palavras-chave: Direito Processual Civil. Amicus Curiae. Intervenção de Terceiros.

Amicus Curiae: análise do procedimento frente aos ensinamentos de Cassio Scarpinella


Bueno

O autor inicia o texto tratando das origens do amicus curiae, o qual é


uma expressão em latim que significa “amigo do tribunal”. Porém, uma mera tradução não é
suficiente para que se entenda o instituto, uma vez que o mesmo não possui semelhança com
qualquer figura conhecida no direito processual, já que a palavra “amigo” apenas se mostra no
Código de Processo Civil nos casos de suspeição do magistrado (art. 145, I), dos auxiliares da
Justiça (art. 148, II) e de outros sujeitos imparciais do processo (art. 148, I e III), assim como
na suspeição de testemunha (art. 447, § 3º, I), o que torna indubitável a falta de relação com o
amicus curiae.
Além disso, para fortalecer a ideia de que o instituto em questão é
insólito, o autor salienta que apesar de ser uma expressão latina, não há como se provar com
certeza que o amicus curiae nasceu no direito romano, o que se tinha mais próximo na época
era a figura do consilliarius. Partindo para uma análise do direito inglês, é explicado que o
amicus curiae agia de forma a informar os juízes sobre os precedentes e as leis que estes não
conheciam, agindo na qualidade de attorney general ou de counsels. Além dessa qualidade,
também possuíam a função de identificar os precedentes de cada caso, sua ratio decidendi e
sua evolução com o intuito de verificar seus usos, preservação, mutação e insubsistência.
Porém, só era admitido o amicus curiae nos casos que não diziam respeito aos interesses
governamentais.
Também é citado no texto o papel do amicus curiae no direito norte-
americano, o qual possui sua origem em dois grupos de casos distintos. O primeiro grupo trata
de casos onde o amicus curiae agiu como “advogado do Estado”, enquanto o segundo mostra
uma mudança importante para o instituto em questão, por permitir o “amicus curiae privado”
e não apenas o público ou governamental, todavia, se questiona quanto a parcialidade da
intervenção do mesmo.
No segundo capítulo da obra, o autor mostra sua opinião de que,
anteriormente ao CPC 15, certas situações de intervenção de terceiros vistas como diferentes
seriam casos de amicus curiae, e não apenas “intervenções anômalas de terceiros”. Dessa
forma, ele passa a citar tais situações separando-as em dois grupos distintos.
O primeiro grupo trata de hipóteses onde os terceiros sempre
possuíram o direito de ingressar no processo em virtude de sua razão de ser institucional,
sendo que possui a função de contribuir para que a decisão do magistrado observasse as
peculiaridades de cada caso, além de que sua intervenção é prevista pelo ordenamento. Um
exemplo é o art. 31 da Lei 6.385/1976, o qual permite a intervenção da Comissão de Valores
Imobiliários nos processos que tratam do mercado de capitais.
No segundo grupo, um dos exemplos é o art. 3º, § 2º, da Lei
11.417/2006, o qual permite a intervenção de “terceiros” no processo com o intuito de revisar,
editar e cancelar Súmula Vinculante perante o Supremo Tribunal Federal. Expondo que as
previsões feitas pelo ordenamento não explícitas no tocante de quem pode intervir, o que
limita a aceitar a intervenção genérica de terceiros.
O autor também afirma que quando se “importa” figuras do direito
estrangeiro para o nacional deve-se ter muito cuidado, principalmente no caso do amicus
curiae, o qual as doutrinas inglesa e norte-americana abordam ao mostrar a força dos
precedentes. Assim, alguns autores entendem que para se fixar ou definir precedentes, faz-se
necessário criar uma discussão extensa sobre os argumentos de uma tese, sendo quisto
representar em juízo a maior quantidade desses argumentos. Ademais, ressalta que esse fato já
era visto como verdade sistemática antes do CPC 15, e, com ele, se tornou um princípio
fundante chamado pelo autor de “direito jurisprudencial”.
Em seguida, o texto passa a analisar a possibilidade de generalização
do amicus curiae no direito processual civil brasileiro antes do CPC de 2015. Para isso, o
autor inicia o quarto capítulo expondo duas reflexões sobre que foram pouco a pouco
absorvidas pelo direito brasileiro. Aponta que o CPC 15 está em conformidade com essas
duas constatações
A primeira constatação é a chamada “crise do legalismo”, a qual se dá
pelo entendimento de que o texto da lei não pode ser visto como a norma jurídica, pois esta
deve ser resultado de uma prévia e necessária interpretação. Assim, o juiz não é mais visto
como “boca da lei”, uma vez que a valoração passa a ser fundamental para a interpretação do
texto jurídico.
A segunda constatação diz respeito à crescente importância dos
precedentes judiciais. O autor diz que não concorda com a ideia de que o direito brasileiro
está migrando para o common law, embora reconheça a admissão, pelo direito constitucional
brasileiro, de decisões vinculantes proferidas pelo Supremo Tribunal Federal desde a Emenda
Constitucional 45/2004. Ademais, cita a característica persuasiva que as decisões dos demais
Tribunais passaram a ter.
Posto isso, o autor menciona a Exposição de Motivos que
acompanhou o Anteprojeto de novo Código de Processo Civil no tocante à admissão do
amicus curiae como uma modalidade de intervenção de terceiros. Um trecho importante do
mesmo é:

“Por outro lado, e ainda levando em conta a qualidade da satisfação


das partes com a solução dada ao litígio, previu-se a possibilidade da
presença do amicus curiae, cuja manifestação, com certeza tem
aptidão de proporcionar ao juiz condições de proferir decisão mais
próxima às reais necessidades das partes e mais rente à realidade do
país.”
Logo, o autor aponta que as origens do amicus curiae, na
Inglaterra e Estados Unidos, já indicavam funções que diziam respeito à adoção de elementos
“valorativos” ou “informativos” e à fixação de precedentes. Assim, ressalta que essa já era
uma função de determinadas hipóteses elencadas no segundo capítulo do artigo, como o já
mencionado art. 3º, § 2º, da Lei 11.417/2006 na época de vigência do CPC de 1973, as quais
propiciavam a formação, aplicação e interpretação de precedentes, o que justifica a atuação do
amicus curiae.
Mais adiante, o autor defende a reformulação do da dogmática
do direito processual civil à luz da Constituição Federal, o que é chamado de “modelo
constitucional do direito processual civil”. Assim, é posto que o direito do contraditório passa
a possuir um viés de “colaboração”, “cooperação” ou “participação”, ao oportunizar decisões
mais próximas da realidade por trazer ao juiz elementos de fato e direito que influenciam sua
decisão. Contudo, aponta que o amicus curiae apenas pode ser um agente do contraditório no
quesito “colaboração”.
Após isso, é mostrada a opinião do autor de que o amicus
curiae é um ponto de contato entre o “direito processual individual” e o “direito processual
coletivo”. Sendo que no individual a intervenção no processo seria no sentido de proteger um
direito ou interesse próprio contra uma decisão que verse sobre um direito alheio. Por outro
lado, no coletivo outras modalidades de intervenção, sem o viés individualista, são
concebíveis, sendo possível buscar a tutela de um “direito alheio” que pode não chegar a ser
subjetivado a alguém. Este fato se relaciona ao problema da legitimação no direito processual
coletivo, colocando em questão quem poderia ser condutor do processo e quem poderia
intervir no mesmo.
No início do quarto capítulo do artigo, são apresentados
“paradigmas de análise” quanto ao amicus curiae. O primeiro deles é o fato de que ver o
amicus curiae como um “sujeito do processo” não é suficiente, pois é uma expressão muito
ampla. Outro paradigma é a insuficiência da catalogação do amicus curiae como “auxiliar da
justiça”, pois esta figura gera uma ideia de hierarquia entre o amicus curiae e o órgão
jurisdicional, a qual não existe. Além disso, o autor defende que o amicus curiae não pode ser
entendido como uma modalidade de prova ou de “curador especial”.
Entretanto, destaca-se a comparação do amicus curiae com a
figura do “fiscal da lei”, também chamado de custos legis, função desempenhada pelo
Ministério Público. Também, é posto que o direito inglês não possui tal figura e que a
doutrina norte-americana enxergaria o Ministério Público como um “amicus curiae público
ou governamental”.
O autor salienta que a modalidade de intervenção de terceiros
tratada no artigo se aproxima mais do direito material do que o processual, enquanto as outras
modalidades conversam mais com o processual, por possuírem um viés mais individualista ao
buscar a tutela de um direito próprio que dependa da tutela de direito alheio.
Assim, a intervenção do amicus curiae deve ser altruísta, uma vez que
ele possui interesses e não direitos, pois não busca zelar por um direito próprio. Portanto, o
interesse do amicus curiae não é um “interesse jurídico” e nem um “interesse coletivo”, pois
se possuísse este último seria autor, e não terceiro, ao promover uma ação coletiva. Logo, o
autor defende que o instituto teria um “interesse institucional”, o qual está ligado à
imparcialidade, pois não deve existir a busca por um direito próprio, porém deve-se distinguir
a neutralidade da imparcialidade, já que neutro deve ser apenas o magistrado e seus auxiliares
da Justiça.
A seguir, é mencionado o art. 138 do CPC de 2015 e as modificações
realizadas pelo novo Código, como a generalização do amicus curiae e sua transformação em
modalidade diferenciada do procedimento de intervenção de terceiros, ato que o implica em
algum tipo de consequência, seja mediante provocação das partes ou influência do
magistrado. O artigo estabelece o esclarecimento acerca da dinâmica que constava
implicitamente no código, assim, o amicus curiae passa a ser amplamente considerado
recurso de aplicação em casos de possível criação de precedentes.
Cabe lembrar, ainda, a análise acerca da valorização direcionada a
força criativa da interpretação judicial sobre o que o autor chama de "padrão de mera
legalidade hermenêutica”, assim como demais elementos relacionados aos precedentes. Por
isso, é levantada a importância da prévia oitiva na modalidade diferenciada de intervenção de
terceiros aqui estudada, de modo que a segurança e qualidade dos atos jurídicos se perpetuem.
Nesse ínterim, o amicus curiae ganha novos horizontes diante de uma
perspectiva inovadora e generalizada, o que ocasionou a ampliação de sua participação nos
processos. A inclusão do art. 138 no CPC/2015 estabelece parâmetros que, segundo o autor,
consistem em: “(i) relevância da matéria; (ii) especificidade do tema objeto da demanda; ou
(iii) repercussão social da controvérsia” (BUENO, Cassio Scarpinella, 2017). Assim, o que é
denominado "relevância da matéria” é diretamente proporcional à incorporação do amicus
curiae e aos elementos citados se expressam, na realidade fática, de modo conjunto ou
individual. É notório evidenciar que a proporcionalidade proposta com relação ao amicus
curiae diz respeito, em grande parte, à interpretação adequada do direito.
Destarte, o terceiro carente de interesse jurídico próprio, mas portador
de interesse institucional, atua conforme a defesa de um interesse que difere do conceito de
interesse processual e auxilia na coesão do julgamento. É essencial que sejam criadas
possibilidades para que essa participação ocorra, além da diferenciação do processo coletivo
com a repercussão social da controvérsia, conteúdo reiterado como distinto pelo autor.

O que enseja a intervenção desse ‘terceiro’ em processo alheio é a


circunstância de ser ele, de acordo com o direito material, um legítimo
portador de um ‘interesse institucional’, assim entendido aquele
interesse que ultrapassa a esfera jurídica de um indivíduo e que, por
isso mesmo, é um interesse metaindividual. Um tal ‘interesse
institucional’ autoriza o ingresso do ‘amicus curiae’ em processo
alheio para que a decisão a ser proferida pelo magistrado leve
adequada e suficientemente em consideração as informações
disponíveis sobre os impactos e os contornos do que lhe foi
apresentado para discussão. (BUENO, Cassio Scarpinella, 2003)

No que tange à intervenção, deve ser recordado que “o juiz ou o


relator, considerando a relevância da matéria, a especificidade do tema objeto da demanda ou
a repercussão social da controvérsia, poderá, por decisão irrecorrível, de ofício ou a
requerimento das partes ou de quem pretenda manifestar-se, solicitar ou admitir a
participação de pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada, com
representatividade adequada, no prazo de 15 (quinze) dias de sua intimação” (art. 138, caput,
CPC/2015).
Outrossim, a decisão irrecorrível é interpretada restritivamente,
enquanto a inadmissão quanto a solicitação de amicus curiae é recorrível mediante agravo de
instrumento ou agravo interno em casos de decisões monocráticas provenientes de Tribunais.
Cabe lembrar que a negação da intervenção por amicus curiae contrapõe-se ao modelo
cooperativo de processo, o qual expressa que “todos os sujeitos do processo devem cooperar
entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva” (art. 6°,
CPC/2015).
O pedido de intervenção engloba a constatação de litígio, a
possibilidade de indicação do indivíduo que participa da demanda e o entendimento sobre a
atuação do magistrado, sendo estabelecida a verificação dos critérios necessários para a
proposição de amicus curiae. À vista disso, a intervenção, segundo o autor, deve conter
“representatividade adequada", isto é, o interesse institucional deve ser devidamente exposto,
sob pena de indeferimento do pedido. É de suma importância que a contribuição seja
relevante, uma vez que os resultados impulsionam a própria razão da intervenção. Apesar
disso, Bueno reitera que não concorda com esta abordagem, como é possível observar:

“(...) não me parece correto que uma característica possa substituir a


outra porque a qualidade da contribuição a ser ofertada pelo amicus
curiae é um posterius em relação à sua intervenção e à análise que o
magistrado deverá realizar para aceitá-la ou não (um prius). Pode até
ocorrer, não nego, que as informações ou esclarecimentos ofertados
pelo amicus curiae sejam de todo frustrantes ou desimportantes. Isso,
contudo, não deve inibir ou vedar a intervenção. O que ocorrerá em
casos que tais é que, muito provavelmente, o interesse que justifica a
intervenção do amicus curiae não será devidamente tutelado. É o que
se dá, similarmente, à intervenção de qualquer outro terceiro na qual o
interveniente não consiga demonstrar seu ponto de vista ou a
necessidade de tutela de seu próprio direito. Interesse jurídico, que
justifica a intervenção, ele possui; sua posição jurídica, contudo, por
ser frágil, não será acolhida, o que é bem diverso.” (BUENO, Cassio
Scarpinella, 2017)

Posteriormente, é proposta uma análise sobre o interesse institucional,


o qual deve ser interpretado de forma ampla diante de um contexto em que os interesses
dizem respeito a uma coletividade, ou seja, não são específicos de uma pessoa, seja ela
jurídica ou natural. Certamente, é notável o conteúdo valorativo e significativo que permeia o
tema, pois as decisões criam precedentes e vinculam atos futuros.
Em um Estado Democrático de Direito, é esperado que haja
diversidade no que se refere à fiscalização da ordem jurídica, motivo pelo qual o Ministério
Público não é o único responsável por versar sobre o tema. Assim, órgãos e entidades como a
Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Comissão de Valores Imobiliários (CVM), o
Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) e o Instituto Nacional da
Propriedade Industrial (INPI) também podem realizar o ato mediante a demonstração de
legitimidade para tal.
Quanto ao prazo, entende-se que este é de quinze dias, sendo contado
a partir da data de intimação. Não obstante, pode haver variedade temporal, como no caso de
intimação respectiva, a qual possui prazo de quinze dias úteis. Em resumo, o autor
complementa que “a ausência de manifestação, máxime porque, como preceitua o dispositivo,
pressupõe regular intimação, afasta qualquer pecha de irregularidade ou de invalidade para o
processo ou, menos que isso, a qualquer ato processual”.
Além disso, cabe mencionar que o amicus curiae “não implica
alteração de competência nem autoriza a interposição de recursos, ressalvadas a oposição de
embargos de declaração e a hipótese de que o amicus curiae pode recorrer da decisão que
julgar o incidente de resolução de demandas repetitivas” (§1° e §3°, art. 138, CPC/2015). Por
conseguinte, a legitimidade recursal é relacionada ao motivo pelo qual se propõe a
intervenção e permite apenas as hipóteses de embargos de declaração e os casos mencionados
no §3° do art. 138. As alegações apresentadas devem ser analisadas de maneira que teses
jurídicas sejam contestadas ou reiteradas a partir de um procedimento legal e democrático.
Deve ainda ser lembrado que o procedimento é realizado mediante uma interpretação
restritiva no artigo 109, inciso I, da Constituição Federal.
A atuação do amicus curiae é admitida e definida mediante os
preceitos estabelecidos pelo juiz ou relator nos termos do art. 138 do CPC/2015, de forma que
seja incorporado o material necessário para que o procedimento possua andamento, como a
possibilidade de sustentação oral, participação de audiências públicas e oferecimento de
conteúdo proveitoso às alegações apontadas. Os estudos acerca da capacidade postulatória
revelam, ainda, que não há necessidade de requisição de um advogado se a sustentação for
apenas oral ou por escrito, contudo, o amicus curiae de pessoa jurídica deve prosseguir apenas
com a legitimação processual. Deve ser direcionada atenção especial para os casos em que
existe a exigência de estatuto da associação para que determinado órgão delibere sobre o
amicus curiae, pois nesses casos a entidade demandada deve prevalecer. Os custos e despesas
do processo não devem recair sobre o amicus curiae, mas pode ocorrer uma análise caso a
intervenção gere custos às partes. Por fim, o autor estabelece que a intervenção aqui estudada
não se submete à coisa julgada.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973. Institui o Código de Processo Civil. Diário
Oficial da União, Brasília, DF, 17 jan. 1973. Disponível em
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5869.htm. Acesso em: 17 set. 2021.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília,


DF, Senado, 1988.

BRASIL. Código de Processo Civil (2015). Código de Processo Civil Brasileiro. Brasília,
DF: Senado Federal, março de 2015.

BUENO, Cassio Scarpinella. Manual de direito processual civil: volume único. 5. ed. – São
Paulo : Saraiva Educação, 2019.

GONÇALVES, Marcus Vinícius Rios; LENZA, Pedro. Direito processual civil –


Esquematizado. 11. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2020.

BUENO, Cassio Scarpinella. Partes e terceiros no processo civil brasileiro,


São Paulo, Saraiva, 2003, p. 204.

BUENO, Cassio Scarpinella. Amicus Curiae. Enciclopédia Jurídica da PUC/SP. Processo


Civil, São Paulo, tomo III, p. 01-45, 2017.

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