Índice
1. A Importância da Hamartiologia........................................ 4
2. A Origem do Pecado......................................................... 5
3. A Natureza do Pecado.......................................................7
4. A Realidade do Pecado.................................................... 8
5. Como a Bíblia descreve o Pecado...................................10
6. A Origem do Mal..............................................................12
7. O Pecado Original............................................................13
8. A Extensão do Pecado.....................................................14
9. As Consequências do Pecado.........................................15
10. Vários Tipos de Transgressão e de Transgressores........17
11. A Culpa e o Juízo do Pecado...........................................18
12. Os Gemidos Causados Pelo Pecado...............................19
13. Quem Peca o Corpo, a Alma ou o Espírito?....................21
14. A Origem da Tentação....................................................23
15. Como Vencer a Tentação...............................................24
16. A Classificação do Pecado.............................................25
17. A Queda Original e as Opiniões dos Estudiosos............26
18. O Pecado e a Redenção do Homem..............................29
19. Adão Foi Salvo?.............................................................31
20. Eva Foi Salva?...............................................................33
Bibliografia......................................................................34
Introdução
Porque, por um homem entrou o pecado no mundo e pelo pecado a morte, assim
Também, a morte passou a todos os homens. por isso todos pecaram (Rm. 5.12).
Estas perguntas têm deixado muitos pesadores perplexos, pois somente a Bíblia tem a
resposta completa e satisfatória. Os homens não regenerados sentem uma inclinação maligna
para o pecado, e só a graça de Deus poderá transformar esta natureza, fazendo deles, novas
criaturas em Cristo Jesus.
A questão do pecado tem sido alvo de muitas teorias, algumas delas negam
taxativamente a realidade do pecado. Outras tornam-no inconsequente, algo natural à vida
humana. Porém, a Bíblia não compartilha dessas infundadas idéias, ela declara que todos
pecaram e carecem da glória de Deus (Rm. 3.23).
A Bíblia ensina que o homem deixou entrar o pecado neste mundo. Ele abusou tanto de
sua liberdade como dos seus poderes pessoais: escolheu o mal e rejeitou o bem.
O pecado não é apenas uma transgressão da lei de Deus, mas uma afronta à santidade
do Todo-Poderoso. Que exige sejamos santos em toda nossa maneira de viver.
...E o sangue de Jesus Cristo,... nos purifica de todo o pecado (1 Jo. 1.7).
Hamartiologia (Doutrina do Pecado) -4-
LIÇÃO 1
1. A IMPORTÂNCIA DA HAMARTIOLOGIA
O que é Hamartiologia?
Qual é a importância da Hamartiologia?
Porque é tão importante estudamos a Hamartiologia?
Está escrito que Deus ao completar a obra da criação, declarou que tudo era muito bom.
Observando mesmo ligeiramente, chegamos à convicção de que muitas coisas que agora
existem não são boas – o mal, a impiedade, a opressão, a luta, a guerra, a morte, e o
sofrimento. E naturalmente surge a pergunta: Como entrou o mal no mundo? – pergunta que
têm deixado perplexos muitos pensadores. A Bíblia oferece a resposta de Deus e ainda mais
informa-nos o que o pecado realmente é: melhor ainda, apresenta-nos o remédio para o
pecado.
2. A ORIGEM DO PECADO
Existem dois pontos de vistas filosóficos, que foram empregados nos conceitos dos
filósofos não cristãos, e dos filósofos que eram cristãos, para definir o que viria ser ou se
transformar naquilo que seria pecado.
Agostinho definia o pecado como: o que é dito ou feito ou desejado contra a lei eterna,
entendendo como lei eterna à vontade divina que é dirigida para a conservação da ordem do
mundo e para fazer de forma que o homem deseje mais o bem maior e menos o bem menor.
Para S. Tomás de Aquino a transgressão da lei moral vista como mandamento divino,
seria então dar origem ao pecado. Tomás explicou que o pecado original consiste na ausência
de retidão ou justiça, privação essa causada pela queda. Nesse caso, a transmissão do
impulso pecaminoso ocorre em um vácuo de bem, não dependendo da prática de algum ato
externo e esse vácuo logo é preenchido por atos pecaminosos.
Emanuel Kant observou que não se deve confundir a questão da sua origem temporal de
uma coisa. Nesse caso, para Emanuel Kant o pecado seria definido como uma fraqueza
inerente à natureza humana, alterada no comportamento após a queda. Mas isso explicaria o
pecado depois de Adão, quando segundo este conceito este comportamento teria mudado. As
que foram apresentadas nos conceitos de Agostinho e de Aquino, com uma coisa de origem
racional que, seria o problema da origem do pecado. Nesse caso, segundo Kant [e também a
própria Bíblia] a origem do pecado não foi ou seria um fato ou ato isolado, e sim, uma atitude
deliberada em fazer para ser. Outros filósofos apresentaram também suas opiniões, mas
apenas mencionamos estas por estarem mais relacionadas a pensamentos cristãos.
A Crença Popular
Alguns filósofos e teólogos procuraram dar uma explicação mais simples e popular em
relação ao pecado, que consequentemente trouxe o problema do mal dizendo que: o mal seria
a ausência de todo bem, isso no fundo, negava por extensão a existência do mal. O mal
segundo se dizia, é apenas a ausência do bem, tal como as trevas são a ausência da luz.
Agostinho e S. Tomas de Aquino propuseram esse ponto de vista, mas isso parece um tanto
lógico, para solucionar o problema do mal físico e moral. Mas que diríamos com relação ao mal
metafísico ou espiritual? Esse é sem dúvida um dos grandes problemas para nossa imaginação
que talvez não possa ser solucionado a luz da lógica: mas sim, pode ser compreendida no
campo da fé. (1 Co 2.10;1 Tm 2.9).
Agora, as razões que apresentamos acima neste argumento, tornam-se causa e efeito (Is
14.13; Ez 28.2; 1 Tm 3.6). Sua introdução no mundo, porém foi feita por um homem [Adão].
(Gn 3; Rm 5.12).
Embora pelas alegações de proibições do Criador em Gênesis 2.17, podemos perceber
sem sombra de dúvidas que, mesmo antes de Adão pecar, o pecado já estava presente no
universo, pela declaração de Gênesis 2.17 quando Deus disse: Da arvore da ciência do bem
e do mal, dela não comerás, porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás.
Pela presença e pelas alegações do tentador no Jardim do Éden, ele ali já estava. É certo
que o mal estava ali também pela presença da árvore da ciência do bem e do mal (Gn 2.9). O
pecado do diabo ocasionado pelo orgulho assume um aspecto de perversidade do coração, da
mente, da disposição e da vontade. Isso sucedeu verdadeiramente conforme já verificamos no
caso do primeiro pecado, e se aplica igualmente a todos os demais pecados.
Hamartiologia (Doutrina do Pecado) -7-
3. A NATUREZA DO PECADO
Por natureza do pecado segundo se diz, entende-se como qualquer falta que fere a
santidade de Deus, quer em ato, atitude ou estado ou natureza. As Escrituras põem em relevo
dois pontos principais ou qualidades morais: a Santidade e o seu antagonista, o Pecado. Pode-
se dizer que na esfera moral, o primeiro corresponde ao Bem e o segundo ao Mal. Todos os
demais princípios e qualidades morais podem ser classificados de maneira a se identificar com
um desses dois grupos. E por isso mesmo o pecado como sua antítese, recebe na Bíblia
atenção ampla e adequada, em seu escopo geral sem nenhuma exceção, as Escrituras
descrevem o pecado como sendo de natureza má em todos os seus aspectos.
Visto ser o pecado de natureza má e evidentemente nociva, este desperta aversão a ira
da parte de Deus. Porém, este estado de ira de Deus contra o pecado é retratado como ferindo
somente os ímpios. Embora Deus ame ao pecador, contudo ele aborrece o pecado, e por
causa deste, seu estado de ira recai sobre aquele que peca e continua pecando, sem se voltar
para o arrependimento. Nesse caso, a ira divina se manifesta cada dia, o Senhor é longânimo
para ira, isto é, seus passos são lentos quando seguem nessa direção (Nm 14.18; Ne 9.17; Sl
103.8), mas quando observa coisas que lhe desagrada ou vê manifestar-se o pecado, sua ira
se manifesta (Nm 11.1; Rm 1.18; Tg 2.16). E ninguém pode subsistir a ela (Sl 76.8; Ap 6.16-
17), Em razão do antagonismo existente entre o pecado e a ira divina esta é despertada de
forma versátil em caráter destruidor.
Quando se aplica o conceito geral das Escrituras Sagradas, pecado é fracasso, é erro, é
iniqüidade, é transgressão, é contravenção, é falta de lei, é injustiça. Em sentido lato é
sempre citado no singular, para denotar aquele princípio pecaminoso que produz a morte tanto
física quanto espiritual. O pecado é então personificado como: o grande tirano que impõe
tristeza, desespero e morte, levando a criatura humana para uma região tenebrosa. Onde ele
permanecerá triste e inativo (Mt 4.16), Assim sendo, a sua característica primordial desde o
princípio, em todos os seus aspectos ele é orientado contra Deus. A serpente infringiu esse
princípio, como se depreende desde Gênesis 3 no pensamento humano e também angelical, o
pecado tornou-se a falta de conformidade com a natureza do supremo Ser que é Deus.
O nosso alvo é Cristo, e quando desviamos nosso olhar dele erramos o alvo.
4. A REALIDADE DO PECADO
Alguns filósofos discutem a questão do mal moral, sugerindo que essa força esteja
intrinsecamente ligada à vida. Outros pensam que o mal teve uma origem voluntária, isto é, se
originou na livre escolha do homem.
Há ainda, os que querem abrandar a realidade do pecado e seus funestos resultados.
Vejamos alguns exemplos:
Ateísmo. Esta teoria nega que o pecado seja real, assim como a existência de Deus. Há uma
relação negativa entre pecado e Deus, visto que o pecado, afeta diretamente a sua santidade.
Uma vez que o ateísmo nega existência de Deus, também nega a realidade do pecado.
Gnosticismo. Ensinam que existe um principio eterno do mal e sustentam que no homem o
espírito representa o principio do bem, e o corpo, o do mal. Ora, é impossível que haja fora de
Deus algo que seja eterno e independente, a Bíblia declara que o mal tem um caráter ético. Por
isso, tratar o pecado como uma coisa puramente física significa negar seu caráter ético e
espiritual. O gnosticismo tenta fugir da idéia real do pecado ensinando inclusive, que o corpo
por ser mal, deve ser destruído pelo ascetismo e licenciosidade. Uma tremenda mentira de
Satanás!
Determinismo. Os adeptos desta teoria ensinam que o livre-arbítrio simplesmente não existe:
quem faz o bem não possui qualquer mérito e quem faz o mal não pode ser condenado. Ao
contrário disso, a Bíblia ensina que o homem é livre para escolher entre o bem e o mal, o
homem não pode ser tratado como vítima da fatalidade ou casualidade quando peca. Para os
deterministas, o homem por ser escravo das circunstâncias, deve ser alvo de compaixão e não
de castigo.
Hedonismo. Esta falsa teoria afirma que tudo que causa prazer deve ser praticado. Os
hedonistas não se preocupam com o certo ou errado, eles dizem: Se o sexo dá prazer porque
evitá-lo? O hedonismo em sua versão mais moderna prega que, não se devem reprimir os
desejos físicos e sim dar vazão a todos eles. Em nome dessa ideologia, estimula-se a
experiência sexual entre os jovens e a liberdade para satisfazer os vícios.
Segundo a Bíblia, o prazer sexual no casamento é perfeitamente normal, mas fora dele,
constitui-se pecado. Na realidade, os prazeres da carne manifestos como: glutonaria, bebedíce,
licenciosidade e outros, são duramente refutados pela Palavra de Deus (Rm 16.18).
Ciência Cristã. Esta seita nega a realidade do pecado. Declara que o pecado não é algo
positivo, mas simplesmente e ausência do bem. Nega que o pecado tenha existência real e
afirmam que é apenas um erro da mente moral. O homem pensa que o pecado é real, por
conseguinte seu pensamento necessita de correção. Mas, depois de examinar o pecado e a
ruína que são mais do que reais no mundo, parece que esse tal erro da mente mortal é tão
terrível como aquilo que toda gente conhece por pecado! As Escrituras denunciam o pecado
como uma violação positiva da lei de Deus, como uma verdadeira ofensa que merece castigo
real num inferno real.
A fonte do pecado
a) Chata’th (hb) e hamartia (gr). Estes termos dão o sentido de desvio do rumo, como o
arqueiro que atira suas flechas e erra o alvo.
b) Avon (hb) e adikia (gr). Aqui o sentido indica falta de integridade, alguém que se desvia
do seu caminho original.
c) Pesha (hb) e parabasis (gr). O pecado é visto como uma revolta; uma insubordinação à
autoridade legítima de Deus, ou rompimento de um pacto ou aliança.
d) Resha (hb) e paraptoma (gr). Significam fuga culposa da lei.
Todas essas palavras falam do pecado com sentido ético, pois envolvem relações sociais
e espirituais.
Errar o alvo
Dívida
Desordem
Desobediência
Transgressão
Queda derrota
Impiedade
Erro
Hamartiologia (Doutrina do Pecado) - 11 -
Errar o alvo, que expressa à mesma idéia que a conhecida palavra do Antigo Testamento.
Pois o nosso alvo é Cristo (Hb. 12.2).
Dívida. (Mt 6.12) O homem deve (a palavra deve vem de dívida a Deus a guarda dos seus
mandamentos) todo pecado cometido é contração de uma dívida. Incapaz de pagá-la, a
única esperança do homem é ser perdoado, ou obter remissão da dívida.
LIÇÃO 2
6. A ORIGEM DO MAL
7. O PECADO ORIGINAL
Os pecados capitais são divididos em sete principais fontes de atos pecaminosos, que são:
Orgulho,
Avareza,
Luxúria,
Ira,
Gula,
Inveja,
Preguiça.
Eles foram chamados de capitais, segundo este conceito de classificá-los, porque estes
atos têm geralmente sua raiz no orgulho.
O pecado venial é o que não é considerado mortal e é praticado segundo os teólogos da
Era Medieval, por desobediência em matéria leve ou por não ter pleno conhecimento. Segundo
se opinam o pecado venial, embora prepare o caminho para o pecado mortal e seja o maior
mal depois do pecado mortal, ainda não destrói completamente a amizade da alma com Deus.
É uma enfermidade da alma e não a morte.
Hamartiologia (Doutrina do Pecado) - 14 -
8. A EXTENSÃO DO PECADO
Desde os tempos imemoráveis quando o diabo pecou até a morte de Cristo na cruz,
podemos dividir o avanço do pecado em seis etapas a saber:
9. AS CONSEQUÊNCIAS DO PECADO
Podemos observar em Gênesis Cap. 3, sete pragas ocasionadas pelo pecado, que
vieram cair sobre o homem e que foram sofridas por Cristo:
Na Queda.........................................................Em Cristo
A Dor (Gn. 3.6)......................................................(Is. 53.11);
A Sujeição (Gn. 3.16)............................................(Gl. 4.4);
A Maldição (Gn. 3.17)...........................................(Gl. 3.13);
A Tristeza (Gn. 3.17).............................................(Is. 53.13);
Os Espinhos (Gn. 3.18).........................................(Mt. 27.29);
O Suor (Gn. 3.19)..................................................(Lc. 22.44);
Tipos Distintos de Morte
A Morte (Gn. 3.19).................................................(Fl. 2.8).
Pelo que, por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim
a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram (Rm. 5.12).
Porque o salário do pecado é a morte... (Rm. 6.23).
MORTE FÍSICA
Morte Física. O texto que melhor elucida é 2 Sm 14.14, que diz: Porque morreremos e
seremos como águas derramadas na terra, que não se ajuntam mais. O que acontece com o
corpo morto quando é sepultado? Depois de alguns dias terá se desfeito e esvaído como águas
derramadas na terra. È isso que a morte física acarreta literalmente.
Morte Espiritual. Este tipo tem dois sentidos na perspectiva bíblica: negativo e positivo. No
sentido negativo, a morte pode ser identificada pela expressão bíblica morte no pecado. É um
estado de separação da comunhão com Deus. Significa estar debaixo do pecado, sob o seu
domínio (Ef 2.1,5), o seu efeito é presente e futuro. No presente, refere-se a uma condição
temporal de quem está separado da vida de Deus (Ef 4.18). No futuro, refere-se ao estado de
eterna separação de Deus o que acontecerá no Juízo Final (Mt 25.46).
No sentido positivo é a morte espiritual experimentada pelo crente em relação ao
mundo. Isto é: a sua pena do pecado foi cancelada e agora vive livre do domínio do pecado
(Rm 6.14). Quanto ao futuro, o cristão autêntico terá a vida eterna. Ou seja: a redenção do
corpo do pecado (Ap 21.27; 22.15).
Morte Eterna. É chamada a segunda morte, porque a primeira é física (Ap 2.11). Identificada
como punição do pecado (Rm 6.23), também denominado castigo eterno. É a eterna separação
da presença de Deus – a impossibilidade de arrependimento e perdão (Mt 25.46). Os ímpios
depois de julgados receberão a punição da rejeição que fizeram à graça de Deus e serão
lançados no Geena (Lago de Fogo) (Ap 20.14,15; Mt 5.22,29,30; 23.14,15,33). Restringe-se
apenas aos ímpios (At 24.15). Esse tipo de morte tem sido alvo de falsas teorias que rejeitam o
ensino real da Bíblia.
Hamartiologia (Doutrina do Pecado) - 16 -
Em relação à terra
E a Adão disse: Porquanto deste ouvido a voz de tua mulher, e comeste da árvore de que
te ordenei dizendo: Não comerás dela: maldita é a terra por causa de ti... (Gn 3.17). No
principio Deus criou tudo muito bom. Mas após o pecado de Adão, a terra perdeu seu estado
original de configuração. E vem sobre ela a segunda maldição pronunciada por Deus em
relação ao pecado. Ela trata da mudança operada na própria terra.
Pelo que, por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim a
morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram (Rm 5.12).
O pecado praticado pelo primeiro homem, Adão, furtou da humanidade a verdadeira vida
e liberdade, impondo sobre ele o silêncio da morte, pois por causa de Adão, ...a morte passou
a todos os homens.... No contexto geral das Escrituras, por meio do pecado o homem se
tornou o recipiente de uma natureza depravada e a expressão inevitável da mesma, é a
depravação de caráter e conduta. Parece que o pecado permeou todo o universo, incluindo
cada reino na criação e afetando cada raça e espécie entre as criaturas, com resultados
funestos.
Hamartiologia (Doutrina do Pecado) - 17 -
Um sacerdote ungido. Se o sacerdote ungido pecar para escândalo do povo, oferecerá pelo
seu pecado que pecou, um novilho sem mancha ao Senhor, por expiação do pecado (Lv 4.3).
A congregação. Mas se toda a congregação de Israel errar, e o negócio for oculto aos olhos
da congregação, e se o fizerem contra algum dos mandamentos do Senhor, aquilo que se não
deve fazer e forem culpados. E o pecado em que pecaram for notório, então a congregação
oferecerá um novilho por expiação do pecado, e trará diante da tenda da congregação (Lv
4.13-14).
Um príncipe. Quando um príncipe pecar, e por erro obrar contra algum de todos os
mandamentos do Senhor seu Deus, naquilo que se deve fazer e assim for culpado. Ou se o
seu pecado no qual pecou lhe for notificado, então trará por sua oferta um bode tirado de entre
as cabras, macho sem mancha. (Lv 4.22 e 23).
Qualquer pessoa. E se qualquer outra pessoa do povo da terra pecar por erro, fazendo contra
algum dos mandamentos do Senhor, aquilo que se não deve fazer, e assim for culpada. Ou se
o seu pecado no qual pecou, lhe for notificado, então trará por sua oferta uma cabra fêmea sem
mancha pelo seu pecado que pecou (Lv 4.27-28).
O pecado destas pessoas (ou coletivamente) acima mencionadas era arguido de acordo
com aquilo que regulamentava a lei divina. Esse pecado sendo arguido assim desta forma
indicava no pensamento de Deus, que cada criatura deveria receber aquilo que merecia. Mas
ninguém ficava sem castigo. Algumas passagens das Escrituras tornarão este ponto mais
claro. Nos elementos doutrinários do Senhor Jesus ele afirmou: Em verdade vos digo que, no
dia do juízo, haverá menos rigor para Sodoma e Gomorra do que para aquela cidade. (Mt
10.15). A passagem de Lucas 12.47,48. Onde se diz: E o servo que soube a vontade do seu
Senhor, e não se aprontou, nem fez conforme a sua vontade, será castigado com muitos
açoites. Mas o que a não soube, e fez coisas dignas de açoites, com poucos açoites será
castigado. E, a qualquer que muito for dado, muito se lhe pedirá...
Hamartiologia (Doutrina do Pecado) - 18 -
LIÇÃO 3
Nesta seção do presente capítulo, estudaremos quantos gemidos foram impostos nas
coisas e nos seres por causa do pecado, todas estas entidades esperam de Deus que, um dia
o mal termine e venha sobre todos nos um estado de retidão, justiça e equidade. Coisa estas,
que somente atuarão em grau de perfeição suprema, onde existir a completa ausência do
pecado.
1. O gemido da Terra
2. O gemido da Criação
Porque sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até
agora (Rm 8.22). O gemido da criação é um gemido doloroso. Numa Era futura que será o
Milênio, Deus libertará sua criação da escravidão que o pecado lhe impõe, conforme é descrito
pelo profeta Isaías em 11.6-9, que diz: E morará o lobo com o cordeiro e o leopardo com o
cabrito se deitará e o bezerro o filho de leão e a ovelha viverão juntos, e um menino pequeno
os guiará. A vaca e a ursa pastarão juntas, e seus filhos juntos se deitarão e o leão comerá
palha com o boi. E brincará a criança de peito sobre a toca do áspide, e o já desmamado
meterá a sua mão na cova do basilisco. Não se fará mal nem dano algum em todo o monte da
minha santidade, porque a terra se encherá do conhecimento do Senhor, como as águas
cobrem o mar. Outros profetas descrevem também esse tempo quando Deus removerá a
maldição da terra e da criação inteira em termos de grande amor.
3. O gemido da Igreja
E não só ela [a criação], mas nós mesmos, que temos as primícias do Espírito, também
gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo (Rm
8.23). Porque também nós, os que estamos neste tabernáculo, gememos carregados não
porque queremos ser despidos, mas revestidos, para que o mortal seja absorvido pela vida (Co
5.4). O gemido constante de cada crente e por extensão de toda a Igreja, é esperado o
momento da redenção do nosso corpo, conforme está declarado por Paulo no texto em foco,
que temos aqui nesta seção. Enquanto estivermos aqui neste mundo estamos a perigo, porque
ainda não alcançamos a redenção do nosso corpo, mas somente a redenção das nossas
almas. Todos nós gememos esperando aquele grande dia, quando ao lado de Cristo nas
nuvens cantaremos o hino triunfal, seguido do grande brado que Paulo apenas escreveu na
introdução, quando disse: Porque convém que isto que é corruptível se revista da
incorruptibilidade, que isto que é mortal se revista da imortalidade. E quando isto que é
corruptível se revestir da incorruptibilidade e isto que é mortal se revestir da imortalidade, então
cumprir-se-á a palavra que está escrita: Tragada foi a morte na vitória (1 Co 15.53-54).
Hamartiologia (Doutrina do Pecado) - 20 -
E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas, porque não sabemos
o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos
inexprimíveis (Rm 8.26). O termo derivado dos vocábulos gregos para [para o lado de], e kaleo
[chamar, convocar], dando o sentido geral de alguém chamado para ajudar ao lado do outrem.
Passou para o Novo Testamento, para representar a pessoa do Espírito Santo em relação a
sua missão consoladora e ajudadora da Igreja. A palavra traduzida por ajuda é extremamente
significativa. É formada por três palavras gregas – duas preposições e uma raiz verbal que quer
dizer segurar. Nesse caso, o gemido do Espírito Santo é causado por causa da Igreja. Em
alguns momentos de provações em que o pecado tão de perto nos rodeia, podemos ver
alguém ao nosso lado e até pensamos, mesmo por uma questão de temor e respeito, que este
alguém seja o Pai ou o Filho, ou até mesmo um anjo da corte celestial, sem lembrarmos que é
o Espírito Santo que está ao nosso lado, gemendo com gemidos inexprimíveis, ajudando-nos
em nossas fraquezas. O gemido do Espírito Santo em nós e por nós é como se fosse um grito
de alerta dizendo: Vigiai e orai, para que não entreis em tentações, o espírito [o nosso] na
verdade está pronto, mas a carne é fraca (Mt 26.41). E, é por causa dessa fraqueza que o
Espírito Santo, intercede por nós diante de Deus e diante de Jesus noite e dia por sua Igreja.
Hamartiologia (Doutrina do Pecado) - 21 -
Há o Pecado da CARNE
Porquanto o que era impossível à lei, visto como estava enferma pelo
pecado, Deus enviando o seu Filho em semelhança da carne do
pecado, pelo pecado condenou [o pecado na carne] (Rm 8.3).
O apóstolo faz neste texto, alusão ao sombrio poder do pecado, a ponto de enfermar a
própria lei e, não somente isso, mas de enfermar também o próprio Filho de Deus, Jesus nosso
Senhor (Is 53.10). E por meio do corpo de Cristo condenou o pecado na sua própria carne –
carne de Cristo, pois somente assim seu aguilhão mortal, que era a própria morte, fora banido.
Cristo, portanto cruzou a linha da morte e foi atingido por seu aguilhão – a morte. Pedro diz que
Cristo, ...padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus... (1 Pe
3.18). O pecado tinha atingido a toda criatura: Porque todos pecaram..., afirma o apóstolo
Paulo e Isaías 1.6, diz que o pecado afetou o homem: ...desde a planta do pé até a cabeça....
Em Gálatas 5.19-21, Paulo descreve as obras [pecados] da carne, em oposição aquelas
qualidades morais que fazem parte do fruto do Espírito dizendo: Porque as obras da carne são
manifestas, as quais são:
Idolatria, Dissensões,
Feitiçaria, Heresias,
Inimizades, Invejas,
Porfias, Homicídios,
Emulações, Bebedices
Iras, Glutonarias.
Pelejas,
Há o Pecado da ALMA
Eis que todas as almas são minhas; como a alma do pai, também a alma do filho é minha:
[a alma que pecar, essa morrerá] (Ez 18.4).
De acordo com os ensinamentos de Jesus quando em relação ao coração do homem, e
este tomado como sinônimo da alma torna-se ponto pacífico o que declara o Mestre em Mc
7.21-22, que diz: Porque do interior do coração dos homens saem os maus pensamentos, os
adultérios, as prostituições, os homicídios, os frutos do mau, a avareza, as maldades, o
engano, a dissolução, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Todos estes males procedem
de dentro (da alma) e contaminam o homem.
Há Pecado do ESPÍRITO
Ora amados, pois que temos tais promessas, purifiquemo-nos de toda imundícia... [do espírito],
aperfeiçoando a santificação no temor de Deus (2 Co 7.1).
Muitos teólogos procuram separar através de estudos e interpretações paralelas, o pecado
do espírito. Afirmando que o pecado quando praticado, somente atinge o corpo e a alma: mas
isso não se coaduna com a tese e argumento principal das Escrituras. Por exemplo; se o
homem permitir que o orgulho o domine ele tem um:
Há, portanto, o pecado do corpo, da alma e do espírito, por cuja razão é exigida a
santificação de ambos num contexto geral, quando diz:
...todo o vosso [espírito], e [alma], e [corpo], sejam plenamente conservados
Irrepreensíveis, para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo...
(1 Ts. 5.23).
Hamartiologia (Doutrina do Pecado) - 23 -
14. A ORIGEM DA TENTAÇÃO
O que é Tentação?
1. Da parte da carne.
a) Tentação humana. A Bíblia nos diz que: não veio sobre vós tentação, senão humana
(1 Co 10.13. Neste texto, podemos entender que tentação humana quer dizer a que é própria
da natureza carnal do homem (ver Rm 7.5-8; Gl 5.13,19). Ela tem seu aspecto mal, pernicioso,
incitador ao pecado.
b) O significado da carne. A carne é o centro dos desejos pecaminosos (Rm 13.14; Gl
5.16,24), dela vem o pecado e suas paixões (Rm 7.5; Gl 5.17-21), na carne não habita coisa
boa (Rm 7.18). Devemos salientar que o termo carne aqui, não se refere ao corpo, que não tem
nada de mal em si mesmo, mas à natureza carnal herdada de nossos pais. O corpo do crente é
templo do Espírito santo (1 Co 6.19,20).
2. Da parte do mundo.
O mundo como fonte de tentação, não é o mundo físico criado por Deus. O Dicionário da Bíblia
de Davis diz que a palavra mundo emprega-se frequentemente para designar os seus
habitantes, como em Sl 9.8, Is 13.11 e Jó 3.16. O Dicionário teológico referindo-se ao mundo,
diz que: No campo da teologia, é o sistema que se opõe de forma persistente e sistemática ao
Reino de Deus. João exorta a que não amemos o mundo, nem o que no mundo há. Porque
tudo o que há no mundo: a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba
da vida não é do Pai mas do mundo (1 Jo 2.15,16). Tudo isso é fonte de tentação.
3. Da parte do Diabo.
É a fonte mais cruel da tentação. Seu caráter é sempre destrutivo.
a) Jesus foi tentado. É a fonte mais terrível e avassaladora da tentação. Dela não
escapou nem mesmo nosso Senhor Jesus Cristo. Após o batismo em água, ele foi conduzido
pelo Espírito para ser tentado pelo diabo (Mt 4.1; Mc 1.13; Lc 4.2). Foi o único que não caiu em
pecado (Hb 4.15).
b) Homens de Deus foram tentados. Homens de Deus, do porte de Abraão, Sansão,
Davi, e tantos outros, foram tentados pelo Adversário (Satanás) a fazerem o que não era da
vontade de Deus, com sérios prejuízos para suas vidas.
c) Os homens comuns são tentados. Os homens são tentados a praticar toda espécie
de males, crimes, violência, estupros, brigas, ciúmes, guerras, mentiras, calúnias, roubos, etc.
d) Os crentes são tentados. Até os crentes em Jesus são vítimas da ação do maligno,
quando causam prejuízos à Igreja do Senhor, com escândalos, calúnias, invejas, divisões,
rebeliões, busca pelo poder, politicagem religiosa, e tantas outras coisas ruins.
Hamartiologia (Doutrina do Pecado) - 24 -
Nosso Senhor Jesus Cristo quando foi tentado, não deu chance ao Diabo para conversar muito
com Ele. A cada insinuação do maligno, ele usava a espada do Espírito, que é a Palavra de
Deus (Ef 6.17b), dizendo: Está escrito... (Mt 4.4,7, 10). Por isso é preciso ler a Bíblia, para usar
a Palavra na hora certa.
2. Através da oração
Jesus nos mandou orar sem cessar para não cairmos em tentação (Lc 22.40; 1 Ts 5.17). A
maioria dos crentes hoje não ora. Certo pregador disse: O Diabo ri da nossa sabedoria, zomba
das nossas pregações, mas treme diante de nossas orações.
3. Através da vigilância
Jesus enfatizou a importância da vigilância para não cairmos em tentação (Mt 26.41).
5. Resistindo ao Diabo
O inimigo sabe qual é o ponto fraco de cada crente mas, com determinação e resistência, no
Espírito, é possível ser vitorioso (1 Pd 5.8,9; Tg 5.17). José hebreu, mesmo pagando terrível
preço, não se deixou vencer pelo pecado do adultério. Foi vencedor e exaltado por Deus.
6. Buscando a santificação
É preciso que o crente viva, separação integral para Deus (Hb 12.14; 1 Pd 1.15).
LIÇÃO 4
Atos e Atitudes
Existem certos ensinamentos que descrevem o que viria a ser pecado contra o Espírito
Santo. Seis pecados em geral, foram enumerados pelos teólogos da Era Medieval, que podem
ser considerados [por eles] de modo especial, contra o Espírito Santo. Embora se diferencie do
pecado que Jesus Cristo descreveu como sendo contra o Espírito Santo. Os seis pecados são
os seguintes:
Desesperar da própria salvação, confiar presunçosamente na misericórdia de Deus,
atacar as verdades aceitas pela Igreja, invejar o bem espiritual dos outros, permanecer,
obstinadamente em estado mortal.
E, por fim, a impenitência final. Estes seis pecados segundo os teólogos medievais
endurecem o pecador contra o auxilio do Espírito Santo e torna difícil o arrependimento.
Hamartiologia (Doutrina do Pecado) - 26 -
Interpretação Literal
Interpretação Alegórica
Pensando que tratava de uma árvore literal, muitos gostavam de determinar a sua
qualidade. Algumas tradições judaicas estão a favor de uma espécie de vide, outros de uma
oliveira ou de uma espiga do tamanho de uma árvore, enquanto que os gregos pensavam
numa figueira. E nos autores latinos encontramos opiniões que fosse uma macieira,
provavelmente por causa de Cantares de Salomão 8.5. Para outros, o jogo de palavras: malum
= o mal e malus = macieira. Tratando-se de uma evolução semântica de pomum, que primeiro
significa fruto de árvore em geral, e no latim posterior se tornou à palavra maçã, que se tratava
de fato, de uma macieira, cujo fruto seria então uma maçã. Por causa da semelhança existente
entre as palavras latinas malum [maçã] e malus [mal], a tradição popular na idade Média,
identificou essa árvore como a macieira. Na opinião dos intérpretes escolásticos, a Árvore do
bem e do mal foi chamada assim, por causa das consequências resultadas do comer seu fruto.
A consequência deste ato foi à expulsão do Paraíso e a condenação a uma vida dura que devia
terminar com a morte. Dentro da ortodoxia católica, pode-se admitir que seja simples figura
literária para designar uma realidade, isto é, uma proibição divina para nós ainda
desconhecida.
Hamartiologia (Doutrina do Pecado) - 28 -
A Árvore do Conhecimento
A Árvore da ciência do bem e do mal deve ser entendida como sendo uma árvore literal.
Esta árvore aparece em Gênesis 2.8,17; 3.3,5, 6, 11, 12, 13, e nunca mais em nenhuma outra
parte da Bíblia, onde se fala da história do pecado ela aparece. Parece que, depois da
promessa divina da vinda do Redentor em Gênesis 3.15, ela se secou! Porque a partir daí,
somente aparece a árvore da vida. De acordo com as provas evidenciadas demonstradas na
criação inteira, que foi literal e não figurativa essa árvore era também uma arvore literal. Seu
fruto era um fruto literal. A diferença era que aquela árvore era uma árvore especial como
especial era também a árvore da vida. A narrativa não se refere, portanto, ao despertar da
consciência ou da inteligência através de um contato sexual de Adão e de sua esposa, como
erroneamente tem sido sugerido por alguns.
O homem mesmo antes de pecar, já tinha consciência moral das concepções da vida,
para sua procriação e que estas, ele as possuía antes do pecado. Existem determinadas
substâncias nocivas que, se forem ingeridas pelo homem produzirá sua morte física
instantaneamente.
Outras substâncias, tais como drogas alucinógenas, bebidas alcoólicas e coisas assim,
trarão para o ser humano a perda de comunhão com seu Criador, o que significa morte
espiritual no sentido religioso. Estas coisas são coisas materiais, quer dizer, literais no mais
rudimentar dos sentidos, entretanto, pode e a experiência tem comprovado que pode provocar
todos os males que acima mencionados e muito mais, na vida daqueles que transgredirem a
proibições de Deus reveladas na sua Lei e nas palavras de seu Filho Jesus Cristo.
Hamartiologia (Doutrina do Pecado) - 29 -
Embora criados em estado de perfeita felicidade e em constante contato com Deus, Adão
e sua mulher transgrediram a única proibição recebida. O primeiro efeito sensível do pecado foi
à revolta das faculdades inferiores que se manifestou pela vergonha de sua nudez e seguiram
em desabalada carreira fugindo da santidade divina. Por isso fizeram tangas de folhas de
figueira e procuraram esconder-se da presença de Deus. Adão alegou como desculpa o
procedimento de Eva que, por sua vez, lançou a responsabilidade sobre a serpente. Mas em
todo esse drama, podemos observar o grande cuidado de Deus em procurar o homem e sua
mulher, mesmo depois do fracasso. Certamente havia no jardim um lugar de encontro entre
Deus e o casal. Agora, quando pela viração do dia, Deus ali chegando não os encontrou como
das outras vezes. Adão confessa que de fato ouvira a voz do Criador, mas fugiu com medo por
entre as árvores a fim de se esconder (Gn. 3.8). Nos versículos 7-15, vemos o interesse de
Deus em salvar o homem com sua mulher ao castigá-los, manifestou Deus sua misericórdia
com a promessa de um Redentor.
O primeiro efeito sensível do pecado foi à revolta das faculdades inferiores que se
manifestou pela vergonha de sua nudez. Por isso: ...coseram folhas de figueira, e fizeram para
si aventais. Aqui, está novamente à presença de Deus manifestando sua misericórdia
novamente em relação ao casal que acabaram de perder suas vestes espirituais, por causa do
pecado.
Agora, novamente há um ato bondoso de Deus em cobrir a nudez do casal conforme está
descrito pelo escritor sagrado: E fez o Senhor Deus a Adão e a sua mulher túnicas de peles, e
os vestiu. Para que isso acontecesse foi necessário que: um cordeiro ou cordeiros fosses morto
ali e a morte daquele animal inocente apontava para a morte de Cristo. O Cordeiro de Deus,
que por meio de sua expiação cobre toda a nudez espiritual e no sentido moral influi também
contra a nudez propositada do ser humano (Ap. 3.17-18).
O Senhor Deus, pois, o lançou fora do jardim do Éden, para lavrar a terra de que fora
tomado (Gn. 3.23). Nos versículos 17-19, Deus impõe a Adão e a sua mulher os castigos de
suas culpas. Para Eva Deus disse: Multiplicarei grandemente a tua dor e a tua conceição, com
dor terás filhos e o teu desejo será para o teu marido e ele te dominará. E Adão disse:
porquanto deste ouvido à voz de tua mulher e comeste da arvore de que te ordenei dizendo.
Maldita é a terra por causa de ti, com dor comerás dela todos os dias da tua vida. Espinho e
cardo te produzirá e comerás a erva do campo. No suor do teu rosto comerás o teu pão, até
que te tornes a terra. Nestes trechos que acabamos de lê, vemos o cuidado por parte de Deus
instruindo a Adão e sua mulher a procriação e sua sobrevivência. Isso sem dúvida mostra
proteção divina para a vida de ambos com promessas para o futuro.
Hamartiologia (Doutrina do Pecado) - 30 -
E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente, esta te ferirá
a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar (Gn. 3. 15).
Todos os estudiosos da Bíblia sabem a quem esta promessa de Deus feita à Eva no
jardim se refere: é a Cristo. Ele seria, portanto, a semente da mulher que num futuro distante,
no calvário, esmagaria A CABEÇA da serpente, que em sentido extenso seria Satanás.
Todos pecaram
As Escrituras declaram que todos pecaram, isto é, por meio de Adão todos foram
atingidos pelo pecado. Mas, elas também declaram que, por meio de Cristo Jesus todos podem
ser salvos. Cristo quando veio a este mundo, veio por causa dos homens e quando morreu,
morreu em favor de todos os homens. A Bíblia afirma que ele ...morreu por todos, para que os
que vivem não vivam mais para si, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou (2 Co.
5.14), doravante, diz Paulo em 1 Cor. 15.22: Porque, assim como todos morrem em adão,
assim também todos serão vivificados em Cristo. A condição imposta por Deus em todo este
processo, é somente crê que Jesus Cristo é seu Filho e que ele é o caminho e a verdade e a
vida, e que ninguém poderá entrar no céu, a não ser por meio de Jesus Cristo e de sua morte
na cruz. Fora disso não existem nem caminho para o céu e nem nome para redenção, Cristo é
o único mediador entre Deus e os homens.
Hamartiologia (Doutrina do Pecado) - 31 -
Um casamento perfeito.
Quando Jesus foi arguido pelos fariseus com relação ao divorcio, ele toma como
exemplo de união perfeita, Adão e sua mulher, dizendo: Não tendes lido que aquele que os fez
[Adão e Eva] no princípio macho e fêmea os fez, e disse: Portanto deixará o homem pai e mãe,
e se unirá a sua mulher, e serão numa só carne? (Mt 19.4-5). Estas palavras de Jesus nos
levam a entender que, no lar de Adão e sua esposa mesmo depois da queda de ambos,
continuou o temor seguido pela adoração. Lemos logo a seguir que Abel era temente a Deus, e
que Enos neto de Adão, começou a invocar o nome do Senhor (Gn 4.26). Isso não podia
acontecer por acaso, mas certamente foi por meio da orientação de Adão e de sua esposa.
Hamartiologia (Doutrina do Pecado) - 33 -
Amém !
Hamartiologia (Doutrina do Pecado) - 34 -
Bibliografia
– O Autor –
Josiel Saraiva Lima
Formado Bacharel em Teologia Pela
FAESP – Faculdade Evangélica de São Paulo
ATENÇÃO!
Fica proibida a reprodução total ou parcial desta obra
sem prévia autorização por escrito do autor.
Todos os direitos reservados, protegidos pela LEI 5088
de 14 de Dezembro de 1973.
Hamartiologia (Doutrina do Pecado) - 35 -
Registro Nº.............................................. Professor.................................................................................
Prova de Hamartiologia
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Aluno (a):......................................................................................................Data........../............../................
Observação: Só existe uma alternativa correta em cada questão, e cada questão vale 1 Ponto.