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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

ENGENHARIA DE EXPLORAÇÃO E PRODUÇÃO DE PETRÓLEO

DOCENTE: EDINALDO TEIXEIRA

DISPLINA: FISICA II

JANYNNA THAIANE DA SILVA FARIAS

A TEORIA CINÉTICA DOS GASES

SALINÓPOLIS
2021
De acordo com a teoria cinética dos gases um gás ideal é constituído por um
grande número de pequenas partículas (átomos ou moléculas), que estão em constante e
aleatório movimento. Essas partículas que se deslocam rapidamente
e colidem constantemente umas com as outras e com as paredes do recipiente que
contém o gás. O volume ocupado pelo gás é muito maior do que a soma dos volumes
das partículas, de modo que a magnitude das forças intermoleculares é muito
pequena. Nesse modelo teórico, pelo fato de encontrarmos um número muito grande de
partículas por unidade de volume, existem hipóteses impostas que representam o que
deve acontecer, em média, com as partículas do gás.

1. O NÚMERO DE AVOGADRO

Um "mole" de qualquer substância é definido como a quantidade contida em uma


massa igual a massa molar desta substância. O mole de qualquer substância contém o
mesmo número de átomos (ou moléculas). Isto é conhecido como o Número de
23
Avogadro N A =6,02× 10 atomos/mol .

O número de mols n contidos em uma amostra de qualquer sustância é igual a razão


entre o número de moléculas N da amostra e o número de moléculas N A em 1 mol:

N
n=
NA

Podemos calcular o número de mols n em uma amostra a partir da massa da amostra


M am dividido pela massa molar M ou da massa molecular m.

M am M am
n= =
M mNA

2. GASES IDEAIS

Experimentalmente verificou que se 1 mole de qualquer gás for colocado nuns


recipientes com o mesmo volume V e se mantida à temperatura T , eles apresentarão
aproximadamente a mesma pressão p. As diferenças na pressão irão desaparecer se
quanto menor for a densidade do gás que for utilizado. Outras experiências mostraram
que todos os gases a baixa densidade obedecer à equação:
pV =nRT

em que p é a pressão absoluta (e não a manométrica), n é o número de mols do gás e T


é a temperatura em kelvins. O fator R é chamado de constante dos gases ideais e
possui o mesmo valor para todos os gases: R=8,31 J /mol . K .

Por outro lado, se ao invés de moles estivermos usando o número de moléculas, a


equação tomará a forma. A equação é conhecida como o "lei do gás ideal". A constante
R pode ser expressa como:

R=k N A

Onde k é chamado a constante de Boltzmann e é igual a 1,38 ×10−23 J / K . Se


substituirmos R como n na lei do gás ideal temos a forma equivalente:

pV =N k T

Onde N é o número de moléculas ou átomo de um gás. A equação acima é chamada “Lei


dos Gases Ideais”. Deve-se observar que a equação acima poderá ser considerada válida para
gases reais desde que a temperatura não seja muito baixa e a pressão, não muito elevada.

2.1. Trabalho realizado por um gás à temperatura constante

Vamos considerar um sistema em contato com um reservatório térmico. Nessas


condições esse sistema pode sofrer mudanças de pressão e volume o vai por uma
expansão isotérmica a partir do volume V i a um volume V f , mas manterá sempre a
temperatura constante T , que é a temperatura do reservatório térmico. O trabalho W
feito pelo gás ideal é dada pela equação:

Vf

W =∫ p dV
Vi

Mas como o gás é ideal e a temperatura é mantida constante ao logo da


transformação, temos que:

Vf
nRT
W =∫ dV
Vi
V
Vf
dV
W =nRT ∫
Vi
V

W =nRT ¿

Vf
W =nRT ln
Vi

2.2. Trabalho realizado por um gás ideal a volume constante

A equação acima não permite calcular o trabalho W realizado por um gás ideal em
qualquer processo termodinâmico, só pode ser usada quando a temperatura é mantida
constante. Se a temperatura varia T não pode ser colocada do lado de fora do sinal de
integração. Entretanto, podemos sempre voltar para determinar O trabalho W realizado
por um gás ideal durante qualquer processo, como os processos a volume constante e à
pressão constante. Se O volume do gás é constante, temos o W trabalho como:

W =∫ p dV =0

Se, em vez disso, o volume varia enquanto a pressão p do gás é mantida constante,
assim temos:

W =p ( V f −V i )= p ∆ V

3. PRESSÃO, TEMPERATURA E VELOCIDADE MÉDIA AO QUADRADO

Figura 1: Uma caixa cúbica de aresta L contendo n mols de um gás ideal. Uma molécula de
massa m e velocidade ⃗v está prestes a colidir com a parede sombreada de área L2. É mostrada
também uma reta perpendicular a essa parede.
Considere a molécula de massa m movendo no interior de um recipiente de
dimensões L × L× L como mostrado na figura, seguimos o movimento da molécula ao
longo do eixo x . A molécula atravessa as paredes com intervalo de tempo entre colisões,
dada por:

2L
∆ t=
vx

Como estamos supondo que as colisões das moléculas com as paredes elásticas,
quando a molécula colide com a parede, a única componente de velocidade que muda é
a componente x , que troca de sinal. Isso significa que a única componente do momento
que muda é a componente x que sofre uma variação:

∆ p x =(−m v x )−( m v x ) =−2 m v x

A taxa média com a qual o momento é transmitido para a parede sombreada é


dada por:

2
∆ px 2 mv x m v x
= =
∆t 2L L
vx

De acordo com a segunda Lei de Newton ⃗


F =dp /dt a taxa com a qual o momento
e transferido para a parede e a força que age sobre a parede. Assim a pressão que é
exercida pelas moléculas na parede é dada por:

2 2 2
Fx mv x 1 /L+m v x2 / L+…+ mv x N /L
p= 2
= 2
L L

p=
( mL )( v
3
2
x1 + v 2x 2+ …+ v2x N )

A raiz quadrática média para v x é definida como:

¿¿

N ¿¿

Assim, a pressão do gás:


Nm
p= ¿¿
L3

Para cada molécula a velocidade é v 2=v 2x + v 2y +v 2z , O valor médio das três


componentes é igual, assim:

v2
v 2x =
3

Assim,

p=nM ¿ ¿ ¿

Esta equação diz-nos como a pressão do gás depende da velocidade das


moléculas de gás. A raiz quadrada de v 2méd é conhecida como velocidade média
quadrática das moléculas v rms. Para calcular essa velocidade elevamos a velocidade das
moléculas ao quadrado conseguindo a média e tirando a raiz, escrevendo:

nM v 2rms
p=
3V

Resolvendo esta equação para v rms, temos:

v rms=
√ 3 pV
nM

Combinando com a lei dos gases ideais,

v rms=
√ 3 nRT
nM
=
3 RT
M √
4. ENERCIA CINETICA DE TRANSLAÇÃO

A energia cinética de uma molécula de gás:

1 2
k= m v
2

Sua energia cinética média:


1
k méd= m¿
2

Assim,

k méd= ( 12 m)( 3MRT )= 32 RT


N A

Nos finalmente temos que:

3KT
k méd=
2

Em uma temperatura T todas as moléculas de gás ideais, não importa qual a sua
massa, terão a mesma energia cinética média de translação. Se medimos a temperatura
de um gás, saberemos quais são também a sua energia cinética média das suas
moléculas.

5. LIVRE CAMINHO MEDIO

O livre caminho médio λ de uma molécula em um gás é a distância média


percorrida pela molécula entre duas colisões sucessivas e é dado por:

1
λ=
√2 π d 2 N /V

Onde N /V é o número de moléculas por unidade de volume e d é o diâmetro da


molécula.

6. A DISTRIBUIÇÃO DE VELOCIDADE DAS MOLÉCULAS

A raiz quadrada velocidade média v rms dá uma ideia geral das velocidades
moleculares, a uma temperatura T . Informação mais completas é dada pela lei de
distribuição da velocidade de Maxwell,

( )
3/ 2
M 2
2 − M v / 2 RT
P ( v )=4 π v e
2 πRT

Nesta equação M é a massa molar, R é a constante dos gases ideais, T é a


temperatura e v é a velocidade molecular. A grandeza P ( v ) é uma função distribuição de
probabilidade: para uma dada velocidade v , o produto P ( v ) dv é a fração de moléculas
cuja velocidade está no intervalo dv no entorno de v .

essa fração é igual à área de uma faixa de altura P ( v ) e largura dv . A área total sob a
curva da distribuição corresponde à fração das moléculas cujas velocidades estão entre
zero e infinito. Como todas as moléculas estão nessa categoria, o valor da área total é
igual à unidade, ou seja,

∫ P ( v ) dv=1
0

A fração (frac) de moléculas com velocidades no intervalo de V 1 a V 2, é,


portanto,

¿
V2

∫ P ( v ) dv
V1

6.1. Velocidade Média, Velocidade Média Quadrática e Velocidade Mais


Provável

A velocidade média das moléculas é dada pela integral:


v med=∫ v P ( v ) d v
0

Substituindo P(v), temos a velocidade média, dada por:

v med=
√ 8 RT
πM

A média do quadrado da velocidade, é dado pela integral:


v 2
med =∫ v 2 P ( v ) dv
0

Substituindo P(v):

3 RT
v 2med=
M
Assim temos, a velocidade média quadrática, dada por:

v r ms=
√ 3 RT
M

A velocidade mais provável

vp =
√ 2 RT
M

7. OS CALORES ESPECÍFICOS MOLARES DE UM GÁS IDEAL


7.1. Energia interna E∫ ¿¿

Considere um gás monoatômico, tais como He, Ar ou Kr. Neste caso, a energia
interna E∫ ¿¿ do gás é a soma das energias cinéticas de translação dos átomos. A energia
cinética média de translação de um único átomo depende apenas da temperatura é dado
pela equação:

3
K med = kT
2

Uma amostra do gás de n mol contém N=n N A átomos. A energia interna da


amostra de um gás é:

E
∫ ¿=( n N A ) K med =(n N A )( 32 kT ) ¿

k =R/ N A , substituindo,

E
∫ ¿= 32 nRT ¿

A energia interna de um gás ideal é uma função da temperatura do gás apenas, que
não depende de qualquer outro parâmetro.

7.2. Calor Específico Molar a Volume Constante


Considerar n mols de um gás ideal, a pressão p e temperatura T . O volume de gás é
fixado em V . Estes parâmetros definem o estado inicial do gás. Uma pequena
quantidade de calor Q é adicionado a partir do reservatório que aumenta a temperatura
para T + ∆ T e a pressão para p+∆ p levando o gás ao estado final f . O calor Q está
relacionado com a variação de temperatura ∆ T através da equação:

Q=nC v ∆ T

Onde C v é uma constante chamada calor específico molar a volume constante.


Substituindo essa expressão de Q na primeira lei da termodinâmica, temos:

∆ E∫ ¿=Q −W ¿

Obtemos:

∆ E∫ ¿=n C ∆ T −W ¿
v

Como o volume do recipiente é constante, o gás não pode se expandir, logo não
tem trabalho. W =0, teremos:

E∫ ¿
C v =∆ ¿
n∆T

Usando a variação da energia interna E∫ ¿= 3 nRT ¿ e substituindo, temos:


2

3
C v = R=12,5 J /mol . k
2

Podemos escrever a energia interna do gás da seguinte forma:

∆ E∫ ¿=n C ∆ T ¿
v

7.3. Calor Específico Molar à Pressão Constante

Supomos que nós adicionamos uma quantidade de calor T para T + ∆ T e seu volume
V de para V +∆V mantendo a pressão constante p. A partir de experimentos,
constatamos que o calor Q está relaciona o a variação de temperatura ∆ T através da
equação:
Q=nC p ∆ T

Em que C p é uma constante chamada calor específico molar à pressão constante.


Realiza trabalho. Para obter a relação entre C v e C p usamos a primeira lei da
termodinâmica:

∆ E∫ ¿=Q −W ¿

Substituímos seus valores,

p ∆ V =nC p ∆ T −n C v ∆T

Usando a lei dos gases ideais, pV =nR T ,

nR ∆T =nC p ∆ T −n C v ∆T

Assim,

C p=C v + R

8. GRAUS DE LIBERDADE E CALORES ESPECÍFICOS MOLARES

3
A equação C v = R concorda com dados experimentais de gases monoatômicos
2
(molécula com um único átomo), mas falha em gases diatômico (molécula com dois
átomos) e poliatômicos (molécula com três ou mais átomos). De acordo com esses
modelos, os três tipos de molécula podem ter movimentos de translação e movimentos
de rotação. Além disso, as moléculas diatômicas e poliatômicas podem ter movimentos
oscilatórios, com os átomos se aproximando e se afastando, como se estivessem presos
a molas.

Para explicar esses efeitos James Clerk Maxwell introduziu o teorema de


equipartição de energia, que afirma:

“Toda molécula tem um certo número f de graus de liberdade, que são formas
independente pelas quais a molécula pode armazenar energia. A cada grau de
1 1
liberdade está associado a uma energia média de kT por molécula ou RT por
2 2
mol.”
O calor molar específico correspondente é:

fR
C v= =4,16 f J /mol . k
2

f =3, para gases monatômicos, f =5 para gáses diatômicos e f =6 para gases


poliatômicos.

9. EFEITOS QUÂNTICOS

Podemos melhorar a concordância da teoria cinética dos gases com os resultados


experimentais incluindo oscilações dos átomos nos gases de moléculas diatômicas ou
poliatômicas. Os experimentos mostram, que essas oscilações ocorrem apenas em
temperaturas elevadas, ou seja, o movimento oscilatório é conectado apenas quando a
energia das moléculas do gás atinge valores relativamente altos. Os movimentos de
rotação apresentam um comportamento semelhante, só que em temperaturas mais
baixas.

A teoria quântica mostra que 2° de liberdade estão associados ao movimento de


rotação das moléculas do hidrogênio e que o movimento requer uma certa quantidade
mínima de energia. Em temperaturas baixas, as moléculas não têm energia o suficiente
para girar. Quando a temperatura passa de 80 K, primeiro poucas moléculas e depois
mais moléculas ganham energia o suficiente para girar.

Conforme, a teoria quântica mostra que o movimento oscilatório das moléculas


requer uma quantidade mínima de energia. Essa quantidade mínima não é atingida até
que as moléculas cheguei a uma temperatura por volta de 1000 K. Quando a
temperatura passar de 1000 K, as moléculas têm energia suficiente para oscilar.

10. A EXPANSÃO ADIABÁTICA DE UM GÁS IDEAL


Figura 2: O volume de um gás ideal é aumentado reduzindo o peso aplicado ao êmbolo. O
processo é adiabático (Q = O). O processo se desenvolve de i para f ao longo de uma adiabática
no diagrama p-V.

Considere o gás ideal na figura. O recipiente é bem isolado. Quando o gás


expande nenhum calor é transferido para ou a partir do gás. Este processo é chamado
adiabático. Um tal processo é indicado no p-V diagrama pela linha vermelha. O gás é
iniciado a uma pressão inicial pi volume inicial V i . Os parâmetros correspondentes
finais são pf e V f . O processo é dado pela equação:

pi V γi = pf V γf

Cp
Aqui a constante γ= , usando a lei do gás ideal pV =nRT , para eliminar p:
Cv

( nRT
V )
γ
V =constante

podemos obter a equação:

pi V γi −1 =p f V γf −1

10.1. Expansão livre

Em uma expansão livre de um gás de volume inicial V I e inicial a pressão pi é


permitido expandir em um recipiente vazio de modo que o volume final é V f e a pressão
final pf .

A uma expansão livre Q=0 porque o recipiente de gás é isolado. Além disso uma
vez que a expansão tem lugar no vácuo o trabalho líquido W =0, a primeira lei da
termodinamica prediz que ∆ E∫ ¿=0 ¿ .

O gás é assumido ser ideal não há alteração na temperatura, logo T i=T f . Usando a
lei dos gases ideais que liga o inicial com o estado final do gás obtemos a seguinte
equação:

pi V i= pf V f
11. REFERENCIAS
 HALLIDAY, D.; RESNICK, R; WALKER, J. Fundamentos da Física. 9.ed.
Rio de Janeiro: LTC, 2012. v. 2.

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