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FOLHAS E ERVAS SAGRADAS DOS ORIXÁS

Folhas e Ervas são a base de praticamente tudo que nos cerca.


Na Umbanda é o sangue vegetal que na forma de banhos nos purifica e consagra.
Quem for banhado por elas espanta os males físicos e espirituais.

As ervas possuem vasto uso, nos rituais são muito utilizadas em homenagens, invocando sua proteção para
que os atos litúrgicos sejam bem encaminhados. Enfim, seu uso é primordial, pois nada acontece sem folhas.
Um dos grandes mistérios em quase todos os ramos da Magia em todo o mundo é a utilização das plantas,
raízes e sementes das ervas mais variadas. São usadas tanto em forma de defumações para os Deuses quanto
para banhos purificadores, protetores e de cura.
A seguir citaremos algumas das ervas mais usadas na Umbanda e o Orixá pertencente:
OXALÁ YEMANJÁ FALANGE DAS CRIANÇAS
Levante
Erva Cidreira Unha de vaca Amoreira, Alfazema
Alecrim, Hortelã fls de Lágrimas de Nossa Senhora - groselheira
Boldo, – algodoeeiro Mastruço, Chapéu de couro - hortelã
- colônia, – girassol Jasmim, anis - rosa branca
- funcho - erva de Santa Luzia - alecrim, – laranjeira
- malva cheirosa - pata de vaca, – hortelã - manjericão
- alfazema, – lavanda - sálvia
OXUM OXOSSI YANSÃ
- alfavaca, – arnica - carapiá ou contra erva - amor agarradinho
- calêndula, camomila - salgueiro chorão - bambu, – dormideira
- erva cidreira - jurema, – eucalipto - romã, – espada de Iansã
- ipê amarelo, – gengibre, rosa -alecrim do campo - louro, – manjericão
branca e amarela - guiné caboclo, – samambaia pitangueira, – alfazema
- pariparoba, – alfavaca
XANGO OGUM PRETOS VELHOS
Café (Folhas) Flecha de Ogum, Guiné
Mangueira (Folhas) Erva de Bicho (Folha de Jurupitã) Eucalipto
Erva de São João - vence tudo – abre caminho Arruda
- alfavaca roxa -aroeira, -pinhão roxo - manjerona
- flamboyant, – manjerona - carqueja, – pata de vaca - pinhão roxo
- hortelã, – levante - agrião, -losna, -jatobá
- cipó mil-homens - espada de São Jorge
- mentrasto, nega mina
EXU OMULU OU OBALUAIÊ NANÃ
Mamona, carqueja, - alfavaca roxa - alfavaca, – assa peixe
picão preto, unha de gato, arruda, - agapanto lilás - erva cidreira
comigo ninguém pode, beladona, - babosa - cipreste, – avenca
cactus, cana de açúcar, - fruta de pomba - manacá, – quaresmeira
mangueira, pimenta da costa, - mostarda, – mamona - pinhão roxo
urtiga - gervão, – velame - crisântemos roxos
pinhão roxo, chorão - canela de velho - oriri

ERVAS MAIS USADAS NA UMBANDA

 Alecrim – Pertence a Oxalá. Entra em qualquer obrigação de cabeça dos filhos de qualquer orixá.
Bastante emprego nosrituais de defumação, banho de descarrego. É parte indispensável do ‘abo’.
Eficiente destruidor de larvas astrais. O Chá é empregado para combater tosses e broquites com
sucesso.
 Arruda – Planta de odor bem forte que pertence a Oxóssi e Exu. Muita usada contra maus fluídos,
inveja, olho-grande, e para benzimentos. A variedade do orixá Oxóssi, com folhas miúdas; aplica-se
nos bori, lavagem de contas (guias), ebanhos de limpeza ou descarrego. O uso medicinal é contra
verminoses e reumatismo em chás, e o sumo aplica-se para reduzir feridas.
 Bambú – Pertence a Yansã e Egun. Muito aplicada como enfeite nas casas de Egun nas festas.
Poderoso defumadorcontra larvas astrais, fazendo mistura com palha ou bagaço de cana. Excelente
banho contra perseguição de obsessores ou maus espíritos. Na medicina popular é utilizado nas
diarréias e pertubações do estomago.
 Camomila – Pertence a Oxalá e Oxum. Aplicação em banhos de descarrego e no “abo”. Na medicina
popular tem larga utilização em chás reguladores dos intestinos; estimula o apetite.
 Cana-de-Açucar – Pertence a Exú. Planta muito importante nos rituais. Seja o bagaço ou o produto, o
açucar, são amplamente utilizadas em defumações para melhoria das condições financeiras,
misturando com pó de café virgem, cravo-da-índia, e canela em pó.
 Girassol – Pertence a Oxalá. Utiliza-se em qualquer obrigação de cabeça, no ‘abo’ e banhos de
descarrego. Tem muito prestígio em defumações pois é poderoso anulador de fluidos negativos
edestruidora de larvas astrais. Nas defumaçõesusa-se as folhas e nos banhos colocam-se também as
pétalas colhidas antes do nascer do sol.
 Romã – Erva Sagrada pertencente a Yansã. As folhas são utilizadas em banhos de descarrego. A
medicina popular emprega o cozimento das cascas dos frutos para o combate de vermes e o mesmo
cozimento para gargarejos nas inflamações de garganta e da boca.

ORIXÁS E SUAS ERVAS

Oxalá: Tapete de Oxalá (boldo), algodão, arnica da horta, alecrim, folhas e ramos de palmeiras, folhas de
laranjeira, hortelã, erva cidreira, rama de leite, malva branca, saião branco, folha da costa, rosa branca, louro,
manjerona, manacá, macaça, erva doce;
Oxossi: Alfavaca do campo, jureminha, caiçara, arruda, abre caminho, malva rosa, capeba, peregum, taioba,
sabugueiro, jurema, capim limão, acácia, cipó caboclo, goiabeira, erva de passarinho, guaco, guiné, malva do
campo, são gonçalinho, Louro, cabelo de milho, eucalipto, manjericão, samambaia;
Ogum: Espada de São Jorge, crista de galo, folhas de mangueira, Taioba, Cipó chumbo, Palmeira de
dendezeiro (Mariwo), abre caminho, alfavaquinha, arnica, aroeira, capim limão, carqueja, dandá da costa, erva
tostão, eucalipto, jaboticabeira, losna, pau rosa, peregum, porangaba, são gonçalinho, jatobá;
Xangô: Folha da costa, matamba, betis cheiroso, levante, folha de fogo, cerejeira, figueira branca, amoreira,
ameixeira, espada de Santa Bárbara, Comigo ninguém pode, cipó mil homens, folhas de café, folha de manga,
Guiné, arruda, limoeiro, umbaúba, vence demanda, urucum, pessegueira, pau pereira, para raio, noz moscada,
nega mina, mutamba, mulungu, manjericão, malva cheirosa, jaqueira, folha da fortuna, folha da costa, fedegoso,
erva tostão, erva de são João, cavalinha;
Iemanjá: Jarrinha, Rama de leite, cana do brejo, betis cheiroso, algas marinhas, alfavaquinha,flores branca de
qualquer espécie, aguapé, camélia, folha da costa, jasmim, lagrima de nossa senhora, macaça, malva branca,
taioba branca;
Oxum: Folha de vintém, folha da fortuna, malva, dracena, rama de leite, malva rosa, narciso, flores de
tonalidade amarela, lírios de toda espécie, margaridas, flor de maio, amor perfeito, madressilva, quioco, oriri,
mutamba, melissa, macaça, ipê amarelo, folha da costa, erva de santa Maria, erva de santa luzia, colônia,
camomila, assa peixe, aguapé;
Iansã: Erva santa, umbaúba, folhas de bambu, folha de fogo, capeba, perientária, bredo sem espinho,
malmequer branco, dormideira, espada de santa bárbara, flores amarelas ou coral, dracena, papoula, gerânio,
erva de passarinho, erva tostão, guiné, jaborandi, louro, malva rosa, nega mina, peregum, pinhão roxo;
Nanã: Alfavaca roxa, assa peixe, avenca, cana do brejo, capeba, cedrinho, cipreste, erva de passarinho,
jarrinha, manacá, Maria preta, mutamba, quaresmeira, rama de leite;
Omulu/Obaluaê: Zínia, folhas de laranja lima, folhas de milho, barba de velho, vassoura preta, velame, sete
sangrias, sabugueiro, musgo, manjerona, mamona, espinheira santa, carobinha do campo, assa peixe;
Exu: Abranda fogo, mamona, carqueja, picão preto, unha de gato, arruda, comigo ninguém pode, arrebenta
cavalo, azevinho, bardana, beladona, cactus, cana de açúcar, cansação, catingueira, corredeira, figueira preta,
folha da fortuna, garra do diabo, mangueira, pau d’alho, pau santo, pimenta da costa, pinhão roxo, urtiga,
chorão;
As 7 linha: Geralmente usam todas as ervas não existindo uma em especial.

CLASSIFICAÇÃO DAS ERVAS:

Ervas Calmas: Boldo, erva doce, erva cidreira, alecrim do campo, camomila, capim santo, malva branca, malva
cheirosa, erva de santa Maria, erva de santa luzia, jasmim, colônia, macaça, aguapé, alfazema, melissa, capim
cidrão, folha de maracujá, manjericão, etc…
Ervas fortes: Arruda, guiné, espada São Jorge, espada de Santa Bárbara, carqueja, aroeira, comigo ninguém
pode, peregum, nega mina, umbaúba, mamona, picão branco, eucalipto, pinhão roxo, bambuzinho, taioba, lança
de Ogum, espada de Ogum, folha de fumo, etc…
Ervas bravas: Barba maldita (cipó azougue), unha de gato, comigo ninguém pode, coroa de cristo, mamona,
picão preto, urtiga, chorão, folha de limão, folha de seringueira, etc…
Obs.: A combinação das ervas, deve ser feita de acordo com a necessidade, não há mistério, desde que
conheçamos as ervas e sua classificação e ainda os Orixás, por exemplo: banho de abre caminho deve-se usar
ervas fortes combinadas com Orixás de abre caminho. Ervas bravas de preferência devem ser usadas apenas
como bate folha (descarrego) na matéria ou em lugares.

BANHOS DE ERVAS
Arnica – afasta a negatividade
Abre Caminho – novas forças
Alecrim – clareza mental
Arruda – proteção
Anis Estrelado – aumenta a auto-estima
Água-de-arroz – calmante
Alfazema – mudança
Camomila – limpeza (bactericida)
Canela – limpeza, força e prosperidade
Cravo da Índia – estimulante
Erva doce – boas energias
Espada de São Jorge – proteção
Folhas de Manga – prosperidade
Folhas de Louro – prosperidade
Fumo – proteção
Flor de sabugueiro – calmante
Guiné – proteção e força
Girassol (sementes) – acelera as mudanças
Hortelã – aceitação
Levante – força, melhorar a auto-estima
Losna – corta a negatividade (raivas)
Macela – calmante (bom para insônia)
Manjericão – equilíbrio, renova as células do organismo
Pitanga (folhas) – melhora a circulação
Rosas brancas – limpeza
Rosas vermelhas – energia
Banhos Específicos:
Descarrego:
- 3 galhos de arruda
- 3 galhos de guiné
- 3 galhos de alecrim
- 1 espada de São Jorge
Abre Caminho:
- 7 folhas de loro
- 7 galhos de manjericão
- 7 cravos da india
- 7 sementes de girassol

ERVAS PARA AFASTAR MAUS ESPÍRITOS - São usadas para fazer Sacudimentos de Pessoas e
Ambientes como: Losna; Cipó; Comigo-Ninguém-Pode; Fumo; Alho; Crisântemo; Bananeira; Abre-Caminhos;
Espada de São Jorge; Pinhão Roxo; Guiné; Mamona, entre outras.

ERVAS PARA AMULETO - Usadas com a finalidade de Proteção e Segurança, são as seguintes: Alfavaca ou
Manjericão; Guiné; Arruda; Indirí; Alecrim; Canela Preta; Espada de São Jorge, entre outras
Há muitos crité rios de classificaçã o dos vegetais quanto ao tipo de caule.
As ervas ou plantas herbá ceas sã o, na maior parte das vezes, definidas de duas formas:
· Plantas de caule macio ou maleável, normalmente rasteiro, sem a presença de lignina (podendo, geralmente, ser
cortado apenas com a unha) - ou seja, sem caule lenhoso.
· Plantas cujo caule nã o sofre crescimento secundá rio ao longo de seu desenvolvimento.
Ambas as definiçõ es estã o corretas e sã o utilizadas pelos cientistas em suas obras, embora, ao considerar alguns casos
englobados por elas, o leigo possa ficar confuso.
Como exemplo, a primeira categoria engloba muitos cactos de há bito arbustivo, alguns de porte verdadeiramente
imponente, como os saguaros dos Estados Unidos.
A segunda categoria engloba todas as monocotiledô neas, inclusive palmeiras e yuccas, de caule claramente lenhoso, mas que
nã o sofrem crescimento secundá rio ao longo da vida.
Em botâ nica, utiliza-se a adjectivaçã o herbáceo - por oposiçã o a lenhoso - para descrever uma planta vascular ou uma das
suas partes que nã o tem crescimento secundá rio.

OS ORIXÁ S E AS FOLHAS SAGRADAS


Folhas sagradas, Ewé Orò ou Folhas de Orô é como sã o chamadas as folhas, plantas, raízes, sementes e favas utilizadas nos
preceitos e cerimô nias como á gua sagrada das Religiõ es Afro-brasileiras
A folha tem uma importâ ncia vital para o povo do santo, sem ela é impossível realizar qualquer ritual, dai existe um termo
curriqueiro do povo do santo que diz: ko si ewe, ko si Orixa ou seja, (sem folha nã o existe Orixá ).
Todas as folhas possuem poder, mas algumas têm finalidades específicas e nem todas servem para o banho ritual, nem para
os ritos. O seu uso deve ser estritamente recomendado pelo Babalorixá ou em comum acordo com o Babalosaim (sacerdote
conhecedor da açã o, reaçã o e consequê ncia do poder das folhas), pois só estes sabem a polaridade energé tica, "positiva ou
negativa" de cada uma delas e a necessidade de cada indivíduo. Para sua utilizaçã o nos ritos, deve-se saber as Sasanha
(câ nticos específico para folha) e o Ofó (palavras sagradas) que despertam seu poder e força "axé ". Ossaim é o grande Orixa
das folhas, grande feiticeiro, que por meio das folhas pode realizar curas, pode trazer progresso e riqueza. É nas folhas que
está à cura para vá rios tipos de doenças, para corpo e espírito. Portanto, precisamos lutar sempre por sua preservaçã o, para
que conseqü ê ncias desastrosas nã o atinjam os seres humanos.

A relaçã o folha/orixá se evidencia com a existê ncia de quatro compartimentos estruturados a partir de uma concepçã o de
categorias ló gicas e ordenadas segundo a visã o de mundo dos jê je - nagô s. Sendo os Ò rìsà s representaçõ es vivas das forças
que regem a natureza, as folhas a eles atribuídas, no contexto litú rgico, associam-se, conseqü entemente, a esses elementos.
Barros (1993:60), estudando essas classificaçõ es, verificou que: "Os vegetais estã o dispostos em quatro compartimentos-
base diretamente relacionados aos quatro elementos; as ewé afé é fé - folhas de ar ( vento); as ewé inó n as ewé omi, - folha
de água; e as Ilé ou ewé igbó - folhas da terra ou floresta.

"Nestes quatro compartimentos-base, concentram-se o panteã o jê je - nagô . Genericamente, vamos encontrar Exu e Xangô
participando do compartimento Fogo; Ogun, Oxossi, Ossain e Obaluaye ligados ao elemento Terra; Iemanjá , Oxum, Obá , Nanã
e Yewá associadas as Á guas, e Oxalá e Oyá ao Ar. Todavia, ao particularizarmos veremos que alguns Ò rìsà s como Logunede e
Oxumare, considerados "Meta-Meta", estarã o vinculados a mais de um desses compartimentos.

Exu está ligado com predominâ ncia ao elemento Fogo, poré m, como "cada Ò rìsà possui seu Exu, com o qual ele constitui uma
unidade" ( Santos, 1976:131), este compartilhará do mesmo elemento ao qual o Ò rìsà está associado. Assim, os Exus das
Iabá s estarã o ligados també m , ao elemento Á gua, os de Ogun e Oxossi ao compartimento Terra, e assim ocorrendo com os
demais Exus.

Ogun atua predominantemente com no compartimento Terra. Todavia, na qualidade Warin, encontramos um Ogun que
habita nas á guas , pois segundos os mitos ele vive no Rio com Oxum; conseqü entemente, estará , també m, ligado ao
compartimento Á gua. Já Ogun À gbè dè Ò run, ( Ferreiro do cé u), se liga, també m, ao elemento Ar, juntamente com
Oxalá .

Oxossi é ligado à Terra; mas, nas suas variá veis, encontramos Inlè , modalidade deste Ò rìsà que, como Logunede, está
associado tanto ao compartimento Á gua quanto ao Terra; entretanto, para maioria das outras qualidades de Oxossi
predominam o elemento Terra.

Obaluaye, sendo um Ò rìsà da Terra ( Oba = Rei, Aye = Terra ), mas que se relaciona com a febre e o sol do meio-dia, está
ligado, igualmente, os compartimentos Terra e Fogo. Em algumas ocasiõ es ele recebe o título de : "Baba Igbonan = Pai da
quentura" ( Santos 1976:78). Título que é dado també m a uma qualidade de Xangô Airá , considerado dono do fogo e
cultuado numa fogueira.

Ossaim, por ser patrono dos vegetais, automaticamente, está ligado a todos os elementos da natureza; todavia, seu
compartimento principal é o Terra, representado pelas florestas onde nasceu todos os vegetais.

Oxumare é representado pelo arco-íris que se projeta nas á guas em direçã o ao cé u. Liga-se, simultaneamente, aos
compartimentos á gua e ar. Pode ser irmã o de Obaluaye, algumas vezes se relaciona, também , com o elemento Terra.

Nana, a iaba que é representada pela chuva fertilizando a terra (lama), tem como compartimento base a Á gua, mas, também,
a Terra.
Oiá , em um de seus diversos aspectos, é cultuada no rio Níger, na Á frica, o que realça suas características de "deusa da
fertilidade" ligada ao compartimento Á gua, bem como á responsá vel pelos coriscos, tempestades e ventanias, fato que a
associa tanto ao elemento Ar quanto ao elemento Fogo. Sob a denominaçã o de "Oya Igbale, Orisá patrono dos mortos e dos
ancestrais"(Santos 1976:58), participa, també m do elemento Terra.

Xango está associado, predominantemente, ao elemento Fogo, enquanto que Iroko, entidade fitomó rfica cultuada em uma
á rvore, embora possua muita afinidade com o primeiro, está ligado ao elemento Terra.

Oxum, Iemanjá e Oba sã o iabas ligadas, especificamente, ao elemento Á gua; poré m, alguns de seus aspectos poderã o ligá -las
aos demais compartimentos base.

Oxalá esta ligado, com predominâ ncia, ao compartimento Ar. Todavia, Santos (1976:59) diz que "Oxalá está associado à Á gua
e ao Á r, Odudua está associado à Á gua e a Terra". Assim como Odudua, Orixá Okó també m é um Orixá funfun (original) e,
segundo os mitos, é considerado o patrono da agricultura, possuindo estreita ligaçã o com a Terra.
Nesta visã o do mundo Jeje-nago, direito/masculino/positivo sã o opostos a esquerdo/feminino/negativo, ou seja, o
masculino é positivo e se posiciona do lado direito, enquanto o feminino é negativo e se posiciona do lado esquerdo. Neste
contexto os compartimentos que contê m as ewé inó n (folhas do fogo) e ewé afé é fé (folhas do ar) estã o associadas ao
masculino, elementos fecundantes, enquanto que as ewé omi (folhas da á gua) e as ewé ilè (folhas da terra) se ligam ao
feminino, elementos fecundá veis.
Ao determinar que as folhas sã o separadas por pares opostos: gú n (de excitaçã o) x è rò (de calma), ewé apa otun (folhas da
direita) x ewé apa osi (folhas da esquerda), os Jeje-nago tomam como modelo um sistema da classificaçã o baseada em
posiçõ es biná rias. Todavia, essa nã o é uma condiçã o sine qua non quando analisamos mais detalhadamente a utilizaçã o dos
vegetais, pois percebemos que algumas folhas positivas se relacionam com o lado esquerdo ou feminino e vice-versa, daí
encontrarmos folhas femininas usadas com fins positivos, e folhas masculinas consideradas negativas. Verger (1995:25) cita,
por exemplo, "que entre as folhas há quatro conhecidas como (...) as quatro folhas masculinas ( por seu trabalho malé fico) ...;
e quatro tidas como antídotos..."Entre estas ú ltimas ele inclui o ò dú ndú n (Kalanchoe crenata), que é uma folha feminina,
poré m positiva, o que nos faz crer que as diversas condiçõ es biná rias nã o interagem de modo rígido entre si, pois, como
vimos, uma folha masculina pode estar situada junto aos elementos da esquerda por ser considerada negativa.

No sistema de classificaçã o dos vegetais, a condiçã o para que uma folha seja masculina ou feminina é o seu formato, pois, na
concepçã o Jeje-nago, a forma fá lica (alongada) caracteriza o elemento masculino, em contrapartida, a forma uterina
(arredondada) determina o elemento feminino. Essa convençã o é adotada, tanto com relaçã o as folhas, quanto aos jogos
divinató rios que tiveram origem a partir do orá culo de Ifá , onde, dos dezesseis cauris usados, oito sã o de forma alongada e
considerados masculinos, e os femininos sã o os oito restantes que possuem forma arredondada. "Por conseguinte,
Macho/Fê mea formam um par de oposiçã o bá sico no que se refere à s espé cies vegetais, e está diretamente relacionado ao
Ò rìsà " (Barros 1993:63). As folhas consideradas masculinas estã o associadas aos oboró s ( orixá s masculinos), bem como as
femininas pertencem à s Iabas (orixá s femininos); todavia, eventualmente encontraremos algumas folhas femininas
associadas aos oboró s e algumas masculinas atribuídas à s iabas, o que parece refletir uma bipolaridade característica de
alguns orixá s.
Quando utilizamos nos rituais de iniciaçã o ou nos trabalhos litú rgicos, os vegetais classificados como è rò tem a funçã o de
abrandar o transe, apaziguar o orixá ou acalmar o iniciado; contrariamente, os considerados gú n servem para facilitar a
possessã o e excitar o orixá .
Dentro de sua complexidade, o sistema de classificaçã o dos vegetais é coerente com a visã o de ordenaçã o do mundo; desse
modo, os vegetais vã o além de suas utilidades prá ticas, pois "estã o diretamente relacionados a uma cosmovisã o específica e
sã o constituintes de um modelo que ordena a classifica o universo, definindo a posiçã o do indivíduo na ordem cosmoló gica"

Ler mais: http://www.mundodasmagias.com/ervas-suas-utilidades/

Médiuns de Umbanda
Para sermos um bom mé dium, primeiro nã o devemos nos envaidecer dessa faculdade, visto nã o ser um premio, e sim um
meio para trabalhar em beneficio de irmã os sofredores, problemá ticos ou portadores de mal psicoló gicos.
A mediunidade é para servir e nã o ser servida.
- Temos que ser irmã os verdadeiramente;
- Nos preocuparmos com as pessoas que se encontram na nossa assistê ncia;
- Ter nossas obrigaçõ es sempre em dia;
- Zelar por tudo que diz respeito aos nossos Orixá s;
- E o mais importante ter AMOR à religiã o!
É necessá rio que o mé dium encare o seu trabalho mediú nico como uma missã o, estudando, se preparando, sintonizando seu
coraçã o e sua mente com espíritos elevados e amigos, e ai poderá cumprir satisfatoriamente a missã o que lhe foi confiada.
O mé dium deve tangir sua vida como um mensageiro de Deus, dos Orixá s e Guias. Ter um comportamento moral e
profissional dígnos, ser honesto e íntegro em suas atitudes. Nos dias de hoje, é difícil ser tudo isso, mas vale a pena e pode
ser feito.
As pessoas que sã o mé diuns devem levar sempre a sé rio suas missõ es e ter muito amor e dar valor ao que fazem, ter sempre
boa vontade nos trabalhos de seu terreiro e na vida do dia a dia.
O mé dium deve tomar, sempre que necessá rio, os banhos de descarrego adequados aos seus Orixá s e Guias, estar
pontualmente no terreiro com sua roupa sempre limpa, conversar sempre com o chefe espiritual do terreiro quando estiver
com alguma dú vida, problema espiritual ou material.
"Deve deixar, na medida do possível, seus problemas materias sempre do lado de fora do terreiro", ou seja, tentar entrar no
terreiro com a cabeça mais arejada e limpa, fazendo com que haja uma divisã o entre o material e o espiritual, embora eu
saiba que deixar os problemas lá fora seja difícil, mas nã o é impossível.
Para termos uma boa incorporaçã o, precisamos de alguns preparos antes e durante nossos trabalhos como:
- Tomar os banhos necessá rios;
- Fazer sempre firmezas para os guias;
- Se preparar para uma boa concentraçã o;
- Buscar uma boa irradiaçã o;
- Manter uma boa vibraçã o;
- Nunca passar à frente dos guias.
http://www.casaluzeterna.com.br/mediunidade/mediuns-de-umbanda.html

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