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Pode-se concluir, então, que planejar é tarefa das três esferas de governo e tem papel
importante na organização desse sistema e na oferta dos serviços à população. Como
consequência, os gestores do SUS estão sentindo cada vez mais a necessidade de
organizar, internamente nas secretarias de saúde, as rotinas e os processos de
trabalho, a descentralização de tarefas, bem como a formação de equipes para as
questões de planejamento, acompanhamento, monitoramento e avaliação.
O processo de planejamento da saúde deverá observar os prazos do Plano Plurianual
– PPA, da Lei de Diretrizes Orçamentárias e da Lei Orçamentária Anual e ser com eles
compatíveis; deverá, ainda, observar as regras constitucionais e legais.
Dessa forma, os planos de saúde e seu orçamento devem estar conformes ao PPA e
integrados na LOA. Se, na saúde, se entender necessário estabelecer diretrizes para
orientação do seu orçamento, elas deverão estar previstas na LDO ou, pelo menos,
ser compatíveis com as diretrizes ali previstas. Também o plano de saúde não pode
passar ao largo daquilo que foi previsto no Plano Plurianual. Enquanto no PPA as
metas são desagregadas para cada exercício, no plano de saúde as metas são
agregadas para o período. As metas de um e de outro instrumento, portanto, não
podem ser simplesmente transpostas de um para outro instrumento.
O planejamento da saúde é obrigatório para os entes públicos e será indutor de
políticas para a iniciativa privada e o Conselho Nacional de Saúde estabelecerá as
diretrizes a serem observadas na elaboração dos planos de saúde, de acordo com as
características epidemiológicas e da organização de serviços nos entes federativos e
nas Regiões de Saúde. No planejamento devem ser considerados os serviços e as
ações de saúde, prestados pela iniciativa privada, de forma complementar ou não ao
SUS, os quais deverão compor os Mapas da Saúde regional, estadual e nacional.
Conforme a Portaria 2.135 de 25/09/13 o planejamento no âmbito do SUS terá como
base os seguintes pressupostos:
I – planejamento como responsabilidade individual de cada um dos três entes
federados, a ser desenvolvido de forma contínua, articulada e integrada;
II – respeito aos resultados das pactuações entre os gestores nas Comissões
Intergestores Regionais (CIR), Bipartite (CIB) e Tripartite (CIT);
III – monitoramento, a avaliação e integração da gestão do SUS;
IV – planejamento ascendente e integrado, do nível local até o federal, orientado por
problemas e necessidades de saúde para a construção das diretrizes, objetivos e
metas;
V – compatibilização entre os instrumentos de planejamento da saúde (Plano de
Saúde e respectivas Programações Anuais, Relatório de Gestão) e os instrumentos de
planejamento e orçamento de governo, quais sejam o Plano Plurianual (PPA), a Lei de
Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária Anual (LOA), em cada esfera de
gestão;
VI – transparência e visibilidade da gestão da saúde, mediante incentivo à participação
da comunidade;
VII – concepção do planejamento a partir das necessidades de saúde da população
em cada região de saúde, para elaboração de forma integrada.