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Fabio
Zanon
Sem papas na língua
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Curso ular
pop
o a ulas E mais:
om víde Tres cubano: tradição popular
c
Arpejos no flamenco
Folia de Reis: reino da viola caipira
Como estudar tremolos
Miguel Llobet: Canciones Catalanas
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Você na V+ Fabio Zanon
6 34
Em Pauta Mundo
38
De ouvido
42
Sete Cordas
45 48
Siderurgia Improvisação
46 50
Flamenco iniciantes
10 54 59
Retrato Como Estudar Academia
18 56 64
História Viola Caipira Coda
Rosimary Parra
Sensacional, muito top! (Itamar Gavao,
no vídeo de Rosimary Parra em nosso
canal do Youtube)
Flamenco
Parabéns pelos ensinamentos Flavio!
(mjkrisiun no vídeo de Flavio Rodrigues
em nosso canal do Youtube)
4 • VIOLÃO+
você na violão+
VIOLA
A viola pode ser universal.
É sobre este parâmetro
que Junior da Violla
apresenta seu recital de
viola caipira instrumental
desde 1999. Músicas de
diversos estilos musicais
como o rock dos Beatles
PARA QUALQUER ESTILO em “Norwegian Wood”, o
baião de Luiz Gonzaga em
“Asa Branca”, o erudito em
“Trenzinho do Caipira” e o
blues de Robert Johnson,
entre outros estilos,
são apresentados com
harmonia junto aos grandes
clássicos da música caipira
como “Tristezas do Jeca”,
“Luzeiro” e composições
próprias como “Trilha Nova”
ou “Violando Conceitos”.
Músico profissional com 20
anos de carreira, Junior Da
Violla há 15 anos dedica-se
ao ensino de viola caipira
em São Paulo e via Skype.
Vencedor de 2 Prêmios
Rozini de Excelência na
Viola Caipira em 2010
como professor e 2013
como violeiro, endorser
das duas maiores marcas
relacionadas à viola no
Brasil - a Rozini e a Giannini
(cordas), atualmente é
o maior divulgador das
antigas violas de 12 cordas
fabricadas até meados do
século passado por fábricas
como Giannini e Casa Lira.
(www.juniordaviolla.com.br)
VIOLÃO+ • 5
EM PAUTA
6 • VIOLÃO+
EM PAUTA
BOA CAUSA
A cantora Katy Perry decidiu doar um
violão cravejado de cristais Swarovski,
criado especialmente para a “Prismatic
World Tour”, para a fundação Clara
Lionel, criada pela amiga Rihanna,
que tem como objetivo “ajudar a quem
precisa”. A instituição existe desde 2012,
funciona em Barbados e foi idealizada
em homenagem à avó de sua criadora,
oferecendo programas de saúde,
TRADIÇÃO
educação, arte e cultura. O violão,
personalizado e autografado, alcançou
o valor de mais de 12 mil reais.
VIOLÃO+ • 7
EM PAUTA
Quase lá
disse para guardá-lo porque poderia
“valer alguma coisa um dia”. O astro
havia usado o violão personalizado na
maioria de seus shows entre 1971 e 1975
O violão preto Gibson Ebony Dove e no documentário Elvis on Tour. O fã
que Elvis Presley tocou em seu mais de sorte guardou a relíquia em um cofre
famoso show, Aloha From Hawaii, de banco e já havia recusado ofertas
em 1973, foi colocado em leilão. Mike por ela, mas agora decidiu vendê-la. O
Harris, que estava na primeira fila de instrumento, no entanto, não conseguiu
uma apresentação em 1975, recebeu o alcançar o mínimo de US$ 300 mil: o
instrumento do próprio Rei do Rock que lance mais alto foi US$ 270 mil.
8 • VIOLÃO+
EM PAUTA
ESSÊNCIA
Em Voz e Violão — No Recreio, Vol. 1, o primeiro
álbum de sua carreira em formato acústico, o
cantor e compositor Nando Reis registra 14 faixas
tocadas de maneira despretensiosa e próxima
do público, com composições regravadas por
Skank, Cassia Eller e Marisa Monte. “É um retorno
das minhas músicas à sua condição original,
porque voz e violão é a forma como começo a
tocar”, conta o músico. “Acabo me aproximando
mais delas em sua essência”, explica. Em seu
novo registro, ao vivo, o ex-Titãs sobe ao palco
sozinho, sem muitas pretensões e da maneira
mais informal possível.
© Rita Perran
Arthur Nestrovski
Voltas
que a
vida dá
10 • VIOLÃO+
RETRATO
VIOLÃO+ • 11
RETRATO
muito mesmo, por uns oito anos. Depois
consegui uma vaga para formação
superior na Inglaterra. Voltei ao Brasil,
fiquei alguns anos por aqui, e continuei
minha formação nos Estados Unidos.
VIOLÃO+ • 13
RETRATO
marcada, para preparar o show. Ali, era profissional é diferente de tocar em casa,
uma coisa muito especial, porque, na mas já havia confiança em mim mesmo,
época, eu não era músico profissional, e como músico, de achar que era bom o
os outros eram. Era o momento em que suficiente para fazer aquilo. Ninguém
se encontravam para tocar as próprias esperava que eu fizesse mais. As pessoas
músicas e clássicos da MPB, que não estavam me chamando para fazer o que
entrariam em repertório de shows, mas eu já sabia, o que já fazia com eles, só que
que gostavam muito. de forma mais sistemática, no palco. Eu
não teria dado o salto profissional que dei
Isso te ajudou a entrar em forma para e nem mudado de vida se não tivessem
tocar profissionalmente? acontecido aqueles encontros.
Eu estudava que nem louco. Os caras que
vinham eram um melhor que o outro. Eu era E a PUC? Como ficou nessa época?
um professor universitário, editor, crítico A PUC ofereceu um plano de demissão
musical… Ficava estudando, botando um voluntária, tudo o que eu precisava para
monte de músicas na memória para não dar uma guinada na vida, me dedicar
passar vergonha. Ao mesmo tempo, dizia: profissionalmente à música e ao violão.
“não tenho obrigação nenhuma, quem Apertei o botão e fui embora.
têm são eles, os profissionais; qualquer
coisa que eu fizer está ótimo” (risos). Só Você tem trabalhos instrumentais de
que isso foi ganhando importância. Fui violão solo, com arranjos de grandes
me preparando para os saraus e isso foi compositores da MPB. Quais critérios
me dando intimidade musical com esses possui para fazer arranjos?
músicos, naturalidade, espontaneidade, Depende da música. Em geral tiro de ouvido
segurança, confiança. Quando veio o e toco muito, muito mesmo. Leio a letra,
primeiro convite, da Jussara Silveira, eu já imagino algo que combine, que marque
estava pronto. Já tinha feito um doutorado o arranjo como único. Às vezes, não rola
de mais ou menos três anos tocando em uma boa ideia, aí fica para um momento
casa. No fim das contas, iria tocar com em que surja um bom caminho. Depende
as mesmas pessoas, só que em outra do que está proposto. Por exemplo,
circunstância. Claro que tocar em um show tenho os CDs com as músicas do Chico
Buarque e do Tom Jobim. Acho o violão
o melhor instrumento para apresentar a
música deles, como se fosse uma lupa, na
essência, riqueza, sutileza de detalhes,
o artesanato da composição, que muitas
vezes acaba não aparecendo por conta
dos lindos (ou não tão lindos) arranjos
que as músicas recebem. Muito do que
é extraordinário em termos de invenção
melódica, harmônica e formal na obra
desses fantásticos compositores passa
14 • VIOLÃO+
RETRATO
A voz do violão
O título da canção de Francisco Alves e Horácio Campos, “A Voz do
Violão”, pode bem representar a ideia que se tem ao ouvir Dilermando
Reis em suas interpretações: seu violão canta cada nota com muita
expressão e com todo o lirismo dos cantores de seu tempo
Referências bibliográficas
NOGUEIRA, Genésio. Dilermando Reis, sua majestade o violão. Rio de Janeiro, 2000. Edição particular.
TABORDA, Márcia. Violão e identidade nacional. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011.
Sites
DICIONÁRIO CRAVO ALBIN DA MÚSICA POPULAR BRASILEIRA
www.dicionariompb.com.br
ACERVO DIGITAL DO VIOLÃO BRASILEIRO
www.violaobrasileiro.com
Rosimary Parra
Violonista com mestrado em Música pela Universidade Estadual Paulista (UNESP). Professora de violão clássico na
Fundação das Artes de São Caetano do Sul (FASCS).
20 • VIOLÃO+
CD-60 CE
CLASSIC DESIGN SERIES
/FenderBrasil www.fender.com.br
matéria de capa
Por Luis Stelzer
VIOLÃO+ • 25
fabio zanon
conduz a um resultado musical de boa
Das aulas de Toni e Willy ficou a noção
qualidade. O problema é que para ser
de que colocar um Mi sobre um Dó não é
à prova de acidentes, ao menos para
simplesmente combinar duas frequências
nós, reles mortais, que não temos uma
matematicamente relacionadas. Cada
condição psicomotora privilegiada, é
acorde, contorno melódico ou decisão
preciso limitar o repertório, se dedicar
formal estão imbricados com uma
a uma quantidade de repetição e
bagagem cultural e filosófica que reflete
quebra-pedra que, frequentemente, me
a trajetória do senso estético desde os
aborrece. Quando vejo colegas tocando
tempos bíblicos e da cultura grega. Talvez
o mesmo programa que tocaram em
essa seja a resposta para sua pergunta.
um concurso em 1991, nem sei o que
pensar. Para pessoas com habilidade
Como é a experiência de se preparar
normal, a maneira de se preparar para
para uma competição musical?
um concurso é a mesma de um programa
Essa é a principal fronteira pessoal que
normal de concerto, só que com prazo,
tenho de transpor todo dia. Não é fácil
com mais foco e repertório limitado. O
manter o tipo de disciplina que uma
grande problema é que, em um concurso,
pessoa com habilidade normal precisa
a situação é bem diferente de um recital.
para garantir constância técnica. Gosto
Há a relação de comparação, que pode
de experimentar, ler coisas novas, fazer
desestruturar psicologicamente. Pode
música de câmara, ler ficção, assistir a
bater uma ansiedade fora do normal.
filmes antigos, pegar uma praia, levar
Muitas vezes, as provas duram 5 ou 10
uma vida mais ou menos normal. E
minutos e você tem de fazer uma espécie
tocar sem errar não é muito compatível
de “se vira nos 30”. E para isso dar
com isso. E tem uma baita influência no
certo, a música tem de se tocar sozinha,
resultado de um concurso! O curioso é
praticamente. Tive um primeiro prêmio
que minha técnica foi desenvolvida com
no concurso Pittaluga (1998), na Itália, e
muita dedicação, em longo prazo, com
uma infinidade de segundos ou terceiros
paciência. Acredito que, quando estou
prêmios nos mais variados concursos que
bem preparado, é uma técnica fina, que
você possa imaginar, em um período de
três ou quatro anos. Raramente ficava fora
de uma final, mas sempre alguma coisa
me tirava o primeiro prêmio. Os jurados
vinham comentar ao fim do concurso,
gente que eu respeitava, dizendo que
musicalmente tudo era convincente, mas
que eu tinha esbarrado ou algo desse
tipo. Em 1996, decidi que isso não ia mais
acontecer. Foi uma mudança de atitude
mental parecida com parar de fumar:
você desliga um botão na sua cabeça.
A informação sobre como se preparar
26 • VIOLÃO+
fabio zanon
VIOLÃO+ • 29
fabio zanon
VIOLÃO+ • 33
mundo Por Luisa Fernanda Hinojosa Streber
Breve história
Os instrumentos de corda chegaram
a Cuba junto com os espanhóis. Os Cuba: músicos de rua liderados pelo tresero
VIOLÃO+ • 35
mundo
chamadas “Sones”, nasceram entre a
classe creole no final do século 19 e início
do 20. Nelas, destacava-se o som de um
instrumento de corda que tocava uma
frase repetitiva de quatro compassos,
chamada “montuno” (de montanha). Os
conjuntos musicais formavam-se por seis
ou sete componentes, com um violão,
um tres, maracas, claves, bongôs, um
segundo violão e uma botija (garrafa).
Mesmo com o instrumento proibido
em casas de família até os anos 1920,
existiram grandes treseros (tocadores
de tres), todos surgidos do povo, como
o grande Nené Manfungás e Carlos
Godínez, do Sexteto da Habanero.
Manfungás veio dos campos de
Baracoa, trazendo o Son em sua forma
mais primitiva por volta dos anos 1880.
Existiram grandes figuras, como Arsenio
Rodríguez e Isaac Oviedo, mas é a 1.-sol/SOL do/do Mi/mi
Ignacio Piñeiro que se atribui a prática 2.- sol/SOL do/do mi/mi
de converter o Son Cubano para músicas Menos usual, mas também usado:
de salão, para dançar. 3.- SOL/sol do/do mi/mi
4.- SOL/sol DO/do MI/mi
Afinação e cordas
O tres possui seis cordas metálicas
afinadas em duplas. A afinação mais
comum é em Dó Maior, do agudo ao grave
Curiosidade
(Sol, Dó, Mi), porém, frequentemente, Existe um violão tres, uma adaptação
se coloca um capo no segundo traste, do violão tradicional, com mastim
elevando a afinação para Ré Maior (Lá, metálico para suportar a tensão das
Ré, Fá#). Os camponeses usam afinações cordas de aço.
específicas para tocar o “Punto Cubano”,
“Trasportáo al medio”, que consiste em
Fá, Do#, Fá# e “afinación al dos”, em
Fá, Ré, Sol. As cordas podem estar em
uníssono ou oitavadas, dependendo da
preferência do músico. As cordas graves
(entorchadas) são escritas com letras
maiúsculas nas configurações mais
utilizadas.
36 • VIOLÃO+
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VIOLÃO+ • 37
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Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si Dó
Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si Dó
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Mi Fá e Si Dó
½ ½
Exercício 2
Trata-se de um exercício igual ao Número 1, porém será
inserida a forma harmônica em alguns itens. Como o
exercício contém dois intervalos em cada item, devemos
escrever, se for o caso: item) u/8 harm
Nota base
40 • VIOLÃO+
de ouvido
Os intervalos e a classificação por qualidade
Qualidade do intervalo é o atributo diferencial entre duas
quantidades de intervalo iguais. Vamos isolar os intervalos
de segunda de Dó 3 da tabela acima.
• 2M e 2m;
• 2# e 2b;
• #2 e b2 – a cifra mais consagrada no mundo inteiro.
Exercício 3
Escreva o que ouve em cada item. Cada um contém
dois intervalos tocados ao piano na forma melódica,
consecutivamente.
VIOLÃO+ • 41
sete cordas
Escala Diatônica
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Escala Diatônica
Pode-se definir a escala musical como uma série ordenada
de sons ascendentes ou descendentes. Contudo, a escala
diatônica é formada por sete notas diferentes, separadas
por intervalos de tons e semitons – denominados graus da
escala e identificados por algarismos romanos. A palavra
‘diatônico’ vem do grego, diaton, que significa o intervalo
que separa duas notas conjuntas não cromáticas.
É importante ter consciência de que toda escala maior
possui uma escala menor equivalente, chamada de escala
menor relativa. Tais escalas são formadas pelas mesmas
notas, porém partem de tônicas diferentes, sendo que
a escala menor relativa parte sempre do sexto grau da
escala maior.
As escalas maiores e menores dão origem às tonalidades,
e, por sua vez, as escalas maiores e menores relativas
dão origem aos chamados tons relativos.
Vejamos abaixo a estrutura das escalas de Dó maior e Lá
menor (natural):
Dó Maior
Graus
Lá menor (natural)
Graus
VIOLÃO+ • 43
sete cordas
Apesar de nossa proposta estar relacionada a conteúdos
mais aplicados na prática, já deu para notar que não vai
ter como fugir muito da teoria certo?
Agora, vamos verificar algumas sugestões de digitação
das escalas de Dó Maior e Lá menor natural nas cinco
regiões do braço do violão. A intenção é “mapear” o braço
do instrumento, assimilando todas as notas que fazem parte
da escala em cada uma das regiões, buscando memorizar
a localização das tônicas!
Observações
• as “bolinhas” pretas indicam as casas onde as notas
devem ser pressionadas;
• as “bolinhas” brancas indicam as notas que estão em
cordas soltas no primeiro diagrama;
• as tônicas, indicadas com a letra “T”, referem-se à nota Dó;
• os algarismos romanos, à esquerda dos diagramas,
indicam as casas na escala do instrumento;
Verifiquem no vídeo as sugestões de exercícios para
praticar as escalas.
44 • VIOLÃO+
siderurgia
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Esquema rítmico
46 • VIOLÃO+
f lamenco
#FicaAdica
Fantasía Flamenca de
Paco de Lucía
(1969)
Paco de Lucía / Esteban
de Sanlúcar
Acorde Maj7
Alex Lameira
Caros leitores de Violão+, seguiremos falando sobre os www.alexlameira.com.br
pilares dos fundamentos da improvisação:
• Audição;
• Consciência;
• Motora.
48 • VIOLÃO+
fundamentos da improvisação
Depois desse trabalho, sempre com o gravador ou pedal
de loop tocando o acorde, comece a tocar o que você está
cantando. Faça pequenas frases e toque em seguida. Para
isso, vale a pena tocar os graus da escala, sentindo como
cada um soa dentro do acorde para ficar preparado.
Seguem os desenhos no braço do instrumento, por intervalos,
para que, auditivamente, seus dedos reconheçam cada
“lugar” da escala. Lembre-se:
• Sexta corda na linha superior;
• Primeira corda na linha inferior.
Apesar de os desenhos se mostrarem como o contrário da
tablatura, apresentam a posição como se toca o instrumento.
Seguem cinco padrões que devem ser estudados bem
devagar e com o acorde soando ao fundo. Siga pela ordem
a partir de onde a tônica está posicionada.
VIOLÃO+ • 49
iniciantes
Novos exercícios
Vamos aos novos exercícios, que devem ser incorporados
aos já dados e conhecidos por vocês:
1) Mão direita. Arpejos sugeridos sobre os acordes Am
(Lá menor) e Em (Mi menor), com atenção ao baixo, que
vai alternar/variar de cordas. Executem e experimentem
também sobre as outras sequências de acordes.
50 • VIOLÃO+
iniciantes
Exercícios de Sensibilização; Toque frontal ao braço do instrumento; Manter os dedos presos o maior
tempo possível, procurando sempre o relaxamento; Tocar lentamente.
52 • VIOLÃO+
iniciantes
Nesta edição, aprenderemos uma sequência de acordes
em uma estrutura de blues de 12 compassos. Repita a
sequência três vezes (ritornelo) e, na quarta, vá para o
último compasso e encerre.
VIOLÃO+ • 53
como estudar
Tremolo
Breno Chaves
O tremolo é um dos fundamentos da técnica violonística que brechaves@gmail.com
Tipos
Existem, basicamente, dois tipos de tremolo: o de quatro notas,
amplamente utilizado no repertório clássico, e o de cinco notas,
utilizado no violão flamenco.
Para obter um bom tremolo, alguns aspectos devem ser
considerados:
• Equilíbrio rítmico e dinâmico entre as notas que serão
executadas pelos dedos anular, médio e indicador;
• Alternância entre as cordas;
• Equilíbrio entre o tremolo e as notas tocadas pelo polegar.
No primeiro item, cada nota deve ser tocada com a mesma
intensidade (volume), timbre e equilíbrio rítmico. No segundo,
o tremolo pode alternar da primeira para a segunda ou terceira
corda sem que haja alteração no equilíbrio rítmico entre os
dedos. No terceiro caso, geralmente o polegar executa notas
em segundo plano, salvo quando existe alguma linha melódica
na linha dos baixos.
54 • VIOLÃO+
como estudar
Tremolo – cordas alternadas
VIOLÃO+ • 55
VIOLA caipira
56 • VIOLÃO+
VIOLA caipira
dentro das igrejas por deturparem as histórias bíblicas,
continuando a existir nas reduções, nas praças, nas
ruas, a cargo dos fieis.
Como as passagens bíblicas muitas vezes são sucintas
e vagas, a criatividade popular acrescentou novos
elementos às narrativas, o que descontentou o clero.
Se por um lado deturparam a “história oficial”, por outro
trouxeram elementos novos, que reinventaram o mito
bíblico, mantendo viva até os dias de hoje a encenação
da história do nascimento de Jesus.
Para o povo da roça, a Folia de Reis é um dos festejos
mais importantes do ciclo natalino, que costuma ter
início no dia 25 de dezembro e ir até 6 de janeiro. Os
folgazões vão em cortejo, de casa em casa, anunciando
a boa nova – precedidos pelo foguetório, seguidos
pela Bandeira e pelos Bastiões (palhaços), que pedem
esmolas e animam/assustam as crianças.
As músicas das folias de Reis são grandes narrativas
cantadas ao som de violas, violões, cavaquinhos,
pandeiros, caixas, triângulos. Essas narrativas recontam
a história da viagem e do encontro dos magos com o
menino Jesus. Os versos são improvisados pelo folião
embaixador ou decorados a partir de um livro com versos
anotados anteriormente. Há muitas variações e momentos
diferentes dentro de uma saída (ou giro) de folia, mas o
que se percebe é que o mestre (ou embaixador) puxa
um verso que depois é repetido por todos os foliões,
terminando numa soma de vozes que se misturam em
alturas diferentes – inclusive vozes muito finas (agudas),
às vezes entoadas pelos homens, que dão um arremate
solene aos versos cantados. Existem ainda muitos
detalhes, que nem caberiam neste modesto texto.
As folias encantam e inspiram músicos e violeiros que
recolheram e adaptaram toadas (cantos) de folias de
domínio público, tornando-as conhecidas, como “Cálix
Bento”, recolhida por Tavinho Moura e gravada por
Milton Nascimento, Maria Bethânia, Pena Branca &
Xavantinho, Ney Matogrosso... Muitos violeiros também
compõem músicas inspiradas nas Folias de Reis, como
“Noite dos Sinos”, no disco “Ar”, recém-lançado pelos
parceiros Almir Sater e Renato Teixeira. Segue a letra
com a harmonia cifrada:
VIOLÃO+ • 57
VIOLA caipira
(E)
Senhora dona da casa a bandeira passou
Todo ano ela passa cantando em louvor
A
Porque sempre ela chega e sempre chegou
No dia da graça do Nosso Senhor
E
A bandeira chegou, chegou, chegou
A
São as cores das fitas são os cantadores
Viola ponteia os nossos louvores
E
O povo da roça chegou, chegou
B7 A E
E hoje é dia de Reis, dia de Reis, dia de Reis
58 • VIOLÃO+
academia Por Dagma Eid
Miguel Llobet:
Canciones Catalanas
para violão (1899-1927)
O sentido musical que Llobet confere ao som do violão supera as
dimensões formais das obras para o instrumento solista de seu
tempo, pois seguiu os passos de seu mestre, Francisco Tárrega, a
quem é atribuída a criação de uma escola violonística, mas, como
discípulo, elevou os ensinamentos que recebeu, principalmente no
que diz respeito à concepção sonora e experimentação de timbres
62 • VIOLÃO+
academia
Com as Canciones Catalanas, Llobet que recebeu, principalmente no que
iniciou uma espécie de tratamento da diz respeito à concepção sonora e
música folclórica que não existia no experimentação de timbres.
repertório violonístico, voltado para A coleção das Canciones Catalanas
transcrições de obras clássicas, fantasias merece ter status de obras originais.
e pot-pourri que exploravam temas de Muito além de meros arranjos para
óperas famosas, ampliando assim o violão, foram um marco na literatura do
repertório da época, além de influenciar século XX. A música que recorre a tais
outros compositores a escreverem para temas ficou registrada na história do
violão. Llobet explorou temas populares instrumento, no entanto os violonistas,
antigos de forma inusitada, modernizando- em geral, não identificam a sua origem
os e tornando-os extremamente e não conhecem o texto original das
importantes para o instrumento entrar canções catalãs encontradas na
numa nova fase idiomática. música antiga. Conhecer o texto de
O sentido musical que Llobet confere tais melodias contribui para formar
ao som do violão supera as dimensões uma ideia mais completa do contexto
formais das obras para o instrumento folclórico onde música e poesia
solista de seu tempo. De fato, Llobet despontam juntas. Portanto, a pesquisa
seguiu os passos de seu mestre, das letras e sua tradução visa oferecer
Francisco Tárrega, a quem é atribuída a elementos para melhor compreensão
criação de uma escola violonística, mas, e interpretação dos temas explorados
como discípulo, elevou os ensinamentos por Miguel Llobet.
Referências bibliográficas
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TONAZZI, B. Miguel Llobet, chitarrista dell´Impressionismo. Ancona: Bérben, 1966.
Dagma Eid
Iniciou seus estudos musicais em 1981 no Conservatório de Tatuí. É bacharel em Violão pela Universidade
Estadual Paulista (Unesp) e mestre em Música pela Universidade de São Paulo (USP) com pesquisa sobre as
canções catalãs do violonista Miguel Llobet. Complementando sua formação em instrumentos de cordas
dedilhadas, estudou alaúde, arquialaúde, guitarra barroca e vihuela e participou de festivais e cursos de
extensão universitária no Brasil e no exterior. Premiada em concursos nacionais, realiza intensa atividade
na área de música de câmara, integrando duetos, trios, cameratas de violões, grupos de música antiga e
outras formações. Gravou os CDs “Vê se te agrada” e “Octopus convida”. Atualmente, é professora de
violão, cordas dedilhadas históricas e música de câmara no Conservatório de Tatuí.
VIOLÃO+ • 63
coda
VIOLÃO+ • 65