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UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL

Disciplina: Cirurgia Oral Menor II

Amanda Pietski Gomes

Ana Carolina Portes de Castro

Marina Caldas Poletto

Protocolos de Analgesia em Cirurgia: Manejo da dor Pós Exodontia

O pós-operatório é uma das etapas mais importantes para o sucesso da cirurgia e compreende o
tempo desde o término da operação até a total recuperação do paciente relativo ao ato cirúrgico.

As medidas pós-operatórias têm como finalidade minimizar o trauma causado pela operação, controlar
a dor, o edema, prevenir infecções e favorecer a evolução da ferida cirúrgica e a normalização da
função na região.

O ato cirúrgico é um trauma ao tecido, e naturalmente, provoca um processo inflamatório.

Durante a inflamação são liberados mediadores químicos que alteram a permeabilidade vascular e o
fluxo sanguíneo no local, a partir daí surgem os sinais cardinais da inflamação, destacando-se o edema,
vermelhidão e dor.

A intensidade da inflamação depende, principalmente, do tipo de cirurgia realizado: cirurgias menos


traumáticas resultam em pós-operatório mais tranquilo para o paciente.

No período pós-operatório o controle da dor, estresse e ansiedade do paciente depende do estado


emocional e psicológico, das explicações fornecidas pelo cirurgião e da sua relação com o paciente,
além das medicações prescritas.

Orientações pós-operatórias:

1- Evitar exposição ao sol, alimentos quentes e duros e esforços físicos;

2- Alimentação liquida ou pastosa e fria por, no mínimo, 48 horas;

3- Dormir com a cabeça mais elevada;

4- Escovar normalmente os dentes e língua. Cuidar com região operada.

5- Bochechos leves com anti-séptico bucal;

6- Compressas com gelo no lado externo do rosto nas primeiras 24 horas;


7- Seguir rigorosamente os horários e as medicações prescritas;

8- Febre alta , edema por mais de três dias, dor persistente ou sangramento exagerado entrar em
contato com o dentista.

Trans Operatório

Para que um pós operatório ocorra de forma favorável e esperada, devemos nos atentar durante o
trans operatório.Deve ser o mais atraumático possível, minimizando os sangramentos, processos
inflamatórios, edemas, dores e equimoses.

Cuidados no trans operatório:

- Incisão: Quando for indicado, realizar incisões relaxantes , devido a vascularização da região;

- Divulsão: Realizar a separação dos tecidos cuidadosamente;

- Aquecimento ósseo: Quando for necessário a utilização de alta rotação, sempre devemos ligar a água,
para refrigerarmos e não aquecer o osso.

- Sutura.

Laserterapia

A laserterapia está cada vez mais sendo utilizada na odontologia, e os seus principais efeitos ocorrem a
nível celular e molecular, propiciando três principais efeitos, são eles: Analgesia, Anti- inflamatório, e
cicatrizante.

Efeitos biológicos: Ocorre um crescimento e regeneração celular estimulada, por exemplo: tecido
conjuntivo, tecido ósseo, células nervosas, etc.

A analgesia ocorre devido ao aumento da microvascularização local, e a eliminação de substâncias


alógenas ( substâncias ácidas, PGE2, e demais metabólitos);

A ação anti-inflamatória e antidematosa exercida pelo laser de baixa potência ocorrem mediante a
aceleração da micro vascularização que resulta em alterações na pressão hidrostática capilar, com
reabsorção o edema e eliminação do acúmulo de metabólitos.

A nível vascular: A ação do laser de baixa potência resulta em uma estimulação e proliferação das
células endoteliais, resultando na formação de numerosos vasos ( angiogênese) e na produção de
tecido de granulação, logo, sendo importante na aceleração do processo de reparo do tecido injuriado.

A nível celular: O laser de baixa potência provoca modificações bioquímicas, bioenergéticas e biofísicas,
pois a sua absorção é caracterizada pela estimulação de fotorreceptores na mitocôndria, atuando no
aumento do metabolismo, na proliferação ,na maturação celular, na diminuição de mediadores
inflamatórios, aumentando a quantidade de tecido de granulação, induzindo a cicatrização.

A laserterapia é um coadjuvante aos procedimentos convencionais, e os seus efeitos clínicos


dependem da correta indicação o comprimento de onda, protocolos adequados, entre outros fatores
que devem ser avaliados.
Terapia medicamentosa:

Para minimizar os efeitos dolorosos ocasionados pela lesão tecidual cirúrgica, podemos lançar mão de
inúmeros fármacos e para uma boa prescrição é necessário conhecer as indicações e posologia.

Planejamento para o controle da hiperalgesia: - exodontias não complicadas ou pequenas cirurgias de


tecido mole: a resposta inflamatória é mínima, o paciente acusa apenas um certo desconforto ou dor
de intensidade leve

Intervenções cirúrgicas mais complexas, como a remoção de terceiros molares mandibulares inclusos
ou implantodônticas: respostas inflamatórias intensas, o paciente acusa hiperalgesia

No planejamento dessas intervenções, além dos analgésicos de ação periférica ou central, justifica-se o
uso de fármacos com propriedades antiinflamatórias, com o objetivo de prevenir a hiperalgesia e
controlar o edema pós-operatório.

Intervenções Analgésicas:

AINTIINFLAMATÓRIO NÃO ESTERÓIDE

A potência antiinflamatória dos AINEs varia de acordo com sua meia-vida plasmática e com a dose
empregada. Além disso, deve-se observar os possíveis efeitos colaterais e contra-indicações.

Classificação dos Aines:


Quando prescrever um AINEs:

Os AINEs são indicados para o controle da dor aguda de intensidade moderada a severa, no período
pós-operatório de intervenções odontológicas eletivas. Em termos práticos, a primeira dose é
administrada ao final do procedimento.

Duração do tratamento:

A duração do tratamento com os AINEs deve ser estabelecida por um período máximo de 48 a 72 h. Se
o paciente acusar dor intensa e exacerbação do edema após esse período, o profissional deverá
suspeitar de alguma complicação de ordem local e agendar uma nova consulta para reavaliar o quadro
clínico.

Precauções do tratamento com AINEs

● O uso concomitante de piroxicam, ibuprofeno (e provavelmente outros AINEs) com a


varfarina, um anticoagulante, pode potencializar o efeito anticoagulante desta e provocar
hemorragia.
● O uso concomitante dos AINEs com certos anti-hipertensivos pode precipitar uma elevação
brusca da pressão arterial sanguínea.
● Deve-se evitar a prescrição dos inibidores da COX a pacientes com história de infarto do
miocárdio, angina ou stents nas artérias coronárias, pelo risco aumentado de trombose,
especialmente em idosos.
● Todos os AINEs podem causar retenção de sódio e água, diminuição da taxa de filtração
glomerular e aumento da pressão arterial sanguínea, particularmente em idosos.

Principais AINEs no tratamento da dor em Odontologia

1. Ibuprofeno
I. Possuí ação antiinflamatória
II. Contraindicado para pacientes com história de gastrite ou úlcera péptica, hipertensão
arterial ou doença renal.
III. Evitar em pacientes com história de hipersensibilidade ao ácido acetilsalicílico, pelo
risco potencial de alergia cruzada.

2. Dipirona
I. É um analgésico eficaz e seguro para uso em odontologia e excelente em dor já
instalada
II. O uso da dipirona deve ser evitado nos três primeiros meses e nas últimas seis semanas
da gestação e, mesmo fora desses períodos, somente administrar em gestantes em
casos de extrema necessidade.
III. Deve ser evitada em pacientes com história de anemia ou leucopenia, embora o risco
de agranulocitose e anemia aplástica atribuído à dipirona seja baixo.

Paracetamol
IV. Analgésico seguro para uso em gestantes e lactantes.
V. Pode causar lesão hepática (evitar o uso concomitante ao ácool etílico)
VI. Contraindicado para pacientes fazendo uso contínuo da varfarina sódica, pelo risco de
aumentar o efeito anticoagulante e provocar hemorragia.

3. Paracetamol + Codeína e Tramadol


I. Ambos são prescritos no tratamento de dor moderada a intensa ou quando os
fármacos de primeira escolhas (supracitados) não surtiram o efeito esperado.
II. Devem ser utilizados com cautela em pacientes idosos, debilitados, com insuficiência
hepática ou renal, hipertrofia prostática e portadores de depressão respiratória.
III. Efeitos adversos, como náuseas e constipação intestinal, vômito, alterações de humor,
sonolência e depressão respiratória, limitam a utilização da codeína e do tramadol
em larga escala na clínica odontológica

POSOLOGIA MEDICAMENTOSA:
Referências:

Nogueira AS, Vasconcelos BC do E, Frota R, Cardoso ÁB. Orientações pós-operatórias em cirurgia bucal.
J Bras Clin Odontol Int - Edição Especial 2006: 01-06.

Peixoto, R. F., dos Santos, D. H. F., Menezes, D. de P. B., de Araújo, D. D., Peixoto, D. F., & da Silva, J. S.
P. (2011). CONTROLE DA DOR PÓS-OPERATÓRIA EM CIRURGIA ORAL: REVISÃO DE LITERATURA. Revista
Brasileira De Ciências Da Saúde, 15(4), 465-470.

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