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UNIVERSIDADE PAULISTA – CAMPUS ASA SUL/DF

CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA


DISCIPLINA ATIVIDADES PRÁTICAS SUPERVISIONADAS (APS)

Igor Souza Perroni Silva RA: T33143-9 TURMA: EE2P30


Jhonatan dos Santos Silva RA: C3183G-9 TURMA: EE2P30
José Anselmo Lima do Nascimento RA: C34196-7 TURMA: EE5P30
Marcelo Vasconcelos Aguirres RA: C3625B-1 TURMA: E2P30
Roberto Luís Lima Gaia RA: C32BFD-7 TURMA: EE2P30

SEGURANÇA NAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS: INSTALAÇÕES AQUÁTICAS


Artigo técnico-científico apresentado
como requisito para aprovação na
disciplina APS.

Brasília – DF
2016
UNIVERSIDADE PAULISTA – CAMPUS ASA SUL/DF
CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA
DISCIPLINA ATIVIDADES PRÁTICAS SUPERVISIONADAS (APS)
BRASÍLIA – 2016

SEGURANÇA NAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS: INSTALAÇÕES AQUÁTICAS

Igor Souza Perroni Silva1


José Anselmo Lima do Nascimento2
Jhonatan dos Santos Silva3
Marcelo Vasconcelos Aguirres4
Roberto Luis Lima Gaia5

RESUMO
A redução dos riscos inerentes ao trabalho por meio de normas de segurança é um direito dos
trabalhadores rurais e urbanos previsto na Constituição Federal do Brasil de 1988. Contudo,
as altas taxas de acidentes no trabalho no Brasil persistem, especialmente no setor elétrico,
trazendo à tona a importância dos discentes e profissionais da área da Engenharia Elétrica
abordarem questões referentes a segurança nas instalações elétricas. A partir dessas reflexões
iniciais, o objetivo do presente trabalho é traçar um panorama geral dos conceitos e riscos
referentes às instalações aquáticas sob a ótica da discussão sobre segurança nas instalações
elétricas. A pesquisa foi realizada a partir da análise bibliográfica e análise documental.

Palavras-chave: Segurança nas Instalações Elétricas. Instalações Aquáticas. Segurança do


Trabalho. NR 10.

1. INTRODUÇÃO
A Constituição Federal do Brasil de 1988 cristaliza, no país, as tendências mundiais no
campo da segurança do trabalhador. Conforme artigo 7º, inciso XXII, a redução dos riscos
inerentes ao trabalho por meio de normas de segurança é um direito dos trabalhadores rurais e
urbanos. De fato, nos últimos anos no Brasil houve esforço considerável no que tange ao
avanço normativo no campo da Segurança do Trabalho e, especialmente, no campo dos
1
Graduando do Curso de Engenharia Elétrica, na Universidade Paulista – UNIP campus Asa Sul/DF. E-mail:
igorperroni.eng@gmail.com.
2
Graduando do Curso de Engenharia Elétrica, na Universidade Paulista – UNIP campus Asa Sul/DF. E-mail:
anselmosaf@hotmail.com.
3
Graduando do Curso de Engenharia Elétrica, na Universidade Paulista – UNIP campus Asa Sul/DF. E-mail:
jhonatandos.s.s@gmail.com.
4
Graduando do Curso de Engenharia Elétrica, na Universidade Paulista – UNIP campus Asa Sul/DF. E-mail:
Marcelo.vasconcelos16@gmail.com.
5
Graduando do Curso de Engenharia Elétrica, na Universidade Paulista – UNIP campus Asa Sul/DF. E-mail:
roberto-eng.eletrica@hotmail.com.

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serviços com eletricidade. A edição da NR106 dada pela portaria MTE 598 de 07/12/2004 é
um exemplo disso. É notável, também, o crescimento dos estudos que exploram o tema
(ALMEIDA, FILHO, 2007).
Entretanto, a taxa de acidentes no trabalho no Brasil ainda é alarmante. Segundo
documento do Ministério do Trabalho e Emprego – MTE, intitulado “Estratégia Nacional para
Redução dos Acidentes do Trabalho 2015-2016”, no ano de 2013, 2.797 trabalhadores
morreram após um acidente durante o desempenho de suas atividades. Destes, parte
considerável ocorreram em atividades com eletricidade. Na indústria da construção, por
exemplo, o choque elétrico é um dos principais motivos de acidentes graves e letais (VIANA,
[et al], 2007). No caso das instalações aquáticas, os cuidados devem ser especiais, visto que a
água quando contém sais minerais, por exemplo, apresenta um potencial de condutividade
elétrica elevado.
Tendo em vista esses aspectos e sua relação direta com o exercício do trabalho do
engenheiro eletricista, coloca-se a necessidade de estudos, por parte dos discentes, sobre
questões relacionadas à segurança no ambiente do trabalho.
Nesse contexto, o objetivo do presente trabalho é abordar, de forma geral, conceitos e
riscos referentes às instalações aquáticas sob o prisma da discussão sobre segurança nas
instalações elétricas. Para tal, foram escolhidos procedimentos e recursos metodológicos que
possibilitassem uma densa análise do objeto proposto. Foram utilizadas como metodologia a
pesquisa bibliográfica e a pesquisa documental. De forma sucinta, a pesquisa bibliográfica diz
respeito à investigação de bibliografia pertinente ao objeto de pesquisa. Em contrapartida, a
pesquisa documental se refere a materiais sem tratamento analítico ou que podem ser
redefinidos conforme o objeto de pesquisa (GIL, 1991) e envolveu a análise de leis e
regulamentações vinculadas a Segurança no Trabalho, Segurança nas instalações elétricas e
Segurança nas Instalações Aquáticas.
O presente artigo encontra-se dividido em duas partes. Na primeira, desenvolve-se os
conceitos fundamentais sobre segurança nas instalações elétricas. Já a segunda parte trata da
definição, riscos, regulamentação e procedimentos de segurança relacionados às instalações
aquáticas.

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Esta Norma Regulamentadora - NR estabelece os requisitos e condições mínimas objetivando a implementação
de medidas de controle e sistemas prev0entivos, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores que,
direta ou indiretamente, interajam em instalações elétricas e serviços com eletricidade.

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Por fim, com base na discussão traçada são propostas algumas reflexões acerca da
segurança nos trabalhos que envolvem eletricidade com ênfase nas instalações aquáticas.

2. SEGURANÇA NAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS


No mundo moderno, a eletricidade é uma das fontes de energia mais empregadas. No
Brasil, por exemplo, o fornecimento de energia elétrica é considerado um serviço público
disposto na Constituição Federal do Brasil de 1988. Contudo, resguardada sua importância, a
eletricidade pode ser danosa ao ser humano e ocasionar inclusive mortes decorrentes de
acidentes, principalmente para aqueles que trabalham com ela.

1.1 RISCOS NAS ATIVIDADES COM ENERGIA ELÉTRICA


Segundo Almeida (2012) e a Comissão Tripartite Permanente de Negociação do Setor
Elétrico no Estado de São Paulo – CPNSP (2005), são vários os riscos para os trabalhadores
que atuam em áreas ou nas atividades com energia elétrica, a saber:
a. Choque elétrico: o choque elétrico é

"um estímulo rápido no corpo humano, ocasionado pela passagem da


corrente elétrica. Essa corrente circulará pelo corpo onde ele tornar-se
parte do circuito elétrico, onde há uma diferença de potencial
suficiente para vencer a resistência elétrica oferecida pelo corpo."
(CPNSP, 2005, p.19).

O choque elétrico pode ocasionar contrações dos músculos de variadas intensidades, a


fibrilação ventricular do coração, lesões térmicas e não térmicas, efeitos indiretos como
quedas e batidas e queimaduras. Existem inúmeros fatores que podem originar situações de
riscos de choque elétricos, como contato com condutores aéreos energizados e desgaste dos
equipamentos e matérias utilizados nas instalações elétricas. A área de contato, tempo de
contato e umidade, também são fatores que devem ser levados em conta pelo trabalhador, pois
podem potencializar os riscos de choque elétrico. Conforme notícia divulgada no site do
IPESI, em 2013 as mortes por choque elétrico entre os profissionais do setor elétrico e da
construção civil foram elevadas: 65 pedreiros/pintores, 71 eletricistas autônomos e 29
eletricistas profissionais/empresa, totalizando 165 profissionais que perderam a vida devido a
um choque elétrico 7 . É interessante apontar, também, que de acordo com a Decreto-lei
5452/1943, que aprova a Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, os indivíduos

7
http://www.ipesi.com.br/Noticias/800-em-2013-houve-592-mortes-por-acidentes-com-eletricidade-conforme-a-
abracopel.

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que trabalharem em serviços de eletricidade ou instalações elétricas devem estar


familiarizados com os métodos de socorro a acidentados por choque elétrico (artigo 181).
b. Queimaduras: a corrente elétrica afeta o organismo através do revestimento cutâneo e,
sendo assim, as queimaduras podem acontecer quando uma pessoa toca a fiação elétrica ou
equipamentos que são incorretamente utilizados ou mantidos.
c. Arcos voltaicos: o arco elétrico caracteriza-se pelo fluxo de corrente elétrica através do ar,
e normalmente é iniciado quando há a conexão e desconexão de dispositivos elétricos e
também em caso de falha de equipamento (como um curto-circuito), provocando
queimaduras graves, incêndios e outros.
d. Explosões: as explosões acontecem quando a eletricidade é uma fonte de ignição para uma
combinação explosiva na atmosfera. A ignição pode ser provocada a partir do
superaquecimento dos condutores ou equipamento ou faísca com contatos da chave.
e. Incêndios: os incêndios podem ser causados por equipamentos e instalações elétricas
defeituosas, visto que estas podem gerar uma alta resistência elétrica nas conexões,
tornando-se uma das principais fontes de combustão. De acordo com dossiê elaborado pelo
Instituto Brasileiro do Cobre – PROCOBRE, intitulado “Panorama da Situação das
Instalações Elétricas” (2014), no Estado de São Paulo, por exemplo, grande parte dos
incêndios ocorrem por causa de instalações elétricas inadequadas, que não cumprem os
requisitos de segurança.
f. Campos eletromagnéticos: são gerados na passagem da corrente elétrica nos meios
condutores. Quando o trabalhador fica submetido ao campo eletromagnético, o seu corpo
sofre uma indução, instaurando um diferencial de potencial entre o indivíduo e outros
objetos intrínsecos às atividades. As pessoas que possuem aparelhos eletrônicos acoplados
ao seu corpo devem ter cuidados especiais, já que os campos magnéticos podem
influenciar o funcionamento dos mesmos.
Para além dos riscos supracitados, há ainda os riscos indiretos (ALMEIDA, 2012;
CPNSP, 2005):

a. Efeitos da corrente elétrica: o fluxo de corrente superior ao patamar “permitido”, em um


indivíduo, pode levar uma pessoa ao colapso, ficar inconsciente, e pode resultar em morte.
b. Quedas: as quedas são uma das principais causas de acidentes nos trabalhos com
eletricidade e podem ser consequências de choques elétricos e ataque de insetos ou outros
animais, mas também ocorrem como resultado da utilização incorreta de equipamentos de

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elevação (escadas, cestas, plataformas), falta ou uso inadequado de EPI, falta de


treinamento dos trabalhadores, falta de delimitação e de sinalização do canteiro do serviço.
c. Transportes: o deslocamento dos trabalhadores até os seus postos de trabalho expõe os
trabalhadores aos riscos intrínsecos às vias de transporte. Além disso, nos serviços de
construção e manutenção de linhas e redes elétricas podem ser utilizados cestas aéreas e
plataformas, elevação de cargas (equipamentos, postes), entre outros, que exigem cuidados
especiais.
d. Ataques de insetos, animais peçonhentos e domésticos: na execução de suas funções,
podem ocorrer ataques de insetos, tais como abelhas e formigas, e outros.
e. Riscos ocupacionais: são as características existentes nos ambientes de trabalho que podem
acarretar em danos à saúde do trabalhador, como ruídos, poeira e poluição.
f. Riscos ergonômicos: são riscos relacionados a fatores biomecânicos (posturas inadequadas
de trabalho, levantamento excessivo de carga, etc.), organizacionais (pressão psicológica,
trabalho por produção, etc.), psicossociais (exigência cognitiva associada à constante
convivência com o risco de vida, etc.) e ambientais. Estudo realizado por Melo, Lima,
Gomes e Soares (2003), comprova que há influência dos fatores ambientais na ocorrência
de acidentes durante os serviços emergenciais em redes aéreas de distribuição de energia
elétrica.
Nesse contexto de alta periculosidade para os trabalhadores do setor elétrico, há a
necessidade de normas, regulamentações, portarias e outros, que visem assegurar a segurança
dos trabalhadores e, também, a qualidade do serviço prestado para que os usuários do serviço
prestado não sejam penalizados e expostos aos perigos da eletricidade.

1.2 NORMAS RELATIVAS À SEGURANÇA NAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Como Nóbrega (2013) expõe, os estudos sobre a segurança do trabalhador adquiriram


notoriedade após a Revolução Industrial, quando, grosso modo, o trabalho assalariado se
expandiu por meio do emprego em massa nas atividades fabris. Os movimentos sociais em
prol de melhores condições de trabalho associados ao alto custo que os acidentes de trabalho
podem gerar – afastamento do trabalhador, manutenção e/ou substituição de equipamentos,
multas, entre outros – tornaram necessários avanços na área da segurança do trabalho, dando
origem a orientações e normas mundiais e locais relativas a esse tema.
No caso do Brasil,

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(...) não há como ignorar o que ocorreu com a parte normativa, especialmente nas
duas últimas décadas. Ocorre que o Brasil se alinhou com a IEC (International
Electrotechnical Commission), que é a principal entidade mundial que desenvolve
normas técnicas no setor elétrico. Com isso, hoje, o país possui uma base normativa
que está entre as mais modernas do mundo, abrangendo tanto os produtos elétricos,
quanto as próprias instalações. (PROCOBRE, 2014, p. 19)

De fato, há inúmeras normas que regulamentam e fornecem orientações sobre


procedimentos obrigatórios relacionados à segurança e medicina do trabalho. Dentre essas
normas, existem as Normas Regulamentadoras (NR), concernentes à segurança e saúde do
trabalho, que são de observância obrigatória pelas empresas privadas e públicas e pelos
órgãos públicos da administração direta e indireta, bem como pelos órgãos dos Poderes
Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT)8.
Existem, atualmente, 36 Normas Regulamentadoras, como por exemplo: NR6, que
trata dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI); NR11, que aborda procedimentos de
segurança relacionados ao transporte, movimentação, armazenagem e manuseio de materiais;
NR16, que diz respeito às atividades e operações perigosas; NR26, que trata da sinalização de
segurança; e a NR35, que aborda procedimentos de segurança para trabalho em altura.
No entanto, a Norma Regulamentadora que mais interessa a este trabalho é a NR10,
que ipsis litteris estabelece os requisitos e condições mínimas objetivando a implementação
de medidas de controle e sistemas preventivos, de forma a garantir a segurança e a saúde dos
trabalhadores que, direta ou indiretamente, interajam em instalações elétricas e serviços com
eletricidade. Esta norma em questão cumpre a previsão da CLT, artigo 179: “o Ministério do
Trabalho disporá sobre as condições de segurança e as medidas especiais a serem observadas
relativamente a instalações elétricas, em qualquer das fases de produção, transmissão,
distribuição ou consumo de energia”.
Há, ainda, as Normas Brasileiras aprovadas pela Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT): as ABNT NBR. Essas normas, diferentemente das NRs, são de caráter
voluntário, e fundamentada no consenso da sociedade. Torna-se obrigatória quando essa
condição é estabelecida pelo poder público9. Dentre as NBRs, a NBR 5410:2004 (instalações
elétricas de baixa tensão) e a NBR 14039:2005 (instalações elétricas de média tensão de 1,0
kV a 36,2 kV) podem ser consideradas basilares para garantir a segurança nas instalações

8
http://trabalho.gov.br/seguranca-e-saude-no-trabalho/normatizacao/normas-regulamentadoras.
9
http://abnt.org.br/paginampe/perguntas-e-respostas

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elétricas. A primeira, estabelece as condições a que devem satisfazer as instalações elétricas


de baixa tensão, a fim de garantir a segurança de pessoas e animais, o funcionamento
adequado da instalação e a conservação dos bens. Já a segunda, estabelece um sistema para o
projeto e execução de instalações elétricas de média tensão, com tensão nominal de 1,0 kV a
36,2 kV, à frequência industrial, de modo a garantir segurança e continuidade de serviço.
Diversas outras regulamentações, normas técnicas e portarias existem para garantir a
segurança do trabalhador que possui suas atividades atreladas à eletricidade, inclusive normas
específicas para determinados tipos de instalações elétricas.

2. AS INSTALAÇÕES AQUÁTICAS

Quando falamos em uma instalação aquática, nos referimos à todas aquelas que
localizam-se no meio aquático, ou seja, envolvidas por água, por exemplo: plataformas de
petróleo, cabos de dados que ligam os continentes e, para o futuro, data centers situados no
meio do mar que estão sendo testados por grandes empresas, como a Microsoft.
A aplicação da Norma Regulamentadora NR 10 faz vigor nos ambientes aquáticos,
pois aplica-se de modo geral à todas as instalações elétricas.
Com isso, em uma execução de uma instalação aquática, ressalta-se as prevenções
preliminares de acidentes nos serviços, tanto em instalações iniciais, manutenções preventivas
e corretivas. Ou seja, é imprescindível a aplicação da APR (Análise Preliminar de Risco). Que
por lei, contida na NR 10, deve ser aplicado antes de qualquer serviço correlacionado com a
eletricidade.
A APR (Análise Preliminar de Risco), pode variar seu modelo de acordo com as
empresas, desde que contenha um padrão de prevenção adequado. Onde entra todos os
envolvidos nas atividades em questão, e principalmente o responsável técnico pelo documento.
Também todos os equipamentos de proteção coletiva e individual, com planejamentos de
todos os passos que vão ser seguidos.
Portanto, em uma instalação de data centers no meio do mar, como as instalações
testadas pela Microsoft, de acordo com informações do New York Times. No ato da execução
de um projeto desse porte, o responsável da obra aplica uma APR (Análise Preliminar de
Risco) antes de iniciar os serviços, como é de responsabilidade técnica, qualquer acidente que
aconteça pelo motivo da falta de equipamentos de proteção, o responsável deverá responder
pelo ocorrido, ou seja, deve ser aplicado com muita cautela.

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Posteriormente, equipamentos como servidores demandam muita carga térmica, ou


seja, aquecem em questão de segundos. Com isso, a refrigeração altamente eficiente faz parte
do projeto, apesar do resfriamento com a água do mar, e além de todos sensores que o projeto
conta, e toda essa tecnologia quando implantada haverá um tempo limite para manutenções
precisando da intervenção do homem novamente.
Ou seja, além do risco com eletricidade que os envolvidos em uma instalação aquática
sofrem, a necessidade de mergulhos para procedimentos de soldagens aquáticas por exemplo,
não demandam equipamentos de segurança comum, e sim de mergulho, de isolação própria
para trabalhos com água, tornando os estudos preliminares um dos métodos mais importantes
a serem executados.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

À guisa de conclusão destaca-se que o presente trabalho não objetivou esgotar todas as
dimensões relacionadas à segurança nas instalações elétricas e, particularmente, às instalações
aquáticas, devido às limitações inerentes ao trabalho de pesquisa, como tempo e limite de
páginas, bem como a necessidade de responder a um objetivo específico. Ademais, percebeu-
se uma incipiência de dados relativos às instalações aquáticas, principalmente no que diz
respeito à conceituação e segurança das mesmas, o que reforça a relevância do presente
trabalho.
Apesar disso, o processo de coleta de dados permitiu uma ampla reflexão no que tange
aos altos índices de acidentes de trabalho no setor elétrico. O fato é que, como explicitado em
tópicos anteriores, as normas e regulamentações brasileiras no que diz respeito às instalações
elétricas e procedimentos de segurança, incluindo os materiais elétricos, são bastante
desenvolvidas. Porém, isso não significa que elas sejam imediatamente aplicadas na realidade.
Ante o exposto, confirma-se a hipótese de que é de suma importância que os
profissionais compreendam a importância da segurança em instalações elétricas, com a
finalidade de executar com segurança suas atividades e, assim, prevenir os acidentes de
trabalho.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA, I. M. FILHO, J. M. J. Acidentes e sua prevenção. Revista Brasileira de Saúde


Ocupacional, São Paulo, 32 (115): 7-18, 2007

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BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília. DF: Senado, 1988.

BRASIL. CLT - Decreto Lei nº 5.452 de 01 de maio de 1943. Aprova a Consolidação das
Leis do Trabalho.

COMISSÃO TRIPARTITE PERMANENTE DE NEGOCIAÇÃO DO SETOR ELÉTRICO


NO ESTADO DE SÃO PAULO - CPNSP. Norma regulamentadora nº 10: segurança em
instalações e serviços em eletricidade. CPNSP, 2005. Disponível em:
<http://media.wix.com/ugd/cedc7a_0bcbdc189a71bea36d0dcc44aea93730.pdf?dn=NR-10-
resumida.pdf>. Acesso em: 10 de novembro de 2016.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 1991.

IPESI. Em 2013 houve 592 mortes por acidentes com eletricidade, conforme a Abracopel.
2014. Disponível em: http://www.ipesi.com.br/Noticias/800-em-2013-houve-592-mortes-por-
acidentes-com-eletricidade-conforme-a-abracopel. Acesso em: 23 de novembro de 2016.

MELO, Luiz Antonio et al. Segurança nos serviços emergenciais em redes elétricas: os
fatores ambientais. Prod., São Paulo , v. 13, n. 2, p. 88-101, 2003 . Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010365132003000200009&lng=en
&nrm=iso>. Acesso em: 23 de novembro de 2016.

MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO – MTE. Estratégia Nacional para Redução


dos Acidentes do Trabalho 2015- 2016. Brasília, 2015.

NÓBREGA, Daniella Guimarães. Um panorama sobre os acidentes do trabalho de uma


empresa no setor elétrico. Universidade Federal de Pernambuco: Recife, 2013. [Dissertação]

INSTITUTO BRASILEIRO DO COBRE – PROCOBRE. Panorama da Situação das


Instalações Elétricas. São Paulo: 2014.

VIANA, Maurício José [et al]. Instalações elétricas temporárias em canteiros de obras.
São Paulo: Fundacentro/MTE, 2007. (Recomendação técnica de procedimentos. RTP; 05).

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