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Aula 04

Passo Estratégico de Direito Comercial p/


Receita Federal (Auditor Fiscal) 2021 -
Pré-Edital

Autores:
Murilo Soares, Thaís de Cássia
Rumstain
Aula 04
1 de Fevereiro de 2021
Murilo Soares, Thaís de Cássia Rumstain
Aula 04

RECUPERAÇÃO JUDICIAL E EXTRAJUDICIAL.


FALÊNCIA. CLASSIFICAÇÃO CREDITÓRIA.
Sumário

Análise Estatística ..................................................................................................................................................................... 1

Roteiro de revisão e pontos do assunto que merecem destaque ....................................................................................... 2

Questões estratégicas.............................................................................................................................................................14

Questionário de revisão e aperfeiçoamento .........................................................................................................................25

Perguntas ................................................................................................................................................................................
694664 25

Perguntas com respostas.................................................................................................................................................. 27

Lista de Questões Estratégicas ..............................................................................................................................................38

Gabarito .................................................................................................................................................................................... 42

ANÁLISE ESTATÍSTICA
Grau de incidência em
concursos similares
Assunto
CESPE
Empresa. Empresário. Estabelecimento.3. Prepostos. Escrituração. 28,93%
4. Conceito de sociedades. Sociedades não personificadas e
25,07%
personificadas. Sociedade simples.
Recuperação judicial e extrajudicial. Falência. Classificação creditória. 22,04%
5. Sociedade limitada. Sociedades por ações. Sociedade cooperativa.
16,53%
Operações societárias. Dissolução e liquidação de sociedades.
7. Nota promissória. Cheque. Duplicata. - 7,44%

Grau de incidência em
Assunto concursos similares

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FCC
Empresa. Empresário. Estabelecimento.3. Prepostos. Escrituração. 27,40%
Sociedade limitada. Sociedades por ações. Sociedade cooperativa.
25,57%
Operações societárias. Dissolução e liquidação de sociedades.
Recuperação judicial e extrajudicial. Falência. Classificação creditória. 24,20%
Nota promissória. Cheque. Duplicata. 11,87%
Sociedades: não personificadas, personificadas e sociedade simples 10,96%

Grau de incidência em
concursos similares
Assunto
FGV
Sociedade limitada. Sociedades por ações. Sociedade cooperativa.
34,38%
Operações societárias. Dissolução e liquidação de sociedades.
Recuperação judicial e extrajudicial. Falência. Classificação creditória. 23,44%
Empresa. Empresário. Estabelecimento.3. Prepostos. Escrituração. 21,88%
Nota promissória. Cheque. Duplicata. 14,06%
Sociedades: não personificadas, personificadas e sociedade simples 6,25%

ROTEIRO DE REVISÃO E PONTOS DO ASSUNTO QUE


MERECEM DESTAQUE

As questões sobre Falência exigem do candidato o conhecimento da Lei.


Embora num primeiro momento seja mais fácil estudar a “lei seca”,
necessário estar atento as palavras “apenas”, “sempre”, “nunca”, dentre
outras, para testar o conhecimento do candidato acerca das exceções à
regra.
No tema deste relatório, não há nenhum tema que se destaque, o que
impossibilita qualquer recomendação de estudo específica. O que se nota
é que as questões têm se concentrado na falência, mas não há nenhum
assunto que se destaque dentro dessa temática.

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Recomendamos que você inicie o estudo lendo a Lei 11.101/2005, e para


essa aula os artigos:
✓ 1º ao 46
✓ 73 a 160
✓ 168 a 201
Recomendamos uma atenção especial em relação aos crimes falimentares,
destacando da legislação os atos tipificados pela Lei 11.101/2005.
Para o estudo do tema Recuperação Judicial e Extrajudicial é necessária a
leitura dos dispositivos da Lei nº 11.101/2005:
DISPOSIÇÕES COMUNS À RECUPERAÇÃO JUDICIAL E À FALÊNCIA –
Artigos 5º a 46
DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL – Artigos 47 a 72
DA CONVOLAÇÃO DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL EM FALÊNCIA –
Artigos 73 a 74
DA RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL – Artigos 161 a 167
DISPOSIÇÕES PENAIS – Artigos 168 a 188

FALÊNCIA

▪ A insolvência pode resultar de atos dolosos, de culpa grave, desídia nos negócios, abuso
no direito de administração e a lei dará tratamento à insolvência e ao insolvente, incluído
o falido, estabelecendo-se um regime jurídico para a insolvência empresária diferente
do regime estabelecido para a insolvência civil.

▪ Coube a Lei 11.101/05, conhecida como a Lei de Falência e Recuperação de Empresas


tratar das normas e procedimentos específicos para a insolvência de empresários e
sociedades empresárias.

▪ Estão excluídas da Lei 11.101/05:

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Empresa Pública e Sociedade de Econômia Mista


NÃO
APLICA Instituição financeira pública ou privada
Cooperativa de Crédito
Consórcio
Entidade de previdência complementar
Sociedade operadora de plano de assistência à saúde
Sociedade seguradora
Sociedade de capitalização
Outras entidades legalmente equiparadas às anteriores

▪ COMPETÊNCIA: Será competente o foro do juízo do local do principal estabelecimento


do empresário ou da sociedade empresária.

▪ PARTICIPAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO: A participação do Ministério Público se


dará em algumas situações específicas:

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Artigo 8º
• Impugnação contra a relação de credores

Artigo 19
• Pedido de esclusão, outra classificação ou a retificação do crédito

Artigo 22, §4º


• Intimação sobre o relatório a respeito das causas e circunstâncias que conduziram à situação
de a falência apontar responsabilidade penal de qualquer dos envolvidos
Artigo 30, §2º
• O MP poderá requerer ao juiz a substituição do administrador judicial ou dos membros do
Comitê nomeados em desobediência aos preceitos da Lei de Falências
==a9988==

Artigo 52, V
• Da decisão que defere o processamento da recuperação judicial o juiz intimará o MP

Artigo 59, § 2º
• O MP poderá agravar da decisão que conceder a recuperação judicial (artigo 1.015, XIII, CPC)

Artigo 99, XIII


• O MP será intimado da sentença que decretar a falência do devedor

Artigo 104, VI
• O falido tem dever de prestar informações requeridas pelo MP sobre fatos que interessem à
falência
Artigo 132
• Poderá propor ação revocatória contra os atos praticados com a intenção de prejudicar
credores
Artigo 142, § 3º
• O MP será intimado de qualquer modalidade de alienação de bens do ativo da massa falida.

Artigo 143
• O MP poderá impugnar a alienção de bens do ativo da massa falida

Artigo 154
• Será intimado a tomar conhecimento das contas apresentadas pelo administrador judicial,
devendo emitir parecer favorável ou não
Artigo 187
• O MP poderá promover ação penal contra os crimes previstos na Lei de Falências

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RECUPERAÇÃO JUDICIAL E EXTRAJUDICIAL

▪ RECUPERAÇÃO: Com o intuito de preservar a empresa e em reconhecimento de sua


função social, o legislador cuidou de viabilizar a superação da crise que pode passar a
empresa e, através da recuperação judicial ou extrajudicial salvaguardar a atividade
econômica, preservando os empregos que a empresa gera e, ainda, preservar os direitos
dos credores.

▪ RECUPERAÇÃO JUDICIAL: Aplicável apenas às empresas regularmente constituídas,


não se estendendo ao trabalhador autônomo ou a sociedade simples e cooperativa.

REQUISITOS
• Exercício regular da atividade empresária há mais de dois anos
• Não ser falido
• Em sendo falido, que estejam declaradas extintas, por sentença
transitada em julgado, as responsabilidades daí decorrentes
• Não ter, há menos de cinco anos, obtido concessão de recuperação
judicial com base no plano especial para Microempresas e Empresas de
Pequeno Porte
• Não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio
controlador, pessoa condenada por qualquer dos crimes previstos na Lei
11.101/05

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LEGITIMIDADE ATIVA
• O empresário (firma individual) ou sociedade empresária, representada
por seu administrador societário
• Gerente, conforme artigo 1.172 do CC e desde que possua procuração
com poderes especiais e expressos para tanto.
• Se o empresário estiver absolutamente incapacitado, a legitimidade para
pedir a recuperação judicial da empresa será de seu representante,
sendo relativa a incapacidade, a legitimidade será do próprio
empresário, assistido pelo tutor ou curador.
• Nas sociedades empresárias contratuais (sociedade em nome coletivo,
sociedade em comandita simples e sociedade limitada), aplica-se o
contrato social, que poderá conceder legitimidade ao administrador.
Caso não haja poder expresso ao administrador, ele deverá obter a
aprovação dos quotistas.
• Nas sociedades por ações, compete à assembleia geral autorizar os
administradores a pedir a recuperação judicial da empresa.
• Em caso de morte do empresário, a recuperação poderá ser requerida
pelo cônjuge sobrevivente, por seus herdeiros ou pelo inventariante
(legitimidade ativa extraordinária).
• Em caso de morte do sócio majoritário, a recuperação poderá ser
requerida pelo sócio remanescente (legitimidade ativa extraordinária).

LEGITIMIDADE PASSIVA

• A recuperação judicial é pedida em favor da empresa.


• Os credores não são réus, forma-se a universalidade dos credores
• Se deferida a recuperação judicial da empresa, os termos da recuperação
não poderão ser recusados pelos credores (artigos 58 e 59 da Lei
11.101/05).
• Submetem-se à recuperação judicial da empresa todos os créditos
existentes na data do pedido, ainda que não vencidos (artigo 49 da Lei
11.101/05).

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EXCEÇÕES

• Não se sujeitam ao concurso de credores os créditos de natureza fiscal


• A importância entregue ao devedor, em moeda corrente nacional,
decorrente de adiantamento a contrato de câmbio para exportação,
desde que o prazo total da operação, inclusive eventuais prorrogações,
não exceda o previsto nas normas específicas da autoridade competente
(artigo 49, § 4º, da Lei 11.101/05).
• O credor titular da posição de proprietário fiduciário de bens móveis ou
imóveis, de arrendador mercantil, de proprietário ou promitente
vendedor de imóvel cujos respectivos contratos contenham cláusula de
irrevogabilidade ou irretratabilidade, inclusive em incorporações
imobiliárias, ou de proprietário em contrato de venda com reserva de
domínio (artigo 49, § 3º).

INTERESSE PROCESSUAL

• Existência de crise ecoômico-financeira


• Art. 47. A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação
da situação de crise econômico-financeira do devedor, a fim de
permitir a manutenção da fonte produtora, do emprego dos
trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo, assim, a
preservação da empresa, sua função social e o estímulo à atividade
econômica.

▪ PETIÇÃO INICIAL: Segue-se o disposto no artigo 51 da Lei 11.101/05.


Nome e
qualificação
Descrição do
do O pedido de
Indicação do fato (a crise Valor da
empresário recuperação
juízo econômico- Causa
ou da judicial
financeira)
sociedade
empresária

▪ Ainda poderão ser requeridas medidas próprias da recuperação judicial (Art. 52):

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decisão determinando a
deferimento do dispensa da apresentação
nomeação de
processamento do pedido de certidões negativas
administrador judicial
de recuperação judicial para o exercício das
atividades empresárias

comunicação por carta à


decisão determinando a Fazenda Pública Federal e
suspensão de todas as intimação do Ministério de todos os Estados e
ações ou execuções contra Público Municípios em que o
o devedor devedor tiver
estabelecimentos

expedição de edital com


resumo do pedido, relação
nominal de credores e
advertência dos prazos
para habilitação de crédito

▪ A petição será instruída com os documentos previstos no artigo 51:


II – as demonstrações contábeis relativas aos 3 (três) últimos exercícios sociais e
as levantadas especialmente para instruir o pedido, confeccionadas com estrita
observância da legislação societária aplicável e compostas obrigatoriamente de:
a) balanço patrimonial;
b) demonstração de resultados acumulados;
c) demonstração do resultado desde o último exercício social;
d) relatório gerencial de fluxo de caixa e de sua projeção;
III – a relação nominal completa dos credores, inclusive aqueles por obrigação
de fazer ou de dar, com a indicação do endereço de cada um, a natureza, a
classificação e o valor atualizado do crédito, discriminando sua origem, o regime dos
respectivos vencimentos e a indicação dos registros contábeis de cada transação
pendente;
IV – a relação integral dos empregados, em que constem as respectivas funções,
salários, indenizações e outras parcelas a que têm direito, com o correspondente mês
de competência, e a discriminação dos valores pendentes de pagamento;

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V – certidão de regularidade do devedor no Registro Público de Empresas, o ato


constitutivo atualizado e as atas de nomeação dos atuais administradores;
VI – a relação dos bens particulares dos sócios controladores e dos
administradores do devedor;
VII – os extratos atualizados das contas bancárias do devedor e de suas eventuais
aplicações financeiras de qualquer modalidade, inclusive em fundos de investimento
ou em bolsas de valores, emitidos pelas respectivas instituições financeiras;
VIII – certidões dos cartórios de protestos situados na comarca do domicílio ou
sede do devedor e naquelas onde possui filial;
IX – a relação, subscrita pelo devedor, de todas as ações judiciais em que este
figure como parte, inclusive as de natureza trabalhista, com a estimativa dos
respectivos valores demandados.

▪ RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL: Prevista nos artigos 161 a 167 da Lei 11.101/05.

REQUISITOS
• Exercício regular da atividade empresária há mais de dois anos
• Não ser falido
• Em sendo falido, que estejam declaradas extintas, por sentença
transitada em julgado, as responsabilidades daí decorrentes
• Não ter, há menos de OITO anos, obtido concessão de recuperação
judicial com base no plano especial para Microempresas e Empresas de
Pequeno Porte
• Não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio
controlador, pessoa condenada por qualquer dos crimes previstos na Lei
11.101/05

Art. 161. O devedor que preencher os requisitos do art. 48 desta Lei poderá propor
e negociar com credores plano de recuperação extrajudicial.
§ 1o Não se aplica o disposto neste Capítulo a titulares de créditos de natureza
tributária, derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidente de
trabalho, assim como àqueles previstos nos arts. 49, § 3o, e 86, inciso II do caput,
desta Lei.
§ 2o O plano não poderá contemplar o pagamento antecipado de dívidas nem
tratamento desfavorável aos credores que a ele não estejam sujeitos.
§ 3o O devedor não poderá requerer a homologação de plano extrajudicial, se
estiver pendente pedido de recuperação judicial ou se houver obtido recuperação

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judicial ou homologação de outro plano de recuperação extrajudicial há menos de 2


(dois) anos.
§ 4o O pedido de homologação do plano de recuperação extrajudicial não
acarretará suspensão de direitos, ações ou execuções, nem a impossibilidade do
pedido de decretação de falência pelos credores não sujeitos ao plano de
recuperação extrajudicial.
§ 5o Após a distribuição do pedido de homologação, os credores não poderão
desistir da adesão ao plano, salvo com a anuência expressa dos demais signatários.
§ 6o A sentença de homologação do plano de recuperação extrajudicial
constituirá título executivo judicial, nos termos do art. 584, inciso III do caput, da Lei
no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil.
Art. 162. O devedor poderá requerer a homologação em juízo do plano de
recuperação extrajudicial, juntando sua justificativa e o documento que contenha seus
termos e condições, com as assinaturas dos credores que a ele aderiram.
Art. 163. O devedor poderá, também, requerer a homologação de plano de
recuperação extrajudicial que obriga a todos os credores por ele abrangidos, desde
que assinado por credores que representem mais de 3/5 (três quintos) de todos os
créditos de cada espécie por ele abrangidos.
§ 1o O plano poderá abranger a totalidade de uma ou mais espécies de créditos
previstos no art. 83, incisos II, IV, V, VI e VIII do caput, desta Lei, ou grupo de credores
de mesma natureza e sujeito a semelhantes condições de pagamento, e, uma vez
homologado, obriga a todos os credores das espécies por ele abrangidas,
exclusivamente em relação aos créditos constituídos até a data do pedido de
homologação.
§ 2o Não serão considerados para fins de apuração do percentual previsto
no caput deste artigo os créditos não incluídos no plano de recuperação extrajudicial,
os quais não poderão ter seu valor ou condições originais de pagamento alteradas.
§ 3o Para fins exclusivos de apuração do percentual previsto no caput deste
artigo:
I – o crédito em moeda estrangeira será convertido para moeda nacional pelo
câmbio da véspera da data de assinatura do plano; e
II – não serão computados os créditos detidos pelas pessoas relacionadas no art.
43 deste artigo.

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§ 4o Na alienação de bem objeto de garantia real, a supressão da garantia ou


sua substituição somente serão admitidas mediante a aprovação expressa do credor
titular da respectiva garantia.
§ 5o Nos créditos em moeda estrangeira, a variação cambial só poderá ser
afastada se o credor titular do respectivo crédito aprovar expressamente previsão
diversa no plano de recuperação extrajudicial.
§ 6o Para a homologação do plano de que trata este artigo, além dos
documentos previstos no caput do art. 162 desta Lei, o devedor deverá juntar:
I – exposição da situação patrimonial do devedor;
II – as demonstrações contábeis relativas ao último exercício social e as
levantadas especialmente para instruir o pedido, na forma do inciso II do caput do art.
51 desta Lei; e
III – os documentos que comprovem os poderes dos subscritores para novar ou
transigir, relação nominal completa dos credores, com a indicação do endereço de
cada um, a natureza, a classificação e o valor atualizado do crédito, discriminando sua
origem, o regime dos respectivos vencimentos e a indicação dos registros contábeis
de cada transação pendente.
Art. 164. Recebido o pedido de homologação do plano de recuperação
extrajudicial previsto nos arts. 162 e 163 desta Lei, o juiz ordenará a publicação de
edital no órgão oficial e em jornal de grande circulação nacional ou das localidades
da sede e das filiais do devedor, convocando todos os credores do devedor para
apresentação de suas impugnações ao plano de recuperação extrajudicial, observado
o § 3o deste artigo.
§ 1o No prazo do edital, deverá o devedor comprovar o envio de carta a todos
os credores sujeitos ao plano, domiciliados ou sediados no país, informando a
distribuição do pedido, as condições do plano e prazo para impugnação.
§ 2o Os credores terão prazo de 30 (trinta) dias, contado da publicação do edital,
para impugnarem o plano, juntando a prova de seu crédito.
§ 3o Para opor-se, em sua manifestação, à homologação do plano, os credores
somente poderão alegar:
I – não preenchimento do percentual mínimo previsto no caput do art. 163 desta
Lei;
II – prática de qualquer dos atos previstos no inciso III do art. 94 ou do art. 130
desta Lei, ou descumprimento de requisito previsto nesta Lei;
III – descumprimento de qualquer outra exigência legal.

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§ 4o Sendo apresentada impugnação, será aberto prazo de 5 (cinco) dias para


que o devedor sobre ela se manifeste.
§ 5o Decorrido o prazo do § 4o deste artigo, os autos serão conclusos
imediatamente ao juiz para apreciação de eventuais impugnações e decidirá, no prazo
de 5 (cinco) dias, acerca do plano de recuperação extrajudicial, homologando-o por
sentença se entender que não implica prática de atos previstos no art. 130 desta Lei
e que não há outras irregularidades que recomendem sua rejeição.
§ 6o Havendo prova de simulação de créditos ou vício de representação dos
credores que subscreverem o plano, a sua homologação será indeferida.
§ 7o Da sentença cabe apelação sem efeito suspensivo.
§ 8o Na hipótese de não homologação do plano o devedor poderá, cumpridas
as formalidades, apresentar novo pedido de homologação de plano de recuperação
extrajudicial.
Art. 165. O plano de recuperação extrajudicial produz efeitos após sua
homologação judicial.
§ 1o É lícito, contudo, que o plano estabeleça a produção de efeitos anteriores
à homologação, desde que exclusivamente em relação à modificação do valor ou da
forma de pagamento dos credores signatários.
§ 2o Na hipótese do § 1o deste artigo, caso o plano seja posteriormente
rejeitado pelo juiz, devolve-se aos credores signatários o direito de exigir seus
créditos nas condições originais, deduzidos os valores efetivamente pagos.
Art. 166. Se o plano de recuperação extrajudicial homologado envolver alienação
judicial de filiais ou de unidades produtivas isoladas do devedor, o juiz ordenará a sua
realização, observado, no que couber, o disposto no art. 142 desta Lei.
Art. 167. O disposto neste Capítulo não implica impossibilidade de realização de
outras modalidades de acordo privado entre o devedor e seus credores.

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QUESTÕES ESTRATÉGICAS

1) (CESPE /2014) Acerca da legislação falimentar em vigor, julgue o item a seguir.


Não será cabível a ação de responsabilidade do controlador por contratar diretamente com
a companhia controlada falida, em condições favorecidas, não estendidas a outros, desde
que se apure que o ativo seja suficiente para o pagamento de todos os credores.
Segundo a Lei de S.A.:
Art. 117. O acionista controlador responde pelos danos causados por
atos praticados com abuso de poder.
§ 1º São modalidades de exercício abusivo de poder:
[...]
f) contratar com a companhia, diretamente ou através de outrem, ou
de sociedade na qual tenha interesse, em condições de favorecimento
ou não equitativas;
Ademais, a Lei 11.101/05 dispõe que:
Art. 82. A responsabilidade pessoal dos sócios de responsabilidade
limitada, dos controladores e dos administradores da sociedade falida,
estabelecida nas respectivas leis, será apurada no próprio juízo da
falência, independentemente da realização do ativo e da prova da sua
insuficiência para cobrir o passivo, observado o procedimento ordinário
previsto no Código de Processo Civil.
Resposta: ERRADO.

2) (CESPE /2014) Acerca da legislação falimentar em vigor, julgue o item a seguir.


Os legitimados para a propositura da ação revocatória — o administrador judicial, qualquer
credor e o Ministério Público — têm o prazo prescricional de três anos para ajuizá-la,
contado do ajuizamento da ação falimentar.

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Observe o que consta da Lei 11.101/05:


Art. 132. A ação revocatória, de que trata o art. 130 desta Lei, deverá
ser proposta pelo administrador judicial, por qualquer credor ou pelo
Ministério Público no prazo de 3 (três) anos contado da decretação da
falência.
Resposta: ERRADO.

3) (CESPE /2014) Acerca da legislação falimentar em vigor, julgue o item a seguir.


Não são passíveis de arrecadação pelo administrador judicial veículos da sociedade
limitada transportadora que estejam na posse de depositário a quem não foi paga a
retribuição combinada.
Segundo a Lei 11.101/05:
Art. 110. O auto de arrecadação, composto pelo inventário e pelo
respectivo laudo de avaliação dos bens, será assinado pelo
administrador judicial, pelo falido ou seus representantes e por outras
pessoas que auxiliarem ou presenciarem o ato.
§ 1o Não sendo possível a avaliação dos bens no ato da arrecadação,
o administrador judicial requererá ao juiz a concessão de prazo para
apresentação do laudo de avaliação, que não poderá exceder 30 (trinta)
dias, contados da apresentação do auto de arrecadação.
§ 2o Serão referidos no inventário: [...]
III – os bens da massa falida em poder de terceiro, a título de guarda,
depósito, penhor ou retenção; [...]
Art. 116. A decretação da falência suspende:
I – o exercício do direito de retenção sobre os bens sujeitos à
arrecadação, os quais deverão ser entregues ao administrador judicial;
II – o exercício do direito de retirada ou de recebimento do valor de
suas quotas ou ações, por parte dos sócios da sociedade falida.
Resposta: ERRADO.

4) (CESPE /2014) Acerca da legislação falimentar em vigor, julgue o item a seguir.

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Segundo a jurisprudência dominante do Superior Tribunal de Justiça, aplica-se a trava


bancária ao regime de recuperação judicial quanto à cessão fiduciária de direitos
creditórios.
Segundo o STJ:
“PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO CONFLITO DE
COMPETÊNCIA. RECURSO MANEJADO SOB A ÉGIDE DO NOVO
CPC. RECUPERAÇÃO JUDICIAL. EXECUÇÃO DE TÍTULO
EXTRAJUDICIAL. CESSÃO FIDUCIÁRIA DE CRÉDITOS. TRAVA
BANCÁRIA. ART. 49, § 3º, DA LEI Nº 11.101/05. EFEITOS DA
RECUPERAÇÃO JUDICIAL. NÃO SUJEIÇÃO. PRECEDENTES.
INSTÂNCIAS ORDINÁRIAS QUE JÁ DECIDIRAM SOBRE O CARÁTER
EXTRACONCURSAL DO CRÉDITO DA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA.
AGRAVO NÃO PROVIDO. [...] 2. A jurisprudência do Superior Tribunal
de Justiça é firme no sentido de que os créditos garantidos por cessão
fiduciária não se submetem ao plano de recuperação, tampouco a
medidas restritivas impostas pelo juízo da recuperação (art. 49, § 3º, da
Lei 11.101/2005). [...] (AgInt no CC 145.379/SP, Rel. Ministro MOURA
RIBEIRO, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 13/12/2017, DJe
18/12/2017)” O dispositivo da legislação falimentar em comento é o
seguinte: “Art. 49. Estão sujeitos à recuperação judicial todos os
créditos existentes na data do pedido, ainda que não vencidos. [...] §
3o Tratando-se de credor titular da posição de proprietário fiduciário
de bens móveis ou imóveis, de arrendador mercantil, de proprietário
ou promitente vendedor de imóvel cujos respectivos contratos
contenham cláusula de irrevogabilidade ou irretratabilidade, inclusive
em incorporações imobiliárias, ou de proprietário em contrato de
venda com reserva de domínio, seu crédito não se submeterá aos
efeitos da recuperação judicial e prevalecerão os direitos de
propriedade sobre a coisa e as condições contratuais, observada a
legislação respectiva, não se permitindo, contudo, durante o prazo de
suspensão a que se refere o § 4o do art. 6o desta Lei, a venda ou a
retirada do estabelecimento do devedor dos bens de capital essenciais
a sua atividade empresarial.”
Resposta: CORRETO.

5) (CESPE /2014) A respeito do direito falimentar, julgue o item que se segue.

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São considerados créditos concursais e obedecerão à ordem de classificação dos créditos


as custas do processo de falência e as despesas com arrecadação, administração, realização
do ativo e distribuição do seu produto.
Observe a Lei 11.101/05:
Art. 84. Serão considerados créditos extraconcursais e serão pagos com
precedência sobre os mencionados no art. 83 desta Lei, na ordem a
seguir, os relativos a:
I – remunerações devidas ao administrador judicial e seus auxiliares, e
créditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de
acidentes de trabalho relativos a serviços prestados após a decretação
da falência;
II – quantias fornecidas à massa pelos credores;
III – despesas com arrecadação, administração, realização do ativo e
distribuição do seu produto, bem como custas do processo de falência;
IV – custas judiciais relativas às ações e execuções em que a massa falida
tenha sido vencida;
V – obrigações resultantes de atos jurídicos válidos praticados durante
a recuperação judicial, nos termos do art. 67 desta Lei, ou após a
decretação da falência, e tributos relativos a fatos geradores ocorridos
após a decretação da falência, respeitada a ordem estabelecida no art.
83 desta Lei.
Resposta: ERRADO.

6) (CESPE /2014) A respeito do direito falimentar, julgue o item que se segue.


A ineficácia dos atos praticados pelo falido, a título gratuito, a partir de dois anos antes da
decretação da falência somente poderá ser decretada mediante ação própria ou
incidentalmente no curso do processo falimentar.
Observe a Lei 11.101/05:
Art. 129. São ineficazes em relação à massa falida, tenha ou não o
contratante conhecimento do estado de crise econômico-financeira do
devedor, seja ou não intenção deste fraudar credores:
I – o pagamento de dívidas não vencidas realizado pelo devedor dentro
do termo legal, por qualquer meio extintivo do direito de crédito, ainda
que pelo desconto do próprio título;

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II – o pagamento de dívidas vencidas e exigíveis realizado dentro do


termo legal, por qualquer forma que não seja a prevista pelo contrato;
III – a constituição de direito real de garantia, inclusive a retenção,
dentro do termo legal, tratando-se de dívida contraída anteriormente;
se os bens dados em hipoteca forem objeto de outras posteriores, a
massa falida receberá a parte que devia caber ao credor da hipoteca
revogada;
IV – a prática de atos a título gratuito, desde 2 (dois) anos antes da
decretação da falência;
V – a renúncia à herança ou a legado, até 2 (dois) anos antes da
decretação da falência;
VI – a venda ou transferência de estabelecimento feita sem o
consentimento expresso ou o pagamento de todos os credores, a esse
tempo existentes, não tendo restado ao devedor bens suficientes para
solver o seu passivo, salvo se, no prazo de 30 (trinta) dias, não houver
oposição dos credores, após serem devidamente notificados,
judicialmente ou pelo oficial do registro de títulos e documentos;

VII – os registros de direitos reais e de transferência de propriedade


entre vivos, por título oneroso ou gratuito, ou a averbação relativa a
imóveis realizados após a decretação da falência, salvo se tiver havido
prenotação anterior. Parágrafo único. A ineficácia poderá ser declarada
de ofício pelo juiz, alegada em defesa ou pleiteada mediante ação
própria ou incidentalmente no curso do processo.
Resposta: ERRADO.

7) (CESPE /2013) A respeito da recuperação de empresa e falência, julgue os itens


seguintes.
A homologação de plano de recuperação judicial aprovado pelos credores se sujeita ao
controle judicial de legalidade.
É o que consta do Enunciado 44 da I Jornada de Direito Comercial:
44. A homologação de plano de recuperação judicial aprovado pelos
credores está sujeita ao controle judicial de legalidade.
Resposta: CORRETO.

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8) (CESPE /2013) A respeito da recuperação de empresa e falência, julgue os itens


seguintes.
Em razão de abuso de direito, o magistrado pode desconsiderar o voto de credores ou a
manifestação de vontade do devedor.
É o que consta do Enunciado 45 da I Jornada de Direito Comercial:
45. O magistrado pode desconsiderar o voto de credores ou a
manifestação de vontade do devedor, em razão de abuso de direito.
Resposta: CORRETO.

9) (CESPE /2014) A respeito do direito falimentar, julgue o item que se segue.


Um dos efeitos da sentença declaratória da falência é a suspensão de todas as execuções
contra o falido, inclusive as execuções fiscais fundadas em certidão da dívida ativa para
cobrança de crédito tributário, não tributário ou parafiscal.
Observe a Lei 11.101/05:
Art. 6o A decretação da falência ou o deferimento do processamento
da recuperação judicial suspende o curso da prescrição e de todas as
ações e execuções em face do devedor, inclusive aquelas dos credores
particulares do sócio solidário.
[...]
§ 4o Na recuperação judicial, a suspensão de que trata o caput deste
artigo em hipótese nenhuma excederá o prazo improrrogável de 180
(cento e oitenta) dias contado do deferimento do processamento da
recuperação, restabelecendo-se, após o decurso do prazo, o direito
dos credores de iniciar ou continuar suas ações e execuções,
independentemente de pronunciamento judicial.
[...]
§ 7o As execuções de natureza fiscal não são suspensas pelo
deferimento da recuperação judicial, ressalvada a concessão de
parcelamento nos termos do Código Tributário Nacional e da
legislação ordinária específica.
Resposta: ERRADO.

10) (CESPE /2014) A respeito do direito falimentar, julgue o item que se segue.

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Um dos deveres impostos ao falido, quando da decretação da falência, é o de não se


ausentar do lugar da falência, sem razão justificadora e autorização do juiz. Se autorizado,
deve, em todo caso, constituir com poderes para representá-lo nos atos processuais.
Observe a legislação falimentar:
Art. 104. A decretação da falência impõe ao falido os seguintes
deveres:
[...]
III – não se ausentar do lugar onde se processa a falência sem motivo
justo e comunicação expressa ao juiz, e sem deixar procurador
bastante, sob as penas cominadas na lei;
A Banca entendeu que há necessidade de autorização do juiz, embora haja divergência na
doutrina.
Resposta: CORRETO.

11. 2017 - Especialista em Regulação de Transporte (ARTESP) – Direito I


Conforme alerta Fábio Ulhôa Coelho, na obra Comentários à Nova Lei de Falências e de
Recuperação de Empresas − Lei nº 11.101, de 9/2/2005 (Editora Saraiva, p. 24/25) A crise
fatal de uma grande empresa significa o fim de postos de trabalho, desabastecimento de
produtos ou serviços, diminuição na arrecadação de impostos e, dependendo das
circunstâncias, paralisação de atividades satélites e problemas sérios para a economia
local, regional ou, até mesmo, nacional. Por isso, muitas vezes o direito se ocupa em criar
mecanismos jurídicos e judiciais de recuperação da empresa (...). No Brasil, a nova Lei de
Falências introduziu o procedimento da recuperação das empresas, em substituição à
concordata. Contudo, como bem destaca o autor, “nem todo aquele que exerce atividade
econômica empresarial encontra-se sujeito à nova Lei de Falências.” Nesse sentido, estão
excluídas do procedimento de recuperação judicial
a) as Empresas públicas e sociedades de economia mista, que também não se sujeitam à
falência.
b) as Sociedades anônimas, eis que se submetem apenas a procedimento de liquidação
judicial.
c) a Instituição financeira, sujeita a Regime de Administração Especial Temporária − RAET,
que precede a decretação da falência.
d) a Sociedade de previdência complementar, a qual, embora não excluída da falência,
possui procedimento de recuperação específico, consistente em intervenção pelo órgão
regulador.

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e) a Cooperativa de crédito, salvo se constituída na forma de sociedade de capitalização.


A resposta a esta questão encontra-se no artigo 2º da Lei 11.101/05:
Art. 2o Esta Lei não se aplica a:
I – empresa pública e sociedade de economia mista;
II – instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito,
consórcio, entidade de previdência complementar, sociedade
operadora de plano de assistência à saúde, sociedade seguradora,
sociedade de capitalização e outras entidades legalmente
equiparadas às anteriores.
Há disposição legal expressa no sentido de que a Lei 11.101/05 não se aplica às empresas
públicas e sociedades de economia mista, nem às instituições financeiras públicas ou
privadas, cooperativas de crédito, consórcios, entidades de previdência complementar,
sociedades operadoras de plano de assistência à saúde, sociedades seguradoras,
sociedades de capitalização e outras entidades legalmente equiparadas a estas.
Cabe observar que com exceção da empresa pública e da sociedade de economia mista,
as demais empresas a que não se aplica a Lei 11.101/05 se submetem a legislações
específicas, prevendo-se o processo de liquidação extrajudicial, como é o caso da Lei
6.024/74, que dispõem sobre a intervenção e liquidação extrajudicial das instituições
financeiras.
Gabarito: A

12. 2017 - Especialista em Regulação de Transporte (ARTESP) – Direito I


No procedimento de recuperação judicial, a Lei reserva determinadas atribuições à
Assembleia de Credores, entre as quais:
I. eleger o gestor judicial, quando do afastamento do devedor.
II. aprovar, rejeitar e revisar o plano de recuperação judicial apresentado pelo devedor.
III. aprovar a constituição do Comitê de Credores, a escolha de seus membros e sua
substituição.
IV. destituir o administrador judicial e eleger seu substituto.
Está correto o que consta APENAS em
a) I, II e III.
b) I e III.
c) II e III.

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d) II e IV.
e) III e IV.
A resposta a esta questão encontra-se no artigo 35 da Lei 11.101/05:
Art. 35. A assembléia-geral de credores terá por atribuições deliberar
sobre:
I – na recuperação judicial:
a) aprovação, rejeição ou modificação do plano de recuperação
judicial apresentado pelo devedor;
b) a constituição do Comitê de Credores, a escolha de seus membros
e sua substituição;
c) (VETADO)
d) o pedido de desistência do devedor, nos termos do § 4o do art. 52
desta Lei;
e) o nome do gestor judicial, quando do afastamento do devedor;
f) qualquer outra matéria que possa afetar os interesses dos credores;
II – na falência:
a) (VETADO)
b) a constituição do Comitê de Credores, a escolha de seus membros
e sua substituição;
c) a adoção de outras modalidades de realização do ativo, na forma
do art. 145 desta Lei;
d) qualquer outra matéria que possa afetar os interesses dos credores.
Assembleia-geral de credores é elemento comum à recuperação judicial e à falência, mas
a ela se atribui competências diferentes em cada um destes casos.
Na recuperação judicial, compete-lhe aprovar, rejeitar ou modificar o plano de
recuperação judicial apresentado pelo devedor; constituir o Comitê de Credores, a
escolha de seus membros e sua substituição; apreciar o pedido de desistência da
recuperação judicial após o deferimento de seu processamento, nomear o gestor judicial,
quando houver o afastamento do devedor, e deliberar sobre qualquer matéria que possa
afetar aos interesses dos credores.
Na falência, compete-lhe constituir o Comitê de Credores, escolher seus membros e seus
substitutos, deliberar sobre a adoção de outros meios para a realização de ativos que não

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a alienação dos bens arrecadados ou sobre qualquer matéria que possa afetar aos
interesses dos credores.
A alternativa correta é a “a”, tendo em vista que não consta do rol do inciso I do artigo
35 “destituir o administrador judicial e eleger seu substituto”.
Gabarito: A

13.(2018 – FCC - SEFAZ-SC) Em relação à recuperação judicial,


a) embora a execução fiscal não se suspenda em virtude do deferimento do processamento
da recuperação judicial, os atos que importem constrição do patrimônio do devedor
devem ser analisados pelo Juízo recuperacional, a fim de garantir o princípio da
preservação da empresa.
b) a decretação da falência ou o deferimento do processamento da recuperação judicial
suspende o curso da prescrição e de todas as ações e execuções em face do devedor,
salvo aquelas dos credores particulares do sócio solidário, que podem ser exigidas
autonomamente.
c) para requerer recuperação judicial não pode o devedor, entre outros requisitos, ter
obtido o mesmo benefício há menos de três anos e, em igual prazo, deve estar exercendo
regularmente suas atividades.
d) estão sujeitos à recuperação judicial todos os créditos existentes na data do pedido,
salvo se não vencidos ou ilíquidos.
e) as obrigações anteriores à recuperação judicial observarão as condições originalmente
contratadas ou definidas em lei, inclusive quanto aos encargos, em qualquer situação e
hipótese.
a) Correto. É o que se infere do julgamento do AgRg no CC 133.509/DF do STF, que aduz:
"embora a execução fiscal não se suspenda em virtude do deferimento
da recuperação judicial, os atos que importem em constrição do
patrimônio da sociedade empresarial devem ser analisados pelo juízo
universal, a fim de garantir o princípio da preservação da empresa".
(AgRg no CC 133.509/DF, Rel. Ministro MOURA RIBEIRO, SEGUNDA
SEÇÃO, DJe 06/04/2015)
b) Incorreto. Conforme correção do art. 6º da Lei 11.101/05, que diz:
Art. 6o A decretação da falência ou o deferimento do processamento
da recuperação judicial suspende o curso da prescrição e de todas as

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ações e execuções em face do devedor, inclusive aquelas dos credores


particulares do sócio solidário.
c) Incorreto. De acordo com o mandamento do art. 48, II da Lei 11.101/05, que expõe:
Art. 48. Poderá requerer recuperação judicial o devedor que, no
momento do pedido, exerça regularmente suas atividades há mais de
2 (dois) anos e que atenda aos seguintes requisitos, cumulativamente:
II – não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de
recuperação judicial;
d) Incorreto. Alternativa em desacordo com o mandamento do art. 49 da Lei 11.101/05,
que afirma: “Estão sujeitos à recuperação judicial todos os créditos existentes na data do
pedido, ainda que não vencidos.”
e) Incorreto. Conforme correção do § 2º do art. 49 da Lei 11.101/05:
Art. 49. § 2o As obrigações anteriores à recuperação judicial
observarão as condições originalmente contratadas ou definidas em
lei, inclusive no que diz respeito aos encargos, salvo se de modo
diverso ficar estabelecido no plano de recuperação judicial.
Gabarito: A.

14.(2015 – FCC - TCM-RJ) Acerca da recuperação extrajudicial de empresas, é correto


afirmar que
a) é possível a homologação do plano de recuperação extrajudicial ainda que pendente
pedido de recuperação judicial anterior.
b) só é admitida nos casos em que não for cabível a recuperação judicial.
c) a homologação do plano de recuperação extrajudicial depende da adesão unânime de
todos os credores que a ele estejam sujeitos.
d) não se aplica a titulares de créditos derivados da legislação do trabalho.
e) os credores não poderão, após a distribuição do pedido de homologação do plano de
recuperação extrajudicial, em nenhuma hipótese, desistir da sua adesão a ele.
a) Incorreto. Texto em desacordo com o mandamento do § 3º do art. 161 da Lei 11.101/05,
que aduz:
Art. 161. O devedor que preencher os requisitos do art. 48 desta Lei
poderá propor e negociar com credores plano de recuperação
extrajudicial.

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§ 3o O devedor não poderá requerer a homologação de plano


extrajudicial, se estiver pendente pedido de recuperação judicial ou se
houver obtido recuperação judicial ou homologação de outro plano de
recuperação extrajudicial há menos de 2 (dois) anos.
b) Incorreto. Não há qualquer previsão legal sobre a condição afirmada.
c) Incorreto. Conforme disposto no art. 163 da Lei 11.101/05, que diz:
Art. 163. O devedor poderá, também, requerer a homologação de
plano de recuperação extrajudicial que obriga a todos os credores por
ele abrangidos, desde que assinado por credores que representem
mais de 3/5 (três quintos) de todos os créditos de cada espécie por ele
abrangidos.
d) Correto. Haja vista que o § 1º do art. 163 da Lei 11.101/05, exclui os créditos trabalhistas
do rol de créditos que poderão fazer jus ao plano de recuperação.
Art. 163. § 1º. O plano poderá abranger a totalidade de uma ou mais
espécies de créditos previstos no art. 83, incisos II, IV, V, VI e VIII do
caput, desta Lei, ou grupo de credores de mesma natureza e sujeito a
semelhantes condições de pagamento, e, uma vez homologado,
obriga a todos os credores das espécies por ele abrangidas,
exclusivamente em relação aos créditos constituídos até a data do
pedido de homologação.
e) Incorreto. O § 5º do art. 161 da Lei 11.101/05, traz a exceção à regra citada na alternativa
em análise:
Art. 161. § 5º. Após a distribuição do pedido de homologação, os
credores não poderão desistir da adesão ao plano, salvo com a
anuência expressa dos demais signatários.
Gabarito: D.

QUESTIONÁRIO DE REVISÃO E APERFEIÇOAMENTO

Perguntas

1) Quando é decretada a falência do devedor?


2) A quem não se aplica a Lei 11.101/05?
3) Qual é o juízo competente para apreciar o pedido de falência ou recuperação judicial?

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4) Quais obrigações não podem ser exigidas do devedor na recuperação judicial ou na


falência?
5) O que acontece com os prazos prescricionais pertinentes às dívidas e as ações e
execuções em face do devedor com a decretação de falência ou o deferimento do
processamento de recuperação judicial? Tal regra se estende aos credores particulares do
sócio solidário?
6) Em que consiste o Comitê de credores? Por quem ele é formado?
7) Em que consiste a Assembleia-geral de credores?
8) Como são feitas as deliberações na Assembleia-geral de credores?
9) Qual o objetivo da falência?
10) O que implica a decretação da falência?
11) Qual o efeito da falência para o falido?
12) Quais deveres a decretação de falência impõe ao falido?
13) Qual o impacto da decretação da falência aos contratos bilaterais?
14) Qual o efeito da decretação de falência aos mandatos conferidos pelo devedor antes
da falência?
15) Quais regras devem ser observadas nas relações contratuais do falido?
16) Decretada a falência, quais créditos não podem ser compensados?
17) São exigíveis juros vencidos após a decretação da falência contra a massa falida?
18) Quando recomeça a correr o prazo prescricional relativo às obrigações do falido?
19) O que extingue as obrigações do falido?
20) Quais os tipos penais previstos na Lei 11.101/05 (Lei de Falências)?
21) Em que consiste a fraude a credores? Em que casos a pena é aumentada? Em que
casos a pena é reduzida ou substituída?
22) Quem incorre nas mesmas penas?
23) Quais as penas previstas ao crime de fraude a credores?
24) Em que consiste a violação de sigilo empresarial?
25) Quais as penas previstas ao crime de violação de sigilo empresarial?
26) Em que consiste a divulgação de informações falsas?
27) Quais as penas previstas ao crime de divulgação de informações falsas?
28) Em que consiste a indução a erro?

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29) Quais as penas previstas ao crime de indução a erro?


30) Em que consiste a favorecimento de credores?
31) Quais as penas previstas ao crime de favorecimento de credores?
32) Em que consiste o desvio, ocultação ou apropriação de bens?
33) Quais as penas previstas ao crime de desvio, ocultação ou apropriação de bens?
34) Em que consiste a aquisição, recebimento ou uso ilegal de bens?
35) Quais as penas previstas ao crime de aquisição, recebimento ou uso ilegal de bens?
36) Em que consiste a habilitação ilegal de crédito?
37) Quais as penas previstas ao crime de habilitação ilegal de crédito?
38) Em que consiste a exercício ilegal de atividade?
39) Quais as penas previstas ao crime de exercício ilegal de atividade?
40) Em que consiste a violação de impedimento?
41) Quais as penas previstas ao crime de violação de impedimento?
42) Em que consiste a omissão de documentos contábeis obrigatórios?
43) Quais as penas previstas ao crime de omissão de documentos contábeis obrigatórios?

Perguntas com respostas

1) Quando é decretada a falência do devedor?


Quando, sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação líquida
materializada em título ou títulos executivos protestados cuja soma ultrapasse o
equivalente a quarenta salários-mínimos na data do pedido de falência; quando executado
por qualquer quantia líquida, não paga, não deposita e não nomeia à penhora bens
suficientes dentro do prazo legal. Exceto se fizer parte de plano de recuperação judicial,
também é decretada a falência quando o devedor procede à liquidação precipitada de
seus ativos ou lança mão de meio ruinoso ou fraudulento para realizar pagamentos; realiza
ou, por atos inequívocos, tenta realizar, com o objetivo de retardar pagamentos ou fraudar
credores, negócio simulado ou alienação de parte ou da totalidade de seu ativo a terceiro,
credor ou não; transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem o consentimento
de todos os credores e sem ficar com bens suficientes para solver seu passivo; simula a
transferência de seu principal estabelecimento com o objetivo de burlar a legislação ou a
fiscalização ou para prejudicar credor; dá ou reforça garantia a credor por dívida contraída
anteriormente sem ficar com bens livres e desembaraçados suficientes para saldar seu
passivo; ausenta-se sem deixar representante habilitado e com recursos suficientes para

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pagar os credores, abandona estabelecimento ou tenta ocultar-se de seu domicílio, do


local de sua sede ou de seu principal estabelecimento; ou deixa de cumprir, no prazo
estabelecido, obrigação assumida no plano de recuperação judicial. Cabe destacar que os
credores podem reunir-se em litisconsórcio a fim de perfazer o valor de quarenta salários
mínimos. Cabe destacar também que não legitimam o pedido de falência os créditos que
nela não se possam reclamar, ainda que líquidos. A falência também poderá ser decretada
a pedido do devedor que julgue não atender aos requisitos para pleitear sua recuperação,
cabendo-lhe expor as razões da impossibilidade de prosseguimento da atividade
empresarial, acompanhadas das demonstrações contábeis referentes aos três últimos
exercícios sociais e as levantadas especialmente para instruir o pedido, confeccionadas
com estrita observância da legislação societária aplicável e compostas obrigatoriamente
de balanço patrimonial; demonstração de resultados acumulados; demonstração do
resultado desde o último exercício social e relatório do fluxo de caixa; da relação nominal
dos credores, indicando endereço, importância, natureza e classificação dos respectivos
créditos; da relação dos bens e direitos que compõem o ativo, com a respectiva estimativa
de valor e documentos comprobatórios de propriedade; da prova da condição de
empresário, contrato social ou estatuto em vigor ou, se não houver, a indicação de todos
os sócios, seus endereços e a relação de seus bens pessoais; dos livros obrigatórios e
documentos contábeis que lhe forem exigidos por lei; e da relação de seus
administradores nos últimos cinco anos, com os respectivos endereços, suas funções e
participação societária. A falência também poderá ser decretada no curso da recuperação
judicial por deliberação da assembleia-geral de credores; pela não apresentação, pelo
devedor, do plano de recuperação no prazo legal; quando houver sido rejeitado o plano
de recuperação; ou por descumprimento de qualquer obrigação assumida no plano de
recuperação.

2) A quem não se aplica a Lei 11.101/05?


À empresa pública, à sociedade de economia mista, à instituição financeira pública ou
privada, à cooperativa de crédito, ao consórcio, à entidade de previdência complementar,
à sociedade operadora de plano de assistência à saúde, à sociedade seguradora, à
sociedade de capitalização e a outras entidades legalmente equiparadas às anteriores.

3) Qual é o juízo competente para apreciar o pedido de falência ou recuperação judicial?


O juízo do local do principal estabelecimento do devedor ou da filial de empresa que tenha
sede fora do Brasil.

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4) Quais obrigações não podem ser exigidas do devedor na recuperação judicial ou na


falência?
As obrigações a título gratuito e as despesas que os credores fizerem para tomar parte na
recuperação judicial ou na falência, salvo as custas judiciais decorrentes de litígio com o
devedor.

5) O que acontece com os prazos prescricionais pertinentes às dívidas e as ações e


execuções em face do devedor com a decretação de falência ou o deferimento do
processamento de recuperação judicial? Tal regra se estende aos credores particulares do
sócio solidário?
A decretação da falência ou o deferimento do processamento da recuperação judicial
suspende o curso da prescrição e de todas as ações e execuções em face do devedor,
inclusive aquelas dos credores particulares do sócio solidário. Cabe observar que nos casos
em que o direito ainda seja controverso ou não haja liquidez, ou seja, ainda não é possível
a cobrança, não se suspende o curso da ação.

6) Em que consiste o Comitê de credores? Por quem ele é formado?


É o órgão a que se atribui, na recuperação judicial e na falência, a fiscalização das atividades
e o exame as contas do administrador judicial; o zelo pelo bom andamento do processo e
pelo cumprimento da lei; a comunicação ao juiz, caso seja detectada violação dos direitos
ou prejuízo aos interesses dos credores; a apuração e emissão de parecer sobre quaisquer
reclamações dos interessados; o requerimento ao juiz da convocação da assembleia-geral
de credores. Especificamente na recuperação judicial, compete-lhe fiscalizar a
administração das atividades do devedor, apresentando, a cada 30 (trinta) dias, relatório
de sua situação; fiscalizar a execução do plano de recuperação judicial; e submeter à
autorização do juiz, quando ocorrer o afastamento do devedor nas hipóteses previstas
nesta Lei, a alienação de bens do ativo permanente, a constituição de ônus reais e outras
garantias, bem como atos de endividamento necessários à continuação da atividade
empresarial durante o período que antecede a aprovação do plano de recuperação
judicial. Ela deve ser composta por um representante indicado pela classe de credores
trabalhistas, com dois suplentes; um representante indicado pela classe de credores com
direitos reais de garantia ou privilégios especiais, com dois suplentes; um representante
indicado pela classe de credores quirografários e com privilégios gerais, com dois
suplentes; e um representante indicado pela classe de credores representantes de
microempresas e empresas de pequeno porte, com dois suplentes. Cabe observar que a
falta de indicação de representante por quaisquer das classes não prejudicará a
constituição do Comitê, que poderá funcionar com número inferior.

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7) Em que consiste a Assembleia-geral de credores?


Na recuperação judicial, é o órgão a quem compete deliberar sobre a aprovação, rejeição
ou modificação do plano de recuperação judicial apresentado pelo devedor; a constituição
do Comitê de Credores, a escolha de seus membros e sua substituição; o pedido de
desistência do devedor; o nome do gestor judicial, quando do afastamento do devedor; e
qualquer outra matéria que possa afetar os interesses dos credores. Na falência, é o órgão
a quem compete deliberar sobre a constituição do Comitê de Credores, a escolha de seus
membros e sua substituição; a adoção de outras modalidades de realização do ativo; e
qualquer outra matéria que possa afetar os interesses dos credores. Na Assembleia-geral
de credores, os credores são divididos em classes, titulares de créditos derivados da
legislação do trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho; titulares de créditos com
garantia real; titulares de créditos quirografários, com privilégio especial, com privilégio
geral ou subordinados; e titulares de créditos enquadrados como microempresa ou
empresa de pequeno porte.

8) Como são feitas as deliberações na Assembleia-geral de credores?


O voto do credor será proporcional ao valor de seu crédito, ressalvado, nas deliberações
sobre o plano de recuperação judicial. Cabe observar que terão direito a voto na
assembleia-geral as pessoas arroladas no quadro-geral de credores ou, na sua falta, na
relação de credores apresentada pelo administrador judicial e as deliberações da
assembleia-geral não serão invalidadas em razão de posterior decisão judicial acerca da
existência, quantificação ou classificação de créditos. Consideram-se aprovadas as
propostas que obtiverem votos favoráveis de credores que representem mais da metade
do valor total dos créditos presentes à assembleia-geral, exceto nas deliberações sobre o
plano de recuperação judicial, sobre a composição do Comitê de Credores ou sobre forma
alternativa de realização do ativo.

9) Qual o objetivo da falência?


A falência, ao promover o afastamento do devedor de suas atividades, visa a preservar e
otimizar a utilização produtiva dos bens, ativos e recursos produtivos, inclusive os
intangíveis, da empresa.

10) O que implica a decretação da falência?

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A decretação da falência determina o vencimento antecipado das dívidas do devedor e


dos sócios ilimitada e solidariamente responsáveis, com o abatimento proporcional dos
juros, e converte todos os créditos em moeda estrangeira para a moeda do País, pelo
câmbio do dia da decisão judicial.

11) Qual o efeito da falência para o falido?


O falido fica inabilitado para exercer qualquer atividade empresarial a partir da decretação
da falência e até a sentença que extingue suas obrigações. Desde a decretação da falência
ou do sequestro, o devedor perde o direito de administrar os seus bens ou deles dispor.

12) Quais deveres a decretação de falência impõe ao falido?


A decretação da falência impõe ao falido o dever de assinar nos autos, desde que intimado
da decisão, termo de comparecimento, com a indicação do nome, nacionalidade, estado
civil, endereço completo do domicílio, depositar em cartório, no ato de assinatura do
termo de comparecimento, os seus livros obrigatórios, a fim de serem entregues ao
administrador judicial, depois de encerrados por termos assinados pelo juiz; não se
ausentar do lugar onde se processa a falência sem motivo justo e comunicação expressa
ao juiz, e sem deixar procurador bastante, sob as penas cominadas na lei; comparecer a
todos os atos da falência, podendo ser representado por procurador, quando não for
indispensável sua presença; entregar, sem demora, todos os bens, livros, papéis e
documentos ao administrador judicial, indicando-lhe, para serem arrecadados, os bens que
porventura tenha em poder de terceiros; prestar as informações reclamadas pelo juiz,
administrador judicial, credor ou Ministério Público sobre circunstâncias e fatos que
interessem à falência; auxiliar o administrador judicial com zelo e presteza; examinar as
habilitações de crédito apresentadas; assistir ao levantamento, à verificação do balanço e
ao exame dos livros; manifestar-se sempre que for determinado pelo juiz; apresentar, no
prazo fixado pelo juiz, a relação de seus credores; e examinar e dar parecer sobre as contas
do administrador judicial.
13) Qual o impacto da decretação da falência aos contratos bilaterais?
Os contratos bilaterais não se resolvem pela falência e podem ser cumpridos pelo
administrador judicial se o cumprimento reduzir ou evitar o aumento do passivo da massa
falida ou for necessário à manutenção e preservação de seus ativos, mediante autorização
do Comitê.

14) Qual o efeito da decretação de falência aos mandatos conferidos pelo devedor antes
da falência?

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O mandato conferido pelo devedor, antes da falência, para a realização de negócios,


cessará seus efeitos com a decretação da falência, cabendo ao mandatário prestar contas
de sua gestão. Cabe destacar que o mandato conferido para representação judicial do
devedor continua em vigor até que seja expressamente revogado pelo administrador
judicial.

15) Quais regras devem ser observadas nas relações contratuais do falido?
O vendedor não pode obstar a entrega das coisas expedidas ao devedor e ainda em
trânsito, se o comprador, antes do requerimento da falência, as tiver revendido, sem
fraude, à vista das faturas e conhecimentos de transporte, entregues ou remetidos pelo
vendedor; se o devedor vendeu coisas compostas e o administrador judicial resolver não
continuar a execução do contrato, poderá o comprador pôr à disposição da massa falida
as coisas já recebidas, pedindo perdas e danos; não tendo o devedor entregue coisa móvel
ou prestado serviço que vendera ou contratara a prestações, e resolvendo o administrador
judicial não executar o contrato, o crédito relativo ao valor pago será habilitado na classe
própria; o administrador judicial, ouvido o Comitê, restituirá a coisa móvel comprada pelo
devedor com reserva de domínio do vendedor se resolver não continuar a execução do
contrato, exigindo a devolução, nos termos do contrato, dos valores pagos; tratando-se
de coisas vendidas a termo, que tenham cotação em bolsa ou mercado, e não se
executando o contrato pela efetiva entrega daquelas e pagamento do preço, prestar-se-á
a diferença entre a cotação do dia do contrato e a da época da liquidação em bolsa ou
mercado; na promessa de compra e venda de imóveis, aplicar-se-á a legislação respectiva;
a falência do locador não resolve o contrato de locação e, na falência do locatário, o
administrador judicial pode, a qualquer tempo, denunciar o contrato; caso haja acordo
para compensação e liquidação de obrigações no âmbito do sistema financeiro nacional,
nos termos da legislação vigente, a parte não falida poderá considerar o contrato vencido
antecipadamente, hipótese em que será liquidado na forma estabelecida em regulamento,
admitindo-se a compensação de eventual crédito que venha a ser apurado em favor do
falido com créditos detidos pelo contratante; os patrimônios de afetação, constituídos para
cumprimento de destinação específica, obedecerão ao disposto na legislação respectiva,
permanecendo seus bens, direitos e obrigações separados dos do falido até o advento do
respectivo termo ou até o cumprimento de sua finalidade, ocasião em que o administrador
judicial arrecadará o saldo a favor da massa falida ou inscreverá na classe própria o crédito
que contra ela remanescer.
16) Decretada a falência, quais créditos não podem ser compensados?
Os créditos transferidos após a decretação da falência, salvo em caso de sucessão por
fusão, incorporação, cisão ou morte; ou os créditos, ainda que vencidos anteriormente,

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transferidos quando já conhecido o estado de crise econômico-financeira do devedor ou


cuja transferência se operou com fraude ou dolo.

17) São exigíveis juros vencidos após a decretação da falência contra a massa falida?
Sim, desde que o ativo apurado baste para o pagamento dos credores subordinados.
Poderão ser cobrados os juros das debêntures e dos créditos com garantia real, mas por
eles responde, exclusivamente, o produto dos bens que constituem a garantia.

18) Quando recomeça a correr o prazo prescricional relativo às obrigações do falido?


A partir do dia em que transitar em julgado a sentença do encerramento da falência.

19) O que extingue as obrigações do falido?


O pagamento de todos os créditos; o pagamento, depois de realizado todo o ativo, de
mais de cinquenta por cento dos créditos quirografários, sendo facultado ao falido o
depósito da quantia necessária para atingir essa porcentagem se para tanto não bastou a
integral liquidação do ativo; o decurso do prazo de cinco anos, contado do encerramento
da falência, se o falido não tiver sido condenado por prática de crime previsto nesta Lei; o
decurso do prazo de dez anos, contado do encerramento da falência, se o falido tiver sido
condenado por prática de crime previsto nesta Lei.

20) Quais os tipos penais previstos na Lei 11.101/05 (Lei de Falências)?


A fraude a credores; violação de sigilo empresarial; divulgação de informações falsas;
indução a erro; favorecimento de credores; desvio, ocultação ou apropriação de bens;
aquisição, recebimento ou uso ilegal de bens; habilitação ilegal de crédito; exercício ilegal
de atividade; violação de impedimento; omissão de documentos contábeis obrigatórios.

21) Em que consiste a fraude a credores? Em que casos a pena é aumentada? Em que
casos a pena é reduzida ou substituída?
Consiste em praticar, antes ou depois da sentença que decretar a falência, conceder a
recuperação judicial ou homologar a recuperação extrajudicial, ato fraudulento de que
resulte ou possa resultar prejuízo aos credores, com o fim de obter ou assegurar vantagem
indevida para si ou para outrem. A pena é aumentada quando o agente elabora
escrituração contábil ou balanço com dados inexatos; omite, na escrituração contábil ou
no balanço, lançamento que deles deveria constar, ou altera escrituração ou balanço

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verdadeiros; destrói, apaga ou corrompe dados contábeis ou negociais armazenados em


computador ou sistema informatizado; simula a composição do capital social; destrói,
oculta ou inutiliza, total ou parcialmente, os documentos de escrituração contábil
obrigatórios; ou no caso de contabilidade paralela, que se verifica quando o devedor
manteve ou movimentou recursos ou valores paralelamente à contabilidade exigida pela
legislação. Tratando-se de falência de microempresa ou de empresa de pequeno porte, e
não se constatando prática habitual de condutas fraudulentas por parte do falido, poderá
o juiz reduzir a pena de reclusão ou substituí-la pelas penas restritivas de direitos, pelas de
perda de bens e valores ou pelas de prestação de serviços à comunidade ou a entidades
públicas.

22) Quem incorre nas mesmas penas?


Os contadores, técnicos contábeis, auditores e outros profissionais que, de qualquer
modo, concorrerem para as condutas criminosas descritas neste artigo, na medida de sua
culpabilidade.

23) Quais as penas previstas ao crime de fraude a credores?


Reclusão, de três a seis anos, e multa. Aumenta-se a pena de um sexto a um terço, se o
agente elabora escrituração contábil ou balanço com dados inexatos; omite, na
escrituração contábil ou no balanço, lançamento que deles deveria constar, ou altera
escrituração ou balanço verdadeiros; destrói, apaga ou corrompe dados contábeis ou
negociais armazenados em computador ou sistema informatizado; simula a composição do
capital social; destrói, oculta ou inutiliza, total ou parcialmente, os documentos de
escrituração contábil obrigatórios. No caso de contabilidade paralela, a pena é aumentada
de um terço até metade.

24) Em que consiste a violação de sigilo empresarial?


Consiste em violar, explorar ou divulgar, sem justa causa, sigilo empresarial ou dados
confidenciais sobre operações ou serviços, contribuindo para a condução do devedor a
estado de inviabilidade econômica ou financeira.

25) Quais as penas previstas ao crime de violação de sigilo empresarial?


Reclusão, de dois a quatro anos, e multa.

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26) Em que consiste a divulgação de informações falsas?


Consiste em divulgar ou propalar, por qualquer meio, informação falsa sobre devedor em
recuperação judicial, com o fim de levá-lo à falência ou de obter vantagem.

27) Quais as penas previstas ao crime de divulgação de informações falsas?


Reclusão, de dois a quatro anos, e multa.

28) Em que consiste a indução a erro?


Consiste em sonegar ou omitir informações ou prestar informações falsas no processo de
falência, de recuperação judicial ou de recuperação extrajudicial, com o fim de induzir a
erro o juiz, o Ministério Público, os credores, a assembleia-geral de credores, o Comitê ou
o administrador judicial.

29) Quais as penas previstas ao crime de indução a erro?


Reclusão, de dois a quatro anos, e multa.

30) Em que consiste a favorecimento de credores?


Consiste em praticar, antes ou depois da sentença que decretar a falência, conceder a
recuperação judicial ou homologar plano de recuperação extrajudicial, ato de disposição
ou oneração patrimonial ou gerador de obrigação, destinado a favorecer um ou mais
credores em prejuízo dos demais.

31) Quais as penas previstas ao crime de favorecimento de credores?


Reclusão, de dois a cinco anos, e multa.

32) Em que consiste o desvio, ocultação ou apropriação de bens?


Consiste em apropriar-se, desviar ou ocultar bens pertencentes ao devedor sob
recuperação judicial ou à massa falida, inclusive por meio da aquisição por interposta
pessoa.

33) Quais as penas previstas ao crime de desvio, ocultação ou apropriação de bens?

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Reclusão, de dois a quatro anos, e multa.

34) Em que consiste a aquisição, recebimento ou uso ilegal de bens?


Consiste em adquirir, receber, usar, ilicitamente, bem que sabe pertencer à massa falida
ou influir para que terceiro, de boa-fé, o adquira, receba ou use

35) Quais as penas previstas ao crime de aquisição, recebimento ou uso ilegal de bens?
Reclusão, de dois a quatro anos, e multa.

36) Em que consiste a habilitação ilegal de crédito?


Consiste em apresentar, em falência, recuperação judicial ou recuperação extrajudicial,
relação de créditos, habilitação de créditos ou reclamação falsas, ou juntar a elas título
falso ou simulado.

37) Quais as penas previstas ao crime de habilitação ilegal de crédito?


Reclusão, de dois a quatro anos, e multa.

38) Em que consiste a exercício ilegal de atividade?


Consiste em exercer atividade para a qual foi inabilitado ou incapacitado por decisão
judicial, nos termos desta Lei.

39) Quais as penas previstas ao crime de exercício ilegal de atividade?


Reclusão, de um a quatro anos, e multa.

40) Em que consiste a violação de impedimento?


Consiste em adquirir o juiz, o representante do Ministério Público, o administrador judicial,
o gestor judicial, o perito, o avaliador, o escrivão, o oficial de justiça ou o leiloeiro, por si
ou por interposta pessoa, bens de massa falida ou de devedor em recuperação judicial,
ou, em relação a estes, entrar em alguma especulação de lucro, quando tenham atuado
nos respectivos processos.

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41) Quais as penas previstas ao crime de violação de impedimento?


Reclusão, de dois a quatro anos, e multa.

42) Em que consiste a omissão de documentos contábeis obrigatórios?


Consiste em deixar de elaborar, escriturar ou autenticar, antes ou depois da sentença que
decretar a falência, conceder a recuperação judicial ou homologar o plano de recuperação
extrajudicial, os documentos de escrituração contábil obrigatórios.

43) Quais as penas previstas ao crime de omissão de documentos contábeis obrigatórios?


Detenção, de um a dois anos, e multa, se o fato não constitui crime mais grave.

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LISTA DE QUESTÕES ESTRATÉGICAS


1) (CESPE /2014) Acerca da legislação falimentar em vigor, julgue o item a seguir.
Não será cabível a ação de responsabilidade do controlador por contratar diretamente com
a companhia controlada falida, em condições favorecidas, não estendidas a outros, desde
que se apure que o ativo seja suficiente para o pagamento de todos os credores.

2) (CESPE /2014) Acerca da legislação falimentar em vigor, julgue o item a seguir.


Os legitimados para a propositura da ação revocatória — o administrador judicial, qualquer
credor e o Ministério Público — têm o prazo prescricional de três anos para ajuizá-la,
contado do ajuizamento da ação falimentar.

3) (CESPE /2014) Acerca da legislação falimentar em vigor, julgue o item a seguir.


Não são passíveis de arrecadação pelo administrador judicial veículos da sociedade
limitada transportadora que estejam na posse de depositário a quem não foi paga a
retribuição combinada.

4) (CESPE /2014) Acerca da legislação falimentar em vigor, julgue o item a seguir.


Segundo a jurisprudência dominante do Superior Tribunal de Justiça, aplica-se a trava
bancária ao regime de recuperação judicial quanto à cessão fiduciária de direitos
creditórios.

5) (CESPE /2014) A respeito do direito falimentar, julgue o item que se segue.


São considerados créditos concursais e obedecerão à ordem de classificação dos créditos
as custas do processo de falência e as despesas com arrecadação, administração, realização
do ativo e distribuição do seu produto.

6) (CESPE /2014) A respeito do direito falimentar, julgue o item que se segue.


A ineficácia dos atos praticados pelo falido, a título gratuito, a partir de dois anos antes da
decretação da falência somente poderá ser decretada mediante ação própria ou
incidentalmente no curso do processo falimentar.

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7) (CESPE /2013) A respeito da recuperação de empresa e falência, julgue os itens


seguintes.
A homologação de plano de recuperação judicial aprovado pelos credores se sujeita ao
controle judicial de legalidade.

8) (CESPE /2013) A respeito da recuperação de empresa e falência, julgue os itens


seguintes.
Em razão de abuso de direito, o magistrado pode desconsiderar o voto de credores ou a
manifestação de vontade do devedor.

9) (CESPE /2014) A respeito do direito falimentar, julgue o item que se segue.


Um dos efeitos da sentença declaratória da falência é a suspensão de todas as execuções
contra o falido, inclusive as execuções fiscais fundadas em certidão da dívida ativa para
cobrança de crédito tributário, não tributário ou parafiscal.

10) (CESPE /2014) A respeito do direito falimentar, julgue o item que se segue.
Um dos deveres impostos ao falido, quando da decretação da falência, é o de não se
ausentar do lugar da falência, sem razão justificadora e autorização do juiz. Se autorizado,
deve, em todo caso, constituir com poderes para representá-lo nos atos processuais.

11. 2017 - Especialista em Regulação de Transporte (ARTESP) – Direito I


Conforme alerta Fábio Ulhôa Coelho, na obra Comentários à Nova Lei de Falências e de
Recuperação de Empresas − Lei nº 11.101, de 9/2/2005 (Editora Saraiva, p. 24/25) A crise
fatal de uma grande empresa significa o fim de postos de trabalho, desabastecimento de
produtos ou serviços, diminuição na arrecadação de impostos e, dependendo das
circunstâncias, paralisação de atividades satélites e problemas sérios para a economia
local, regional ou, até mesmo, nacional. Por isso, muitas vezes o direito se ocupa em criar
mecanismos jurídicos e judiciais de recuperação da empresa (...). No Brasil, a nova Lei de
Falências introduziu o procedimento da recuperação das empresas, em substituição à
concordata. Contudo, como bem destaca o autor, “nem todo aquele que exerce atividade
econômica empresarial encontra-se sujeito à nova Lei de Falências.” Nesse sentido, estão
excluídas do procedimento de recuperação judicial
a) as Empresas públicas e sociedades de economia mista, que também não se sujeitam à
falência.

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b) as Sociedades anônimas, eis que se submetem apenas a procedimento de liquidação


judicial.
c) a Instituição financeira, sujeita a Regime de Administração Especial Temporária − RAET,
que precede a decretação da falência.
d) a Sociedade de previdência complementar, a qual, embora não excluída da falência,
possui procedimento de recuperação específico, consistente em intervenção pelo órgão
regulador.
e) a Cooperativa de crédito, salvo se constituída na forma de sociedade de capitalização.

12. 2017 - Especialista em Regulação de Transporte (ARTESP) – Direito I


No procedimento de recuperação judicial, a Lei reserva determinadas atribuições à
Assembleia de Credores, entre as quais:
I. eleger o gestor judicial, quando do afastamento do devedor.
II. aprovar, rejeitar e revisar o plano de recuperação judicial apresentado pelo devedor.
III. aprovar a constituição do Comitê de Credores, a escolha de seus membros e sua
substituição.
IV. destituir o administrador judicial e eleger seu substituto.
Está correto o que consta APENAS em
a) I, II e III.
b) I e III.
c) II e III.
d) II e IV.
e) III e IV.

13.(2018 – FCC - SEFAZ-SC) Em relação à recuperação judicial,


a) embora a execução fiscal não se suspenda em virtude do deferimento do processamento
da recuperação judicial, os atos que importem constrição do patrimônio do devedor
devem ser analisados pelo Juízo recuperacional, a fim de garantir o princípio da
preservação da empresa.
b) a decretação da falência ou o deferimento do processamento da recuperação judicial
suspende o curso da prescrição e de todas as ações e execuções em face do devedor,

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salvo aquelas dos credores particulares do sócio solidário, que podem ser exigidas
autonomamente.
c) para requerer recuperação judicial não pode o devedor, entre outros requisitos, ter
obtido o mesmo benefício há menos de três anos e, em igual prazo, deve estar exercendo
regularmente suas atividades.
d) estão sujeitos à recuperação judicial todos os créditos existentes na data do pedido,
salvo se não vencidos ou ilíquidos.
e) as obrigações anteriores à recuperação judicial observarão as condições originalmente
contratadas ou definidas em lei, inclusive quanto aos encargos, em qualquer situação e
hipótese.

14.(2015 – FCC - TCM-RJ) Acerca da recuperação extrajudicial de empresas, é correto


afirmar que
a) é possível a homologação do plano de recuperação extrajudicial ainda que pendente
pedido de recuperação judicial anterior.
b) só é admitida nos casos em que não for cabível a recuperação judicial.
c) a homologação do plano de recuperação extrajudicial depende da adesão unânime de
todos os credores que a ele estejam sujeitos.
d) não se aplica a titulares de créditos derivados da legislação do trabalho.
e) os credores não poderão, após a distribuição do pedido de homologação do plano de
recuperação extrajudicial, em nenhuma hipótese, desistir da sua adesão a ele.

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Gabarito

1. Errado 7. Correto 13. A


2. Errado 8. Correto 14. D
3. Errado 9. Errado
4. Correto 10. Correto
5. Errado 11. A
6. Errado 12. A

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