Você está na página 1de 57

Simulado IME - Prova 5 - 2a fase - Português/Inglês/Redação

Questão 1

om
l. c
A CONDIÇÃO HUMANA

ai
A Vita Activa e a Condição Humana

gm
s @
Com a expressão vita activa, pretendo designar três atividades humanas fundamentais: labor,
trabalho e ação. Trata-se de atividades fundamentais porque a cada uma delas corresponde uma das

e
condições básicas mediante as quais a vida foi dada ao homem na Terra.

1O
a m
labor é a atividade que corresponde ao processo biológico do corpo humano, cujos

3g
crescimento espontâneo, metabolismo e eventual declínio têm a ver com as necessidades vitais
produzidas e introduzidas pelo labor no processo da vida. A condição humana do labor é a própria
vida.
e 1
li p
O trabalho é a atividade correspondente ao artificialismo da existência humana, existência

fe
esta não necessariamente contida no eterno ciclo vital da espécie, e cuja mortalidade não é
compensada por este último. O trabalho produz um mundo “artificial” de coisas, nitidamente
diferente de qualquer ambiente natural. 2Dentro de suas fronteiras habita cada vida individual,
embora esse mundo se destine a sobreviver e a transcender todas as vidas individuais. A condição
humana do trabalho é a mundanidade.

3A ação, única atividade que se exerce diretamente entre os homens sem a mediação das
coisas ou da matéria, corresponde à condição humana da pluralidade, ao fato de que homens, e não
o Homem, vivem na Terra e habitam o mundo. Todos os aspectos da condição humana têm alguma
relação com a política; mas esta pluralidade é especificamente a condição – não apenas a conditio
sine qua non, mas a conditio per quam – de toda a vida política. Assim, o idioma dos romanos – talvez
o povo mais político que conhecemos – empregava como sinônimas as expressões “viver” e “estar
entre os homens” (inter homines esse), ou “morrer” e “deixar de estar entre os homens” (inter
homines esse desinere). 4Mas, em sua forma mais elementar, a condição humana da ação está
implícita até mesmo em Gênesis (macho e fêmea Ele os criou), se entendermos que esta versão da
criação do homem diverge, em princípio, da outra segundo a qual Deus originalmente criou o Homem
(adam) – a ele, e não a eles, de sorte que a pluralidade dos seres humanos vem a ser o resultado da
multiplicação5. 6A ação seria um luxo desnecessário, uma caprichosa interferência com as leis
gerais do comportamento, se os homens não passassem de repetições interminavelmente
reproduzíveis do mesmo modelo, todas dotadas da mesma natureza e essência, tão previsíveis
quanto a natureza e a essência de qualquer outra coisa. 7A pluralidade é a condição da ação humana
pelo fato de sermos todos os mesmos, isto é, humanos, sem que ninguém seja exatamente igual a
qualquer pessoa que tenha existido, exista ou venha a existir.

As três atividades e suas respectivas condições têm íntima relação com as condições mais
gerais da existência humana: o nascimento e a morte, a natalidade e a mortalidade. O labor
assegura não apenas a sobrevivência do indivíduo, mas a vida da espécie. 8O trabalho e seu
produto, o artefato humano, 9emprestam certa permanência e durabilidade à futilidade da vida
mortal e ao caráter efêmero do corpo humano. A ação, na medida em que se empenha em fundar e
preservar corpos políticos, cria a condição para a lembrança, ou seja, para a história. 10O labor e o
trabalho, bem como a ação, têm também raízes na natalidade, na medida em que sua tarefa é
produzir e preservar o mundo para 11o constante influxo de recém-chegados que vêm a este mundo
na qualidade de estranhos, além de prevê-los e levá-los em conta. 12Não obstante, das três
atividades, a ação é a mais intimamente relacionada com a condição humana da natalidade; o novo
começo inerente a cada nascimento pode fazer-se sentir no mundo somente porque o recém-chegado
possui a capacidade de iniciar algo novo, isto é, de agir. Neste sentido de iniciativa, todas as
atividades humanas possuem um elemento de ação e, portanto, de natalidade. 13Além disto, como a
ação é a atividade política por excelência, a natalidade, e não a mortalidade, pode constituir a
categoria central do pensamento político, em contraposição ao pensamento metafísico.

A condição humana compreende algo mais que as condições nas quais a vida foi dada ao
homem. Os homens são seres condicionados: tudo aquilo com o qual eles entram em contato torna-
se imediatamente uma condição de sua existência. O mundo no qual transcorre a vita activa consiste
em coisas produzidas pelas atividades humanas; mas, constantemente, as coisas que devem sua
existência exclusivamente aos homens também condicionam os seus autores humanos. Além das
condições nas quais a vida é dada ao homem na Terra e, até certo ponto, a partir delas, os homens
constantemente criam as suas próprias condições que, a despeito de sua variabilidade e sua origem
humana, possuem a mesma força condicionante das coisas naturais. O que quer que toque a vida
humana ou entre em duradoura relação com ela, assume imediatamente o caráter de condição da
existência humana. É por isso que os homens, independentemente do que façam, são sempre seres
condicionados. Tudo o que espontaneamente adentra o mundo humano, ou para ele é trazido pelo
esforço humano, torna-se parte da condição humana. O impacto da realidade do mundo sobre a
existência humana é sentido e recebido como força condicionante. A objetividade do mundo – o seu
caráter de coisa ou objeto – e a condição humana complementam-se uma à outra; por ser uma
existência condicionada, a existência humana seria impossível sem as coisas, e estas seriam um
amontoado de artigos incoerentes, um não mundo, se esses artigos não fossem condicionantes da
existência humana.

ARENDT, Hannah. A Condição Humana. Tradução de Roberto Raposo: Editora da Universidade de São Paulo, 1981. pp. 15-17
(texto adaptado).

5Quando se analisa o pensamento político pós-clássico, muito se pode aprender verificando-se qual
das duas versões bíblicas da criação é citada. Assim, é típico da diferença entre os ensinamentos de
Jesus de Nazareth e de Paulo o fato de que Jesus, discutindo a relação entre marido e mulher,
refere-se a Gênesis 1:27 “Não tendes lido que quem criou o homem desde o princípio fê-los macho e
fêmea” (Mateus 19:4), enquanto Paulo, em ocasião semelhante, insiste em que a mulher foi criada
“do homem” e, portanto, “para o homem”, embora em seguida atenue um pouco a dependência: “nem
o varão é sem mulher, nem a mulher sem o varão” (1 Cor.11:8-12). A diferença indica muito mais que
uma atitude diferente em relação ao papel da mulher. Para Jesus, a fé era intimamente relacionada
com a ação; para Paulo, a fé relacionava-se, antes de mais nada, com a salvação. Especialmente
interessante a este respeito é Agostinho (De civitate Dei xii.21), que não só desconsidera
inteiramente o que é dito em Gênesis 1:27, mas vê a diferença entre o homem e o animal no fato de
ter sido o homem criado unum ac singulum, enquanto se ordenou aos animais que “passassem a
existir vários de uma só vez” (plura simul iussit existere). Para Agostinho, a história da criação
constitui boa oportunidade para salientar-se o caráter de espécie da vida animal, em oposição à
singularidade da existência humana.

Observe o trecho do texto abaixo destacado:

Não obstante, das três atividades, a ação é a mais intimamente relacionada com a condição humana
da natalidade; o novo começo inerente a cada nascimento pode fazer-se sentir no mundo somente
porque o recém-chegado possui a capacidade de iniciar algo novo, isto é, de agir. Neste sentido de
iniciativa, todas as atividades humanas possuem um elemento de ação e, portanto, de natalidade
(referência 12).

A ênfase na “condição humana da natalidade” justifica-se

a) porque a ação de nascer apenas pode ocorrer a partir de um corpo feminino.


b) pelas embricadas relações entre o indivíduo e sua capacidade de agir, de iniciar algo, de trazer
novidade ao mundo.

c) pelo fato de ser uma escrita produzida a partir de um olhar feminino.

d) por contradizer a questão metafísica relacionada à morte.

e) por trazer junto dessa ênfase um apelo ao feminismo.

Questão 2

om
l. c
A CONDIÇÃO HUMANA

ai
A Vita Activa e a Condição Humana

gm
s @
Com a expressão vita activa, pretendo designar três atividades humanas fundamentais: labor,
trabalho e ação. Trata-se de atividades fundamentais porque a cada uma delas corresponde uma das

e
condições básicas mediante as quais a vida foi dada ao homem na Terra.

1O
a m
labor é a atividade que corresponde ao processo biológico do corpo humano, cujos

3g
crescimento espontâneo, metabolismo e eventual declínio têm a ver com as necessidades vitais
produzidas e introduzidas pelo labor no processo da vida. A condição humana do labor é a própria
vida.
e 1
li p
O trabalho é a atividade correspondente ao artificialismo da existência humana, existência

fe
esta não necessariamente contida no eterno ciclo vital da espécie, e cuja mortalidade não é
compensada por este último. O trabalho produz um mundo “artificial” de coisas, nitidamente
diferente de qualquer ambiente natural. 2Dentro de suas fronteiras habita cada vida individual,
embora esse mundo se destine a sobreviver e a transcender todas as vidas individuais. A condição
humana do trabalho é a mundanidade.

3A ação, única atividade que se exerce diretamente entre os homens sem a mediação das
coisas ou da matéria, corresponde à condição humana da pluralidade, ao fato de que homens, e não
o Homem, vivem na Terra e habitam o mundo. Todos os aspectos da condição humana têm alguma
relação com a política; mas esta pluralidade é especificamente a condição – não apenas a conditio
sine qua non, mas a conditio per quam – de toda a vida política. Assim, o idioma dos romanos – talvez
o povo mais político que conhecemos – empregava como sinônimas as expressões “viver” e “estar
entre os homens” (inter homines esse), ou “morrer” e “deixar de estar entre os homens” (inter
homines esse desinere). 4Mas, em sua forma mais elementar, a condição humana da ação está
implícita até mesmo em Gênesis (macho e fêmea Ele os criou), se entendermos que esta versão da
criação do homem diverge, em princípio, da outra segundo a qual Deus originalmente criou o Homem
(adam) – a ele, e não a eles, de sorte que a pluralidade dos seres humanos vem a ser o resultado da
multiplicação5. 6A ação seria um luxo desnecessário, uma caprichosa interferência com as leis
gerais do comportamento, se os homens não passassem de repetições interminavelmente
reproduzíveis do mesmo modelo, todas dotadas da mesma natureza e essência, tão previsíveis
quanto a natureza e a essência de qualquer outra coisa. 7A pluralidade é a condição da ação humana
pelo fato de sermos todos os mesmos, isto é, humanos, sem que ninguém seja exatamente igual a
qualquer pessoa que tenha existido, exista ou venha a existir.

As três atividades e suas respectivas condições têm íntima relação com as condições mais
gerais da existência humana: o nascimento e a morte, a natalidade e a mortalidade. O labor
assegura não apenas a sobrevivência do indivíduo, mas a vida da espécie. 8O trabalho e seu
produto, o artefato humano, 9emprestam certa permanência e durabilidade à futilidade da vida
mortal e ao caráter efêmero do corpo humano. A ação, na medida em que se empenha em fundar e
preservar corpos políticos, cria a condição para a lembrança, ou seja, para a história. 10O labor e o
trabalho, bem como a ação, têm também raízes na natalidade, na medida em que sua tarefa é
produzir e preservar o mundo para 11o constante influxo de recém-chegados que vêm a este mundo
na qualidade de estranhos, além de prevê-los e levá-los em conta. 12Não obstante, das três
atividades, a ação é a mais intimamente relacionada com a condição humana da natalidade; o novo
começo inerente a cada nascimento pode fazer-se sentir no mundo somente porque o recém-chegado
possui a capacidade de iniciar algo novo, isto é, de agir. Neste sentido de iniciativa, todas as
atividades humanas possuem um elemento de ação e, portanto, de natalidade. 13Além disto, como a
ação é a atividade política por excelência, a natalidade, e não a mortalidade, pode constituir a
categoria central do pensamento político, em contraposição ao pensamento metafísico.

A condição humana compreende algo mais que as condições nas quais a vida foi dada ao
homem. Os homens são seres condicionados: tudo aquilo com o qual eles entram em contato torna-
se imediatamente uma condição de sua existência. O mundo no qual transcorre a vita activa consiste
em coisas produzidas pelas atividades humanas; mas, constantemente, as coisas que devem sua
existência exclusivamente aos homens também condicionam os seus autores humanos. Além das
condições nas quais a vida é dada ao homem na Terra e, até certo ponto, a partir delas, os homens
constantemente criam as suas próprias condições que, a despeito de sua variabilidade e sua origem
humana, possuem a mesma força condicionante das coisas naturais. O que quer que toque a vida
humana ou entre em duradoura relação com ela, assume imediatamente o caráter de condição da
existência humana. É por isso que os homens, independentemente do que façam, são sempre seres
condicionados. Tudo o que espontaneamente adentra o mundo humano, ou para ele é trazido pelo
esforço humano, torna-se parte da condição humana. O impacto da realidade do mundo sobre a
existência humana é sentido e recebido como força condicionante. A objetividade do mundo – o seu
caráter de coisa ou objeto – e a condição humana complementam-se uma à outra; por ser uma
existência condicionada, a existência humana seria impossível sem as coisas, e estas seriam um
amontoado de artigos incoerentes, um não mundo, se esses artigos não fossem condicionantes da
existência humana.

ARENDT, Hannah. A Condição Humana. Tradução de Roberto Raposo: Editora da Universidade de São Paulo, 1981. pp. 15-17
(texto adaptado).

5Quando se analisa o pensamento político pós-clássico, muito se pode aprender verificando-se qual
das duas versões bíblicas da criação é citada. Assim, é típico da diferença entre os ensinamentos de
Jesus de Nazareth e de Paulo o fato de que Jesus, discutindo a relação entre marido e mulher,
refere-se a Gênesis 1:27 “Não tendes lido que quem criou o homem desde o princípio fê-los macho e
fêmea” (Mateus 19:4), enquanto Paulo, em ocasião semelhante, insiste em que a mulher foi criada
“do homem” e, portanto, “para o homem”, embora em seguida atenue um pouco a dependência: “nem
o varão é sem mulher, nem a mulher sem o varão” (1 Cor.11:8-12). A diferença indica muito mais que
uma atitude diferente em relação ao papel da mulher. Para Jesus, a fé era intimamente relacionada
com a ação; para Paulo, a fé relacionava-se, antes de mais nada, com a salvação. Especialmente
interessante a este respeito é Agostinho (De civitate Dei xii.21), que não só desconsidera
inteiramente o que é dito em Gênesis 1:27, mas vê a diferença entre o homem e o animal no fato de
ter sido o homem criado unum ac singulum, enquanto se ordenou aos animais que “passassem a
existir vários de uma só vez” (plura simul iussit existere). Para Agostinho, a história da criação
constitui boa oportunidade para salientar-se o caráter de espécie da vida animal, em oposição à
singularidade da existência humana.

Leia atentamente os trechos de A condição humana que foram recortados abaixo:

I. A ação, única atividade que se exerce diretamente entre os homens sem a mediação das coisas ou
da matéria, corresponde à condição humana da pluralidade, ao fato de que homens, e não o Homem,
vivem na Terra e habitam o mundo (referência 3);

II. A pluralidade é a condição da ação humana pelo fato de sermos todos os mesmos, isto é,
humanos, sem que ninguém seja exatamente igual a qualquer pessoa que tenha existido, exista ou
venha a existir (referência 7);
III. Além disto, como a ação é a atividade política por excelência, a natalidade, e não a mortalidade,
pode constituir a categoria central do pensamento político, em contraposição ao pensamento
metafísico (referência 13).

Dentre as opções abaixo, uma está em desacordo com as ideias destacadas acima.
Aponte-a.

a) A marca da pluralidade entre os homens é anunciada como um dos alvos principais para o
pensamento a ser desenvolvido pela filósofa Hannah Arendt na obra aqui destacada.

b) A individualidade é garantida apesar da pluralidade.

c) A expressão “atividade política” que aparece no texto é uma referência direta à política partidária
que reconhecemos nas sociedades ocidentais.

d) Os três períodos destacados do texto revelam preocupações com questões relacionadas à ação e
à alteridade.

e) O período destacado em III anuncia a predisposição da autora em discutir inquietações filosóficas


dando ênfase ao nascimento e não à morte.

Questão 3

om
l. c
A CONDIÇÃO HUMANA

ai
A Vita Activa e a Condição Humana

gm
Com a expressão vita activa, pretendo designar três atividades humanas fundamentais: labor,
trabalho e ação. Trata-se de atividades fundamentais porque a cada uma delas corresponde uma das

@
condições básicas mediante as quais a vida foi dada ao homem na Terra.

s
1O
e
labor é a atividade que corresponde ao processo biológico do corpo humano, cujos

a m
crescimento espontâneo, metabolismo e eventual declínio têm a ver com as necessidades vitais
produzidas e introduzidas pelo labor no processo da vida. A condição humana do labor é a própria

g
13
vida.

e
O trabalho é a atividade correspondente ao artificialismo da existência humana, existência

p
esta não necessariamente contida no eterno ciclo vital da espécie, e cuja mortalidade não é

li
compensada por este último. O trabalho produz um mundo “artificial” de coisas, nitidamente

fe
diferente de qualquer ambiente natural. 2Dentro de suas fronteiras habita cada vida individual,
embora esse mundo se destine a sobreviver e a transcender todas as vidas individuais. A condição
humana do trabalho é a mundanidade.

3A ação, única atividade que se exerce diretamente entre os homens sem a mediação das
coisas ou da matéria, corresponde à condição humana da pluralidade, ao fato de que homens, e não
o Homem, vivem na Terra e habitam o mundo. Todos os aspectos da condição humana têm alguma
relação com a política; mas esta pluralidade é especificamente a condição – não apenas a conditio
sine qua non, mas a conditio per quam – de toda a vida política. Assim, o idioma dos romanos – talvez
o povo mais político que conhecemos – empregava como sinônimas as expressões “viver” e “estar
entre os homens” (inter homines esse), ou “morrer” e “deixar de estar entre os homens” (inter
homines esse desinere). 4Mas, em sua forma mais elementar, a condição humana da ação está
implícita até mesmo em Gênesis (macho e fêmea Ele os criou), se entendermos que esta versão da
criação do homem diverge, em princípio, da outra segundo a qual Deus originalmente criou o Homem
(adam) – a ele, e não a eles, de sorte que a pluralidade dos seres humanos vem a ser o resultado da
multiplicação5. 6A ação seria um luxo desnecessário, uma caprichosa interferência com as leis
gerais do comportamento, se os homens não passassem de repetições interminavelmente
reproduzíveis do mesmo modelo, todas dotadas da mesma natureza e essência, tão previsíveis
quanto a natureza e a essência de qualquer outra coisa. 7A pluralidade é a condição da ação humana
pelo fato de sermos todos os mesmos, isto é, humanos, sem que ninguém seja exatamente igual a
qualquer pessoa que tenha existido, exista ou venha a existir.

As três atividades e suas respectivas condições têm íntima relação com as condições mais
gerais da existência humana: o nascimento e a morte, a natalidade e a mortalidade. O labor
assegura não apenas a sobrevivência do indivíduo, mas a vida da espécie. 8O trabalho e seu
produto, o artefato humano, 9emprestam certa permanência e durabilidade à futilidade da vida
mortal e ao caráter efêmero do corpo humano. A ação, na medida em que se empenha em fundar e
preservar corpos políticos, cria a condição para a lembrança, ou seja, para a história. 10O labor e o
trabalho, bem como a ação, têm também raízes na natalidade, na medida em que sua tarefa é
produzir e preservar o mundo para 11o constante influxo de recém-chegados que vêm a este mundo
na qualidade de estranhos, além de prevê-los e levá-los em conta. 12Não obstante, das três
atividades, a ação é a mais intimamente relacionada com a condição humana da natalidade; o novo
começo inerente a cada nascimento pode fazer-se sentir no mundo somente porque o recém-chegado
possui a capacidade de iniciar algo novo, isto é, de agir. Neste sentido de iniciativa, todas as
atividades humanas possuem um elemento de ação e, portanto, de natalidade. 13Além disto, como a
ação é a atividade política por excelência, a natalidade, e não a mortalidade, pode constituir a
categoria central do pensamento político, em contraposição ao pensamento metafísico.

A condição humana compreende algo mais que as condições nas quais a vida foi dada ao
homem. Os homens são seres condicionados: tudo aquilo com o qual eles entram em contato torna-
se imediatamente uma condição de sua existência. O mundo no qual transcorre a vita activa consiste
em coisas produzidas pelas atividades humanas; mas, constantemente, as coisas que devem sua
existência exclusivamente aos homens também condicionam os seus autores humanos. Além das
condições nas quais a vida é dada ao homem na Terra e, até certo ponto, a partir delas, os homens
constantemente criam as suas próprias condições que, a despeito de sua variabilidade e sua origem
humana, possuem a mesma força condicionante das coisas naturais. O que quer que toque a vida
humana ou entre em duradoura relação com ela, assume imediatamente o caráter de condição da
existência humana. É por isso que os homens, independentemente do que façam, são sempre seres
condicionados. Tudo o que espontaneamente adentra o mundo humano, ou para ele é trazido pelo
esforço humano, torna-se parte da condição humana. O impacto da realidade do mundo sobre a
existência humana é sentido e recebido como força condicionante. A objetividade do mundo – o seu
caráter de coisa ou objeto – e a condição humana complementam-se uma à outra; por ser uma
existência condicionada, a existência humana seria impossível sem as coisas, e estas seriam um
amontoado de artigos incoerentes, um não mundo, se esses artigos não fossem condicionantes da
existência humana.

ARENDT, Hannah. A Condição Humana. Tradução de Roberto Raposo: Editora da Universidade de São Paulo, 1981. pp. 15-17
(texto adaptado).

5Quando se analisa o pensamento político pós-clássico, muito se pode aprender verificando-se qual
das duas versões bíblicas da criação é citada. Assim, é típico da diferença entre os ensinamentos de
Jesus de Nazareth e de Paulo o fato de que Jesus, discutindo a relação entre marido e mulher,
refere-se a Gênesis 1:27 “Não tendes lido que quem criou o homem desde o princípio fê-los macho e
fêmea” (Mateus 19:4), enquanto Paulo, em ocasião semelhante, insiste em que a mulher foi criada
“do homem” e, portanto, “para o homem”, embora em seguida atenue um pouco a dependência: “nem
o varão é sem mulher, nem a mulher sem o varão” (1 Cor.11:8-12). A diferença indica muito mais que
uma atitude diferente em relação ao papel da mulher. Para Jesus, a fé era intimamente relacionada
com a ação; para Paulo, a fé relacionava-se, antes de mais nada, com a salvação. Especialmente
interessante a este respeito é Agostinho (De civitate Dei xii.21), que não só desconsidera
inteiramente o que é dito em Gênesis 1:27, mas vê a diferença entre o homem e o animal no fato de
ter sido o homem criado unum ac singulum, enquanto se ordenou aos animais que “passassem a
existir vários de uma só vez” (plura simul iussit existere). Para Agostinho, a história da criação
constitui boa oportunidade para salientar-se o caráter de espécie da vida animal, em oposição à
singularidade da existência humana.
Considere o trecho do texto abaixo, leia as assertivas e marque a alternativa correta:

O trabalho e seu produto, o artefato humano, emprestam certa permanência e


durabilidade à futilidade da vida mortal e ao caráter efêmero do corpo humano (referência
8).

I. ...“emprestam certa permanência e durabilidade à futilidade da vida mortal” (referência 9) é


consequência positiva do trabalho humano, uma vez que confere sentido e significado à sua efêmera
vida na Terra.

II. A autora afirma que a vida humana é fútil devido ao fato de o produto do trabalho humano ser
efêmero.

III. A autora afirma que a efemeridade da vida humana na Terra é aliviada pela eterna e durável
permanência do artefato humano, o qual traz sentido e solução a quaisquer dificuldades que os
homens possam enfrentar em sua existência.

a) Apenas a assertiva I é verdadeira.

b) Apenas a assertiva III é verdadeira.

c) São verdadeiras apenas as assertivas I e II.

d) São verdadeiras apenas as assertivas II e III.

e) Todas as assertivas são verdadeiras.

Questão 4

om
l. c
Leia o texto:

Proibido para menores de 50 anos.


ai
gm
Nos últimos meses, em meio ao debate sobre as reformas na Previdência, um ponto acabou
despertando a atenção. Afinal, existem empregos para quem tem mais de 50 anos? Pendurar as

@
chuteiras nem sempre é fácil. Ás vezes, pode significar uma quebra tão grande na rotina que afeta

s
e
até mesmo o emocional.

a m
Foi a partir de uma experiência familiar nesta linha que o paulistano Mórris Litvak criou a startup
MaturiJobs. Trata-se de uma agência virtual de empregos, especializada em profissionais com mais
de 50 anos.

3g
1
Revista Isto é Dinheiro. Mercado de Trabalho. Maio/2017. o. 6.

e
li p
fe
“Às vezes, pode significar uma quebra tão grande na rotina que afeta até mesmo o
emocional”. As expressões em destaque, respectivamente, têm os valores semânticos de

a) ambiguidade e conformidade.

b) eventualidade e gradação.
c) causa e consequência.

d) dúvida e exclusão.

e) temporalidade e finalidade.

Questão 5

om
l. c
Leia o texto:

Proibido para menores de 50 anos.


ai
gm
Nos últimos meses, em meio ao debate sobre as reformas na Previdência, um ponto acabou
despertando a atenção. Afinal, existem empregos para quem tem mais de 50 anos? Pendurar as

@
chuteiras nem sempre é fácil. Ás vezes, pode significar uma quebra tão grande na rotina que afeta

s
e
até mesmo o emocional.

a m
Foi a partir de uma experiência familiar nesta linha que o paulistano Mórris Litvak criou a startup
MaturiJobs. Trata-se de uma agência virtual de empregos, especializada em profissionais com mais
de 50 anos.

3g
1
Revista Isto é Dinheiro. Mercado de Trabalho. Maio/2017. o. 6.

e
li p
fe
“Nos últimos meses, em meio ao debate sobre as reformas na Previdência, um ponto
acabou despertando a atenção.”

Na frase transcrita, as vírgulas foram utilizadas para

a) realçar a escrita formal em contraste à escrita informal.

b) separar um termo complementar da oração principal.

c) marcar a sobreposição de várias informações intercaladas.

d) indicar o deslocamento da informação secundária em relação à principal.

e) antecipar o tempo e o espaço físico da informação principal.

Questão 6

om
l. c
Observe a tirinha a seguir e responda:

ai
gm
s @
e
a m
3g
1
s @
e
a m
3g
e 1
li p
fe

Os dois primeiros quadros da tirinha criam no leitor uma expectativa de desfecho que não se
concretiza, gerando daí o efeito de humor. Nesse contexto, a conjunção e estabelece a relação de

a) conclusão.

b) explicação.

c) oposição.

d) consequência.

e) alternância.

Questão 7

om
l. c
Trecho de uma entrevista com o escritor canadense Don Tapscott

ai
Jornalista: _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _

gm
Don T apscott: Quando falamos em informação livre, em transparência, falamos de governos, de
empresas, não do ser humano comum. As pessoas não têm obrigação de expor seus dados, seus

@
gostos. Ao contrário, elas têm a obrigação de manter a privacidade. Porque a garantia da

s
e
privacidade é um dos pilares de nossa sociedade. Mas vivemos num mundo em que as informações
pessoais circulam, e essas informações formam um ser virtual. Muitas vezes, esse ser virtual tem

a m
mais dados sobre você do que você mesmo. Exemplo: você pode não lembrar o que comprou há um
ano, o que comeu ou que filme viu há um ano. Mas a empresa de cartão de crédito sabe, o Facebook

g
pode saber. Muitas pessoas defendem toda essa abertura, mas isso pode ser muito perigoso por uma
3
1
série de razões. Há muitos agentes do mal por aí, pessoas que podem coletar informações a seu

e
respeito para prejudicá-lo. Muitas vezes somos nós que oferecemos essa informação. Por exemplo,

p
20% dos adolescentes nos Estados Unidos enviam para as namoradas ou namorados fotos em que

li
aparecem nus. Quando uma menina de 14 anos faz isso, ela não tem ideia de onde vai parar essa

fe
imagem. O namorado pode estar mal-intencionado ou ser ingênuo e compartilhar a foto.

Jornalista: E as informações que não fornecemos, mas que coletam sobre nós por meio da visita a
websites ou pelo consumo?

Don T apscott: Há dois grandes problemas. Um é o que chamo de Big Brother 2.0, que é diferente
daquela ideia de ser filmado o tempo todo por um governo. Esse Big Brother 2.0 é a coleta
sistemática de informações feita pelos governos. O segundo problema é o " little brother" – as
empresas que também coletam informações a nosso respeito por razões econômicas, para definir
nosso perfil e nos bombardear com publicidade. Muitas empresas, como o Facebook, querem é que a
gente forneça mais e mais informações sobre nós mesmos porque isso tem valor. Às vezes, isso pode
até ser vantajoso. Se eu, de fato, estiver procurando um carro, seria ótimo receber publicidade de
carros diretamente. Mas e se essas empresas tentarem manipulá-lo? Podem usar sofisticados
instrumentos de psicologia para motivá-lo a fazer alguma coisa sobre a qual você nem estava
pensando.

Jornalista: O que podemos fazer para evitar isso?

Don T apscott: Precisamos de mais leis sobre como essas informações são usadas. É necessário
ficar claro que os dados coletados serão usados apenas para um propósito específico e que esse
conjunto de dados não pode ser vendido para outros sem a sua permissão.

(Folha de S. Paulo, 12/07/2012. Texto adaptado.)

Na resposta de Don T apscott para a segunda pergunta, uma forma típica da linguagem
oral, cujo uso NÃO é recomendado para textos escritos formais é:

I. a troca de pronome da primeira para a segunda pessoa do singular.

II. a forma do pronome relativo em “sobre a qual”.

III. o emprego do pronome pessoal oblíquo em “manipulá-lo” e “motivá-lo”.

Está(ão) correta(s) apenas:

a) I.

b) I e II.

c) I e III.

d) II.

e) II e III.

Questão 8

om
l. c
Edison não conseguia se concentrar de jeito nenhum. Tinha sempre dois ou três empregos e passava

ai
o dia indo de um para outro. Adorava trocar mensagens, e se acostumou a escrever recados curtos e
constantes, às vezes para mais de uma pessoa ao mesmo tempo. Apesar de ser um cara mais

gm
inteligente do que a média, sofria quando precisava ler um livro inteiro. Para completar, comia
rápido e dormia pouco – e não conseguia se dedicar ao casamento conturbado, por falta de tempo.

s @
Se identificou? Claro, quem não tem esses problemas? Passar horas no twitter ou no celular, correr

e
de um lado para o outro e ter pouco tempo disponível para tantas coisas que você tem que fazer são
dramas que todo mundo enfrenta. Mas esse não é um mal do nosso tempo. O rapaz da história aí em

m
cima era ninguém menos que Thomas Edison, o inventor da lâmpada. A década era a de 1870 e o

a
g
aparelho que ele usava para mandar e receber mensagens, um telégrafo.

1 3
O relato, que está em uma edição de 1910 do jornal New York Times, conta que quando Edison

e
finalmente percebeu que seu problema era falta de concentração, parou tudo. Se fechou em seu

p
escritório e se focou em um problema de cada vez. A partir daí, produziu e patenteou mais de 2 mil

i
el
invenções. [...]

f
1 3
pe
li
fe (Gisela Blanco. Superinteressante, julho/2012)

O emprego da vírgula no trecho, “A década era a de 1870 e o aparelho que ele usava para
mandar e receber mensagens, um telégrafo.”, é semelhante em:

a) Para quem busca uma diversão na tarde de domingo, este filme é o mais recomendado.

b) Ainda que não sejam os de menor custo, os alimentos orgânicos são os mais indicados pelos
nutricionistas.

c) O professor de desenho prefere os alunos criativos e o de lógica, os ousados na teoria.

d) Os testes de QI (Quociente de Inteligência), atualmente, são desacreditados por diversas


correntes teóricas da Psicologia.

e) Pôr circuitos eletrônicos em envoltórios é uma prática comum, conhecida como encapsulamento.

Questão 9

om
l. c
Gosto de olhar as capas das revistas populares no supermercado nestes tempos de corrida do

ai
ouro da classe C. A classe C é uma versão sem neve e de biquíni do Yukon do tio Patinhas quando
jovem pato. Lembro do futuro milionário disneyano enfrentando a nevasca paraobter suas primeiras

gm
patacas. Era preciso conquistar aquele território com a mesma sofreguidão com que se busca, agora,
fincar a bandeira do consumo no seio dos emergentes brasileiros.

s @
Em termos jornalísticos, é sempre aquela concepção de não oferecer o biscoito fino para a

e
massa. É preciso dar o que a classe C quer ler – ou o que se convencionou a pensar que ela quer ler.
Daí as políticas de didatismo nas redações, com o objetivo de deixar o texto mastigado para o leitor

m
e tornar estanque a informação dada ali. Como se não fosse interessante que, ao não compreender

a
g
algo, ele fosse beber em outras fontes. 1Hoje, com a Internet, é facílimo, está ao alcance da vista de
quase todo mundo.

1 3
e
Outro aspecto é seguir ao pé da letra o que dizem as pesquisas na hora de confeccionar uma

p
li
revista popular. Tomemos como exemplo a pesquisa feita por uma grande editora sobre “a mulher da
classe C” ou “nova classe média”. Lá, ficamos sabendo que: a mulher da classe C vai consumir cada

fe
vez mais artigos de decoração e vai investir na reforma de casa; que ela gasta muito com beleza,
sobretudo o cabelo; que está preocupada com a alimentação; e que quer ascender social e
profissionalmente. É com base nestes números que 2a editora oferece o produto – a revista – ao
mercado de anunciantes. Normal.

Mas no que se transformam, para o leitor, estes dados? Preocupação com alimentação? Dietas
amalucadas? A principal chamada de capa destas revistas é alguma coisa esdrúxula como: “perdi 30
kg com fibras naturais”, “sequei 22 quilos com cápsulas de centelha asiática”, “emagreci 27 kg com
florais de Bach e colágeno”, “fiquei magra com a dieta da aveia” ou “perdi 20 quilos só comendo
linhaça”. Pelo amor de Deus, quem é que vai passar o dia comendo linhaça? 3Estão confundindo a
classe C com passarinho, só pode.

Quer reformar a casa? Nada de dicas de decoração baratas e de bom gosto. O objetivo é
ensinar como tomar empréstimo e comprar móveis em parcelas. Ou então alguma coisa “criativa”
que ninguém vai fazer, 4tipo uma parede toda de filtros de café usados. Juro que li isso. A parte de
ascensão profissional vem em matérias como “fiquei famosa vendendo bombons de chocolate feitos
em casa” ou “lucro 2500 reais por mês com meus doces”. Falar das possibilidades de voltar a
estudar, de ter uma carreira ou se especializar para ser promovido no trabalho? Nada. 5Dicas
culturais de leitura, filmes, música, então, nem pensar.
Cada vez que vejo pesquisas dizendo que a mídia impressa está em baixa penso nestas
revistas. A internet oferece grátis à classe C um cardápio ainda pobre, mas bem mais farto. Será que
a nova classe média quer realmente ler estas revistas? A vendagem delas é razoável, mas nada
impressionante. São todas inspiradas nas revistas populares inglesas, cuja campeã é a “Take a
Break”. A fórmula é a mesmade uma “Sou + Eu”: dietas, histórias reais de sucesso ou escabrosas e
distribuição de prêmios. Além deste tipo de abordagem também fazem sucesso as publicações de
fofocas de celebridades ou sobre programas de TV –aqui, as novelas.

Sei que deve ser utopia, mas gostaria de ver publicações para a classe C que ensinassem as
pessoas a se alimentar melhor, que mostrassem como a obesidade anda perigosa no Brasil porque se
come mal. Atacando, inclusive, refrigerantes, redes de fast food e guloseimas, sem se preocupar em
perder anunciantes. Que priorizassem não as dietas, mas a educação alimentar e a importância de
fazer exercícios e de levar uma vida saudável. Gostaria de ver reportagens ensinando as mulheres
da classe C a se sentirem bem com seu próprio cabelo, muitas vezes cacheado, em vez de
simplesmente copiarem as famosas. Que mostrassem como é possível se vestir bem gastando pouco,
sem se importar com marcas.

Gostaria de ler reportagens nas revistas para a classe C alertando os pais para que vejam
menos televisão e convivam mais com os filhos. Que falassem da necessidade de tirar as crianças do
computador e de levá-las para passear ao ar livre. Que tivessem dicas de livros, notícias sobre o
mundo, ciências, artes –é possível transformar tudo isso em informação acessível e não apenas para
conhecedores, como se a cultura fosse patrimônio das classes A e B. Gostaria, enfim, de ver revistas
populares que fossem feitas para ler de verdade, e que fizessem refletir. Mas a quem interessa que
a classe C tenha suas próprias ideias?

(Cynara Menezes, 15/07/2011, em: http://www.cartacapital.com.br/politica/o-que-quer-a-classe-c)

Considere as seguintes afirmações relativas a aspectos sintático-semânticos do texto

I. A chamada “perdi 20 quilos só comendo linhaça” foi interpretada como “perdi 20 quilos comendo
só linhaça”.

II. Nos dois últimos parágrafos, há recorrência de períodos fragmentados em que faltam as orações
principais.

III. Devido à estrutura da frase “Que mostrassem como é possível se vestir bem gastando pouco, sem
se importar com marcas”, o segundo período ficaria melhor se fosse assim: “sem se importassem
com marcas”.

Está correto o que se afirma apenas em

a) I.

b) I e II.

c) II.

d) II e III.

e) III.

Questão 10

om
l. c
ai
om
l. c
Leia o texto

ai
O Brasil será, em poucas décadas, um dos países com maior número de idosos do mundo, e precisa
correr para poder atendê-los no que eles têm de melhor e mais saudável: o desejo de viver com

gm
independência e autonomia. [...] O mantra da velhice no século XXI é “envelhecer no lugar”, o que os
americanos chamam de aging in place.

s @
O conceito que guia novas políticas e negócios voltados para os longevos tem como principal

e
objetivo fazer com que as pessoas consigam permanecer em casa o maior tempo possível, sem que,

m
para isso, precisem de um familiar por perto. Não se trata de apologia da solidão, mas de encarar

ga
um dado da realidade contemporânea: as residências não abrigam mais três gerações sob o mesmo
teto e boa parte dos idosos de hoje prefere, de fato, morar sozinha, mantendo-se dona do próprio
nariz.

1 3
e
Disponível em: <http://veja.abril.com.br/brasillenvelhecer-no-seculo-xxi/>, 18 mar. 2016.

p
li
A conjunção em destaque na frase “Não se trata de apologia da solidão, mas de encarar

fe
um dado da realidade contemporânea: ...” possui a função semântica de

a) retificação.

b) compensação.

c) complementação.

d) separação.

e) acréscimo.

Questão 11

om
l. c
FELICIDADE CLANDEST INA

Clarice Lispector
ai
gm
Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados. Tinha
um busto enorme, enquanto nós todas ainda éramos achatadas. Como se não bastasse, enchia os

@
dois bolsos da blusa, por cima do busto, com balas. Mas possuía o que qualquer criança devoradora

s
e
de histórias gostaria de ter: um pai dono de livraria.

a m
Pouco aproveitava. E nós menos ainda: até para aniversário, em vez de pelo menos um livrinho
barato, ela nos entregava em mãos um cartão-postal da loja do pai. Ainda por cima era de paisagem

3g
do Recife mesmo, onde morávamos, com suas pontes mais do que vistas. Atrás escrevia com letra
bordadíssima palavras como “data natalícia” e “saudade”.

e 1
Mas que talento tinha para a crueldade. Ela toda era pura vingança, chupando balas com

li p
barulho. Como essa menina devia nos odiar, nós que éramos imperdoavelmente bonitinhas, esguias,

fe
altinhas, de cabelos livres. Comigo exerceu com calma ferocidade o seu sadismo. Na minha ânsia de
ler, eu nem notava as humilhações a que ela me submetia: continuava a implorar-lhe emprestados os
livros que ela não lia.

Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer sobre mim uma tortura chinesa. Como
casualmente, informou-me que possuía As reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato.

Era um livro grosso, meu Deus, era um livro para se ficar vivendo com ele, comendo-o,
dormindo-o. E completamente acima de minhas posses. Disse-me que eu passasse pela sua casa no
dia seguinte e que ela o emprestaria.

Até o dia seguinte eu me transformei na própria esperança da alegria: eu não vivia, eu nadava
devagar num mar suave, as ondas me levavam e me traziam.

No dia seguinte fui à sua casa, literalmente correndo. Ela não morava num sobrado como eu, e
sim numa casa. Não me mandou entrar. Olhando bem para meus olhos, disse-me que havia
emprestado o livro a outra menina, e que eu voltasse no dia seguinte para buscá-lo. Boquiaberta, saí
devagar, mas em breve a esperança de novo me tomava toda e eu recomeçava na rua a andar
pulando, que era o meu modo estranho de andar pelas ruas de Recife. Dessa vez nem caí: guiava-me
a promessa do livro, o dia seguinte viria, os dias seguintes seriam mais tarde a minha vida inteira, o
amor pelo mundo me esperava, andei pulando pelas ruas como sempre e não caí nenhuma vez.

Mas não ficou simplesmente nisso. O plano secreto da filha do dono de livraria era tranquilo e
diabólico. No dia seguinte lá estava eu à porta de sua casa, com um sorriso e o coração batendo.
Para ouvir a resposta calma: o livro ainda não estava em seu poder, que eu voltasse no dia seguinte.
Mal sabia eu como mais tarde, no decorrer da vida, o drama do “dia seguinte” com ela ia se repetir
com meu coração batendo.

E assim continuou. Quanto tempo? Não sei. Ela sabia que era tempo indefinido, enquanto o fel
não escorresse todo de seu corpo grosso. Eu já começara a adivinhar que ela me escolhera para eu
sofrer, às vezes adivinho. Mas, adivinhando-me mesmo, às vezes aceito: como se quem quer me
fazer sofrer esteja precisando danadamente que eu sofra.

Quanto tempo? Eu ia diariamente à sua casa, sem faltar um dia sequer. Às vezes ela dizia:
pois o livro esteve comigo ontem de tarde, mas você só veio de manhã, de modo que o emprestei a
outra menina. E eu, que não era dada a olheiras, sentia as olheiras se cavando sob os meus olhos
espantados.

Até que um dia, quando eu estava à porta de sua casa, ouvindo humilde e silenciosa a sua
recusa, apareceu sua mãe. Ela devia estar estranhando a aparição muda e diária daquela menina à
porta de sua casa. Pediu explicações a nós duas. Houve uma confusão silenciosa, entrecortada de
palavras pouco elucidativas. A senhora achava cada vez mais estranho o fato de não estar
entendendo. Até que essa mãe boa entendeu. Voltou-se para a filha e com enorme surpresa
exclamou: mas este livro nunca saiu daqui de casa e você nem quis ler!

E o pior para essa mulher não era a descoberta do que acontecia. Devia ser a descoberta
horrorizada da filha que tinha. Ela nos espiava em silêncio: a potência de perversidade de sua filha
desconhecida e a menina loura em pé à porta, exausta, ao vento das ruas de Recife. Foi então que,
finalmente se refazendo, disse firme e calma para a filha: você vai emprestar o livro agora mesmo. E
para mim: “E você fica com o livro por quanto tempo quiser.” Entendem? Valia mais do que me dar o
livro: “pelo tempo que eu quisesse” é tudo o que uma pessoa, grande ou pequena, pode ter a ousadia
de querer.

Como contar o que se seguiu? Eu estava estonteada, e assim recebi o livro na mão. Acho que
eu não disse nada. Peguei o livro. Não, não saí pulando como sempre. Saí andando bem devagar. Sei
que segurava o livro grosso com as duas mãos, comprimindo-o contra o peito. Quanto tempo levei
até chegar em casa, também pouco importa. Meu peito estava quente, meu coração pensativo.

Chegando em casa, não comecei a ler. Fingia que não o tinha, só para depois ter o susto de o
ter. Horas depois abri-o, li algumas linhas maravilhosas, fechei-o de novo, fui passear pela casa,
adiei ainda mais indo comer pão com manteiga, fingi que não sabia onde guardara o livro, achava-o,
abria-o por alguns instantes. Criava as mais falsas dificuldades para aquela coisa clandestina que
era a felicidade. A felicidade sempre iria ser clandestina para mim. Parece que eu já pressentia.
Como demorei! Eu vivia no ar... Havia orgulho e pudor em mim. Eu era uma rainha delicada.

Às vezes sentava-me na rede, balançando-me com o livro aberto no colo, sem tocá-lo, em
êxtase puríssimo. Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com o seu amante.

Com base no texto acima, responda à(s) questão(ões) a seguir.


Assinale a opção em que a expressão sublinhada estabelece uma circunstância que se
DIST INGUE das demais.

a) Até o dia seguinte eu me transformei na própria esperança da alegria (...)

b) Às vezes ela dizia: pois o livro esteve comigo ontem de tarde (...)

c) Até que um dia, quando eu estava à porta de sua casa (...)

d) Horas depois abri-o, li algumas linhas maravilhosas, fechei-o de novo (...)

e) (...) pois o livro esteve comigo ontem de tarde, mas você só veio de manhã (...)

Questão 12

om
l. c
FELICIDADE CLANDEST INA

Clarice Lispector
ai
gm
Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados. Tinha
um busto enorme, enquanto nós todas ainda éramos achatadas. Como se não bastasse, enchia os

@
dois bolsos da blusa, por cima do busto, com balas. Mas possuía o que qualquer criança devoradora

s
e
de histórias gostaria de ter: um pai dono de livraria.

a m
Pouco aproveitava. E nós menos ainda: até para aniversário, em vez de pelo menos um livrinho
barato, ela nos entregava em mãos um cartão-postal da loja do pai. Ainda por cima era de paisagem

g
do Recife mesmo, onde morávamos, com suas pontes mais do que vistas. Atrás escrevia com letra

13
bordadíssima palavras como “data natalícia” e “saudade”.

e
Mas que talento tinha para a crueldade. Ela toda era pura vingança, chupando balas com

p
li
barulho. Como essa menina devia nos odiar, nós que éramos imperdoavelmente bonitinhas, esguias,

fe
altinhas, de cabelos livres. Comigo exerceu com calma ferocidade o seu sadismo. Na minha ânsia de
ler, eu nem notava as humilhações a que ela me submetia: continuava a implorar-lhe emprestados os
livros que ela não lia.

Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer sobre mim uma tortura chinesa. Como
casualmente, informou-me que possuía As reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato.

Era um livro grosso, meu Deus, era um livro para se ficar vivendo com ele, comendo-o,
dormindo-o. E completamente acima de minhas posses. Disse-me que eu passasse pela sua casa no
dia seguinte e que ela o emprestaria.

Até o dia seguinte eu me transformei na própria esperança da alegria: eu não vivia, eu nadava
devagar num mar suave, as ondas me levavam e me traziam.

No dia seguinte fui à sua casa, literalmente correndo. Ela não morava num sobrado como eu, e
sim numa casa. Não me mandou entrar. Olhando bem para meus olhos, disse-me que havia
emprestado o livro a outra menina, e que eu voltasse no dia seguinte para buscá-lo. Boquiaberta, saí
devagar, mas em breve a esperança de novo me tomava toda e eu recomeçava na rua a andar
pulando, que era o meu modo estranho de andar pelas ruas de Recife. Dessa vez nem caí: guiava-me
a promessa do livro, o dia seguinte viria, os dias seguintes seriam mais tarde a minha vida inteira, o
amor pelo mundo me esperava, andei pulando pelas ruas como sempre e não caí nenhuma vez.

Mas não ficou simplesmente nisso. O plano secreto da filha do dono de livraria era tranquilo e
diabólico. No dia seguinte lá estava eu à porta de sua casa, com um sorriso e o coração batendo.
Para ouvir a resposta calma: o livro ainda não estava em seu poder, que eu voltasse no dia seguinte.
Mal sabia eu como mais tarde, no decorrer da vida, o drama do “dia seguinte” com ela ia se repetir
com meu coração batendo.

E assim continuou. Quanto tempo? Não sei. Ela sabia que era tempo indefinido, enquanto o fel
não escorresse todo de seu corpo grosso. Eu já começara a adivinhar que ela me escolhera para eu
sofrer, às vezes adivinho. Mas, adivinhando-me mesmo, às vezes aceito: como se quem quer me
fazer sofrer esteja precisando danadamente que eu sofra.

Quanto tempo? Eu ia diariamente à sua casa, sem faltar um dia sequer. Às vezes ela dizia:
pois o livro esteve comigo ontem de tarde, mas você só veio de manhã, de modo que o emprestei a
outra menina. E eu, que não era dada a olheiras, sentia as olheiras se cavando sob os meus olhos
espantados.

Até que um dia, quando eu estava à porta de sua casa, ouvindo humilde e silenciosa a sua
recusa, apareceu sua mãe. Ela devia estar estranhando a aparição muda e diária daquela menina à
porta de sua casa. Pediu explicações a nós duas. Houve uma confusão silenciosa, entrecortada de
palavras pouco elucidativas. A senhora achava cada vez mais estranho o fato de não estar
entendendo. Até que essa mãe boa entendeu. Voltou-se para a filha e com enorme surpresa
exclamou: mas este livro nunca saiu daqui de casa e você nem quis ler!

E o pior para essa mulher não era a descoberta do que acontecia. Devia ser a descoberta
horrorizada da filha que tinha. Ela nos espiava em silêncio: a potência de perversidade de sua filha
desconhecida e a menina loura em pé à porta, exausta, ao vento das ruas de Recife. Foi então que,
finalmente se refazendo, disse firme e calma para a filha: você vai emprestar o livro agora mesmo. E
para mim: “E você fica com o livro por quanto tempo quiser.” Entendem? Valia mais do que me dar o
livro: “pelo tempo que eu quisesse” é tudo o que uma pessoa, grande ou pequena, pode ter a ousadia
de querer.

Como contar o que se seguiu? Eu estava estonteada, e assim recebi o livro na mão. Acho que
eu não disse nada. Peguei o livro. Não, não saí pulando como sempre. Saí andando bem devagar. Sei
que segurava o livro grosso com as duas mãos, comprimindo-o contra o peito. Quanto tempo levei
até chegar em casa, também pouco importa. Meu peito estava quente, meu coração pensativo.

Chegando em casa, não comecei a ler. Fingia que não o tinha, só para depois ter o susto de o
ter. Horas depois abri-o, li algumas linhas maravilhosas, fechei-o de novo, fui passear pela casa,
adiei ainda mais indo comer pão com manteiga, fingi que não sabia onde guardara o livro, achava-o,
abria-o por alguns instantes. Criava as mais falsas dificuldades para aquela coisa clandestina que
era a felicidade. A felicidade sempre iria ser clandestina para mim. Parece que eu já pressentia.
Como demorei! Eu vivia no ar... Havia orgulho e pudor em mim. Eu era uma rainha delicada.

Às vezes sentava-me na rede, balançando-me com o livro aberto no colo, sem tocá-lo, em
êxtase puríssimo. Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com o seu amante.

Com base no texto acima, responda à(s) questão(ões) a seguir.

Assinale a opção em que a palavra sublinhada PERT ENCE a uma classe diferente de
pronome.

a) Mas possuía o que qualquer criança devoradora de histórias gostaria de ter (...)

b) Até o dia seguinte eu me transformei na própria esperança da alegria (...)

c) (...) disse-me que havia emprestado o livro a outra menina (...).


d) (...) andei pulando pelas ruas como sempre e não caí nenhuma vez.

e) Acho que eu não disse nada.

Questão 13

om
l. c
FELICIDADE CLANDEST INA

Clarice Lispector
ai
gm
Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados. Tinha
um busto enorme, enquanto nós todas ainda éramos achatadas. Como se não bastasse, enchia os

@
dois bolsos da blusa, por cima do busto, com balas. Mas possuía o que qualquer criança devoradora

s
e
de histórias gostaria de ter: um pai dono de livraria.

a m
Pouco aproveitava. E nós menos ainda: até para aniversário, em vez de pelo menos um livrinho
barato, ela nos entregava em mãos um cartão-postal da loja do pai. Ainda por cima era de paisagem

3g
do Recife mesmo, onde morávamos, com suas pontes mais do que vistas. Atrás escrevia com letra
bordadíssima palavras como “data natalícia” e “saudade”.

e 1
Mas que talento tinha para a crueldade. Ela toda era pura vingança, chupando balas com

li p
barulho. Como essa menina devia nos odiar, nós que éramos imperdoavelmente bonitinhas, esguias,

fe
altinhas, de cabelos livres. Comigo exerceu com calma ferocidade o seu sadismo. Na minha ânsia de
ler, eu nem notava as humilhações a que ela me submetia: continuava a implorar-lhe emprestados os
livros que ela não lia.

Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer sobre mim uma tortura chinesa. Como
casualmente, informou-me que possuía As reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato.

Era um livro grosso, meu Deus, era um livro para se ficar vivendo com ele, comendo-o,
dormindo-o. E completamente acima de minhas posses. Disse-me que eu passasse pela sua casa no
dia seguinte e que ela o emprestaria.

Até o dia seguinte eu me transformei na própria esperança da alegria: eu não vivia, eu nadava
devagar num mar suave, as ondas me levavam e me traziam.

No dia seguinte fui à sua casa, literalmente correndo. Ela não morava num sobrado como eu, e
sim numa casa. Não me mandou entrar. Olhando bem para meus olhos, disse-me que havia
emprestado o livro a outra menina, e que eu voltasse no dia seguinte para buscá-lo. Boquiaberta, saí
devagar, mas em breve a esperança de novo me tomava toda e eu recomeçava na rua a andar
pulando, que era o meu modo estranho de andar pelas ruas de Recife. Dessa vez nem caí: guiava-me
a promessa do livro, o dia seguinte viria, os dias seguintes seriam mais tarde a minha vida inteira, o
amor pelo mundo me esperava, andei pulando pelas ruas como sempre e não caí nenhuma vez.

Mas não ficou simplesmente nisso. O plano secreto da filha do dono de livraria era tranquilo e
diabólico. No dia seguinte lá estava eu à porta de sua casa, com um sorriso e o coração batendo.
Para ouvir a resposta calma: o livro ainda não estava em seu poder, que eu voltasse no dia seguinte.
Mal sabia eu como mais tarde, no decorrer da vida, o drama do “dia seguinte” com ela ia se repetir
com meu coração batendo.

E assim continuou. Quanto tempo? Não sei. Ela sabia que era tempo indefinido, enquanto o fel
não escorresse todo de seu corpo grosso. Eu já começara a adivinhar que ela me escolhera para eu
sofrer, às vezes adivinho. Mas, adivinhando-me mesmo, às vezes aceito: como se quem quer me
fazer sofrer esteja precisando danadamente que eu sofra.

Quanto tempo? Eu ia diariamente à sua casa, sem faltar um dia sequer. Às vezes ela dizia:
pois o livro esteve comigo ontem de tarde, mas você só veio de manhã, de modo que o emprestei a
outra menina. E eu, que não era dada a olheiras, sentia as olheiras se cavando sob os meus olhos
espantados.

Até que um dia, quando eu estava à porta de sua casa, ouvindo humilde e silenciosa a sua
recusa, apareceu sua mãe. Ela devia estar estranhando a aparição muda e diária daquela menina à
porta de sua casa. Pediu explicações a nós duas. Houve uma confusão silenciosa, entrecortada de
palavras pouco elucidativas. A senhora achava cada vez mais estranho o fato de não estar
entendendo. Até que essa mãe boa entendeu. Voltou-se para a filha e com enorme surpresa
exclamou: mas este livro nunca saiu daqui de casa e você nem quis ler!

E o pior para essa mulher não era a descoberta do que acontecia. Devia ser a descoberta
horrorizada da filha que tinha. Ela nos espiava em silêncio: a potência de perversidade de sua filha
desconhecida e a menina loura em pé à porta, exausta, ao vento das ruas de Recife. Foi então que,
finalmente se refazendo, disse firme e calma para a filha: você vai emprestar o livro agora mesmo. E
para mim: “E você fica com o livro por quanto tempo quiser.” Entendem? Valia mais do que me dar o
livro: “pelo tempo que eu quisesse” é tudo o que uma pessoa, grande ou pequena, pode ter a ousadia
de querer.

Como contar o que se seguiu? Eu estava estonteada, e assim recebi o livro na mão. Acho que
eu não disse nada. Peguei o livro. Não, não saí pulando como sempre. Saí andando bem devagar. Sei
que segurava o livro grosso com as duas mãos, comprimindo-o contra o peito. Quanto tempo levei
até chegar em casa, também pouco importa. Meu peito estava quente, meu coração pensativo.

Chegando em casa, não comecei a ler. Fingia que não o tinha, só para depois ter o susto de o
ter. Horas depois abri-o, li algumas linhas maravilhosas, fechei-o de novo, fui passear pela casa,
adiei ainda mais indo comer pão com manteiga, fingi que não sabia onde guardara o livro, achava-o,
abria-o por alguns instantes. Criava as mais falsas dificuldades para aquela coisa clandestina que
era a felicidade. A felicidade sempre iria ser clandestina para mim. Parece que eu já pressentia.
Como demorei! Eu vivia no ar... Havia orgulho e pudor em mim. Eu era uma rainha delicada.

Às vezes sentava-me na rede, balançando-me com o livro aberto no colo, sem tocá-lo, em
êxtase puríssimo. Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com o seu amante.

Com base no texto acima, responda à(s) questão(ões) a seguir.

Assinale a opção em que a expressão sublinhada NÃO tem valor de adjetivo.

a) (...) continuava a implorar-lhe emprestados os livros que ela não lia.

b) (...) o meu modo estranho de andar pelas ruas de Recife.

c) (...) entregava em mãos um cartão-postal da loja do pai.

d) Ela toda era pura vingança, chupando balas com barulho.

e) (...) eu nadava devagar num mar suave (...)

Questão 14

om
l. c
FELICIDADE CLANDEST INA

Clarice Lispector
ai
gm
s @
e
. co
a il
gm
Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados. Tinha

s @
um busto enorme, enquanto nós todas ainda éramos achatadas. Como se não bastasse, enchia os
dois bolsos da blusa, por cima do busto, com balas. Mas possuía o que qualquer criança devoradora

e
de histórias gostaria de ter: um pai dono de livraria.

a m
Pouco aproveitava. E nós menos ainda: até para aniversário, em vez de pelo menos um livrinho

3g
barato, ela nos entregava em mãos um cartão-postal da loja do pai. Ainda por cima era de paisagem
do Recife mesmo, onde morávamos, com suas pontes mais do que vistas. Atrás escrevia com letra

1
bordadíssima palavras como “data natalícia” e “saudade”.

e
i p
Mas que talento tinha para a crueldade. Ela toda era pura vingança, chupando balas com

el
barulho. Como essa menina devia nos odiar, nós que éramos imperdoavelmente bonitinhas, esguias,

f
altinhas, de cabelos livres. Comigo exerceu com calma ferocidade o seu sadismo. Na minha ânsia de
ler, eu nem notava as humilhações a que ela me submetia: continuava a implorar-lhe emprestados os
livros que ela não lia.

Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer sobre mim uma tortura chinesa. Como
casualmente, informou-me que possuía As reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato.

Era um livro grosso, meu Deus, era um livro para se ficar vivendo com ele, comendo-o,
dormindo-o. E completamente acima de minhas posses. Disse-me que eu passasse pela sua casa no
dia seguinte e que ela o emprestaria.

Até o dia seguinte eu me transformei na própria esperança da alegria: eu não vivia, eu nadava
devagar num mar suave, as ondas me levavam e me traziam.

No dia seguinte fui à sua casa, literalmente correndo. Ela não morava num sobrado como eu, e
sim numa casa. Não me mandou entrar. Olhando bem para meus olhos, disse-me que havia
emprestado o livro a outra menina, e que eu voltasse no dia seguinte para buscá-lo. Boquiaberta, saí
devagar, mas em breve a esperança de novo me tomava toda e eu recomeçava na rua a andar
pulando, que era o meu modo estranho de andar pelas ruas de Recife. Dessa vez nem caí: guiava-me
a promessa do livro, o dia seguinte viria, os dias seguintes seriam mais tarde a minha vida inteira, o
amor pelo mundo me esperava, andei pulando pelas ruas como sempre e não caí nenhuma vez.

Mas não ficou simplesmente nisso. O plano secreto da filha do dono de livraria era tranquilo e
diabólico. No dia seguinte lá estava eu à porta de sua casa, com um sorriso e o coração batendo.
Para ouvir a resposta calma: o livro ainda não estava em seu poder, que eu voltasse no dia seguinte.
Mal sabia eu como mais tarde, no decorrer da vida, o drama do “dia seguinte” com ela ia se repetir
com meu coração batendo.

E assim continuou. Quanto tempo? Não sei. Ela sabia que era tempo indefinido, enquanto o fel
não escorresse todo de seu corpo grosso. Eu já começara a adivinhar que ela me escolhera para eu
sofrer, às vezes adivinho. Mas, adivinhando-me mesmo, às vezes aceito: como se quem quer me
fazer sofrer esteja precisando danadamente que eu sofra.

Quanto tempo? Eu ia diariamente à sua casa, sem faltar um dia sequer. Às vezes ela dizia:
pois o livro esteve comigo ontem de tarde, mas você só veio de manhã, de modo que o emprestei a
outra menina. E eu, que não era dada a olheiras, sentia as olheiras se cavando sob os meus olhos
espantados.

Até que um dia, quando eu estava à porta de sua casa, ouvindo humilde e silenciosa a sua
recusa, apareceu sua mãe. Ela devia estar estranhando a aparição muda e diária daquela menina à
porta de sua casa. Pediu explicações a nós duas. Houve uma confusão silenciosa, entrecortada de
palavras pouco elucidativas. A senhora achava cada vez mais estranho o fato de não estar
entendendo. Até que essa mãe boa entendeu. Voltou-se para a filha e com enorme surpresa
exclamou: mas este livro nunca saiu daqui de casa e você nem quis ler!

E o pior para essa mulher não era a descoberta do que acontecia. Devia ser a descoberta
horrorizada da filha que tinha. Ela nos espiava em silêncio: a potência de perversidade de sua filha
desconhecida e a menina loura em pé à porta, exausta, ao vento das ruas de Recife. Foi então que,
finalmente se refazendo, disse firme e calma para a filha: você vai emprestar o livro agora mesmo. E
para mim: “E você fica com o livro por quanto tempo quiser.” Entendem? Valia mais do que me dar o
livro: “pelo tempo que eu quisesse” é tudo o que uma pessoa, grande ou pequena, pode ter a ousadia
de querer.

Como contar o que se seguiu? Eu estava estonteada, e assim recebi o livro na mão. Acho que
eu não disse nada. Peguei o livro. Não, não saí pulando como sempre. Saí andando bem devagar. Sei
que segurava o livro grosso com as duas mãos, comprimindo-o contra o peito. Quanto tempo levei
até chegar em casa, também pouco importa. Meu peito estava quente, meu coração pensativo.

Chegando em casa, não comecei a ler. Fingia que não o tinha, só para depois ter o susto de o
ter. Horas depois abri-o, li algumas linhas maravilhosas, fechei-o de novo, fui passear pela casa,
adiei ainda mais indo comer pão com manteiga, fingi que não sabia onde guardara o livro, achava-o,
abria-o por alguns instantes. Criava as mais falsas dificuldades para aquela coisa clandestina que
era a felicidade. A felicidade sempre iria ser clandestina para mim. Parece que eu já pressentia.
Como demorei! Eu vivia no ar... Havia orgulho e pudor em mim. Eu era uma rainha delicada.

Às vezes sentava-me na rede, balançando-me com o livro aberto no colo, sem tocá-lo, em
êxtase puríssimo. Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com o seu amante.

Com base no texto acima, responda à(s) questão(ões) a seguir.

Assinale a opção em que o processo de formação da palavra sublinhada é diferente dos


demais.

a) Mas possuía o que qualquer criança devoradora de histórias gostaria de ter: um pai dono de
livraria.

b) Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer sobre mim uma tortura chinesa.

c) Mas que talento tinha para a crueldade.

d) Comigo exerceu com calma ferocidade o seu sadismo.

e) Como casualmente, informou-me que possuía ‘As reinações de Narizinho’, de Monteiro Lobato.

Questão 15

om
l. c
FELICIDADE CLANDEST INA

Clarice Lispector
ai
gm
Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados. Tinha
um busto enorme, enquanto nós todas ainda éramos achatadas. Como se não bastasse, enchia os

@
dois bolsos da blusa, por cima do busto, com balas. Mas possuía o que qualquer criança devoradora

s
e
de histórias gostaria de ter: um pai dono de livraria.

a m
Pouco aproveitava. E nós menos ainda: até para aniversário, em vez de pelo menos um livrinho
barato, ela nos entregava em mãos um cartão-postal da loja do pai. Ainda por cima era de paisagem

3g
do Recife mesmo, onde morávamos, com suas pontes mais do que vistas. Atrás escrevia com letra
bordadíssima palavras como “data natalícia” e “saudade”.

e 1
Mas que talento tinha para a crueldade. Ela toda era pura vingança, chupando balas com

i p
el
barulho. Como essa menina devia nos odiar, nós que éramos imperdoavelmente bonitinhas, esguias,

f
1 3
pe
li
fe
altinhas, de cabelos livres. Comigo exerceu com calma ferocidade o seu sadismo. Na minha ânsia de
ler, eu nem notava as humilhações a que ela me submetia: continuava a implorar-lhe emprestados os
livros que ela não lia.

Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer sobre mim uma tortura chinesa. Como
casualmente, informou-me que possuía As reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato.

Era um livro grosso, meu Deus, era um livro para se ficar vivendo com ele, comendo-o,
dormindo-o. E completamente acima de minhas posses. Disse-me que eu passasse pela sua casa no
dia seguinte e que ela o emprestaria.

Até o dia seguinte eu me transformei na própria esperança da alegria: eu não vivia, eu nadava
devagar num mar suave, as ondas me levavam e me traziam.

No dia seguinte fui à sua casa, literalmente correndo. Ela não morava num sobrado como eu, e
sim numa casa. Não me mandou entrar. Olhando bem para meus olhos, disse-me que havia
emprestado o livro a outra menina, e que eu voltasse no dia seguinte para buscá-lo. Boquiaberta, saí
devagar, mas em breve a esperança de novo me tomava toda e eu recomeçava na rua a andar
pulando, que era o meu modo estranho de andar pelas ruas de Recife. Dessa vez nem caí: guiava-me
a promessa do livro, o dia seguinte viria, os dias seguintes seriam mais tarde a minha vida inteira, o
amor pelo mundo me esperava, andei pulando pelas ruas como sempre e não caí nenhuma vez.

Mas não ficou simplesmente nisso. O plano secreto da filha do dono de livraria era tranquilo e
diabólico. No dia seguinte lá estava eu à porta de sua casa, com um sorriso e o coração batendo.
Para ouvir a resposta calma: o livro ainda não estava em seu poder, que eu voltasse no dia seguinte.
Mal sabia eu como mais tarde, no decorrer da vida, o drama do “dia seguinte” com ela ia se repetir
com meu coração batendo.

E assim continuou. Quanto tempo? Não sei. Ela sabia que era tempo indefinido, enquanto o fel
não escorresse todo de seu corpo grosso. Eu já começara a adivinhar que ela me escolhera para eu
sofrer, às vezes adivinho. Mas, adivinhando-me mesmo, às vezes aceito: como se quem quer me
fazer sofrer esteja precisando danadamente que eu sofra.

Quanto tempo? Eu ia diariamente à sua casa, sem faltar um dia sequer. Às vezes ela dizia:
pois o livro esteve comigo ontem de tarde, mas você só veio de manhã, de modo que o emprestei a
outra menina. E eu, que não era dada a olheiras, sentia as olheiras se cavando sob os meus olhos
espantados.

Até que um dia, quando eu estava à porta de sua casa, ouvindo humilde e silenciosa a sua
recusa, apareceu sua mãe. Ela devia estar estranhando a aparição muda e diária daquela menina à
porta de sua casa. Pediu explicações a nós duas. Houve uma confusão silenciosa, entrecortada de
palavras pouco elucidativas. A senhora achava cada vez mais estranho o fato de não estar
entendendo. Até que essa mãe boa entendeu. Voltou-se para a filha e com enorme surpresa
exclamou: mas este livro nunca saiu daqui de casa e você nem quis ler!

E o pior para essa mulher não era a descoberta do que acontecia. Devia ser a descoberta
horrorizada da filha que tinha. Ela nos espiava em silêncio: a potência de perversidade de sua filha
desconhecida e a menina loura em pé à porta, exausta, ao vento das ruas de Recife. Foi então que,
finalmente se refazendo, disse firme e calma para a filha: você vai emprestar o livro agora mesmo. E
para mim: “E você fica com o livro por quanto tempo quiser.” Entendem? Valia mais do que me dar o
livro: “pelo tempo que eu quisesse” é tudo o que uma pessoa, grande ou pequena, pode ter a ousadia
de querer.

Como contar o que se seguiu? Eu estava estonteada, e assim recebi o livro na mão. Acho que
eu não disse nada. Peguei o livro. Não, não saí pulando como sempre. Saí andando bem devagar. Sei
que segurava o livro grosso com as duas mãos, comprimindo-o contra o peito. Quanto tempo levei
até chegar em casa, também pouco importa. Meu peito estava quente, meu coração pensativo.

Chegando em casa, não comecei a ler. Fingia que não o tinha, só para depois ter o susto de o
ter. Horas depois abri-o, li algumas linhas maravilhosas, fechei-o de novo, fui passear pela casa,
adiei ainda mais indo comer pão com manteiga, fingi que não sabia onde guardara o livro, achava-o,
abria-o por alguns instantes. Criava as mais falsas dificuldades para aquela coisa clandestina que
era a felicidade. A felicidade sempre iria ser clandestina para mim. Parece que eu já pressentia.
Como demorei! Eu vivia no ar... Havia orgulho e pudor em mim. Eu era uma rainha delicada.

Às vezes sentava-me na rede, balançando-me com o livro aberto no colo, sem tocá-lo, em
êxtase puríssimo. Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com o seu amante.

Com base no texto acima, responda à(s) questão(ões) a seguir.

Assinale a opção em que a expressão sublinhada NÃO é o sujeito da oração.

a) Como contar o que se seguiu?

b) Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer sobre mim uma tortura chinesa.

c) Dessa vez nem caí: guiava-me a promessa do livro (...)

d) No dia seguinte lá estava eu à porta de sua casa, com um sorriso e o coração (...)

e) Houve uma confusão silenciosa, entrecortada de palavras (...)

Questão 16

om
l. c
PARA AS QUEST ÕES DE 1 A 10, ESCOLHA A ALT ERNAT IVA QUE COMPLET A O T EXT O 1

ai
CORRET AMENT E.

gm
TEXTO 1

Why Urban, Educated Parents Are T urning to DIY Education

s @
They raise chickens. They grow vegetables. They knit. Now a new generation of urban parents is even

e
teaching their own kids.

a m
____________ (1) the beginning, your kids need you – a lot. They’re attached to your hip, all the time. It

3g
might be a month. It might be five years. Then suddenly you are __________ (2) to send them off to
school for seven hours a day, where they’ll have to cope with life in ways they never had to before.

1
You no longer control what they learn, or how, or with whom.

e
li p
Unless you decide, like an emerging population of parents in cities across the country, to forgo that
age-old rite of passage entirely.

fe
When Tera and Eric Schreiber’s oldest child was about to start kindergarten, the couple toured the
__________ (3) public elementary school a block away from their home in an affluent Seattle
neighborhood near the University of Washington. It was “a great neighborhood school,” Tera says.
They also applied to a private school, and Daisy _____________ (4). But in the end they chose a third
path: no school at all.

Eric, 38, is a manager at Microsoft. Tera, 39, had already traded a career as a lawyer for one as a
nonprofit executive, which allowed her more time with her kids. But “more” turned into “all” when
she decided that instead of working, she would homeschool her daughters: Daisy, now 9; Ginger, 7;
and Violet, 4.

We think of homeschoolers as evangelicals or off- the-gridders who spend a lot of time at kitchen
tables in the countryside. And it’s true that most __________ (5) parents do so for moral or religious
reasons. But education observers believe that is changing. You only have to go to a downtown
Starbucks or art museum in the middle of a weekday to see that a once-unconventional choice “has
become newly fashionable,” says Mitchell Stevens, a Stanford professor who wrote Kingdom of
Children, a history of homeschooling. There are an estimated 300,000 homeschooled children in
America’s cities, many of them children of secular, highly educated professionals who always figured
they’d send their kids to school – until they came to think, Hey, maybe we could do better.

When Laurie Block Spigel, a homeschooling consultant, pulled her kids ____________ (6) of school in
New York in the mid-1990s, “I had some of my closest friends and relatives telling me I was ruining
my children’s lives.” Now, she says, “the parents that I meet aren’t afraid to talk about it. They’re
doing this proudly.”

Many of these parents feel that city schools – or any schools – don’t provide the kind of education
they want for their kids. Just as much, though, their choice to homeschool is a more extreme example
of a larger modern parenting ethos: that children are individuals, each deserving a uniquely curated
__________ (7). That peer influence can be noxious. (Bullying is no longer seen as a harmless rite of
passage.) That DIY – be it gardening, knitting, or raising chickens – is something educated urbanites
should embrace. That we might create a sense of security in our kids by practicing “attachment
parenting,” an increasingly popular approach that involves round-the-clock physical contact with
children and immediate responses to all their cues.

Even many attachment adherents, though, may have trouble envisioning spending almost all their
time with their kids – for 18 years! For Tera Schreiber, it was a natural transition. When you have
kept your kids so close, literally – she __________ (8) her youngest till Violet was 4 – it can be a shock
to send them away.

Tera’s kids ______________ (9) particularly enjoy day care or preschool. The Schreibers wanted a
“gentler system” for Daisy; she was a perfectionist who they thought might worry too much about
measuring up. They knew homeschooling families in their neighborhood and envied their easygoing
pace and flexibility – late bedtimes, vacations when everyone else is at school or work. Above all,
they wanted to preserve, for as long as possible, a certain approach to family.

Several homeschooling moms would first tell me, “I know this sounds selfish,” and then say they
feared that if their kids were in school, they’d just get the “exhausted leftovers” at the end of the
day. Says Rebecca Wald, a Baltimore homeschooler, “Once we had a child and I realized how fun it
was to see her discover stuff about the world, I thought, _______________ (10) would I want to let a
teacher have all that fun?” (...)

For many of the homeschoolers I met, family is more: the very focus of their lives. And they wouldn’t
want it any other way. One comfort Tera and Eric Schreiber held on to when they started
homeschooling was that if it wasn’t working out, they could enroll the girls in school, literally the
next day. That developed into an annual reassessment. By now their rhythms are deeply their own;
they are embedded in a community they love. And at the college up the road there are plenty of
calculus tutors, should they need them one day.

Adapted from http://www.thedailybeast.com/newsweek/

Lacuna 1:

a) at

b) on

c) by

d) in

e) from

om
i l. c
Questão 17

om
l. c
PARA AS QUEST ÕES DE 1 A 10, ESCOLHA A ALT ERNAT IVA QUE COMPLET A O T EXT O 1

ai
CORRET AMENT E.

gm
TEXTO 1

Why Urban, Educated Parents Are T urning to DIY Education

s @
They raise chickens. They grow vegetables. They knit. Now a new generation of urban parents is even

e
teaching their own kids.

a m
____________ (1) the beginning, your kids need you – a lot. They’re attached to your hip, all the time. It

3g
might be a month. It might be five years. Then suddenly you are __________ (2) to send them off to
school for seven hours a day, where they’ll have to cope with life in ways they never had to before.

1
You no longer control what they learn, or how, or with whom.

e
li p
Unless you decide, like an emerging population of parents in cities across the country, to forgo that
age-old rite of passage entirely.

fe
When Tera and Eric Schreiber’s oldest child was about to start kindergarten, the couple toured the
__________ (3) public elementary school a block away from their home in an affluent Seattle
neighborhood near the University of Washington. It was “a great neighborhood school,” Tera says.
They also applied to a private school, and Daisy _____________ (4). But in the end they chose a third
path: no school at all.

Eric, 38, is a manager at Microsoft. Tera, 39, had already traded a career as a lawyer for one as a
nonprofit executive, which allowed her more time with her kids. But “more” turned into “all” when
she decided that instead of working, she would homeschool her daughters: Daisy, now 9; Ginger, 7;
and Violet, 4.

We think of homeschoolers as evangelicals or off- the-gridders who spend a lot of time at kitchen
tables in the countryside. And it’s true that most __________ (5) parents do so for moral or religious
reasons. But education observers believe that is changing. You only have to go to a downtown
Starbucks or art museum in the middle of a weekday to see that a once-unconventional choice “has
become newly fashionable,” says Mitchell Stevens, a Stanford professor who wrote Kingdom of
Children, a history of homeschooling. There are an estimated 300,000 homeschooled children in
America’s cities, many of them children of secular, highly educated professionals who always figured
they’d send their kids to school – until they came to think, Hey, maybe we could do better.

When Laurie Block Spigel, a homeschooling consultant, pulled her kids ____________ (6) of school in
New York in the mid-1990s, “I had some of my closest friends and relatives telling me I was ruining
my children’s lives.” Now, she says, “the parents that I meet aren’t afraid to talk about it. They’re
doing this proudly.”

Many of these parents feel that city schools – or any schools – don’t provide the kind of education
they want for their kids. Just as much, though, their choice to homeschool is a more extreme example
of a larger modern parenting ethos: that children are individuals, each deserving a uniquely curated
__________ (7). That peer influence can be noxious. (Bullying is no longer seen as a harmless rite of
passage.) That DIY – be it gardening, knitting, or raising chickens – is something educated urbanites
should embrace. That we might create a sense of security in our kids by practicing “attachment
parenting,” an increasingly popular approach that involves round-the-clock physical contact with
children and immediate responses to all their cues.

Even many attachment adherents, though, may have trouble envisioning spending almost all their
time with their kids – for 18 years! For Tera Schreiber, it was a natural transition. When you have
kept your kids so close, literally – she __________ (8) her youngest till Violet was 4 – it can be a shock
to send them away.

Tera’s kids ______________ (9) particularly enjoy day care or preschool. The Schreibers wanted a
“gentler system” for Daisy; she was a perfectionist who they thought might worry too much about
measuring up. They knew homeschooling families in their neighborhood and envied their easygoing
pace and flexibility – late bedtimes, vacations when everyone else is at school or work. Above all,
they wanted to preserve, for as long as possible, a certain approach to family.

Several homeschooling moms would first tell me, “I know this sounds selfish,” and then say they
feared that if their kids were in school, they’d just get the “exhausted leftovers” at the end of the
day. Says Rebecca Wald, a Baltimore homeschooler, “Once we had a child and I realized how fun it
was to see her discover stuff about the world, I thought, _______________ (10) would I want to let a
teacher have all that fun?” (...)

For many of the homeschoolers I met, family is more: the very focus of their lives. And they wouldn’t
want it any other way. One comfort Tera and Eric Schreiber held on to when they started
homeschooling was that if it wasn’t working out, they could enroll the girls in school, literally the
next day. That developed into an annual reassessment. By now their rhythms are deeply their own;
they are embedded in a community they love. And at the college up the road there are plenty of
calculus tutors, should they need them one day.

Adapted from http://www.thedailybeast.com/newsweek/

Lacuna 2:

a) waiting

b) expecting

c) expect

d) expected

e) waited

Questão 18

om
l. c
PARA AS QUEST ÕES DE 1 A 10, ESCOLHA A ALT ERNAT IVA QUE COMPLET A O T EXT O 1

ai
CORRET AMENT E.

gm
TEXTO 1

Why Urban, Educated Parents Are T urning to DIY Education

s @
They raise chickens. They grow vegetables. They knit. Now a new generation of urban parents is even

eteaching their own kids.

a m
____________ (1) the beginning, your kids need you – a lot. They’re attached to your hip, all the time. It

g
might be a month. It might be five years. Then suddenly you are __________ (2) to send them off to

13
school for seven hours a day, where they’ll have to cope with life in ways they never had to before.
You no longer control what they learn, or how, or with whom.

pe
li
Unless you decide, like an emerging population of parents in cities across the country, to forgo that
age-old rite of passage entirely.

fe
When Tera and Eric Schreiber’s oldest child was about to start kindergarten, the couple toured the
__________ (3) public elementary school a block away from their home in an affluent Seattle
neighborhood near the University of Washington. It was “a great neighborhood school,” Tera says.
They also applied to a private school, and Daisy _____________ (4). But in the end they chose a third
path: no school at all.
Eric, 38, is a manager at Microsoft. Tera, 39, had already traded a career as a lawyer for one as a
nonprofit executive, which allowed her more time with her kids. But “more” turned into “all” when
she decided that instead of working, she would homeschool her daughters: Daisy, now 9; Ginger, 7;
and Violet, 4.

We think of homeschoolers as evangelicals or off- the-gridders who spend a lot of time at kitchen
tables in the countryside. And it’s true that most __________ (5) parents do so for moral or religious
reasons. But education observers believe that is changing. You only have to go to a downtown
Starbucks or art museum in the middle of a weekday to see that a once-unconventional choice “has
become newly fashionable,” says Mitchell Stevens, a Stanford professor who wrote Kingdom of
Children, a history of homeschooling. There are an estimated 300,000 homeschooled children in
America’s cities, many of them children of secular, highly educated professionals who always figured
they’d send their kids to school – until they came to think, Hey, maybe we could do better.

When Laurie Block Spigel, a homeschooling consultant, pulled her kids ____________ (6) of school in
New York in the mid-1990s, “I had some of my closest friends and relatives telling me I was ruining
my children’s lives.” Now, she says, “the parents that I meet aren’t afraid to talk about it. They’re
doing this proudly.”

Many of these parents feel that city schools – or any schools – don’t provide the kind of education
they want for their kids. Just as much, though, their choice to homeschool is a more extreme example
of a larger modern parenting ethos: that children are individuals, each deserving a uniquely curated
__________ (7). That peer influence can be noxious. (Bullying is no longer seen as a harmless rite of
passage.) That DIY – be it gardening, knitting, or raising chickens – is something educated urbanites
should embrace. That we might create a sense of security in our kids by practicing “attachment
parenting,” an increasingly popular approach that involves round-the-clock physical contact with
children and immediate responses to all their cues.

Even many attachment adherents, though, may have trouble envisioning spending almost all their
time with their kids – for 18 years! For Tera Schreiber, it was a natural transition. When you have
kept your kids so close, literally – she __________ (8) her youngest till Violet was 4 – it can be a shock
to send them away.

Tera’s kids ______________ (9) particularly enjoy day care or preschool. The Schreibers wanted a
“gentler system” for Daisy; she was a perfectionist who they thought might worry too much about
measuring up. They knew homeschooling families in their neighborhood and envied their easygoing
pace and flexibility – late bedtimes, vacations when everyone else is at school or work. Above all,
they wanted to preserve, for as long as possible, a certain approach to family.

Several homeschooling moms would first tell me, “I know this sounds selfish,” and then say they
feared that if their kids were in school, they’d just get the “exhausted leftovers” at the end of the
day. Says Rebecca Wald, a Baltimore homeschooler, “Once we had a child and I realized how fun it
was to see her discover stuff about the world, I thought, _______________ (10) would I want to let a
teacher have all that fun?” (...)

For many of the homeschoolers I met, family is more: the very focus of their lives. And they wouldn’t
want it any other way. One comfort Tera and Eric Schreiber held on to when they started
homeschooling was that if it wasn’t working out, they could enroll the girls in school, literally the
next day. That developed into an annual reassessment. By now their rhythms are deeply their own;
they are embedded in a community they love. And at the college up the road there are plenty of
calculus tutors, should they need them one day.

Adapted from http://www.thedailybeast.com/newsweek/

Lacuna 3:

a) high-achieve

b) high-achieving
c) low-achieve

d) high-achieved

e) low-achieving

Questão 19

om
l. c
PARA AS QUEST ÕES DE 1 A 10, ESCOLHA A ALT ERNAT IVA QUE COMPLET A O T EXT O 1

ai
CORRET AMENT E.

gm
TEXTO 1

Why Urban, Educated Parents Are T urning to DIY Education

s @
They raise chickens. They grow vegetables. They knit. Now a new generation of urban parents is even

e
teaching their own kids.

a m
____________ (1) the beginning, your kids need you – a lot. They’re attached to your hip, all the time. It

3g
might be a month. It might be five years. Then suddenly you are __________ (2) to send them off to
school for seven hours a day, where they’ll have to cope with life in ways they never had to before.

1
You no longer control what they learn, or how, or with whom.

e
li p
Unless you decide, like an emerging population of parents in cities across the country, to forgo that
age-old rite of passage entirely.

fe
When Tera and Eric Schreiber’s oldest child was about to start kindergarten, the couple toured the
__________ (3) public elementary school a block away from their home in an affluent Seattle
neighborhood near the University of Washington. It was “a great neighborhood school,” Tera says.
They also applied to a private school, and Daisy _____________ (4). But in the end they chose a third
path: no school at all.

Eric, 38, is a manager at Microsoft. Tera, 39, had already traded a career as a lawyer for one as a
nonprofit executive, which allowed her more time with her kids. But “more” turned into “all” when
she decided that instead of working, she would homeschool her daughters: Daisy, now 9; Ginger, 7;
and Violet, 4.

We think of homeschoolers as evangelicals or off- the-gridders who spend a lot of time at kitchen
tables in the countryside. And it’s true that most __________ (5) parents do so for moral or religious
reasons. But education observers believe that is changing. You only have to go to a downtown
Starbucks or art museum in the middle of a weekday to see that a once-unconventional choice “has
become newly fashionable,” says Mitchell Stevens, a Stanford professor who wrote Kingdom of
Children, a history of homeschooling. There are an estimated 300,000 homeschooled children in
America’s cities, many of them children of secular, highly educated professionals who always figured
they’d send their kids to school – until they came to think, Hey, maybe we could do better.

When Laurie Block Spigel, a homeschooling consultant, pulled her kids ____________ (6) of school in
New York in the mid-1990s, “I had some of my closest friends and relatives telling me I was ruining
my children’s lives.” Now, she says, “the parents that I meet aren’t afraid to talk about it. They’re
doing this proudly.”

Many of these parents feel that city schools – or any schools – don’t provide the kind of education
they want for their kids. Just as much, though, their choice to homeschool is a more extreme example
of a larger modern parenting ethos: that children are individuals, each deserving a uniquely curated
__________ (7). That peer influence can be noxious. (Bullying is no longer seen as a harmless rite of
passage.) That DIY – be it gardening, knitting, or raising chickens – is something educated urbanites
should embrace. That we might create a sense of security in our kids by practicing “attachment
parenting,” an increasingly popular approach that involves round-the-clock physical contact with
children and immediate responses to all their cues.

Even many attachment adherents, though, may have trouble envisioning spending almost all their
time with their kids – for 18 years! For Tera Schreiber, it was a natural transition. When you have
kept your kids so close, literally – she __________ (8) her youngest till Violet was 4 – it can be a shock
to send them away.

Tera’s kids ______________ (9) particularly enjoy day care or preschool. The Schreibers wanted a
“gentler system” for Daisy; she was a perfectionist who they thought might worry too much about
measuring up. They knew homeschooling families in their neighborhood and envied their easygoing
pace and flexibility – late bedtimes, vacations when everyone else is at school or work. Above all,
they wanted to preserve, for as long as possible, a certain approach to family.

Several homeschooling moms would first tell me, “I know this sounds selfish,” and then say they
feared that if their kids were in school, they’d just get the “exhausted leftovers” at the end of the
day. Says Rebecca Wald, a Baltimore homeschooler, “Once we had a child and I realized how fun it
was to see her discover stuff about the world, I thought, _______________ (10) would I want to let a
teacher have all that fun?” (...)

For many of the homeschoolers I met, family is more: the very focus of their lives. And they wouldn’t
want it any other way. One comfort Tera and Eric Schreiber held on to when they started
homeschooling was that if it wasn’t working out, they could enroll the girls in school, literally the
next day. That developed into an annual reassessment. By now their rhythms are deeply their own;
they are embedded in a community they love. And at the college up the road there are plenty of
calculus tutors, should they need them one day.

Adapted from http://www.thedailybeast.com/newsweek/

Lacuna 4:

a) accepted

b) was accepted

c) is accepted

d) were accepted

e) accepting

Questão 20

om
l. c
PARA AS QUEST ÕES DE 1 A 10, ESCOLHA A ALT ERNAT IVA QUE COMPLET A O T EXT O 1

ai
CORRET AMENT E.

gm
TEXTO 1

Why Urban, Educated Parents Are T urning to DIY Education

s @
They raise chickens. They grow vegetables. They knit. Now a new generation of urban parents is even

e
teaching their own kids.

a m
____________ (1) the beginning, your kids need you – a lot. They’re attached to your hip, all the time. It

3g
might be a month. It might be five years. Then suddenly you are __________ (2) to send them off to
school for seven hours a day, where they’ll have to cope with life in ways they never had to before.

1
You no longer control what they learn, or how, or with whom.

e
i p
f el
ga
e 13
li p
Unless you decide, like an emerging population of parents in cities across the country, to forgo that
age-old rite of passage entirely.

fe
When Tera and Eric Schreiber’s oldest child was about to start kindergarten, the couple toured the
__________ (3) public elementary school a block away from their home in an affluent Seattle
neighborhood near the University of Washington. It was “a great neighborhood school,” Tera says.
They also applied to a private school, and Daisy _____________ (4). But in the end they chose a third
path: no school at all.

Eric, 38, is a manager at Microsoft. Tera, 39, had already traded a career as a lawyer for one as a
nonprofit executive, which allowed her more time with her kids. But “more” turned into “all” when
she decided that instead of working, she would homeschool her daughters: Daisy, now 9; Ginger, 7;
and Violet, 4.

We think of homeschoolers as evangelicals or off- the-gridders who spend a lot of time at kitchen
tables in the countryside. And it’s true that most __________ (5) parents do so for moral or religious
reasons. But education observers believe that is changing. You only have to go to a downtown
Starbucks or art museum in the middle of a weekday to see that a once-unconventional choice “has
become newly fashionable,” says Mitchell Stevens, a Stanford professor who wrote Kingdom of
Children, a history of homeschooling. There are an estimated 300,000 homeschooled children in
America’s cities, many of them children of secular, highly educated professionals who always figured
they’d send their kids to school – until they came to think, Hey, maybe we could do better.

When Laurie Block Spigel, a homeschooling consultant, pulled her kids ____________ (6) of school in
New York in the mid-1990s, “I had some of my closest friends and relatives telling me I was ruining
my children’s lives.” Now, she says, “the parents that I meet aren’t afraid to talk about it. They’re
doing this proudly.”

Many of these parents feel that city schools – or any schools – don’t provide the kind of education
they want for their kids. Just as much, though, their choice to homeschool is a more extreme example
of a larger modern parenting ethos: that children are individuals, each deserving a uniquely curated
__________ (7). That peer influence can be noxious. (Bullying is no longer seen as a harmless rite of
passage.) That DIY – be it gardening, knitting, or raising chickens – is something educated urbanites
should embrace. That we might create a sense of security in our kids by practicing “attachment
parenting,” an increasingly popular approach that involves round-the-clock physical contact with
children and immediate responses to all their cues.

Even many attachment adherents, though, may have trouble envisioning spending almost all their
time with their kids – for 18 years! For Tera Schreiber, it was a natural transition. When you have
kept your kids so close, literally – she __________ (8) her youngest till Violet was 4 – it can be a shock
to send them away.

Tera’s kids ______________ (9) particularly enjoy day care or preschool. The Schreibers wanted a
“gentler system” for Daisy; she was a perfectionist who they thought might worry too much about
measuring up. They knew homeschooling families in their neighborhood and envied their easygoing
pace and flexibility – late bedtimes, vacations when everyone else is at school or work. Above all,
they wanted to preserve, for as long as possible, a certain approach to family.

Several homeschooling moms would first tell me, “I know this sounds selfish,” and then say they
feared that if their kids were in school, they’d just get the “exhausted leftovers” at the end of the
day. Says Rebecca Wald, a Baltimore homeschooler, “Once we had a child and I realized how fun it
was to see her discover stuff about the world, I thought, _______________ (10) would I want to let a
teacher have all that fun?” (...)

For many of the homeschoolers I met, family is more: the very focus of their lives. And they wouldn’t
want it any other way. One comfort Tera and Eric Schreiber held on to when they started
homeschooling was that if it wasn’t working out, they could enroll the girls in school, literally the
next day. That developed into an annual reassessment. By now their rhythms are deeply their own;
they are embedded in a community they love. And at the college up the road there are plenty of
calculus tutors, should they need them one day.

Adapted from http://www.thedailybeast.com/newsweek/


Lacuna 5:

a) homeschooled

b) homesick

c) homeschoolers

d) hometown

e) homeschooling

Questão 21

om
l. c
PARA AS QUEST ÕES DE 1 A 10, ESCOLHA A ALT ERNAT IVA QUE COMPLET A O T EXT O 1

ai
CORRET AMENT E.

gm
TEXTO 1

Why Urban, Educated Parents Are T urning to DIY Education

s @
They raise chickens. They grow vegetables. They knit. Now a new generation of urban parents is even

eteaching their own kids.

a m
____________ (1) the beginning, your kids need you – a lot. They’re attached to your hip, all the time. It

g
might be a month. It might be five years. Then suddenly you are __________ (2) to send them off to

13
school for seven hours a day, where they’ll have to cope with life in ways they never had to before.
You no longer control what they learn, or how, or with whom.

pe
li
Unless you decide, like an emerging population of parents in cities across the country, to forgo that
age-old rite of passage entirely.

fe
When Tera and Eric Schreiber’s oldest child was about to start kindergarten, the couple toured the
__________ (3) public elementary school a block away from their home in an affluent Seattle
neighborhood near the University of Washington. It was “a great neighborhood school,” Tera says.
They also applied to a private school, and Daisy _____________ (4). But in the end they chose a third
path: no school at all.

Eric, 38, is a manager at Microsoft. Tera, 39, had already traded a career as a lawyer for one as a
nonprofit executive, which allowed her more time with her kids. But “more” turned into “all” when
she decided that instead of working, she would homeschool her daughters: Daisy, now 9; Ginger, 7;
and Violet, 4.

We think of homeschoolers as evangelicals or off- the-gridders who spend a lot of time at kitchen
tables in the countryside. And it’s true that most __________ (5) parents do so for moral or religious
reasons. But education observers believe that is changing. You only have to go to a downtown
Starbucks or art museum in the middle of a weekday to see that a once-unconventional choice “has
become newly fashionable,” says Mitchell Stevens, a Stanford professor who wrote Kingdom of
Children, a history of homeschooling. There are an estimated 300,000 homeschooled children in
America’s cities, many of them children of secular, highly educated professionals who always figured
they’d send their kids to school – until they came to think, Hey, maybe we could do better.

When Laurie Block Spigel, a homeschooling consultant, pulled her kids ____________ (6) of school in
New York in the mid-1990s, “I had some of my closest friends and relatives telling me I was ruining
my children’s lives.” Now, she says, “the parents that I meet aren’t afraid to talk about it. They’re
doing this proudly.”
Many of these parents feel that city schools – or any schools – don’t provide the kind of education
they want for their kids. Just as much, though, their choice to homeschool is a more extreme example
of a larger modern parenting ethos: that children are individuals, each deserving a uniquely curated
__________ (7). That peer influence can be noxious. (Bullying is no longer seen as a harmless rite of
passage.) That DIY – be it gardening, knitting, or raising chickens – is something educated urbanites
should embrace. That we might create a sense of security in our kids by practicing “attachment
parenting,” an increasingly popular approach that involves round-the-clock physical contact with
children and immediate responses to all their cues.

Even many attachment adherents, though, may have trouble envisioning spending almost all their
time with their kids – for 18 years! For Tera Schreiber, it was a natural transition. When you have
kept your kids so close, literally – she __________ (8) her youngest till Violet was 4 – it can be a shock
to send them away.

Tera’s kids ______________ (9) particularly enjoy day care or preschool. The Schreibers wanted a
“gentler system” for Daisy; she was a perfectionist who they thought might worry too much about
measuring up. They knew homeschooling families in their neighborhood and envied their easygoing
pace and flexibility – late bedtimes, vacations when everyone else is at school or work. Above all,
they wanted to preserve, for as long as possible, a certain approach to family.

Several homeschooling moms would first tell me, “I know this sounds selfish,” and then say they
feared that if their kids were in school, they’d just get the “exhausted leftovers” at the end of the
day. Says Rebecca Wald, a Baltimore homeschooler, “Once we had a child and I realized how fun it
was to see her discover stuff about the world, I thought, _______________ (10) would I want to let a
teacher have all that fun?” (...)

For many of the homeschoolers I met, family is more: the very focus of their lives. And they wouldn’t
want it any other way. One comfort Tera and Eric Schreiber held on to when they started
homeschooling was that if it wasn’t working out, they could enroll the girls in school, literally the
next day. That developed into an annual reassessment. By now their rhythms are deeply their own;
they are embedded in a community they love. And at the college up the road there are plenty of
calculus tutors, should they need them one day.

Adapted from http://www.thedailybeast.com/newsweek/

Lacuna 6:

a) on

b) over

c) down

d) back

e) out

Questão 22

om
l. c
PARA AS QUEST ÕES DE 1 A 10, ESCOLHA A ALT ERNAT IVA QUE COMPLET A O T EXT O 1
CORRET AMENT E.

TEXTO 1
ai
gm
Why Urban, Educated Parents Are T urning to DIY Education

s @
e
m
i l.
a
gm
s @
They raise chickens. They grow vegetables. They knit. Now a new generation of urban parents is even

e
teaching their own kids.

a m
____________ (1) the beginning, your kids need you – a lot. They’re attached to your hip, all the time. It

g
might be a month. It might be five years. Then suddenly you are __________ (2) to send them off to

3
school for seven hours a day, where they’ll have to cope with life in ways they never had to before.

1
You no longer control what they learn, or how, or with whom.

pe
Unless you decide, like an emerging population of parents in cities across the country, to forgo that

li
age-old rite of passage entirely.

fe
When Tera and Eric Schreiber’s oldest child was about to start kindergarten, the couple toured the
__________ (3) public elementary school a block away from their home in an affluent Seattle
neighborhood near the University of Washington. It was “a great neighborhood school,” Tera says.
They also applied to a private school, and Daisy _____________ (4). But in the end they chose a third
path: no school at all.

Eric, 38, is a manager at Microsoft. Tera, 39, had already traded a career as a lawyer for one as a
nonprofit executive, which allowed her more time with her kids. But “more” turned into “all” when
she decided that instead of working, she would homeschool her daughters: Daisy, now 9; Ginger, 7;
and Violet, 4.

We think of homeschoolers as evangelicals or off- the-gridders who spend a lot of time at kitchen
tables in the countryside. And it’s true that most __________ (5) parents do so for moral or religious
reasons. But education observers believe that is changing. You only have to go to a downtown
Starbucks or art museum in the middle of a weekday to see that a once-unconventional choice “has
become newly fashionable,” says Mitchell Stevens, a Stanford professor who wrote Kingdom of
Children, a history of homeschooling. There are an estimated 300,000 homeschooled children in
America’s cities, many of them children of secular, highly educated professionals who always figured
they’d send their kids to school – until they came to think, Hey, maybe we could do better.

When Laurie Block Spigel, a homeschooling consultant, pulled her kids ____________ (6) of school in
New York in the mid-1990s, “I had some of my closest friends and relatives telling me I was ruining
my children’s lives.” Now, she says, “the parents that I meet aren’t afraid to talk about it. They’re
doing this proudly.”

Many of these parents feel that city schools – or any schools – don’t provide the kind of education
they want for their kids. Just as much, though, their choice to homeschool is a more extreme example
of a larger modern parenting ethos: that children are individuals, each deserving a uniquely curated
__________ (7). That peer influence can be noxious. (Bullying is no longer seen as a harmless rite of
passage.) That DIY – be it gardening, knitting, or raising chickens – is something educated urbanites
should embrace. That we might create a sense of security in our kids by practicing “attachment
parenting,” an increasingly popular approach that involves round-the-clock physical contact with
children and immediate responses to all their cues.

Even many attachment adherents, though, may have trouble envisioning spending almost all their
time with their kids – for 18 years! For Tera Schreiber, it was a natural transition. When you have
kept your kids so close, literally – she __________ (8) her youngest till Violet was 4 – it can be a shock
to send them away.

Tera’s kids ______________ (9) particularly enjoy day care or preschool. The Schreibers wanted a
“gentler system” for Daisy; she was a perfectionist who they thought might worry too much about
measuring up. They knew homeschooling families in their neighborhood and envied their easygoing
pace and flexibility – late bedtimes, vacations when everyone else is at school or work. Above all,
they wanted to preserve, for as long as possible, a certain approach to family.

Several homeschooling moms would first tell me, “I know this sounds selfish,” and then say they
feared that if their kids were in school, they’d just get the “exhausted leftovers” at the end of the
day. Says Rebecca Wald, a Baltimore homeschooler, “Once we had a child and I realized how fun it
was to see her discover stuff about the world, I thought, _______________ (10) would I want to let a
teacher have all that fun?” (...)
For many of the homeschoolers I met, family is more: the very focus of their lives. And they wouldn’t
want it any other way. One comfort Tera and Eric Schreiber held on to when they started
homeschooling was that if it wasn’t working out, they could enroll the girls in school, literally the
next day. That developed into an annual reassessment. By now their rhythms are deeply their own;
they are embedded in a community they love. And at the college up the road there are plenty of
calculus tutors, should they need them one day.

Adapted from http://www.thedailybeast.com/newsweek/

Lacuna 7:

a) upbringing

b) down

c) uplifting

d) downbring

e) upbrought

Questão 23

om
l. c
PARA AS QUEST ÕES DE 1 A 10, ESCOLHA A ALT ERNAT IVA QUE COMPLET A O T EXT O 1

ai
CORRET AMENT E.

gm
TEXTO 1

Why Urban, Educated Parents Are T urning to DIY Education

s @
They raise chickens. They grow vegetables. They knit. Now a new generation of urban parents is even

e
teaching their own kids.

a m
____________ (1) the beginning, your kids need you – a lot. They’re attached to your hip, all the time. It

3g
might be a month. It might be five years. Then suddenly you are __________ (2) to send them off to
school for seven hours a day, where they’ll have to cope with life in ways they never had to before.

1
You no longer control what they learn, or how, or with whom.

e
li p
Unless you decide, like an emerging population of parents in cities across the country, to forgo that
age-old rite of passage entirely.

fe
When Tera and Eric Schreiber’s oldest child was about to start kindergarten, the couple toured the
__________ (3) public elementary school a block away from their home in an affluent Seattle
neighborhood near the University of Washington. It was “a great neighborhood school,” Tera says.
They also applied to a private school, and Daisy _____________ (4). But in the end they chose a third
path: no school at all.

Eric, 38, is a manager at Microsoft. Tera, 39, had already traded a career as a lawyer for one as a
nonprofit executive, which allowed her more time with her kids. But “more” turned into “all” when
she decided that instead of working, she would homeschool her daughters: Daisy, now 9; Ginger, 7;
and Violet, 4.

We think of homeschoolers as evangelicals or off- the-gridders who spend a lot of time at kitchen
tables in the countryside. And it’s true that most __________ (5) parents do so for moral or religious
reasons. But education observers believe that is changing. You only have to go to a downtown
Starbucks or art museum in the middle of a weekday to see that a once-unconventional choice “has
become newly fashionable,” says Mitchell Stevens, a Stanford professor who wrote Kingdom of
Children, a history of homeschooling. There are an estimated 300,000 homeschooled children in
America’s cities, many of them children of secular, highly educated professionals who always figured
they’d send their kids to school – until they came to think, Hey, maybe we could do better.

When Laurie Block Spigel, a homeschooling consultant, pulled her kids ____________ (6) of school in
New York in the mid-1990s, “I had some of my closest friends and relatives telling me I was ruining
my children’s lives.” Now, she says, “the parents that I meet aren’t afraid to talk about it. They’re
doing this proudly.”

Many of these parents feel that city schools – or any schools – don’t provide the kind of education
they want for their kids. Just as much, though, their choice to homeschool is a more extreme example
of a larger modern parenting ethos: that children are individuals, each deserving a uniquely curated
__________ (7). That peer influence can be noxious. (Bullying is no longer seen as a harmless rite of
passage.) That DIY – be it gardening, knitting, or raising chickens – is something educated urbanites
should embrace. That we might create a sense of security in our kids by practicing “attachment
parenting,” an increasingly popular approach that involves round-the-clock physical contact with
children and immediate responses to all their cues.

Even many attachment adherents, though, may have trouble envisioning spending almost all their
time with their kids – for 18 years! For Tera Schreiber, it was a natural transition. When you have
kept your kids so close, literally – she __________ (8) her youngest till Violet was 4 – it can be a shock
to send them away.

Tera’s kids ______________ (9) particularly enjoy day care or preschool. The Schreibers wanted a
“gentler system” for Daisy; she was a perfectionist who they thought might worry too much about
measuring up. They knew homeschooling families in their neighborhood and envied their easygoing
pace and flexibility – late bedtimes, vacations when everyone else is at school or work. Above all,
they wanted to preserve, for as long as possible, a certain approach to family.

Several homeschooling moms would first tell me, “I know this sounds selfish,” and then say they
feared that if their kids were in school, they’d just get the “exhausted leftovers” at the end of the
day. Says Rebecca Wald, a Baltimore homeschooler, “Once we had a child and I realized how fun it
was to see her discover stuff about the world, I thought, _______________ (10) would I want to let a
teacher have all that fun?” (...)

For many of the homeschoolers I met, family is more: the very focus of their lives. And they wouldn’t
want it any other way. One comfort Tera and Eric Schreiber held on to when they started
homeschooling was that if it wasn’t working out, they could enroll the girls in school, literally the
next day. That developed into an annual reassessment. By now their rhythms are deeply their own;
they are embedded in a community they love. And at the college up the road there are plenty of
calculus tutors, should they need them one day.

Adapted from http://www.thedailybeast.com/newsweek/

Lacuna 8:

a) breast-feed

b) breast-feeding

c) breast-fed

d) breakfast

e) breast-fled

om
i l. c
Questão 24

om
l. c
PARA AS QUEST ÕES DE 1 A 10, ESCOLHA A ALT ERNAT IVA QUE COMPLET A O T EXT O 1

ai
CORRET AMENT E.

gm
TEXTO 1

Why Urban, Educated Parents Are T urning to DIY Education

s @
They raise chickens. They grow vegetables. They knit. Now a new generation of urban parents is even

e
teaching their own kids.

a m
____________ (1) the beginning, your kids need you – a lot. They’re attached to your hip, all the time. It

3g
might be a month. It might be five years. Then suddenly you are __________ (2) to send them off to
school for seven hours a day, where they’ll have to cope with life in ways they never had to before.

1
You no longer control what they learn, or how, or with whom.

e
li p
Unless you decide, like an emerging population of parents in cities across the country, to forgo that
age-old rite of passage entirely.

fe
When Tera and Eric Schreiber’s oldest child was about to start kindergarten, the couple toured the
__________ (3) public elementary school a block away from their home in an affluent Seattle
neighborhood near the University of Washington. It was “a great neighborhood school,” Tera says.
They also applied to a private school, and Daisy _____________ (4). But in the end they chose a third
path: no school at all.

Eric, 38, is a manager at Microsoft. Tera, 39, had already traded a career as a lawyer for one as a
nonprofit executive, which allowed her more time with her kids. But “more” turned into “all” when
she decided that instead of working, she would homeschool her daughters: Daisy, now 9; Ginger, 7;
and Violet, 4.

We think of homeschoolers as evangelicals or off- the-gridders who spend a lot of time at kitchen
tables in the countryside. And it’s true that most __________ (5) parents do so for moral or religious
reasons. But education observers believe that is changing. You only have to go to a downtown
Starbucks or art museum in the middle of a weekday to see that a once-unconventional choice “has
become newly fashionable,” says Mitchell Stevens, a Stanford professor who wrote Kingdom of
Children, a history of homeschooling. There are an estimated 300,000 homeschooled children in
America’s cities, many of them children of secular, highly educated professionals who always figured
they’d send their kids to school – until they came to think, Hey, maybe we could do better.

When Laurie Block Spigel, a homeschooling consultant, pulled her kids ____________ (6) of school in
New York in the mid-1990s, “I had some of my closest friends and relatives telling me I was ruining
my children’s lives.” Now, she says, “the parents that I meet aren’t afraid to talk about it. They’re
doing this proudly.”

Many of these parents feel that city schools – or any schools – don’t provide the kind of education
they want for their kids. Just as much, though, their choice to homeschool is a more extreme example
of a larger modern parenting ethos: that children are individuals, each deserving a uniquely curated
__________ (7). That peer influence can be noxious. (Bullying is no longer seen as a harmless rite of
passage.) That DIY – be it gardening, knitting, or raising chickens – is something educated urbanites
should embrace. That we might create a sense of security in our kids by practicing “attachment
parenting,” an increasingly popular approach that involves round-the-clock physical contact with
children and immediate responses to all their cues.

Even many attachment adherents, though, may have trouble envisioning spending almost all their
time with their kids – for 18 years! For Tera Schreiber, it was a natural transition. When you have
kept your kids so close, literally – she __________ (8) her youngest till Violet was 4 – it can be a shock
to send them away.

Tera’s kids ______________ (9) particularly enjoy day care or preschool. The Schreibers wanted a
“gentler system” for Daisy; she was a perfectionist who they thought might worry too much about
measuring up. They knew homeschooling families in their neighborhood and envied their easygoing
pace and flexibility – late bedtimes, vacations when everyone else is at school or work. Above all,
they wanted to preserve, for as long as possible, a certain approach to family.

Several homeschooling moms would first tell me, “I know this sounds selfish,” and then say they
feared that if their kids were in school, they’d just get the “exhausted leftovers” at the end of the
day. Says Rebecca Wald, a Baltimore homeschooler, “Once we had a child and I realized how fun it
was to see her discover stuff about the world, I thought, _______________ (10) would I want to let a
teacher have all that fun?” (...)

For many of the homeschoolers I met, family is more: the very focus of their lives. And they wouldn’t
want it any other way. One comfort Tera and Eric Schreiber held on to when they started
homeschooling was that if it wasn’t working out, they could enroll the girls in school, literally the
next day. That developed into an annual reassessment. By now their rhythms are deeply their own;
they are embedded in a community they love. And at the college up the road there are plenty of
calculus tutors, should they need them one day.

Adapted from http://www.thedailybeast.com/newsweek/

Lacuna 9:

a) hadn’t

b) didn’t

c) hasn’t

d) don’t

e) doesn’t

Questão 25

om
l. c
PARA AS QUEST ÕES DE 1 A 10, ESCOLHA A ALT ERNAT IVA QUE COMPLET A O T EXT O 1

ai
CORRET AMENT E.

gm
TEXTO 1

Why Urban, Educated Parents Are T urning to DIY Education

s @
They raise chickens. They grow vegetables. They knit. Now a new generation of urban parents is even

eteaching their own kids.

a m
____________ (1) the beginning, your kids need you – a lot. They’re attached to your hip, all the time. It

g
might be a month. It might be five years. Then suddenly you are __________ (2) to send them off to

13
school for seven hours a day, where they’ll have to cope with life in ways they never had to before.
You no longer control what they learn, or how, or with whom.

pe
li
Unless you decide, like an emerging population of parents in cities across the country, to forgo that
age-old rite of passage entirely.

fe
When Tera and Eric Schreiber’s oldest child was about to start kindergarten, the couple toured the
__________ (3) public elementary school a block away from their home in an affluent Seattle
neighborhood near the University of Washington. It was “a great neighborhood school,” Tera says.
They also applied to a private school, and Daisy _____________ (4). But in the end they chose a third
path: no school at all.
Eric, 38, is a manager at Microsoft. Tera, 39, had already traded a career as a lawyer for one as a
nonprofit executive, which allowed her more time with her kids. But “more” turned into “all” when
she decided that instead of working, she would homeschool her daughters: Daisy, now 9; Ginger, 7;
and Violet, 4.

We think of homeschoolers as evangelicals or off- the-gridders who spend a lot of time at kitchen
tables in the countryside. And it’s true that most __________ (5) parents do so for moral or religious
reasons. But education observers believe that is changing. You only have to go to a downtown
Starbucks or art museum in the middle of a weekday to see that a once-unconventional choice “has
become newly fashionable,” says Mitchell Stevens, a Stanford professor who wrote Kingdom of
Children, a history of homeschooling. There are an estimated 300,000 homeschooled children in
America’s cities, many of them children of secular, highly educated professionals who always figured
they’d send their kids to school – until they came to think, Hey, maybe we could do better.

When Laurie Block Spigel, a homeschooling consultant, pulled her kids ____________ (6) of school in
New York in the mid-1990s, “I had some of my closest friends and relatives telling me I was ruining
my children’s lives.” Now, she says, “the parents that I meet aren’t afraid to talk about it. They’re
doing this proudly.”

Many of these parents feel that city schools – or any schools – don’t provide the kind of education
they want for their kids. Just as much, though, their choice to homeschool is a more extreme example
of a larger modern parenting ethos: that children are individuals, each deserving a uniquely curated
__________ (7). That peer influence can be noxious. (Bullying is no longer seen as a harmless rite of
passage.) That DIY – be it gardening, knitting, or raising chickens – is something educated urbanites
should embrace. That we might create a sense of security in our kids by practicing “attachment
parenting,” an increasingly popular approach that involves round-the-clock physical contact with
children and immediate responses to all their cues.

Even many attachment adherents, though, may have trouble envisioning spending almost all their
time with their kids – for 18 years! For Tera Schreiber, it was a natural transition. When you have
kept your kids so close, literally – she __________ (8) her youngest till Violet was 4 – it can be a shock
to send them away.

Tera’s kids ______________ (9) particularly enjoy day care or preschool. The Schreibers wanted a
“gentler system” for Daisy; she was a perfectionist who they thought might worry too much about
measuring up. They knew homeschooling families in their neighborhood and envied their easygoing
pace and flexibility – late bedtimes, vacations when everyone else is at school or work. Above all,
they wanted to preserve, for as long as possible, a certain approach to family.

Several homeschooling moms would first tell me, “I know this sounds selfish,” and then say they
feared that if their kids were in school, they’d just get the “exhausted leftovers” at the end of the
day. Says Rebecca Wald, a Baltimore homeschooler, “Once we had a child and I realized how fun it
was to see her discover stuff about the world, I thought, _______________ (10) would I want to let a
teacher have all that fun?” (...)

For many of the homeschoolers I met, family is more: the very focus of their lives. And they wouldn’t
want it any other way. One comfort Tera and Eric Schreiber held on to when they started
homeschooling was that if it wasn’t working out, they could enroll the girls in school, literally the
next day. That developed into an annual reassessment. By now their rhythms are deeply their own;
they are embedded in a community they love. And at the college up the road there are plenty of
calculus tutors, should they need them one day.

Adapted from http://www.thedailybeast.com/newsweek/

Lacuna 10:

a) how

b) why
c) what

d) when

e) where

Questão 26

om
l. c
PARA AS QUEST ÕES DE 11 a 15, RESPONDA DE ACORDO COM O T EXT O 2 A SEGUIR.

TEXTO 2
ai
gm
Healthy choices

to do?
s @
How do we reduce waistlines in a country where we traditionally do not like telling individuals what

e
By Telegraph View 22 Aug 2014

a m
children from smaller plates.
3g
Duncan Selbie, the Chief Executive of Public Health England, suggests that parents feed their

e 1
Every new piece of information about Britain’s weight problem makes for ever more depressing

li p
reading. Duncan Selbie, the Chief Executive of Public Health England, today tells us that by 2034
some six million Britons will suffer from diabetes. Of course, many people develop diabetes through

fe
no fault of their own. But Mr Selbie’s research concludes that if the levels of obesity returned to
their 1994 levels, 1.7 million fewer people would suffer from the condition.

Given that fighting diabetes already drains the National Health Service (NHS) by more than £1.5
million, or 10 per cent of its budget for England, the impact upon the Treasury in 20 years’ time from
unhealthy lifestyles could be catastrophic. Bad health not only impacts on the individual but also on
the rest of the community.

Diagnosis of the challenge is straightforward. The tougher question is what to do about reducing
waistlines in a country where we traditionally do not like telling individuals what to do.

It is interesting to note that Mr Selbie does not ascribe to the Big Brother approach of ceaseless
legislation and nannying. Rather, he is keen to promote choices – making the case passionately that
people should be encouraged to embrace good health. One of his suggestions is that parents feed
their children from smaller plates. That way the child can clear his or her plate, as ordered, without
actually consuming too much. Like all good ideas, this is rooted in common sense.

(www.telegraph.co.uk. Adaptado.)

In the sentence “Bad health not only impacts on the individual but also on the rest of the
community”, the expression “not only ... but also” introduces the idea of

a) possibility

b) comparison

c) negation

d) inclusion
e) contrast

Questão 27

om
l. c
TEXTO 2

Healthy choices
ai
gm
How do we reduce waistlines in a country where we traditionally do not like telling individuals what
to do?

By Telegraph View 22 Aug 2014


s @
e
children from smaller plates.
a m
Duncan Selbie, the Chief Executive of Public Health England, suggests that parents feed their

g
13
Every new piece of information about Britain’s weight problem makes for ever more depressing
reading. Duncan Selbie, the Chief Executive of Public Health England, today tells us that by 2034

e
some six million Britons will suffer from diabetes. Of course, many people develop diabetes through

p
li
no fault of their own. But Mr Selbie’s research concludes that if the levels of obesity returned to
their 1994 levels, 1.7 million fewer people would suffer from the condition.

fe
Given that fighting diabetes already drains the National Health Service (NHS) by more than £1.5
million, or 10 per cent of its budget for England, the impact upon the Treasury in 20 years’ time from
unhealthy lifestyles could be catastrophic. Bad health not only impacts on the individual but also on
the rest of the community.

Diagnosis of the challenge is straightforward. The tougher question is what to do about reducing
waistlines in a country where we traditionally do not like telling individuals what to do.

It is interesting to note that Mr Selbie does not ascribe to the Big Brother approach of ceaseless
legislation and nannying. Rather, he is keen to promote choices – making the case passionately that
people should be encouraged to embrace good health. One of his suggestions is that parents feed
their children from smaller plates. That way the child can clear his or her plate, as ordered, without
actually consuming too much. Like all good ideas, this is rooted in common sense.

(www.telegraph.co.uk. Adaptado.)

According to the text, Mr Duncan Selbie concluded that

a) there were more diabetic people twenty years ago.

b) 1.7 million people are obese and have serious health risks in the UK.

c) obesity will escalate quickly in the next 20 years after a reduction in the last 20 years.

d) less people would suffer from diabetes if obesity levels reverted to 1994 figures.

e) there are certain genetic conditions that pose the risk of developing diabetes.

Questão 28

om
l. c
TEXTO 2

ai
gm
om
l. c
ai
Healthy choices

gm
How do we reduce waistlines in a country where we traditionally do not like telling individuals what
to do?

By Telegraph View 22 Aug 2014


s @
e
m
Duncan Selbie, the Chief Executive of Public Health England, suggests that parents feed their

a
children from smaller plates.

3g
Every new piece of information about Britain’s weight problem makes for ever more depressing

1
reading. Duncan Selbie, the Chief Executive of Public Health England, today tells us that by 2034

e
some six million Britons will suffer from diabetes. Of course, many people develop diabetes through

p
li
no fault of their own. But Mr Selbie’s research concludes that if the levels of obesity returned to
their 1994 levels, 1.7 million fewer people would suffer from the condition.

fe
Given that fighting diabetes already drains the National Health Service (NHS) by more than £1.5
million, or 10 per cent of its budget for England, the impact upon the Treasury in 20 years’ time from
unhealthy lifestyles could be catastrophic. Bad health not only impacts on the individual but also on
the rest of the community.

Diagnosis of the challenge is straightforward. The tougher question is what to do about reducing
waistlines in a country where we traditionally do not like telling individuals what to do.

It is interesting to note that Mr Selbie does not ascribe to the Big Brother approach of ceaseless
legislation and nannying. Rather, he is keen to promote choices – making the case passionately that
people should be encouraged to embrace good health. One of his suggestions is that parents feed
their children from smaller plates. That way the child can clear his or her plate, as ordered, without
actually consuming too much. Like all good ideas, this is rooted in common sense.

(www.telegraph.co.uk. Adaptado.)

The excerpt from the first paragraph “many people develop diabetes through no fault of their own”
means that these people

a) probably led an unhealthy lifestyle.

b) can’t be blamed for getting ill.

c) might take part in a research for new medicines.

d) should reduce their waistline.

e) will have to undergo an expensive treatment paid by the NHS.

Questão 29

om
l. c
TEXTO 2

Healthy choices
ai
gm
How do we reduce waistlines in a country where we traditionally do not like telling individuals what
to do?

By Telegraph View 22 Aug 2014


s @
e
m
Duncan Selbie, the Chief Executive of Public Health England, suggests that parents feed their

a
3g
1
g
s @
e
children from smaller plates.
a m
3g
Every new piece of information about Britain’s weight problem makes for ever more depressing

e 1
reading. Duncan Selbie, the Chief Executive of Public Health England, today tells us that by 2034
some six million Britons will suffer from diabetes. Of course, many people develop diabetes through

i p
no fault of their own. But Mr Selbie’s research concludes that if the levels of obesity returned to

el
their 1994 levels, 1.7 million fewer people would suffer from the condition.

f
Given that fighting diabetes already drains the National Health Service (NHS) by more than £1.5
million, or 10 per cent of its budget for England, the impact upon the Treasury in 20 years’ time from
unhealthy lifestyles could be catastrophic. Bad health not only impacts on the individual but also on
the rest of the community.

Diagnosis of the challenge is straightforward. The tougher question is what to do about reducing
waistlines in a country where we traditionally do not like telling individuals what to do.

It is interesting to note that Mr Selbie does not ascribe to the Big Brother approach of ceaseless
legislation and nannying. Rather, he is keen to promote choices – making the case passionately that
people should be encouraged to embrace good health. One of his suggestions is that parents feed
their children from smaller plates. That way the child can clear his or her plate, as ordered, without
actually consuming too much. Like all good ideas, this is rooted in common sense.

(www.telegraph.co.uk. Adaptado.)

In the sentence “Given that fighting diabetes already drains the National Health Service”, the
expression in bold conveys the idea of

a) consequence

b) example

c) purpose

d) generalization.

e) assumption.

Questão 30

om
l. c
TEXTO 2

Healthy choices
ai
gm
How do we reduce waistlines in a country where we traditionally do not like telling individuals what
to do?

By Telegraph View 22 Aug 2014


s @
e
children from smaller plates.
a m
Duncan Selbie, the Chief Executive of Public Health England, suggests that parents feed their

g
13
Every new piece of information about Britain’s weight problem makes for ever more depressing
reading. Duncan Selbie, the Chief Executive of Public Health England, today tells us that by 2034

e
some six million Britons will suffer from diabetes. Of course, many people develop diabetes through

p
li
no fault of their own. But Mr Selbie’s research concludes that if the levels of obesity returned to
their 1994 levels, 1.7 million fewer people would suffer from the condition.

fe
1 3
pe
li
fe
Given that fighting diabetes already drains the National Health Service (NHS) by more than £1.5
million, or 10 per cent of its budget for England, the impact upon the Treasury in 20 years’ time from
unhealthy lifestyles could be catastrophic. Bad health not only impacts on the individual but also on
the rest of the community.

Diagnosis of the challenge is straightforward. The tougher question is what to do about reducing
waistlines in a country where we traditionally do not like telling individuals what to do.

It is interesting to note that Mr Selbie does not ascribe to the Big Brother approach of ceaseless
legislation and nannying. Rather, he is keen to promote choices – making the case passionately that
people should be encouraged to embrace good health. One of his suggestions is that parents feed
their children from smaller plates. That way the child can clear his or her plate, as ordered, without
actually consuming too much. Like all good ideas, this is rooted in common sense.

(www.telegraph.co.uk. Adaptado.)

Choose the appropriate continuation for the sentence " if the levels of obesity returned to their 1994
levels, 1.7 million fewer people ___________ from the condition”.

a) wouldn’t suffer

b) would have suffered

c) would suffer

d) will suffer

e) suffer

Questão 31

om
l. c
PARA AS QUEST ÕES DE 16 a 20, RESPONDA DE ACORDO COM O T EXT O 3 A SEGUIR.

TEXTO 3
ai
gm
Brazil: the natural knowledge economy Kirsten Bound – THE ATLAS OF IDEAS

s @
If you grew up in Europe or North America you will no doubt have been taught in school that the
Wright Brothers from Ohio invented and flew the first aeroplane – the Kitty Hawk – in 1903. But if

e
you grew up in Brazil you will have been taught that the real inventor was in fact a Brazilian from

a m
Minas Gerais called Alberto Santos Dumont, whose 14-bis aeroplane took to the skies in 1906. This
fierce historical debate, which turns on definitions of ‘practical airplanes’, the ability to launch

3g
unaided, length of time spent in the air and the credibility of witnesses, will not be resolved here.
Yet it is a striking example of the lack of global recognition for Brazil’s achievements in innovation.

e 1
Almost a century later, in 2005, Santos Dumont’s intellectual heirs, the company Empresa Brasileira

p
de Aeronáutica (EMBRAER), made aviation history of a different kind when they unveiled the

li
Ipanema, the world’s first commercially produced aircraft to run solely on biofuels. This time, the

fe
world was watching. Scientific American credited it as one of the most important inventions of the
year. The attention paid to the Ipanema reflects the growing interest in biofuels as a potential
solution to climate change and rising energy demand. To their advocates, biofuels – most commonly
bioethanol or biodiesel – offer a more secure, sustainable energy supply that can reduce carbon
emissions by 50–60 per cent compared to fossil fuels. From learning to fly to learning to cope with
the environmental costs of flight, biofuel innovations like the Ipanema reflect some of the tensions
of modern science, in which expanding the frontiers of human ingenuity goes hand in hand with
managing the consequences. The recent backlash against biofuels, which has seen them blamed for
global food shortages as land is reportedly diverted from food crops, points to a growing
interdependence between the science and innovation systems of different countries, and between
innovation, economics and environmental sustainability. The debates now raging over biofuels
reflect some of the wider dynamics in Brazil’s innovation system. They remind us that Brazil’s
current strengths and achievements have deeper historical roots than is sometimes imagined. They
reflect the fact that Brazil’s natural resources and assets are a key area of opportunity for science
and innovation – a focus that leads us to characterize Brazil as a ‘natural knowledge economy’. Most
importantly, they highlight the propitious timing of Brazil’s growing strength in these areas at a
time when climate change, the environment, food scarcity and rising worldwide energy demand are
at the forefront of global consciousness. What changed between the maiden flight of the 14-bis and
the maiden flight of the Ipanema is not just Brazil’s capacity for technological and scientific
innovation, but the rest of the world’s appreciation of the potential of that innovation to address
some of the pressing challenges that confront us all.

(www.demos.co.uk. Adaptado.)

The dispute about the first plane to take off and fly

a) can’t be solved due to a historical debate between Santos Dumont and the Wright Brothers.

b) shows that the world does not truly accept Brazil’s innovation and invention.

c) established a plausible definition of flying artifacts as well as biased witnesses from Ohio.

d) has been solved since Santos Dumont flew his 14-bis plane in 1906.

e) has started in the USA, where children learn that the Kitty Hawk was the first plane to fly.

Questão 32

om
l. c
TEXTO 3

ai
Brazil: the natural knowledge economy Kirsten Bound – THE ATLAS OF IDEAS

gm
If you grew up in Europe or North America you will no doubt have been taught in school that the
Wright Brothers from Ohio invented and flew the first aeroplane – the Kitty Hawk – in 1903. But if

@
you grew up in Brazil you will have been taught that the real inventor was in fact a Brazilian from

s
e
Minas Gerais called Alberto Santos Dumont, whose 14-bis aeroplane took to the skies in 1906. This
fierce historical debate, which turns on definitions of ‘practical airplanes’, the ability to launch

a m
unaided, length of time spent in the air and the credibility of witnesses, will not be resolved here.
Yet it is a striking example of the lack of global recognition for Brazil’s achievements in innovation.

g
Almost a century later, in 2005, Santos Dumont’s intellectual heirs, the company Empresa Brasileira
3
1
de Aeronáutica (EMBRAER), made aviation history of a different kind when they unveiled the

e
Ipanema, the world’s first commercially produced aircraft to run solely on biofuels. This time, the

p
world was watching. Scientific American credited it as one of the most important inventions of the

li
year. The attention paid to the Ipanema reflects the growing interest in biofuels as a potential

fe
solution to climate change and rising energy demand. To their advocates, biofuels – most commonly
bioethanol or biodiesel – offer a more secure, sustainable energy supply that can reduce carbon
emissions by 50–60 per cent compared to fossil fuels. From learning to fly to learning to cope with
the environmental costs of flight, biofuel innovations like the Ipanema reflect some of the tensions
of modern science, in which expanding the frontiers of human ingenuity goes hand in hand with
managing the consequences. The recent backlash against biofuels, which has seen them blamed for
global food shortages as land is reportedly diverted from food crops, points to a growing
interdependence between the science and innovation systems of different countries, and between
innovation, economics and environmental sustainability. The debates now raging over biofuels
reflect some of the wider dynamics in Brazil’s innovation system. They remind us that Brazil’s
current strengths and achievements have deeper historical roots than is sometimes imagined. They
reflect the fact that Brazil’s natural resources and assets are a key area of opportunity for science
and innovation – a focus that leads us to characterize Brazil as a ‘natural knowledge economy’. Most
importantly, they highlight the propitious timing of Brazil’s growing strength in these areas at a
time when climate change, the environment, food scarcity and rising worldwide energy demand are
at the forefront of global consciousness. What changed between the maiden flight of the 14-bis and
the maiden flight of the Ipanema is not just Brazil’s capacity for technological and scientific
innovation, but the rest of the world’s appreciation of the potential of that innovation to address
some of the pressing challenges that confront us all.

(www.demos.co.uk. Adaptado.)

According to the text, in Brazil people learn that

a) the Kitty Hawk spent less time in the air than the 14-bis.

b) both the Kitty Hawk and the 14-bis could not take off unaided.

c) there were no pictures taken of the first 14-bis flight.

d) Santos Dumont was born in Minas Gerais, where the 14-bis first flew.

e) the 14-bis, created by Santos Dumont, had its maiden flight in 1906.

Questão 33

om
l. c
TEXTO 3

ai
Brazil: the natural knowledge economy Kirsten Bound – THE ATLAS OF IDEAS

gm
If you grew up in Europe or North America you will no doubt have been taught in school that the
Wright Brothers from Ohio invented and flew the first aeroplane – the Kitty Hawk – in 1903. But if

@
you grew up in Brazil you will have been taught that the real inventor was in fact a Brazilian from

s
e
Minas Gerais called Alberto Santos Dumont, whose 14-bis aeroplane took to the skies in 1906. This
fierce historical debate, which turns on definitions of ‘practical airplanes’, the ability to launch

a m
unaided, length of time spent in the air and the credibility of witnesses, will not be resolved here.
Yet it is a striking example of the lack of global recognition for Brazil’s achievements in innovation.

g
Almost a century later, in 2005, Santos Dumont’s intellectual heirs, the company Empresa Brasileira

13
de Aeronáutica (EMBRAER), made aviation history of a different kind when they unveiled the

e
Ipanema, the world’s first commercially produced aircraft to run solely on biofuels. This time, the

p
world was watching. Scientific American credited it as one of the most important inventions of the

li
year. The attention paid to the Ipanema reflects the growing interest in biofuels as a potential

fe
solution to climate change and rising energy demand. To their advocates, biofuels – most commonly
bioethanol or biodiesel – offer a more secure, sustainable energy supply that can reduce carbon
emissions by 50–60 per cent compared to fossil fuels. From learning to fly to learning to cope with
the environmental costs of flight, biofuel innovations like the Ipanema reflect some of the tensions
of modern science, in which expanding the frontiers of human ingenuity goes hand in hand with
managing the consequences. The recent backlash against biofuels, which has seen them blamed for
global food shortages as land is reportedly diverted from food crops, points to a growing
interdependence between the science and innovation systems of different countries, and between
innovation, economics and environmental sustainability. The debates now raging over biofuels
reflect some of the wider dynamics in Brazil’s innovation system. They remind us that Brazil’s
current strengths and achievements have deeper historical roots than is sometimes imagined. They
reflect the fact that Brazil’s natural resources and assets are a key area of opportunity for science
and innovation – a focus that leads us to characterize Brazil as a ‘natural knowledge economy’. Most
importantly, they highlight the propitious timing of Brazil’s growing strength in these areas at a
time when climate change, the environment, food scarcity and rising worldwide energy demand are
at the forefront of global consciousness. What changed between the maiden flight of the 14-bis and
the maiden flight of the Ipanema is not just Brazil’s capacity for technological and scientific
innovation, but the rest of the world’s appreciation of the potential of that innovation to address
some of the pressing challenges that confront us all.

(www.demos.co.uk. Adaptado.)

According to the text, biofuels

a) have caused a strong reaction against them because land formerly used for food crops is now used
for biofuel production.

b) provide sustainable energy that can be used to minimize global food shortages and climate
change.

c) have shown detrimental effects on economics and environment, although they come from
renewable sources.

d) are a temporary solution to supply the soaring energy demand until new fossil fuel sources come
into operation.

e) should be produced in different countries and from varied crops in order to become economically
viable.

Questão 34

om
l. c
TEXTO 3

ai
Brazil: the natural knowledge economy Kirsten Bound – THE ATLAS OF IDEAS

gm
If you grew up in Europe or North America you will no doubt have been taught in school that the
Wright Brothers from Ohio invented and flew the first aeroplane – the Kitty Hawk – in 1903. But if

@
you grew up in Brazil you will have been taught that the real inventor was in fact a Brazilian from

s
e
Minas Gerais called Alberto Santos Dumont, whose 14-bis aeroplane took to the skies in 1906. This
fierce historical debate, which turns on definitions of ‘practical airplanes’, the ability to launch

a m
unaided, length of time spent in the air and the credibility of witnesses, will not be resolved here.
Yet it is a striking example of the lack of global recognition for Brazil’s achievements in innovation.

g
Almost a century later, in 2005, Santos Dumont’s intellectual heirs, the company Empresa Brasileira
3
1
de Aeronáutica (EMBRAER), made aviation history of a different kind when they unveiled the

e
Ipanema, the world’s first commercially produced aircraft to run solely on biofuels. This time, the

p
world was watching. Scientific American credited it as one of the most important inventions of the

li
year. The attention paid to the Ipanema reflects the growing interest in biofuels as a potential

fe
solution to climate change and rising energy demand. To their advocates, biofuels – most commonly
bioethanol or biodiesel – offer a more secure, sustainable energy supply that can reduce carbon
emissions by 50–60 per cent compared to fossil fuels. From learning to fly to learning to cope with
the environmental costs of flight, biofuel innovations like the Ipanema reflect some of the tensions
of modern science, in which expanding the frontiers of human ingenuity goes hand in hand with
managing the consequences. The recent backlash against biofuels, which has seen them blamed for
global food shortages as land is reportedly diverted from food crops, points to a growing
interdependence between the science and innovation systems of different countries, and between
innovation, economics and environmental sustainability. The debates now raging over biofuels
reflect some of the wider dynamics in Brazil’s innovation system. They remind us that Brazil’s
current strengths and achievements have deeper historical roots than is sometimes imagined. They
reflect the fact that Brazil’s natural resources and assets are a key area of opportunity for science
and innovation – a focus that leads us to characterize Brazil as a ‘natural knowledge economy’. Most
importantly, they highlight the propitious timing of Brazil’s growing strength in these areas at a
time when climate change, the environment, food scarcity and rising worldwide energy demand are
at the forefront of global consciousness. What changed between the maiden flight of the 14-bis and
the maiden flight of the Ipanema is not just Brazil’s capacity for technological and scientific
innovation, but the rest of the world’s appreciation of the potential of that innovation to address
some of the pressing challenges that confront us all.

(www.demos.co.uk. Adaptado.)

Brazil is characterized as a ‘natural knowledge economy’ because

a) environmental and climate changes should be globally addressed.

b) issues such as food scarcity and energy demand have been duly solved.

c) there was no significant impact of biofuel crops on other agricultural commodities.

d) science and innovation opportunities have been created from its natural resources.

e) it has always produced plenty of agricultural goods thanks to its favorable climate.

Questão 35

om
l. c
TEXTO 3

ai
Brazil: the natural knowledge economy Kirsten Bound – THE ATLAS OF IDEAS

gm
If you grew up in Europe or North America you will no doubt have been taught in school that the
Wright Brothers from Ohio invented and flew the first aeroplane – the Kitty Hawk – in 1903. But if

@
you grew up in Brazil you will have been taught that the real inventor was in fact a Brazilian from

s
e
Minas Gerais called Alberto Santos Dumont, whose 14-bis aeroplane took to the skies in 1906. This
fierce historical debate, which turns on definitions of ‘practical airplanes’, the ability to launch

a m
unaided, length of time spent in the air and the credibility of witnesses, will not be resolved here.
Yet it is a striking example of the lack of global recognition for Brazil’s achievements in innovation.

g
Almost a century later, in 2005, Santos Dumont’s intellectual heirs, the company Empresa Brasileira
3
1
de Aeronáutica (EMBRAER), made aviation history of a different kind when they unveiled the

e
Ipanema, the world’s first commercially produced aircraft to run solely on biofuels. This time, the

p
world was watching. Scientific American credited it as one of the most important inventions of the

li
year. The attention paid to the Ipanema reflects the growing interest in biofuels as a potential

fe
solution to climate change and rising energy demand. To their advocates, biofuels – most commonly
bioethanol or biodiesel – offer a more secure, sustainable energy supply that can reduce carbon
emissions by 50–60 per cent compared to fossil fuels. From learning to fly to learning to cope with
the environmental costs of flight, biofuel innovations like the Ipanema reflect some of the tensions
of modern science, in which expanding the frontiers of human ingenuity goes hand in hand with
managing the consequences. The recent backlash against biofuels, which has seen them blamed for
global food shortages as land is reportedly diverted from food crops, points to a growing
interdependence between the science and innovation systems of different countries, and between
innovation, economics and environmental sustainability. The debates now raging over biofuels
reflect some of the wider dynamics in Brazil’s innovation system. They remind us that Brazil’s
current strengths and achievements have deeper historical roots than is sometimes imagined. They
reflect the fact that Brazil’s natural resources and assets are a key area of opportunity for science
and innovation – a focus that leads us to characterize Brazil as a ‘natural knowledge economy’. Most
importantly, they highlight the propitious timing of Brazil’s growing strength in these areas at a
time when climate change, the environment, food scarcity and rising worldwide energy demand are
at the forefront of global consciousness. What changed between the maiden flight of the 14-bis and
the maiden flight of the Ipanema is not just Brazil’s capacity for technological and scientific
innovation, but the rest of the world’s appreciation of the potential of that innovation to address
some of the pressing challenges that confront us all.

(www.demos.co.uk. Adaptado.)

An example of the pressing challenges mentioned in last lines of the text – the pressing challenges
that confront us all. – is

a) the ‘natural knowledge economy’.

b) technological and scientific innovation.

c) climate change, the environment and food scarcity.

d) Brazil’s current strengths and achievements.

e) biofuel.

Questão 36

om
l. c
PRODUÇÃO DE T EXT O

TEMA 1
ai
gm
Escreva, EM INGLÊS, uma continuação coerente, coesa e original de 20 a 30 palavras para a citação
abaixo.

s @
e
m
“I believe that everything happens for a reason”.

a
Marilyn Monroe
(American actress, model, and singer)
3g
e 1
li p
fe Questão 37
m
o
l. c
PRODUÇÃO DE T EXT O

TEMA 2
ai
gm
Escreva um pará grafo EM INGLÊS coerente, coeso e original de 20 a 30 palavras, expressando sua
opiniã o sobre o tema abaixo.

s @
e
m
“To live is the rarest thing in the world. Most people exist, that is all.”

a
Oscar Wilde
g
13
(Irish poet and playwright)

pe
e li
a m
3g
e 1
li p
fe Questão 38

om
l. c
Proposta de redação

ai
O termo politicamente correto já teve diversos significados. Um dos primeiros registros de seu uso

gm
data de 1793, quando foi citado para falar de algo que era literalmente politicamente correto – ou
seja, correto em termos de política – em uma decisão da Suprema Corte Americana. Depois disso, já
foi usado para descrever ideologia política e para ironizar possíveis exageros entre o próprio grupo
que usava o termo.
s @
e
Em seguida, ser politicamente correto passou a significar escolher palavras que não ofendam grupos

a m
minoritários e oprimidos, como mulheres, negros, gays e deficientes. Ultimamente, ganhou força o
uso de “politicamente correto” como termo pejorativo.

g
13
O presidente americano, Donald Trump, normalmente se defende de acusações dizendo que seus

e
detratores querem enquadrá-lo em uma espécie de ditadura do politicamente correto. O deputado

p
federal e provável candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSC-RJ) adota discurso semelhante. Já

li
afirmou, por exemplo, que com ele “não existirá o politicamente correto”.

fe
fonte: https://www.nexojornal.com.br/expresso

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de
sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua
portuguesa sobre o tema:

“Os limites entre a liberdade individual , liberdade de expressão e o politicamente


correto .

Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu
ponto de vista.

Instruções:

1. Não copie trechos dos textos nem dos fragmentos de textos apresentados.

2. Redija seu texto em prosa, de acordo com a norma culta escrita da língua portuguesa.

3. Redija um texto de 25 (mínimo) a 35 linhas (máximo).

4. Atribua um título a seu texto.

T EXT O I

Politicamente Correto

A Secretaria Especial dos Direitos Humanos, vinculada à Presidência da República, com vistas a
colaborar para a construção de uma cultura de direitos humanos, apresenta a cartilha
“Politicamente Correto e Direitos Humanos” como forma de chamar a atenção de toda a sociedade
para o que o historiador Jaime Pinsky chamou de “os preconceitos nossos de cada dia”. Todos nós –
parlamentares, agentes e delegados da polícia, guardas de trânsito, jornalistas, professores, entre
outros profissionais com grande influência social – utilizamos palavras, expressões e anedotas, que,
por serem tão populares e corriqueiras, passam por normais, mas que, na verdade, mal escondem
preconceitos e discriminações contra pessoas ou grupos sociais. Muitas vezes ofendemos o “outro”
por ressaltar suas diferenças de maneira francamente grosseira e, também, com eufemismos e
formas condescendentes, paternalistas. A ideia do título, “Politicamente Correto”, tem, em parte,
um sentido provocador. Foi escolhida com o objetivo de chamar a atenção dos formadores de opinião
para o problema do desrespeito à imagem e à dignidade das pessoas consideradas diferentes.

Não queremos promover discriminações às avessas, “dourando a pílula” para escamotear a amargura
dos termos que ofendem, insultam, menosprezam e inferiorizam os semelhantes que consideramos
“os outros”. Ao contrário, neste glossário, apresentamos em primeiro lugar justamente as
expressões pejorativas, para depois comentá-las. Com ele, queremos incentivar o debate, fomentar
a reflexão, inclusive pela razão simples de que, para alguns de nossos interlocutores, nós é que
somos os “diferentes”. Se queremos ser respeitados, devemos respeitar. No mínimo, para cumprir o
princípio de que todos os homens e mulheres são iguais, independentemente de origem, cor, sexo,
orientação sexual, condição social e econômica, credo religioso, filiação filosófica ou política etc.
(CIPRIANO, Perly. 2014.)

T EXT O II

A tirania do politicamente correto

Muito provavelmente, a maioria de nós já foi enganada pelo politicamente correto. O termo é bonito,
soa bem, parece polido, cheio de virtude, digno de ser aprendido e posto em prática. Com o tempo,
no entanto, aprendemos que se trata de um embuste, mais uma daquelas novas expressões incluídas
em nosso vocabulário para confundir e dar aparência de virtuoso àquilo que é vil, frívolo e
indecoroso; roupagem fina para grosseria, ou um lobo em pele de cordeiro.

Trata-se, na verdade, da pior ditadura que pode vir a existir: aquela em que os súditos se
encarregam de subverter e subjugar os seus próprios comuns ao jugo de um poder tirano. Essa é a
realidade da sociedade contemporânea. Quando conversamos, dialogamos ou expressamos nossas
ideias, fazemos o tempo todo como que pisando em ovos. As pessoas tornaram-se extremamente
sensíveis a qualquer objeção ou ideia que venham a lhes desagradar. As palavras devem ser
cuidadosamente escolhidas, e é preciso ter certeza que ninguém se sentirá ofendido com o que será
dito. (HERTZ, Warton. 2015.)

Fonte: http://blog.flaviarita.com

T EXT O III

Se você nunca viu pessoalmente, certamente já ouviu falar pelo menos alguma vez a respeito. Eles
entopem as redes sociais diariamente com um vocabulário padronizado, repetindo lugares comuns e
clichês anti-científicos, preocupados com microagressões, lugares de fala e discussões
pseudosociológicas, com uma alta carga de imposição de sugestionabilidade às suas ideias e um
senso de superioridade moral irrefreável. Sim, estou falando dos internacionalmente
conhecidos social justice warriors (SJW), que aqui no Brasil você provavelmente conhece como
guerreiros da justiça social.

Atuando com uma perspectiva caricata do progressismo, de forma destemperada e imatura, os


justiceiros sociais constantemente ridicularizam discussões sérias sobre problemas reais – como o
racismo, o machismo e a homofobia – ao transformá-las em discussões rasteiras, com um
puritanismo histriônico e apelos emocionais sem qualquer razoabilidade. Ao exagerar, incapazes de
acolher qualquer crítica e preparados para apontar o dedo à mínima possibilidade de oposição, mais
afastam do que aproximam as pessoas das pautas que julgam defender, não raramente servindo de
palanque para políticos com bandeiras absolutamente opostas, transformando debates importantes
em meros problemas de classe média – e criando conceitos esdrúxulos de livre expressão,
categorizando quem pode falar a respeito do quê.

O efeito imediato? A criação de um constante clima policialesco politicamente correto que invade
diferentes áreas da atividade humana, fazendo com que tudo seja encarado de forma
entediantemente ofensiva. Quer alguns exemplos? Fiz uma lista de situações em que o
politicamente correto passou dos limites nos últimos meses. Tem outros exemplos pra lembrar? Seu
lugar de fala está garantido na seção de comentários logo abaixo.

1. O vilão que só pode agredir personagens masculinos.

Eu poderia apostar que você leu essa notícia recentemente. Nem Apocalipse, um dos maiores vilões
da história das histórias em quadrinho, com mais de cinco mil anos de idade, que já foi considerado
deus por muitas civilizações, possui uma ampla gama de poderes, é imortal, um dos seres mais
inteligentes do universo, já derrotou o Conde Drácula (duas vezes!) e é uma das figuras mais
temidas do universo Marvel, conseguiu escapar das garras do politicamente correto. E tudo isso por
conta de um cartaz onde o vilão asfixiava a personagem Mística, interpretada por Jennifer Lawrence,
no último filme da franquia “X-Men”.

O burburinho começou pelas redes sociais. E então se potencializou quando a atriz Rose
McGowan decidiu criticar a produção:

“F***-se essa merda. Há um imenso problema quando as pessoas da 20th Century Fox acham que
violência contra mulher é a melhor forma de divulgar um filme.”

Pois é. Toda maldade de uma das figuras mais vilanescas da série virou uma mera questão de
machismo. E o que a Fox, a responsável pelo filme, fez? Pediu desculpas, claro.

“Em nosso entusiasmo para mostrar a maldade do personagem Apocalipse, não percebemos de
imediato a conotação perturbadora desta imagem”, disse o estúdio num comunicado divulgado nos
Estados Unidos. “Assim que percebemos o quão indelicada ela era, rapidamente tomamos medidas
para remover todo o material. Pedimos desculpas pelas nossas ações e nunca apoiaríamos a
violência contra as mulheres.”

Apocalipse atravessou cinco mil anos de história para ser finalmente derrotado pelos justiceiros
sociais.

2. O casal interracial racista.


Se nem as figuras mais temíveis dos quadrinhos conseguem escapar do politicamente correto, quem
dirá a indústria da moda. Constantemente alvo de críticas, modelos, estilistas, donos de agência e
publicitários são figuras carimbadas no universo dos justiceiros sociais. E na nova campanha da
Versace, uma das maiores grifes do mundo, o combate se repetiu.

Repare na imagem acima. O que você consegue visualizar? Na peça, uma mãe branca e loira (a
modelo Gigi Hadid, de 21 anos), caminha tranquilamente pelos bairros de uma cidade qualquer com
seus dois filhos, negros, e seu marido, igualmente negro. Eis uma peça de publicidade inclusiva,
onde pessoas de etnias diferentes formam uma família moderna, sem preconceitos – você deve estar
pensando, certo? Repare novamente. A imagem causou comoção nas redes sociais (sempre elas!). E
o motivo? Racismo.

“Por favor, retirem esse anúncio da Versace, é constrangedor. O anúncio inteiro é focado na mãe de
pele clara. Tanto as crianças como o pai olham para ela impressionados. As minorias são pouco
representadas na indústria e, quando em comerciais, elas são quase SEMPRE retratadas na sombra
de uma modelo de pele clara”, disse uma usuária do Instagram.

Outro usuário comentou:

“Por que há uma corrente em torno da menina negra que claramente não se mistura nessa foto
bizarra?”

Talvez porque a personagem em questão seja um bebê, que está num carrinho de bebê, com um cinto
de segurança de plástico para bebês? Será possível?

E não pense que os personagens foram os únicos problemas vistos como racistas na campanha. Há
algo equivocado também com o background. Para os justiceiros sociais, a escolha do cenário,
Chicago, não foi vista com bons olhos. E a razão: o fato da cidade sofrer uma onda de violência que
afeta, de modo especial, a população negra.

Pensem nisso quando produzirem alguma peça no Rio de Janeiro, publicitários. Vocês podem ser
acusados de racismo também.

3. O super herói que é viril demais.


Ele é o Capitão América, um símbolo dos militares americanos e um dos maiores super heróis de
todos os tempos. Foi construído para derrotar alguns dos vilões mais temíveis do eixo do
mal graças a um soro que lhe torna quase indestrutível ao lhe permitir atingir o ápice do
condicionamento físico humano. Mas até ele possui um ponto fraco: sua virilidade heterossexual.
Essa é, ao menos, a opinião da colunista Joanna Robinson, da revista americana Vanity Fair.

Joanna diz que saiu desapontada com o terceiro filme da saga do super herói, Guerra Civil, lançado
em maio nos cinemas americanos. O motivo? Uma cena em que o Capitão se torna nostálgico ao
relembrar suas corridas atrás de rabos de saia com seu melhor amigo, “Bucky” Barnes. Para a
colunista, os diretores entregam evidências demais de que não há um relacionamento gay entre os
amigos. E isso é um erro.

“É um momento doce e humano que os conecta, mas também é regado de virilidade heterossexual.
Se a Disney não está inclinada a dar ao público um herói gay, ela não poderia pelo menos ter
deixado para nós o sonho de Bucky com o Capitão? O filme Capitão América: Guerra Civil não saiu da
linha quando “definiu” o relacionamento de Bucky e Steve quando o Capitão dá um beijo em Sharon
Carter (Emily VanCamp), enquanto Bucky olha de forma positiva para os dois? Onde está o espaço
para a interpretação nesse momento?”

Sem qualquer passado gay, nem qualquer indício disso, nos cinemas ou nas histórias em quadrinhos,
nem o Capitão América consegue escapar do fato que até a sua virilidade pode ser politicamente
incorreta.

4. Os estudantes que protestam contra as aulas de inglês porque há muitos poetas


homens e brancos na língua inglesa.

Na Universidade de Yale, nos Estados Unidos, estudantes de inglês enviaram uma petição ao
departamento do curso. O pedido é categórico: querem a retirada do estudo dos “grandes poetas
ingleses” nas matérias introdutórias que servem de pré-requisito para outras disciplinas. A razão? O
fato de que eles são escritores brancos do sexo masculino.

“É inaceitável que um estudante de Yale que queira introduzir-se na literatura inglesa deva ler
apenas autores brancos do sexo masculino”, diz a petição.

Em Yale, os alunos têm de estudar Geoffrey Chaucer, Edmund Spenser, William Shakespeare e John
Donne no semestre do outono e, então, John Milton, Alexander Pope, William Wordsworth e TS Eliot,
no semestre da primavera. De acordo com o texto, priorizar esses escritores cria uma cultura
“especialmente hostil aos estudantes de cor”. Com essa escolha, apontam os alunos, a universidade
não prepara seus estudantes para fazerem estudos “de alto nível relativos à raça, sexo,
sexualidade, etnia, nacionalidade”.

Um das figuras por trás do protesto é Adriana Miele, uma estudante que em abril escreveu um artigo
de opinião onde criticava o curso porque nele os estudantes “são ensinados a analisar obras
literárias canônicas”, mas “não são ensinados a questionar por que é que são canônicas, ou as
implicações das obras canônicas que oprimem e marginalizam as pessoas não-brancas, mulheres,
trans e gay”. Para ela, “é possível tirar uma licenciatura em língua inglesa apenas lendo autores
homens e brancos. Muitos estudantes não leem uma única autora mulher em duas disciplinas
fundamentais do curso”.

Catherine Nicholson, a professora responsável por ensinar a matéria dos “grandes poetas ingleses”,
elogiou o questionamento dos alunos, mas defendeu que a disciplina em si, pelo conhecimento que
carrega, não é uma ferramenta de exclusão, mas um exercício de “resistência e libertação”.

Na petição, que segundo o Yale Daily News até o final de maio já contava com 160 assinaturas (num
universo de 200 estudantes), os alunos pedem para “que os grandes poetas ingleses sejam abolidos”
do curso.

Quase cinco séculos depois de ter revolucionado a literatura ocidental, nem William Shakespeare
escapa dos justiceiros sociais.

5. O país que quer mudar a letra do hino para um gênero neutro.

Desde o ano passado, quando assumiu o cargo de primeiro-ministro no Canadá, Justin Trudeau vem
se tornando o mais novo ídolo dos justiceiros sociais ao redor do mundo. E não sem razão. Traudeau
é uma espécie de Mujica canadense que conquistou parte do eleitorado de seu país com bandeiras
que incluem a legalização da maconha, mais impostos para os ricos e uma nova relação com os
índios. Mas não pense que isso tudo é o bastante. Agora o seu partido tem outra tarefa em
mente: neutralizar o gênero no hino nacional.

Há poucos dias, a esmagadora maioria do parlamento canadense (279-79) decidiu votar a favor de
neutralizar o gênero na letra do hino do país, substituindo a linha “True patriot love in all thy sons
command” (“Verdadeiro amor patriota, em vossos filhos comanda”) por “all of us command” (“em
todos nós comanda”).

Uma proposta semelhante já havia sido apresentada em 2010, mas foi rejeitada pelos
conservadores, que detinham a maioria no Parlamento.

Para o progressista Mauril Bélanger, que apresentou o projeto de lei há poucos meses, a alteração é
significativa.

“Na véspera do 150º aniversário da nossa federação, é importante que um de nossos símbolos
nacionais mais reconhecidos e apreciados reflita os progressos realizados pelo nosso país em
termos de igualdade de gênero.”

A medida é uma vitória para os justiceiros sociais, acostumados a apontar problemas típicos de
classe média com soluções pretensiosas que fingem mudar o mundo.

6. A brasileira que foi assaltada, levou um tiro e pediu desculpa aos bandidos porque eles
“são vítimas” também.

De acordo com o site do aplicativo, “Equitable ajuda a evitar a discriminação enraizada que existe
em nossa sociedade. Ele não divide a conta igualmente – divide

equitativamente. Você paga o que deve para equilibrar as diferenças salariais.”

O aplicativo usa os dados do Bureau of Labor Statistics para calcular quem deve pagar o que no final
do jantar, garantindo que aqueles com menos privilégios (leia-se: qualquer pessoa não-branca que
não seja do sexo masculino) pague menos para comer.

A comediante americana Luna Malbroux é o cérebro por trás da ideia, que nasceu como piada e
venceu o grande prêmio do 2016 Comedy Hack Day in San Francisco. O aplicativo, no entanto, foi
levado a sério e desenvolvido – e você consegue baixá-lo na iTunes Store clicando aqui. Ele só serve
pra quem tem iPhone, claro!

9. Os fieis católicos que estão proibidos de rezar em voz alta para não ofender refugiados
muçulmanos abrigados na igreja.
É uma cidadezinha com pouco mais de vinte mil habitantes. Fica ao noroeste da Itália. Chama-
se Ventimiglia. Nos últimos anos, passou a receber em torno de 50 refugiados muçulmanos todos os
dias, interessados em atravessar o país para chegar à França, causando uma “situazione
insostenibile”, nas palavras do prefeito da cidade. A Caritas, uma organização de caridade católica
que se estende por toda Itália, acolhe diversos deles.

“Nós já substituímos o altar com duas camas. Eu acho que essa é a missa mais bonita que esta
comunidade pode celebrar nestes dias”, conta o padre Rosario Francolino, de Palermo.

Nas igrejas de Ventimiglia a situação se repete. O cenário, no entanto, causa um incômodo no


mínimo curioso. Como aponta a Agenzia Nazionale Stampa Associata, a principal agência de notícias
da Itália, um grupo de paroquianos da Igreja de Santo Antônio, uma das nove paróquias da cidade,
se surpreendeu quando voluntários da Caritas lhes disseram que não poderiam recitar o rosário em
voz alta. O motivo: não causar incômodo aos imigrantes muçulmanos que estão abrigados ali. A
situação atingiu o nonsense quando um padre levou fieis que reclamavam da situação para
rezarem em outro lugar.

A bizarrice politicamente correta não é completamente nova no continente europeu. No final do ano
passado, uma igreja evangélica alemã já havia retirado os bancos, o altar e o púlpito, bem como
todos os símbolos que remetiam ao cristianismo, para abrigar refugiados muçulmanos sem ofendê-
los. A ideia era fazê-los se sentir ainda “mais bem-vindos na nova casa”.

A próxima etapa? Alguém pensou em converter cristãos em muçulmanos também? Não seria nada
muito absurdo frente ao novo cenário envolvendo os refugiados. Tudo para não ofendê-los,
evidentemente.

10. Esse estudo que problematiza os problemas de matemática.


Ela se chama Anita Bright. É PHD, tem quase 20 anos de carreira e é membro do corpo docente do
Departamento de Currículo e Instrução da Portland State University, nos Estados Unidos. Em abril,
ela lançou um estudo, onde problematiza diversos problemas de matemática. Nele, analisa provas
sob a ótima dos justiceiros sociais. Curioso pra saber como isso se dá? Saca só.

“Exemplos de problemas matemáticos relacionados a viagens criam cenários que demandam tempo
livre e renda disponível, em geral de uma fonte não-identificada, o que novamente representa a
experiência da classe média e a retrata como sendo normal. O problema a seguir (Maletsky, E.,
2002, p. 77b) é um exemplo típico:

“Dois estudantes de arte estão visitando Paris. Cada um deles compra uma entrada para o museu
por $14. Cada estudante também compra um ingresso para conhecer a Torre Eiffel por $11 e um
ingresso para um passeio de barco por $3. Quanto os estudantes gastaram no total? Explique.”

O que pode parecer superficialmente uma visita acessível a Paris é, na verdade, parte de um passeio
por uma das cidades mais caras do mundo para turistas (TripAdvisor, 2012). Não há menção às
inúmeras despesas adicionais envolvidas neste problemas (como passagem de avião, custo de
estadia e refeições). Em vez disso, o problema é apresentado como se estudantes de arte passeando
por Paris fosse uma situação perfeitamente natural. Apesar das informações que faltam ao contexto,
o problema exige que os alunos pensem sobre gasto de dinheiro, incluindo para atividades que, se
outro paradigma estivesse em ação, poderiam ser realizadas de graça – como arte. Além disso, não
há nenhuma alusão aos impactos ambientais relacionados ao ato de viajar (viagens aéreas e o
“passeio de barco” mencionado no problema).”

E não fica apenas nisso. Quer outro problema apontado pelo estudo?

“Muitos outros participantes também identificaram problemas que, sem fazer menção direta,
parecem aludir à raça ou maneiras racializadas de conhecimento e existência. Um exemplo comum é
representado em problemas que focam em refeições, como este, que pode ser encontrado no livro
Algebra 1 (Larson, 2010), com as seguintes instruções e informações:

“Você quer planejar um café-da-manhã nutritivo. É necessário que tenha 500 calorias ou mais.
Certifique-se que suas escolhas ofereçam um café-da-manhã razoável. (p.371)

Bagel branco – 195


Cereal, 1 xícara – 102
Suco de maçã, 1 copo – 123
Suco de tomate, 1 copo – 41
Ovo – 75
Leite, 1 xícara – 150”

Em primeiro lugar, a forma como o problema está colocado sugere que um café-da-manhã consiste de
opções, e que o leitor tem escolha entre o que selecionar para a refeição.

Apesar disto poder ser a realidade para alguns estudantes, há também muitos outros que recebem
refeições gratuitas ou com preço reduzido nas escolas e, por isso, não têm escolha no que é servido.
Além do mais, este café-da-manhã é típico do que é consumido em lares americanos, apesar de,
como foi apontado por um participante, ‘as pessoas realmente tomam suco de tomate no café-da-
manhã?’ Foi notado que poucas opções parecem ser integrais (com a possível exceção do ovo e
talvez do cereal). Em vez disso, a ênfase está em comidas processadas. Além disso, o que é
enfatizado no problema não é o conteúdo nutricional, mas as calorias associadas com cada
alimento. As instruções, usando as palavras ‘nutritivo’ e ‘razoável’, presumem alguma coletividade,
acordos subentendidos do que estes termos devem realmente significar na prática.

Finalmente, a inclusão de leite (presume-se que seja leite de vaca) na lista de opções para um café-
da-manhã ‘nutritivo’ falha em reconhecer o fato de que a maioria da população do planeta (~60%) é
intolerante à lactose (Itan, Jones, Ingram, Swallow, & Thomas, 2010), e são os brancos (pessoas de
descendência europeia) que primariamente são capazes de digerir leite.

Logo, ao considerar quem os autores tinham em mente quando escreveram este item, parece que o
público-alvo eram crianças brancas de classe média.”

O mundo está ou não ficando completamente insano, afinal?

Fonte: https://spotniks.com/10-vezes-em-que-o-politicamente-correto-passou-de-todos-os-limites-em-2016/

Você também pode gostar