Você está na página 1de 2

IGREJA ANGLICANA DAS AMÉRICAS OS ALICERCES DA VIDA

Alicerce 39
Tel. (19) 3329-0013 | http://anglicana.igreja.org.br | bispo@igreja.org.br
OS GRUPOS DE VIDA
(Pequenos Grupos)

“Todos os dias, no templo e de casa em casa,


não deixavam de ensinar e proclamar que Jesus é o Cristo”.
(Atos 5.42)

Introdução (d) Cada grupo de vida tem como objetivo chegar a


(a) Na igreja primitiva, havia dois ambientes para as quinze ou vinte membros e então dividir-se em dois
atividades cotidianas: o templo e as casas (Atos 5.42 ou três novos grupos, para que haja sucessiva
e 20.20; 1 Coríntios 16.19). multiplicação. Isso ocorrerá de maneira eficaz, através
a1. No templo, o povo celebrava conjun- do esforço pastoral no sentido de discipular e treinar
tamente. constantemente novos líderes.
A2. Nas casas, os cristãos estudavam a (e) No artigo “O Templo e a Casa”, publicado na edição
Palavra de Deus, evangelizavam e cada pessoa era maio-junho/1976, da revista Voz de Nova Vida, o
atendida individualmente de acordo com suas bispo Roberto ensinava que a “chave do sucesso
necessidades. de [um grupo de vida] é o seu líder. Se uma pessoa
(b) Naqueles dias, o povo de Deus em sua simpli- de capacidade espiritual e cheia de entusiasmo deseja
cidade vivia em comunhão íntima. Atos dos Apóstolos trabalhar na obra do Senhor, e se estiver disposta a
é um livro que apresenta várias narrativas de vigílias seguir uma orientação da liderança ministerial, não
de oração, refeições de confraternização e uma ação há razão porque não se formar um [grupo de vida] –
social que atendia às necessidades materiais e que será parte integrante do que o Senhor Jesus está
espirituais dos cristãos (Atos 1.14; 2.1; 2.42; 4.32-35; fazendo em sua Igreja. Encorajamos os pastores de
etc.). Este modelo de vida constituía uma verdadeira todas as igrejas locais a dar apoio e instrução, bem
comunidade. como a oferecer material adequado para estudos
(c) Com o passar dos tempos, a igreja de Cristo foi bíblicos às pessoas que têm interesse em servir ao
deixando de ser uma comunidade. A separação muito Senhor num [grupo de vida]. Quando o ‘templo’ e a
acentuada entre o clero e o povo comum, a sofis- ‘casa’ podem trabalhar juntos, são como duas mãos
ticação dos rituais e da liturgia e a supervalorização levantando fardos, ministrando a Jesus e servindo ao
do templo fizeram com que os cristãos passassem povo”.
de participantes do culto a expectadores de (f) Como o “vinho novo deve ser posto em odre novo”
programações litúrgicas. – Lucas 5.38, não só os pastores, mas todos os
crentes são chamados a participar desta ação do
1. Os pequenos grupos ou células Espírito Santo na igreja.
(a) Atualmente, o quadro descrito acima está
mudando. Os membros do corpo de Cristo estão 2. Os sacramentos e a liturgia
voltando a ensinar e a pregar de casa em casa. Este (a) Todos sabemos que os sacramentos e os rituais
é um movimento que está transformando a obra de pedem um templo (entenda-se a palavra “templo”
Deus em todo o mundo, atingindo todos os tipos de como um local preparado especialmente para a
igrejas, desde as mais formais e litúrgicas até as mais celebração cristã – Marcos 14.12-15). A liturgia ocupa
informais. lugar indispensável na vida espiritual da igreja.
(b) Aqui no Brasil, nos últimos anos, ganhou corpo o (b) Na celebração coletiva, entretanto, muitas pessoas
movimento chamado “igreja em células”. Esse se sentem solitárias e desamparadas. Elas precisam
movimento tem os seus radicalismos e as suas de algo mais informal, mais individual, voltado especi-
características particulares, mas está contribuindo ficamente para seus questionamentos, anseios e
decisivamente para um incremento da evangelização necessidades. Isso só é possível no contexto de um
em nosso país e em outras partes do mundo. grupo pequeno.
(c) As reuniões nos lares ou em algum outro ambiente
menor que não seja o templo constituem o que em 3. Características de um grupo de vida
nossa igreja é chamado de Grupos de Vida, modelo (a) Um grupo de vida tem várias características que
semelhante ao desenvolvido no Brasil pelo bispo constituem razões legítimas para sustentar sua
Roberto McAlister, a partir de 1976, inspirado no existência, a saber: (1) a identificação dos problemas
trabalho do sul-coreano Paul Yonggi Cho, pastor da de cada participante; (2) a possibilidade de agir
maior igreja evangélica do mundo, em Seul, com cerca efetivamente à procura de soluções personalizadas;
de um milhão de membros. (3) a manutenção de um diálogo aberto a respeito da
IGREJA ANGLICANA DAS AMÉRICAS
Tel. (19) 3329-0013 | http://anglicana.igreja.org.br | bispo@igreja.org.br

OS ALICERCES DA VIDA

Palavra de Deus e das questões abordadas na e a expressão da fé dos participantes é mais vívida e
reunião; (4) a oportunidade de incentivar a mani- verossímil. A autenticidade do testemunho pode ser
festação dos dons espirituais (1 Coríntios 14.26-33), comprovada talvez com mais facilidade, porque não
impedindo amorosamente excessos e fanatismos; há um púlpito e uma investidura sacerdotal a separar
(5) a ocasião propícia para evangelizar parentes e o que ministra daquele que o ouve.
amigos e (6) o serviço que pode ser prestado ao (f) A reunião de um pequeno grupo pode permitir que
próximo (Atos 2.44-46). Tudo isso é feito em um clima ocorra mais suavemente a transição do mundo para a
de amizade e comunhão entre os cristãos, buscando igreja.
criar um ambiente acolhedor para os visitantes não
crentes, a fim de ganhá-los para Cristo. Conclusão
(b) Além disso, de um modo geral, as cerimônias (a) As reuniões dos grupos de vida, tanto quanto
realizadas no templo não permitem a discussão aberta possível, seguirão o roteiro e as rubricas da Oração
dos problemas pessoais. No grupo de vida, ao Matutina e Vespertina; assim, os visitantes já entrarão
contrário, algumas poucas pessoas amigas e em contato com o ethos litúrgico da nossa igreja.
confiáveis, permitem a abordagem franca e honesta (b) As reuniões devem começar e terminar
de tais questões. pontualmente. É recomendável um tempo máximo
(c) Sem estruturas rígidas e envolvido por um contexto de uma hora e meia.
espiritual (onde estiverem dois ou três reunidos em (c) Se alguém precisar de um atendimento mais
nome de Jesus, ele se fará presente – Mateus 18.20), demorado, deverá ser assistido após o término da
o diálogo entre pessoas que se conhecem e se reunião, a qual deve ser encerrada no horário
respeitam produz o que o bispo Roberto chamava de programado, para que os que quiserem sair possam
“sabedoria comunitária”, sabedoria esta que fazê-lo sem constrangimento.
certamente ajudará as pessoas a superar suas (d) Avisos, informações gerais sobre a igreja e
dificuldades. apresentação dos visitantes são importantes, mas
(d) Cada líder de grupo buscará resolver conflitos, devem demorar o mínimo possível, para não cansar
oferecer soluções, prover apoio. Caso isto lhe seja os participantes.
impossível por qualquer razão, ele poderá levar o caso (e) A pregação da Palavra de Deus será breve
ao seu pastor e este, se julgar necessário, diretamente (máximo 5 minutos), seguida de reflexão e discussão
ao bispo. com a participação de todos. O líder deve cuidado-
(e) Ressalte-se que o convite para um encontro na samente evitar que alguém monopolize a fala.
casa de um parente ou amigo, quase sempre é bem (f) Oração do grupo de vida: “Senhor, dá-nos almas
recebido. Durante a reunião, inexiste o formalismo como as estrelas do céu e como o pó da terra” (cf.
do culto no templo, a atmosfera é familiar e acolhedora Gênesis 22.17).

“E disse Jesus: Sigam-me e eu os farei pescadores de homens”.


(Mateus 4.19)

Você também pode gostar