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3º Ano / 2º Semestre
Docente:
António Fragoso
Discente:
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Introdução
Nas últimas décadas, os pesquisadores da área de Educação têm destacado a necessidade que
há de existir uma construção do conhecimento que fuja aos limites estabelecidos pela educação
formal, bem como aos seus meios e objetivos (Costa, 2014). Numa situação atual em que a
cidadania enfrenta novos desafios, procura novos espaços de atuação e abre novas áreas por meio
das grandes transformações pelas quais estamos constantemente a passar, é importante falar sobre o
facto de haver muito mais para aprender do que apenas os saberes transmitidos formalmente nas
disciplinas escolares, remetendo para diferentes modalidades educativas, como a educação informal
e a educação não formal.
Posto isto, é possível verificar que a educação se tornou numa dimensão fundamental da
cidadania e é indispensável para as políticas, na medida em que visam à participação de todos nos
espaços sociais e políticos e até mesmo para a realização de ações de intervenção de
desenvolvimento comunitário/local (Cury, 2002). Educação e desenvolvimento formam uma
parceria inseparável, tendo em conta a sua finalidade na sociedade: melhores condições de vida e
uma maior humanização (Caride, 2000, citado por Félix, 2015).
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A importância do não formal e informal na educação e desenvolvimento
comunitário/local
1. EDUCAÇÃO
Philip H. Coombs, Roy C. Prosser e Manzoor Ahmed (1973, citado por Costa, 2014) foram
alguns dos pioneiros a categorizar o conceito de educação em três diferentes tipos – formal, não
formal e informal, sendo que neste artigo destacam-se apenas os dois últimos tipos. Na perspetiva
destes autores, a educação consiste num processo de natureza contínua, que acompanha o indivíduo
desde os seus primeiros passos até à vida adulta e ao longo da mesma, envolvendo uma grande
diversidade de métodos e recursos de aprendizagem. Os autores referem-se à educação formal como
todo o sistema educacional escolar, tendo em conta as suas estruturas hierárquicas e a sua divisão
cronológica e gradual do conhecimento. Relativamente à educação informal, esta foi definida pelos
autores como um processo através do qual todo o indivíduo adquire habilidades, conhecimentos,
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atitudes e valores ao longo da vida. Por fim, por educação não formal, os autores consideram que
consiste em quaisquer atividades educacionais organizadas e sistematizadas, que ocorram fora do
sistema formal estabelecido.
Embora este artigo foque mais nos tipos de educação não informal e informal, é necessário
fornecer uma breve explicação sobre o conceito de educação formal.
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desenvolvimento amplas, bem como a objetivos mais académicos.” (Coombs, Prosser e Ahmed,
1973, p. 12, citado por Costa, 2014).
A educação não formal engloba ainda um processo com várias dimensões, tais como: a
aprendizagem política dos direitos dos indivíduos enquanto cidadãos; a capacitação dos indivíduos
para o trabalho, por meio da aprendizagem de habilidades e/ou desenvolvimento de potencialidades;
a aprendizagem e exercício de práticas que capacitam os indivíduos a se organizarem com objetivos
comunitários, voltadas para a solução de problemas coletivos cotidianos; a aprendizagem de
conteúdos que possibilitem aos indivíduos fazerem uma leitura do mundo do ponto de vista de
compreensão do que se passa ao seu redor; entre outras (Gohn, 2006).
Coombs, Prosser e Ahmed (1973, citado por Costa, 2014), definem a educação informal como
um processo através do qual todo o indivíduo adquire habilidades, conhecimentos, atitudes e
valores ao longo da sua vida. Esse processo está relacionado com os estímulos e inibições recebidas
a partir da experiência quotidiana, bem como à disponibilidade de recursos e à influência educativa
exercida pelo ambiente no qual o indivíduo se insere. Para a constituição desse mesmo ambiente, os
autores consideram como pertinentes algumas variáveis como: a família, os vizinhos, o trabalho, as
brincadeiras, os média, entre outras. Reconhecem, dessa forma, que a educação informal é a grande
responsável pela maior parte de tudo o que uma pessoa constrói no percurso de uma vida.
Como educação informal, Libâneo (2014) defende que se trata de todas as influências que
atuam de alguma maneira sobre o indivíduo, ocorrendo de modo não intencional, não sistemático e
não planeado. O facto desse processo educativo não incidir sobre o indivíduo de maneira
intencional, não significa que ele não tenha consequências efetivas na formação da personalidade,
valores e hábitos do mesmo, significa antes que estas consequências são mais dificilmente
percebidas como tais.
2. DESENVOLVIMENTO
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horizonte do futuro; sugere a ideia de processo, de algo em movimento e em construção
(Shallenberger, 2003).
No que diz respeito ao desenvolvimento comunitário, as suas raízes “(…) situam-se no período
que mediou as duas guerras mundiais, a partir de dois tipos de práticas: na formação de líderes
locais no período colonial britânico e, no período que a américa atravessou de pós guerra em que se
fazia sentir uma desorganização social fruto das consequências da industrialização, da urbanização,
da imigração e das dificuldades económicas que culminaram com a crise de 1929” (Carmo, 2001).
Depois da Segunda Guerra Mundial, o desenvolvimento comunitário consolidou-se como método
complementar de intervenção social, com o objetivo de tentar atenuar os problemas sociais e
económicos deste período histórico (Félix, 2015).
O desenvolvimento comunitário pode ser considerado não só como um processo utilizado para
melhorar as condições de vida de cada ser humano, mas também para melhorar as condições de um
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determinado país ou localidade a nível económico, social e político, ao mesmo tempo que se
incentiva e capacita a população a contribuir para o desenvolvimento que pretendem atingir na
comunidade em que estão inseridos (Santos, 2002; Gómez, 2007). Como tal, o desenvolvimento
comunitário não deixa de ser também uma estratégia associada a valores como a democracia, a
justiça social, equidade, a solidariedade, a paz e a busca pelos Direitos Humanos (Félix, 2015).
Segundo Gómez (2007, citado por Félix, 2015), os programas de desenvolvimento comunitário
“são fundamentais na promoção duma melhor qualidade de vida para todas as pessoas e as futuras
gerações. Ao nível da informação e da educação das comunidades, têm permitido o
desenvolvimento e a preparação de regiões e comunidades para participar no desenvolvimento
nacional e global” (p. 113). Estes programas têm a possibilidade de atuar a dois níveis diferentes: o
nacional, que se foca na resolução de um problema e/ou necessidade comum ao país, contando com
a colaboração de parcerias e financiamentos públicos, e o nível local, que se dirige para um
determinado território, com um tempo de ação limitado, estando, por norma, dependente de
financiamentos públicos e parcerias com instituições locais (Santos, 2002). No entanto, estes dois
níveis de desenvolvimento comunitário têm em comum a existência de técnicos especializados que
apoiam a população, investindo na sua capacitação e possibilitando uma ação realista, tal como é
recomendado a nível internacional pelas Nações Unidas que destacam como elemento fundamental
do desenvolvimento comunitário a participação ativa da comunidade (Gómez, 2007).
Relativamente ao desenvolvimento local, este surgiu igualmente no período Pós Segunda
Guerra Mundial. O desenvolvimento local pode ser caraterizado de duas formas: por um lado, pelo
locus da vida social, ou seja, o lugar onde ocorrem os acontecimentos, fenómenos e práticas sociais.
Por outro lado, é caraterizado pelas relações externas. O conjunto das estruturas localmente
consolidadas com as relações de cariz externo aos sistemas locais estruturam, por sua vez, o campo
possível das ações (Reis, 1992, citado por Fragoso, 2005).
O local apresenta-se como um conjunto de redes sociais e culturais com certas especificidades,
pois é definido pelas pessoas que o habitam, caraterizando-se pela sua identidade sociocultural e
pela reconstrução dinâmica dessas identidades (Albino e Leão, 1997, citado por Fragoso, 2005).
O principal objetivo do desenvolvimento local é promover a melhoria e qualidade de vida das
pessoas, bem como aumentar os seus níveis de autoconfiança e organização (Fragoso, 2005). Como
processo educativo e estratégia de intervenção social, o desenvolvimento local visa, igualmente e de
forma colaborativa e participativa, melhorar as condições de vida dos cidadãos. Nesse contexto,
coloca em prática determinados princípios da cidadania, levando a que cada cidadão participe e se
responsabilize a tomar decisões que também lhe dizem respeito e o afetam diretamente (Félix,
2005).
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Com a implementação dos programas de desenvolvimento local acredita-se na necessidade e
importância de estimular o espírito de iniciativa e o desejo de uma participação ativa na vida da
comunidade. Esta capacitação é feita tanto a nível pessoal, na melhoria das qualificações
académicas como, ao nível local, com a criação de grupos organizados na comunidade que
elaboram e desenvolvem estratégias e medidas com o objetivo de satisfazer as necessidades do
território e da população (Gómez, 2007; Silva 1964, citado por Félix, 2015).
Com o progressivo reconhecimento institucional do desenvolvimento local, existiram várias
experiências no sentido de o promover, como o desafio lançado em 1986 pela Comissão Europeia
da formação e colocação no terreno de “Agentes de Desenvolvimento” – isto é, cidadãos que
participem nos projetos de formação e, posteriormente, fomentem nos territórios as dinâmicas de
desenvolvimento local. Ao longo da década de 1980 foram também lançadas algumas medidas
legislativas e programas relacionados com a criação de emprego (da responsabilidade do Instituto
de Emprego e Formação Profissional), que tinham como objetivo incentivar o papel de associações
com impacto no desenvolvimento das regiões. Através do conjunto de todas estas ações referidas
foi-se construindo uma visão mais nítida do desenvolvimento local (Carmo, 2001).
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Por fim, o princípio da universalidade – que afirma que um projeto só tem probabilidades de
sucesso se tiver como alvo de desenvolvimento uma determinada população na sua globalidade
(e não apenas pequenos grupos dessa população) e como objetivo a alteração profunda das
condições que estão na base da situação de subdesenvolvimento.
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3.3. EDUCAÇÃO DE ADULTOS NO DESENVOLVIMENTO LOCAL: AS
MODALIDADES DE EDUCAÇÃO NÃO FORMAL E INFORMAL
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Reflexão Final
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Referências Bibliográficas
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