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1. Em 1971, Tonico e Tinoco elogiaram os militares, cantando os versos “um governo


varonil/vamos pra frente Brasil”. Zezé di Camargo acusava os sertanejos universitários de
“mentira marqueteira”, mas depois afirmou que não há diferença entre seu estilo e o deles.
Nelson Pereira dos Santos, pai do Cinema Novo, dirigiu um filme sobre Milionário & José Rico.
O sertanejo Dalvan teve papel importante na primeira eleição de Lula como deputado federal.
Leandro, Leonardo e Sula Miranda apoiaram Collor quando a sociedade brasileira pedia seu
impeachment.

ALONSO, Gustavo. Cowboys do asfalto. Música sertaneja e modernização brasileira. Rio de


Janeiro: Record, 2015.

O final do texto se remete a um período da história recente do Brasil em que a música


sertaneja ficou marcada pela
a) crítica ao regime civil-militar que acabara de ser destituído.
b) rejeição ao mundo rural, defendendo os benefícios da urbanização.
c) defesa da modernização do Brasil, dando ênfase às novas tecnologias.
d) associação com os grandes industriais paulistas na promoção do gênero.
e) aliança com a política, apoiando um presidente que viria a ser impedido pelo congresso.

Resposta:

[E]

A parte final do texto remete ao governo de Fernando Collor. Collor foi acusado de corrupção e,
após rápido procedimento no Congresso Nacional, seu impeachment foi aprovado. O texto
informa que representantes da música sertaneja se envolveram no tema, defendendo Collor.

2. Carroceiros, estivadores, operários da estrada de ferro, maquinistas, foguistas, empregados


da companhia de esgoto e até os jóqueis do hipódromo, trabalhadores de várias categorias
encamparam uma ampla onda de greves no Recife entre 1890 e início de 1896.
Referência: SOUZA, Felipe Azevedo. As cigarreiras revoltosas e o movimento operário: história
da primeira greve feminina do Recife e as representações das mulheres operárias na imprensa.
In: https://www.scielo.br/j/cpa/a/8B8YnNpCgGtCfhbZLYNBbKd/?lang=pt

São características comuns a todos os movimentos das categorias citadas no texto,


respectivamente:
a) Melhores condições de trabalho e igualdade de gênero.
b) Modernização da produção e menor jornada de trabalho.
c) Aumento salarial e restrição do uso da mão de obra feminina.
d) Garantia de licença maternidade e implementação do fundo de garantia.
e) Ampliação do mercado de trabalho e participação nos lucros das fábricas.

Resposta:

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[C]

A República brasileira foi proclamada em 1889, porém os trabalhadores do campo e da cidade


continuaram explorados pelas elites, ou seja, a escravidão foi abolida, mas permaneceu a
cultura da escravidão através de baixos salários. Daí que o início da república foi marcado por
greves,movimentos e lutas no campo e cidade. Também ocorreu a luta das mulheres, como a
greve das cigarreiras no ano de 1893 em Recife, quando quatro mulheres foram demitidas. As
cigarreiras se apropriaram das plataformas de luta fornecidas pelo movimento operário para
angariar maior visibilidade. Gabarito [C].

3. Quando pensamos na relação entre o Estado e o movimento operário no Brasil da Primeira


República, logo temos em mente o velho jargão: a “questão social” deveria ser tratada como
“questão de polícia”. Há muito, fora desconstruída a atribuição dessa frase a Washington Luís,
que, aliás, antes de ser presidente da República, havia sido Secretário de Segurança Pública e
Governador de São Paulo, além de prefeito daquela capital durante o período das grandes
greves entre 1917 e 1919.

OLIVEIRA, Tiago Bernadon de. Pela reforma, contra a revolução: Notas sobre o reformismo e
colaboracionismo na história do movimento operário brasileiro na Primeira República. Paraíba:
Revista Crítica Histórica, Ano III, n. 5, julho, 2012, p. 33. Adaptado.

A equivocada manutenção da responsabilidade da autoria dessa frase ao presidente deposto


em 1930 teve como principal consequência para o imaginário social a ideia de que a
a) repressão às classes populares não passou de retórica da oligarquia.
b) ascensão do novo grupo garantiria o efetivo exercício da democracia.
c) coerção contra as classes populares foi monopólio da República Velha.
d) implantação de sindicatos seria a única forma de garantir proteção social.
e) regulamentação da relação capital/trabalho só seria possível no Sudeste industrial.

Resposta:

[C]

O uso dessa frase atribuída a Washington Luís, bem como sua oposição a outra famosa frase
(“a questão social é caso de política”), atribuída a Vargas, serviu para caracterizar o período da
República Velha como “opositor” dos trabalhadores e das classes baixas, além de ajudar o
período posterior – Era Vargas – a se sagrar como aquele no qual o trabalhador foi mais
privilegiado.

4. Observe as imagens a seguir:

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Tanto a capa do boletim quanto o cartaz são documentos que atestam a participação de um
importante grupo social num dos momentos mais destacados da história recente do Brasil.
Uma de suas principais ações sociopolíticas no momento destacado foi a(o)
a) luta pelo processo de redemocratização.
b) combate por meio de propostas de lei à inflação.
c) pleito da universalização da anistia para os militares.
d) garantia do abono salarial independentemente do gênero.
e) alteração do modelo político nacional para o parlamentarismo.

Resposta:

[A]

Basta observar a data da capa do boletim (1977) e do cartaz (1975) e associar com a
organização da sociedade civil brasileira para derrubar o regime ditatorial-militar implantado no
Brasil em 1964. No caso, a participação das mulheres. O cartaz faz menção a Maria Quitéria,
uma liderança feminina no processo de independência do Brasil. Gabarito [A].

5. Os candomblés passam a constituir um dos meios mais importantes de agregação social,


identidade e resistência cultural da população negro-mestiça. Nesse panorama, a ocupação
dos espaços físicos da cidade, especialmente a proliferação de candomblés no centro urbano,
é um fenômeno significativo.
Referência: PARÉS, L. A formação do candomblé: história e ritual da nação jeje na Bahia.
Editora Unicamp, Campinas, 2011.

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No Ato Institucional nº 5, em 1968, o movimento social descrito no texto sofreu que


consequência sociopolítica?
a) Apoio
b) Repressão
c) Aculturação
d) Fracionamento
e) Consentimento

Resposta:

[B]

No governo do presidente militar Artur Costa e Silva foi criado o AI:5, Ato Institucional Número
5, exatamente em 13/12/1968. O AI:5 fechou o congresso, deu mais poder para o executivo em
detrimento dos demais poderes, cassou mandatos políticos, suspendeu direitos políticos dos
cidadãos, demitiu, removeu, aposentou, permitiu confiscar bens, entre outras medidas
arbitrárias e violentas. A repressão foi intensa inclusive para as manifestações religiosas como
o candomblé. Gabarito [B].

6. Madame Satã nasceu no interior de Pernambuco, em 25 de fevereiro de 1900. Ainda muito


novo, abandonou o interior e mudou-se para o Recife, vivendo de pequenos serviços. Sem
perspectiva, decidiu tentar a vida no Rio de Janeiro e logo encontrou seu lugar na noite carioca.
E foi durante o carnaval de 1936 que José Francisco dos Santos transformou-se em “Madame
Satã”. Pobre, negro, analfabeto e homossexual, chegou a ficar 27 anos preso, acusado de
matar um policial na esquina das ruas Lavradio e Mem de Sá.

Fonte: http://www.back2blackfestival.com.br/site2015/2015/02/24/madame-sata-e-parte-
fundamental-da-historia-do-rio-de-janeiro/Adaptado.

Esse personagem é considerado um dos principais representantes da


a) liberdade de imprensa.
b) ideologia conservadora.
c) cultura marginal urbana do século XX.
d) sociedade pequeno burguesa.
e) contracultura e do movimento anarquista.

Resposta:

[C]

Somente a alternativa [C] está correta. A vida de José Francisco dos Santos tem sido objeto de
estudo pela sua singularidade. No carnaval do ano de 1936, tornou-se “Madame Satã”. Negro,
pobre, homossexual e analfabeto, Madame Satã tornou-se um personagem diferenciado não
apenas por caracterizar a malandragem carioca da Lapa da década de 30, mas também por
acrescentar a outras características do malandro o fato de ser homossexual assumido e negro.
Aspectos irresistíveis aos autores debruçados sobre relatos biográficos ou históricos sejam eles

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escritores, cineastas ou dramaturgos. Sua ficha policial era vasta, seja por brigas e outros
supostos crimes, alguns por tomar partido em defesa de negros, homossexuais, mendigos,
prostitutas, travestis. Nasceu em 1900, passou 27 anos preso e morreu em 1976.

7. O Movimento Manguebeat surge no início da década de 90 do século passado, em Recife,


num contexto marcado pela ofensiva econômica neoliberal, que deixou de lado as demandas
sociais e abriu, assim, espaço para um ‘caldo’ sociopolítico, propício ao surgimento de
movimentos de rebeldia e contestação.
Fonte: CARVALHO, Cristina; GAMEIRO, Rodrigo. O Movimento Manguebeat na mudança da
realidade sociopolítica de Pernambuco. In:
http://www.aps.pt/vicongresso/pdfs/462.pdf/Adaptado.

Esse movimento teve como característica principal a


a) articulação com as manifestações culturais da periferia.
b) institucionalização do movimento por meio de parcerias com a CUT e o MST.
c) junção da cultura popular e erudita, retomando o movimento regionalista.
d) construção de uma vanguarda intelectual e cultural nos padrões socialistas.
e) radicalização e luta com a adesão a movimentos sociais urbanos, como os sem-teto.

Resposta:

[A]

Somente a alternativa [A] está correta. O texto ao mencionar o contexto histórico brasileiro e
mundial apoiado no Neoliberalismo aponta para o surgimento de um Estado mínimo e enxuto
defensor da meritocracia, da concorrência e enfatizando a concepção de que cada um é dono
de seu destino. Esse cenário contribuiu para o surgimento de manifestações artísticas e
culturais que estabeleciam, através da arte, críticas ao mundo neoliberal. Assim surgiu o
Manguebeat com o trabalho de Chico Science & Nação Zumbi. O movimento surgiu no início
dos anos 90 contestando a situação de abandono e descaso em o que a cidade do Recife se
encontrava. A destruição dos mangues, a poluição dos rios, pobreza e desigualdade social
transformavam a capital de Pernambuco em uma péssima cidade para se viver.

8. No Brasil, a parceria jogo do bicho – ditadura civil-militar foi singular, porque mudou para
sempre o perfil do crime organizado. Amparada nos pilares de hierarquia e na disciplina
aprendida com os militares, a máfia do jogo se organizou, diversificou-se e cresceu.
Conhecimentos de logística, estado-maior, administração financeira, divisão de trabalho e
espionagem moldaram o tamanho e a força da mais estruturada facção criminosa do país.

Fonte: JUPIARA, Aloy; OTAVIO, Chico. Os porões da contravenção. Jogo do bicho e ditadura
militar: a história da aliança que profissionalizou o crime organizado. Rio de Janeiro: Record,
2015, p. 11. Adaptado.

A relação entre os bicheiros e o regime político indicado ocorreu, principalmente, por causa da
a) disputa pelo controle social.
b) aliança no combate aos comunistas.

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c) concorrência para o controle do tráfico.


d) hostilidade contra movimentos sociais.
e) desavença em relação às práticas de tortura.

Resposta:

[B]

Somente a alternativa [B] está correta. Segundo o texto há uma relação muito forte entre a
implantação do regime militar no Brasil, 1964-1985, e a contravenção através do jogo do bicho
e outras modalidades de jogos. A ditadura se deu no contexto da Guerra Fria, 1945-1989, e o
Brasil dos generais se alinhou com o capitalismo liderado pelos Estados Unidos, daí a
necessidade de implantar uma verdadeira caça aos comunistas.

9. “Você ri da minha roupa / Você ri do meu cabelo/ Você ri da minha pele /Você ri do meu
sorriso/ A verdade é que você / Tem sangue crioulo/ Tem cabelo duro/ Sarará Crioulo...” (Olhos
Coloridos).
Fonte: PEIXOTO, Luiz Felipe de Lima; SEBABELHE, Zé Otávio. 1976 Movimento Black Rio.
Rio de Janeiro: José Olympio, p. 89.

Essa música se tornou um dos hinos do movimento chamado Black Rio durante a ditadura civil-
militar. Sua letra é uma denúncia sobre a relação do movimento negro com os militares,
marcada pela
a) repressão, levando à prisão e tortura diversos manifestantes.
b) hostilidade, por ambos lutarem pela hegemonia dos movimentos sociais.
c) indiferença, pois o movimento negro não foi combativo ao regime vigente.
d) conciliação, tendo em vista a integração do movimento Black Rio à ditadura.
e) incitação, fazendo o movimento ser aliado dos militares na caça aos comunistas.

Resposta:

[A]

Somente a alternativa [A] está correta. Essa letra de música interpretada pela cantora Sandra
de Sá, tornou-se um ícone durante o regime militar no Brasil. O Black Rio pode ser
caracterizado como uma manifestação de jovens negros nas décadas de 1970/80 na cidade do
Rio de janeiro. Este estilo musical estava inserido em um contexto de lutas pela liberdade e
democracia no Brasil e criticou todo e qualquer tipo de tortura.

10. Observe a foto a seguir:

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O termo Tropicália nasce como nome da obra de Hélio Oiticica exposta na mostra Nova
Objetividade Brasileira, realizada no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro – MAM/RJ, em
abril de 1967. A obra pode ser descrita como um ambiente labiríntico, com plantas, areia,
araras, poemas-objetos, capas de Parangolé e um aparelho de televisão.
Fonte: http://obviousmag.org/my_cup_of_tea/2015/03/arte-brasileira---antropagia-cultural-e-o-
movimento-tropicalista.html

O homônimo da arte apresentada por esse artista plástico foi o movimento musical, que tinha
como uma de suas características a
a) valorização de uma sociedade sem classes.
b) revolução armada como forma de romper os estigmas sociais.
c) defesa de uma sociedade burguesa, calcada no modernismo reacionário.
d) contracultura, o rompimento das barreiras comportamentais da sociedade.
e) forte influência da música erudita, apresentando um nacionalismo exacerbado.

Resposta:

[D]

Somente a alternativa [D] está correta. Segue um belo artigo de Hélio Oiticica de 4 de março de
1968 explicando aquele rico contexto histórico. “Da ideia e conceituação de Nova Objetividade,
criada por mim em 1966, nasceu a Tropicália, que foi concluída em princípios de 67 e exposta
(projeto ambiental) em abril de 67 (MAM)”. Com a teoria da Nova Objetividade queria eu
instituir e caracterizar um estado de arte brasileira de vanguarda, confrontando-o com os
grandes movimentos da arte mundial (Op e Pop) e objetivando um estado brasileiro da arte ou
das manifestações a ela relacionadas (ver catálogo das exposições Nova Objetividade
Brasileira no MAM – abril 1967). A conceituação da Tropicália, apresentada por mim na mesma
exposição, veio diretamente desta necessidade fundamental de caracterizar um estado
brasileiro. Aliás, no início do texto sobre Nova Objetividade, invoco Osvaldo de Andrade e o
sentido da antropofagia (antes de virar moda, o que aconteceu depois de apresentado entre
nós o Rei da Vela) como um elemento importante nesta tentativa de caracterização nacional.
Tropicália é a primeiríssima tentativa consciente objetiva, de impor uma imagem obviamente
“brasileira” ao contexto atual da vanguarda e das manifestações em geral da arte nacional.
Tudo começou com a formulação do Parangolé em 1964, com toda a minha experiência com o
samba, com a descoberta dos morros, da arquitetura orgânica das favelas cariocas (e
consequentemente outras, como as palafitas do Amazonas) e principalmente das construções

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espontâneas, anônimas, nos grandes centros urbanos – a arte das ruas, das coisas
inacabadas, dos terrenos baldios etc. Parangolé foi o início, a semente, se bem que ainda num
plano de idéias universalistas (volta ao mito, incorporação sensorial, etc.), da conceituação de
Nova Objetividade e da Tropicália (ver monografias sobre Parangolé, de 1964: Bases
Fundamentais e Anotações, lançadas na exposição Opinião, 65, no MAM do Rio, onde, aliás,
se deu a primeira manifestação com as capas e tenda Parangolé, com participação de samba e
passistas e ritmistas da Mangueira). Ver também a revista GAM nº 6 para mais completa
informação sobre Parangolé e o que chamo de “arte ambiental” ou “antiarte”. Na verdade, para
chegar-se a entender o que quero com a Nova Objetividade e Tropicália, posteriormente, é
imprescindível conhecer e entender o significado deParangolé (coisa que, aliás, muito mais
depressa entendeu o crítico londrino Guy Brett quando escreveu noTimes de Londres ser
o Parangolé “algo nunca visto” que poderá “influenciar fortemente as artes europeia e
americana”, etc.). Com a Tropicália, porém, é que, a meu ver, se dá a completa objetivação da
ideia. O penetrável principal que compõe o projeto ambiental foi minha máxima experiência
com as imagens, uma espécie de campo experimental com as imagens. Para isto criei como
que um cenário tropical, com plantas, araras, areia, pedrinhas. Numa entrevista com Mário
Barata, no Jornal do Comércio a 21 de maio de 67, descrevo uma vivência que considero
importante: parecia-me ao caminhar pelo recinto, pelo cenário da Tropicália, estar dobrando
pelas “quebradas” do morro, orgânicas tal como a arquitetura fantástica das favelas – outra
vivência: a de “estar pisando a terra” outra vez) Ao entrar no penetrável principal, depois de
passar por diversas experiências táteis-sensoriais, abertas ao participador que cria aí o seu
sentido imagético através delas, chega-se ao final do labirinto, escuro, onde um receptor de TV
está em permanente funcionamento: é a imagem que devora então o participador, pois é ela
mais ativa que o seu criar sensorial. Aliás este penetrável deu-me permanente sensação de
estar sendo devorado (descrevi isto numa carta pessoal a Guy Brett em julho de 67) – é a meu
ver a obra mais antropofágica da arte brasileira. O problema da imagem é posto aqui
objetivamente – mas sendo ele universal, proponho também esse problema num contexto
típico nacional, tropical e brasileiro. Propositadamente quis eu, desde a designação criada por
mim de Tropicália (devo informar que a mesma foi criada por mim, muito antes de outras que
sobreviveram, até tornar-se a moda atual) até os seus mínimos elementos, acentuar essa nova
linguagem com elementos brasileiros, numa tentativa ambiciosíssima de criar uma linguagem
nossa, característica, que fizesse frente à imagética Pop e Op, internacionais, na qual
mergulhavam boa parte de nossos artistas”.

11. Nas aulas de francês e de espanhol


De inglês, de italiano, de alemão
A gente aprende sempre a lição: Good-morning, good-morning my dear
Buon giorno, bonjour mon amour
Mas o que é melhor dos três é o português: Bom dia, meu amor, amor!
I love you, I love you, je t’aime
Te quiero, te quiero amor
Mas o que é melhor dos três é o português: Eu te amo, meu amor.
Bom dia, meu amor!.

CARVALHO, Joubert; MARIANO, Olegário.

Esse samba foi imortalizado na voz de Carmem Miranda, gravado em 1933, e representa uma
das mais importantes características sociopolíticas daquele período, denominada de

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a) regionalismo.
b) nacionalismo.
c) antipatriotismo.
d) estrangeirismo.
e) republicanismo.

Resposta:

[B]

O nacionalismo e a defesa da valorização do que era nacional frente às culturas internacionais


foram grandes marcas do governo instalado por Getúlio Vargas a partir de 1930.

12. Desde 1974, quando Marcos Freire pôs em cheque o poder político das oligarquias do
Estado de Pernambuco, derrotando-as em eleições majoritárias para o Senado Federal, esse
Estado tem passado pela adoção de dois modelos básicos de desenvolvimento. Um deles,
adotado pelos representantes das oligarquias tradicionais, e predominou nos governos de
Marco Maciel, Roberto Magalhães e Joaquim Francisco. Esse é denominado de modelo
conservador. O segundo modelo ocorreu nos dois mandatos do governador Miguel Arraes.

BARROS, Alexandre Rands. Perspectivas do desenvolvimento de Pernambuco. (Adaptado).


In:ftp://ftp.repec.org/opt/ReDIF/RePEc/dtm/wpaper/BARROSAlexandrePerspectivasdoDesenvol
vimentode PernambucoREN14.pdf

O segundo modelo de desenvolvimento, implementado no Estado de Pernambuco, no governo


citado pelo texto, foi o
a) popular, com foco na elevação do PIB.
b) comunista, priorizando a reforma agrária.
c) corporativo, ampliando o poder do operariado.
d) anarquista, diminuindo a participação do Estado.
e) sindical, dando ênfase aos movimentos trabalhistas.

Resposta:

[A]

O governo de Arraes foi marcado por forte incentivo e apoio às classes menos favorecidas, em
especial ao trabalhador rural, em Pernambuco. Logo, seu governo foi popular.

13. No primeiro governo de Getúlio Vargas, o fortalecimento do samba como canção nacional
veio juntamente com o apoio ao carnaval, e isso acontecia oficial e extraoficialmente. Em 1932,

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foi realizado o primeiro baile de carnaval no Teatro Municipal do Rio de Janeiro; em 1935, Villa
Lobos incorporou um samba de Ernani Silva em uma apresentação; em 1936, a Hora do Brasil
transmitia um samba da Escola Mangueira “diretamente para a Alemanha nazista”, e, em 1937,
o governo estabeleceu que os enredos de escolas de samba teriam “caráter histórico, didático
e patriótico”.

MACEDO, Káritha Bernardo de. Carmem Miranda e o nacionalismo na década de 1930.


UDESC/Ceart, p. 387/388. (Adaptado)

Uma consequência sociopolítica do contexto apresentado pelo texto foi a


a) nacionalização do samba e sua ligação a um projeto de modernização do país.
b) competição com a bossa-nova como gênero musical da elite boêmia nacional.
c) marginalização do samba como gênero musical com a institucionalização da censura.
d) identificação do samba com música “marginal”, prejudicando a imagem do Brasil no cenário
internacional.
e) oposição dos principais cantores nacionais, Carmem Miranda, Sílvio Caldas e Francisco
Alves, ao gênero samba.

Resposta:

[A]

O samba – adotado e utilizado por Vargas para forjar uma base popular de sustentação do seu
governo – transformou-se em um produto nacional, legitimamente brasileiro, e passou a ser
usado no discurso de modernização pelo qual o país passava.

14. Um condicionante decisivo para o triunfo de Collor foi o “agressivo” marketing de sua
campanha. Collor e sua assessoria apostaram na construção da imagem de um candidato
jovem, moderno, decidido e, principalmente, diferente dos demais políticos. Além disso,
prometia moralizar a política e se apresentava como protetor dos “descamisados” e “pés-
descalços”, prometendo-lhes solucionar todos os seus problemas.

MACHADO, Fabiana Michelle de Sousa. Política econômica e política externa do governo


Collor 1990-1992. Belo Horizonte: Centro Universitário, 2007.

No campo político-econômico, esse curto governo foi caracterizado pela


a) retração do Brasil para o mercado externo.
b) extinção da inflação e desvalorização cambial.
c) desindustrialização do país, ampliando a agricultura familiar.
d) substituição das importações, retomando o desenvolvimento.
e) adoção de um novo modelo econômico, chamado de Plano Collor.

Resposta:

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[E]

O Plano Collor – nas suas duas versões, Collor I e Collor II – buscava trazer melhorias à
economia brasileira através de algumas medidas até certo ponto radicais, mas não atingiu seus
objetivos.

15. É sangue mesmo, não é mertiolate.


E todos querem ver
E comentar a novidade.
É tão emocionante um acidente de verdade. Estão todos satisfeitos
Com o sucesso do desastre: Vai passar na televisão.
Por gentileza, aguarde um momento.
Sem carteirinha, não tem atendimento –
Carteira de trabalho assinada, sim, senhor.
Olha o tumulto: façam fila por favor.
Todos com a documentação.
Quem não tem senha, não tem lugar marcado.
Eu sinto muito, mas já passa do horário.
Entendo seu problema, mas não posso resolver:
É contra o regulamento, está bem aqui, pode ver. Ordens são ordens.
Em todo o caso, já temos a sua ficha.
Só falta o recibo comprovando residência.
P’rá limpar todo esse sangue, chamei a faxineira – E agora eu já vou indo senão eu perco a
novela
E eu não quero ficar na mão.

RUSSO, Renato. Metrópole. 1986.

As composições da banda Legião Urbana fazem parte do cenário do Rock brasileiro dos anos
1980, que tinham como principal objetivo
a) criticar as mazelas sociais e políticas do país.
b) incentivar a transformação pela revolução armada.
c) contextualizar a Guerra Fria e o debate do capitalismo.
d) revalorizar o papel do Estado como promotor do bem-estar social.
e) reconhecer a mídia como protagonista das transformações sociais.

Resposta:

[A]

Como a letra da música deixa claro, os problemas sociais brasileiros, em especial aqueles
relacionados à saúde a à educação, foram alvo de críticas promovidas pelos artistas do Rock
brasileiro.

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16. Em 1º de abril de 1964, Miguel Arraes foi preso no Palácio das Princesas pelo Coronel
Castilho, que chefiava uma missão do IV Exército, e transportado para Fernando de Noronha.
DEBERT, Guita Grin. Ideologia e populismo: Adhemar de Barros, Miguel Arraes, Carlos
Lacerda, Leonel Brizola. Rio de Janeiro: Centro Eldestein, p. 80.

Qual a principal motivação para a deposição de Miguel Arraes do Governo de Pernambuco no


contexto descrito?
a) A forte oposição de Arraes ao governo de João Goulart
b) A perda do apoio dos grandes usineiros da cana-de-açúcar
c) O golpe civil-militar de 1964 com a doutrina de Segurança Nacional
d) As pressões dos movimentos sociais contrários às reformas econômicas
e) O rompimento com as forças políticas de esquerda que apoiavam o governo

Resposta:

[C]

Miguel Arraes, assim como qualquer brasileiro, político ou não, que fosse contrário ao Regime
Militar, foi perseguido e punido pela Ditadura através da sua Doutrina de Segurança Nacional.

17. Jurei mentiras


E sigo sozinho
Assumo os pecados (...)
Os ventos do norte
Não movem moinhos
E o que me resta
É só um gemido
Minha vida, meus mortos
Meus caminhos tortos
Meu Sangue Latino

RICARDO, João; MENDONÇA, Paulinho. Sangue Latino.1973.

Sangue Latino foi um dos maiores sucessos do grupo musical Secos e Molhados, que tinha
como vocalista Ney Matogrosso. Essa música foi uma expressão de protesto contra o seguinte
evento histórico nacional:
a) Diretas Já
b) Reformas de Base
c) Redemocratização
d) Acordos Nucleares
e) Ditadura Civil-Militar

Resposta:

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[E]

O contexto da Ditadura Militar, a censura e a repressão instituídas pelo AI-5 tornaram o


ambiente cultural brasileiro propício ao surgimento de uma série de obras de contestação ao
regime político então em vigor. A música citada é um exemplo disso.

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Resumo das questões selecionadas nesta atividade

Data de elaboração: 27/11/2022 às 11:11


Nome do arquivo: revisão upe

Legenda:
Q/Prova = número da questão na prova
Q/DB = número da questão no banco de dados do SuperPro®

Q/prova Q/DB Grau/Dif. Matéria Fonte Tipo

1.............168326.....Baixa.............História..........Upe-ssa 3/2017....................Múltipla escolha

2.............204979.....Média.............História..........Upe-ssa 3/2022....................Múltipla escolha

3.............168320.....Média.............História..........Upe-ssa 3/2017....................Múltipla escolha

4.............204988...........................História..........Upe-ssa 3/2022....................Múltipla escolha

5.............204983.....Média.............História..........Upe-ssa 3/2022....................Múltipla escolha

6.............179479.....Média.............História..........Upe-ssa 3/2018....................Múltipla escolha

7.............179474.....Média.............História..........Upe-ssa 3/2018....................Múltipla escolha

8.............179470.....Média.............História..........Upe-ssa 3/2018....................Múltipla escolha

9.............179471.....Média.............História..........Upe-ssa 3/2018....................Múltipla escolha

10...........179478.....Média.............História..........Upe-ssa 3/2018....................Múltipla escolha

11...........168323.....Baixa.............História..........Upe-ssa 3/2017....................Múltipla escolha

12...........168327.....Baixa.............História..........Upe-ssa 3/2017....................Múltipla escolha

13...........157559.....Média.............História..........Upe-ssa 3/2016....................Múltipla escolha

14...........157567.....Baixa.............História..........Upe-ssa 3/2016....................Múltipla escolha

15...........157566.....Baixa.............História..........Upe-ssa 3/2016....................Múltipla escolha

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