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Segunda-feira, 16 de Agosto de 2021 DIARIO DA REPUBLICA ORGAO OFICIAL DA REPUBLICA DE ANGOLA I Série —N.° 154 Prego deste niimero - Kz: 2.040,00 Thi @ Sorspondenin quer ORCA quer telativa a snincio © aninalums do «Disio da Repiblices, deve ser diisida 8 impr | a. seg erice ASSINATURA 1 pres de cada Ta pb ica wos Dios (ha Republic 1? © 2° eeie€ de Ke: 75.00 e para 132 sae Kz: 95.00, screcido do rexpectivo Ano Ke 1.469 391.25 Nac =P, en Ln, ti Hen de Ee ee a ET ane 1 06760,25 | impet do slo, dependnds a pba du (chum ra = Eat iie,f A2! ae ke 45129157 arated dopo efesvarnateeri tegen Asie i 36052954 | ingen Nain -E SUMARIO LEI DE REVISAO CONSTITUCIONAL Assembleia Nacional Leins 1921; ‘DeRevisto Cnsiucional —Revega on.°2 doartige 132° alinene) do artize 192 on." doatizo 199°, eatia02 ASSEMBLEIA NACIONAL Lei ne 1821 de 16e Agosto Decorridos 1 anos desde que a Constituigio da Repiblica de Angola entrou em vigor, impoe-se proceder a 1.* Revisio parcial para adequa-1a ao actual contesto do Pais, ajustar e melhorar algumas matérias que néo se encontram suficientementetratadas ¢ consagrar matérias nela ausentes. Considerando que as alteracbes propostas fortalecem 0 Estado Democritico de Diteto ¢ of prineipios da separa ¢o de poderese interdependéncia de funds dos Oraiios de Soberania, dorespeto pelos direitos fundamentas, do suiré- siouiversa, livre, imal, directo, secreto e periético para a designagao dos titulares electives dos Oruaos de Soberania © das Autarquias Locais, bem como a independéncia dos tribunais; ‘A Assembleia Nacional aprova, por madato do povo, nos Lemnos das disposigbes conjugadas daalinea a) do artigo 161°, da alinea a) do n° 2 do artigo 166: do atigo 233°, todos da Constitigao da Repiiblica de Angola, a seautinte PRIMEIRA REVISAO2021 ARTIGO 1° (Alteraroes) Siio alterados os artigos 14°, 37°, 1002, 104°, 107°, 1108, 112°, 19°, 120°, 125°, 1312, 1324, 135°, 143% 1448, 145°, 1628, 163°, 169°, 1742, 176°, 179, 1805 181", 184°, 198°, 199°, 213°, 214° €242° da Constituigao da Repilica de Angola, passando a ter a seguinte redaccao: «ARTIGO 4° (CPropriedade privada lve iniciativa) © Eiado respeita protege a propricdade privada das pessoas singulares e colectivas, promove a livre ini ciativa econsmica e empresarial, exereida nos termes dda Constituigao e da lei. ARTIGO 37° (Direto emits da propriedadeprivada 4. Pode ser objecto de apropriagao publica, no todo ‘ou em parte, bans meveise imeveis paticipagdes sociais de pessoas individuais e colectivas privadas, quando, por ‘motivos de interesse nacional, estejam em causa, nomea- damente, a seguranga nacional, a seguranga alimentar, a said piblica, o sistema econémico e financeiro, © for necimento de bens ou a prestagio de servigos essenciais. 5. Leipropriaregula oregime da apropriagao pibica, nos termos do mimero anterior ARTIGO 100° (anco Nacional de wala) 1, OBanco Nacional de Angola ¢ o Banco Central ¢ Emissor da Republica de Angola e tem por missao princi- pal garantr a establidade de pregos de fonna a preservar 6476 DIARIO DA REPUBLICA ‘valor da moeda nacional e assegurar a estabilidade do sistema financeiro, nos termos da Constituigao ¢ da lei 2.0 Banco Nacional de Angola ¢2 autoridademone- tira ¢ cambial, prossegue as suas atribuigdes © exerce as stias competéncias de modo independente, nos ter- ‘mos da Constituigao e da lei. 3. 0 Govemador do Banco Nacional de Angola rnomeado pelo Presidente da Repiblica, apds audigaomna Assembleia Nacional, nos temios da Canstituigao da lei, observando-se, para o efeito, o seauinte procedimento: @) A audigio do candidato € desencadeada por solicitagao do Presidente da Repiblica, +b) A audigao do candidato proposte termina com a volagao do relatéric-pareccr, nos termos da lei, ¢) Cabe a0 Presidente da Reptblica a devisao final em relagso a nomeagao do candidato proposto. 4, Os Vice-Governadores do Banco Nacional de Angola so nomeados pelo Presidente da Repiiblica, sob proposta do Governador do Banco Nacional de Angola, 5.0 Govemador do Banco Nacional de Angola envia, annalmente, a0 Presidente da Repiblica e i Assembleia ‘Nacional, um relat6rio sobre a evoluco dos indicado- res de politica monetaria ¢ eambial, sem prejuizo das regras de sigilo bancario, cujo tratamento, para efeitos de controlo e fiscalizago da Assembleia Nacional € assegurado nos termos da Consist e da Ie. ARTIGO L041" (Orgamento Geral do Estado) Lead 2. O Orgamento Geral do Estado ¢ unitario, estima onivel de receitas a obter € fixa os limites de despesas autorizdas, em cada ano fiscal, para todos os servos, institutos pub licos, fundos auténomos € seguranga social deve ser elaborado de modo que todas as despesas ele previstas estejam financiadas. 3. O Orcamento Geral do Estado apresenta a pre- visa de verbas a trnsferir para as Autarquias Loca ‘nos termos da lei. 4 Ale define as rearas da elaborai, apresentagio, adop cao, execugao, fiscalizagao ¢ controle do Or¢amento Geral do Estado 5. A execugio do Orgamento Geral do Estado obe- dece aos prncipios da transparéncia, da boa govemacdo cela responsabilizagao ¢fiscalizada pela Assemblein ‘Nacional ¢ pelo Tribunal de Contas, nos tarmos da Consttuigioe da lei ARTIGO 1 (Administ agio Fleitoral Independent) Os processos eleitorais sao organizados por Srgics da Administragio Eleitoral independentes,eujos prt pios, mandato, estratnra, composigao, Fimcionamento, atribuigdes e competéncias so definidos por lei ARTIGO 110" (Etesibiidade,ineesibiidades np eanents) LLd 2 Sito inclegiveis a cargo de Presidente da Repiblica: alk 5) Os antigos Presidentes da Repiblica que tenivam exercido 2 mandatos;, 6) Os Presidentes da Repiblica que tenham sido destituidos, tenham rennciado ott abando- nado as fimgoes, @ Os Presidentes da Repiiblica que se tenham auto-demitido, no decwrso do. segundo ‘mandato; €) Os cidadiios que tenham sido condenados com pena de prisio superior a3 anos, f Os legalmente incapazes. 3. Estdo pedis de concorrer a0 cargo de Presidente da Repiiblica enquanto estiverem no activo: @) Os Magistrados Judiciais e do Ministério Publico de todos os niveis ejurisdigoes; 6) Os Juizes do Tribunal Constitucional e do ‘Tribumal de Contas, ©) O Provedar de Justica © 0 Provedor de Justiga-Adjunto; @ Os membros dos éraiios de Administragio Eleitoral Independente; e) Os militares © membros das forgas ailitarizadas. ARTIGO 112° Data da eigno) LL 2. Sem prejuizo do dispostonon® 2 do artige 128° enon? 3 do artigo 132.°, as eleigoes aerais realizam- -se, preferencialmente, durante a sesamda quinzena do més de Agosto do ano em que terminam os mandatos do Presidente da Republica e dos Deputados 4 Assembleia ‘Nacional, cabendo ao Presidente da Repiiblica definr ‘essa data, nos termos da Constituigfo eda le. ARTIGO 119° (Competinctas como Chefe de Estado) o[..} Dll Lak aul ol} ILS ak LK ee DP Nomear ¢ exonerar 0 Governador € 08 Vice- -Governadores do Banco Nacional deAngola, nos termos da Constitigao & da le BL} DLA I SERIE — N° 154 —DE 16 DE AGOSTO DE 2021 “77 md Co wk OL KE PLuk OLE 7) Promulgar a Constituigio, as Leis de Revissio Constitucional e as demais leis, ARTIGO 120° (Competénctas como Tala do Poder Execute) alk ») Definr a politica geral de govemagao do Pais eda Administragao Pablica, OLE @ Ditigir os servigos ¢ a actividade da Administragao Directa do Estado, civil © militar, superintender a Administrago Indirecta, exercera tela de lesatidade sobre 4 Administragao Autonoma ¢ adoptar meca- nismos de cooperagao com a Administragao Independente; ok DLR elk I Solicitar & Assembleia Nacional auitorizagio legislative; 1) Exarar actos legislativos:autotizados pela Assembleia Nacional: J) Bxeccer iniciativa leaislativa, mediante pro- postas de lei apresentadas a Assembleia ‘Nacional; ¥) Convocar e presidir as reuniges do Conselhio de Ministros e xara sua agenda de trabalhos: 1 Dirisire orientar a accio do Vice-Presidente, dos Ministros de Estado ¢ Ministros ¢ dos Governadores Provinciais, ‘m) Blab orar regulamentos necessaries & boa exe- ccugiio das leis. ARTIGO 125° (Fama dos actos) Lhd 2. Revestem a forma de Decreto Legislativo Presidencial os actos do Presidente da Republica refe- ridos nas alineas €) i) do artigo 120.° 3, Revestem a forma de Decreto Legislative Presidencial Provisério os actos do Presidente da Reptiblicareferidos no artigo 126.° 4, Revestem a forma de Decreto Presidencial os actos do Presidente da Reptiblica referidos nas ali- sneas a), ©, 2)-b), 9,3) K), Ds), 9), 0) p). 9 eu) do aitigo 119°, nas alineas 2) ern), do artigo 120°, na alinea d) do artigo 121%, nas alineas¢),@), €). 1). 8). 1), i) €}) doartigo 122°, todas da Constituigao 5, Os actos do Presidente da Republica decorrentes da sua competéncia como Comandante-em-Chefe das Forgas Amadas e nio previstos nos niimeros anterio- res, revestem a forma de Directivas, Indicagdes, Ordens ‘e Despachos do Comandante-em-Chefe 6, Revestem a formia de Despacho Presidencial, os actos administrativos do Presidente da Reptiblica ARTIGO 1317 (ice Presidente) 4, Aplicam-se a0 Vice-President, com as devi- das adaplacies, as disposigoes dos artigos 110°, 111° 1132, 14°, 115°, 116°, 127°, 129°, 130°, 132°€ 137° da presente Constituigdo, sendo a mensagem a que se refere o artigo 116° substitnida por uma carta dir a0 Presidente da Repiblica. ARTIGO 132: ‘Gubsttlgao do Presidente da Replies) 1, Fim caso de vacatura do cargo de Presidente da Repitblica, as fimgdes s40 assumidas pelo VicePresidente da Replica, até ao fim do mandato, coma plenitude dos poderes, nfo sendo este periodo considerado como cum- primento do mandato presidencial, para nenhuum efeito 2. [Revogado]. 30-1 4. Em caso de impedimento definitivo do Presidente da Repiiblica eleito, antes da tomada de posse, este & substituido pelo Vice-Presidente eleito, contando, para todos os efeitos legnis, como um mandato presidencial 5, Bi caso de impedimento definitive simultineo do Presidente da Repiblica ¢ do Vice-Presidente da Reptbtica eleitos, ates da tomada de posse, compete 0 Partido Politico ou a Colizagao de Pattidos Politicos por caja lista foram eleitos o Presidente da Republica € 0 ‘Vice-Presidente da Repiiblica, designar os seus substitu- tos, de entre os Deputados eleitos pelo circulo nacional da mesma lista, para a tomada de posse. 6. Compete a0 Tribunal Constitucional verificar os ‘casos de impedimento defintivo previstos na presente Constituigo e aprovara designacio referida nomimero anterior, ARTIGO 135° (Cauveo da Replica) L bok 2L-5 atk BL: ©) [Revogado]; o[.-F, oLok 6478 DIARIO DA REPUBLICA Alu 8) Quinze cidadtios designados pelo Presidente da Repiiblica pelo petiodo correspondente 4 duracao do seu mandato, sem prejuizo da possibilidade de substitnigao a todo tempo. 3. Bm fungaio dos temas agendados, o Presidente da Repuiblica pode convidar outras entidades para partic param na reuniao do Conselho da Republica 4. Os membros do Conselho da Republica gozam clas imunidades conferidas aos Deputados & Assembleia ‘Nacional, nos termos da presente Consttuigao. 5. O Resimento do Consetho da Reptiblica € apro- vado por Decreto Presidencial, ARTIGO 183° (Sistunaeetorad) 1. Os Deputados sao eleitos por sutégio universal, al, directo, secreto e periddico pelos cidadios nacionais maiores de dezoito anos de idade, residentes no Pais ou no extericr, 2hob ARTIGO 1H (Cieeulos eleltoras) Lk 2L1 a) Um mimero de cento ¢ trinta Deputados € leito pelo circulo nacional, considerando-se, para este efeito, totalidade dos votos valida- mente expressos no Pais € no exterior; BEd ARTIGO 148° CUneesbiidades impediments) 1. Sao inclegiveis a Deputados os cidadaos: @ Que tentam sido condenados com pena supe- a3 anos, 5) Que tenham reminciado a0 mandato de Deputado; ©) Os legalmente incapazes. 2, Esti impedidos de concorrer a Deputado & Assembleia Nacional, enquanto estiverem no activo: @ Os Magistrados Judiciais e do Ministerio iiblico de todos os 1b) Os Juizes do Tribunal Constitucional © do ‘Tribunal de Contas, ©) O Provedor de Justiga © © Provedor de Justiga-Adiunto, @ Os membros dos éraios da Administragio Eleitoral Independente; ¢) Osmilitares emembros dasforgas ilitarizadas. 3. 0s cidadios que tenham adquirido a nacional- dade angolana apenas sa0 elegiveis decorridos sete anos, desde 9 data da aquisicao. ARTIGO 192: fa de contro etscalizaeae) Campeté 1. Compete a Assembleia Nacional, no dominio do controlo eda fscalizacao: alk old ol-b alk old f Receber eapreciat, nos prazos legalmente defi- nidos, os Relatérios de Execugao Trimestral do Orgamento Geral do Estado, enviados pelo Titular do Poder Executivo; ‘¢) Realizar, nas Comissoes de Trabalho Especia- lizadas da Assembleia Nacional, andigoes ¢ interpelagesos Ministros deEstado, Ministos € Goveraderes Provinciais, mediante previa solictacio ao Presidente da Republica, a qual deve incluir oconteide da diliaéncia, 1) Aprovar a conslituigao de Comissées Parla ‘mentares de Inqueritos, para efectuar inqué- Titos a factos ¢ situagoes concretas decorren- tes da actividade da Administragio Publica, commicando as respectivas consatagies. © conclusoes a0 Presidente da Repibica ¢, se or caso disso, a8 competentes.autoridades Judiciias 2. 08 mecanismos de controlo e fisealizagto pre- vistos no nimero anterior nao conferem a Assembleia ‘Nacional competéncia para responsabilizar politica- mente o Executivo nem para colocar an causa a sua continuidade em fimges 3. A fiscalizacao da Asseambleia Nacional sobre © Executivo incide sobre factos ocorridos no periodo cor- respondente ao mandato em curso 4. 0 disposto no mimero anterier, no impede a apreciagtio da Conta Geral do Estado e do Relatorio de Execugo do Orgamento Geral do Bstado, nos termos dda Constituigao e da lei AKTIGO 165° (Competéncas em reagan outros brates) 1. Relativamente @ outros Assembleia Nacional: alk Olt OL atk eld 2, Compete ainda a Assembleia Nacional receber da Procuradoria Geral da Repiblica, do Banco Nacional de ‘Angola, do Provedor de Justiga e do érgao cempetente da Administragio Eleitoral Independente, os respecti- ‘vos relatrios anuais de actividades para conhecimento, rgaos, compete a ‘nos termos da lei I SERIE — N° 154 —DE 16 DE AGOSTO DE 2021 6479 ARTIGO 169° (Aprovasio) LL 2. Os projectos de leis orginicas ¢ de leis de bases S80 aprovados por maioria absolut dos Deputados em cfectividade de fangs. 3. Os projectos de leis ¢ de resolugves sao aprovados, por maioriaabsoluta dos votos dos Deputados presentes, desde que em niimero superior a metade dos Deputados em efectividade de fangoes, ARTIGO 178° (unc jrisdicona 1. Os Tribunais so Orgdos de Soberania com com- peténcia para administra a justiga em nome do povo. 20-1 wee ARTIGO 176° (Sister jursdilonaly 1. Os Tribunais Superiores da Repiblica de Angola 840 0 Tribunal Supremo, 0 Tribunal Constitucional, © ‘Tribunal de Contas ¢ 0 Supremo Tribunal Militar 2b alk OLD 3.Lod 4 [1 SI ARTIGO 179° (lies) std 9. Os juizes de qualquer jurisdig4o jubilam quando completa 70 anos de idade, ARTIGO 180° (1s Supe) 1. 0 Tribunal Supremo é a instncin judicial supe- rior da jurisdiggo comm 2. Os Juizes Conselheiros do Tribunal Supremo sao nomeados pelo Presidente da Republica, sob proposta do Conselho Superior da MagistraturaSudicial, apés ‘concurso curricular de entre magistrados judiciais, magis- trados do Ministério Piblico € juristas de mérito, nos termos que a Ici determina. 3. 0 Presidente do Tribunal Supremo e 0 Vice: -Presidente sto nomeados pelo Presidente da Replica, de entre 3 condidatos seleccionados por 2/3 dos Juizes Conselieiros em efectividade de fines 4, O Juiz Presidente do Tribunal Supremo ¢ 0 Viee- Presidente cumprem a fungo por um mandato de sete ‘anos, tio renovavel S.A composigdo, orzanizagto, competéncias efncio- namento do Tribunal Supremo sao estabelecidos por Ie. ARTIGO 181° (rium Consttueonat) 1. Ao Tribunal Constitucional compete, em geral adininistrar a justiga em matérias de natureza juridico- -consttucional, nos termos da Constituigao ¢ da Ii 2. Compete ao Tribunal Constitucional: @) Apreciar a constitucionalidade de quaisquer normas e demais actos do Estado: }) Apreciar preventivamente a constitacionali- dade das leis do parlamento, ©) Exercer jurisdigo sobre outras questocs de natureza juriico-constitucional, elei- toral © politico-partidaria, nos termos da Constituigao € da Ii @ Apreciar em recurso a constitucionalidade das decisdes dos demais Tribunais que recusem a aplicagao de qualquer norma com funda- ‘mento na sta inconstitucionalidade, ¢) Apreciar em recurso a constitucionalidade das decisdes dos demais Tribunais que apliquem normas cuja constitucionalidade haja sido suscitada durante 6 proceso. 3. OTribimal Consticional é composto por IL Juizes Conselheiros designados de entre juristas e magistra- dos, do seatinte modo: @ Quairo juizes indicados pelo Presidente da Reptiblica incluindo o Presidente do Tribunal, 4) Quatro juizes eleitos pela Assembleia ‘Nacional por maioria de 2/3 dos Deputados em efectividade de fiangoes, inchuindo 0 Vice- -Presidente do Tribunal, ©) Dois juizes eletos pelo Conselho Superior da ‘Magistratura Judicial; @ Um juiz seleccionado por cancurso piiblico curricular, nos termos da lei. 4, Os jutizes do Tribunal Constitucional so desig nados para tm mandato de sete anos nio renovavel € sgozam das garantias de independéncia, inamovibilidade, imparcialidade e iresponsabilidade dos juizes dos res- tantes Tribunais. ARTIGO 181° (Consetho Superior da Magistratura Judicial) LEor @) Apreciar 0 merito profissional ¢ exercer a acco disciplinar sobre os magistrados Jiudiciais, 6480 DIARIO DA REPUBLICA +b) Designar juizes para oTribunal Consttucional, nos termos da Constituigao e da lei OLA Auk e) Nomear, colocar, transferir e premover ‘os magistrados judiciais, nos tenmos da Constituigao e da lei PLA (©) Apresentar ao Executivo a proposta orgamen- tal ¢ representar os Tribunais da Jurisdigao Commm no proceso de discussio € elabora- {40 do Orgamento Geral do Estado: Wy) Supervisionar a execucdo orcamental dos ‘Tribunais de Jurisdigo Comm, nos termos dda Constituigo e da lei, i) Fazer a gestito do pessoal dos Tribunais de Jurisdigao Comum, 2th 3. Os Juzes Presidentes dos Tibunais Canstitucional, de Contas ¢ do Supremo Tribunal Militar, participam ‘como convidados pemnanentes das sesses do Conselho ‘Superior da Magistratura Judicial, tendo dito a pala- vra e nio gozando do direito de voto. 4. O mandato dos membros do Consetho Superior da Magistratura Judicial @ que se referem as alineas 2), b) ec) don. 2 €de cinco anos, renovavel uma vez, nos fermos da Ii. 5. Os vogais membros do Canselho Superior da Magistratura Judicial, gozam das imumidades atribui- das a0s Juizes do Tribunal Supreme, ARTIGO 192° [evouado} ARTIGO 198° (Objective pincpias fundamental) 1 AAdministragio Publica é estrturada com base ‘nos prineipios da simplificagao administativa, da aproxi- magi dos servigos és populagbese da desconcentragio descentralizacao administrativas, 2 A Administragao Publica prosseate, nos termes da Constituigao e da lei, o interesse puiblico, devendo, no exercicio da aia actividade, reger-se pelos principios dda igualdade, legalidade, justiga, proporcionalidade, imparcialidade, boa administragao, probidade, do res- peito pelo patriménio piblico e da responsabilizagio 3. Aprossecugiio do interesse piblico deve respeitar 65 direitos ¢ interesses lezaliente protegidos. ARTIGO 199° (estvutura da Adiinstragi Pali) 1 [Revosado}, 2. Alli estabelece as formas cos graus de patcipagio dos particulars, na desconcentragao e descentralizagao, administrativas, sem prejuizo dos poderes de direc¢a0 da acco da Administragio, de superintendéncia e de tutela administrativa, bem como o dever de coopera ‘gio da Administragao independente com o Titular do Poder Executivo. 3.As entidades administrativas independentes so stiadas por lei, 4. A organizagio, o fincionamento, as fangdes das ‘entidades administrativas independentes © a suas espe ‘ies s20 estabelecidos por lei, Soh AKTIGO215° (Cress auténamos do pode loca) 1, A ergmizagio democrstica do Estado, ao nivel local, estrutura-se com base no principio da descen- tralizagao politico-administrativa, que compreende a ‘existéncia de formas erganizativas do poder local, nos termos da Constituigto eda lei 2b 3. Sem prejuizo do disposto no n.° 1, a prosse- ‘cucao das atibuigoes e o ecercicio das competéncias das Autarquias Locais, das instituigdes do poder tradicional e das demais modaldades especificas de paticipagio dos «idados, obedecem aos principios da desconcentrago administrativa, da legalidade,juilicidade, prossecugao do interesse publicoe da protecgio dos dieitose interes- ses legalmente protesidos dos particulaes, da igualdade, dda participagao dos particulares eda tutela administra tiva, nos temmos da Consituigao e da lei ARTIGO 214° (Principlo da Autonoma Local) LGob 2. A autonomia local comporta as dimensoes orga nizativa, regulamentar, administrativa, financeita © patrimonial, definidas por li. 3. O principio da autonomia local, consagrado no presente artigo ¢ aplicado a todas as formas organiza tivas do poder local e executado de acordo com a lei ‘competent, sem prejutizo do disposto na Constitigao, 4, Os recursos financeiros das Autarquias Locais ‘compreendem, entre outros, as transferéncias do Estado, (os impostos, as taxas e outras contribuigdes fiseais € demais rendimentos, estab elecidos na lei ARTIGO 215° [Revorado} ARTIGO 242° nstquetonaltzaga eectiva das Autarqulas Locals) 1, [Revogado] 2.A institucionalizagio efectiva das Autarquias Locais| é definida por lei, que estabelece a oportunidade da sua criagao ¢ o alarzamento das suas competéncias » ARTIGO 2" (sditamento9 Sto aditados os seguintes artigos: I SERIE — N° 154 —DE 16 DE AGOSTO DE 2021 6481 «ARTIGO 107% (egito Beitr) 1 O Registo Eleitoral é oficioso, obrigatsrio e per manente e ¢ realizado pelos érgos competentes da Adiministracao Directa do Estado, sem prejuizo da possi- bilidade de participagto de outros crztos da administragao publica, nos termos da lei 2 No exterior do Pais o Registo Eleitoral é actuali- zado presencialmente, antes de cada eleicto, nas missoes diplomaticas ¢ consulares da Repiblica de Angola, nos termos da Constituigao e da lei. ARTIGO 116" (Gestno da tangnoexeeutivan 1, No petiodo que decorre entre a campanha elei- toral ea tomada de posse do Presidente da Republica leito, cabe ao Presidente da Republica em fimgbes a esto corrente da fnngzo executiva, nao podendo pra- ticar actos que condicionem ou vinculem 0 exereicio, da actividade governativa por parte do Presidente da Repiibtica eeito. 2, Sem prejuizo do disposto no ntimero anterior, hhavendo necessidade © wgéncia devidamente finda- mentada, 0 Presidente da Republica em fungdes pode praticar actos que nfo sejam de mera gesto corrente, ros termos da Constituigao. 3. Lei propria estabelece 0 periodo, o modo ¢as con- digdes para a transigfio entre o Presidente da Republica cessante ¢ 0 Presidente da Republica eleito. agriGo (Gabstituigao do Vie Presidente da Reps) 1. Bin caso de vacatura do cargo de Vice-President da Reptiblica, por impedimento definitivo ou pela sitiagao prevista no n.° 1 do artigo anterior, compete ao Partido, Politico on a Coligagio de Partidos Politicos por cuja list oi eleito 0 Viee-Presidente da Repiblica, desisnar ‘seu stbstitulo, de entre os Deputados eleitos pelo ci culo nacional da mesma lista, para a tomada de posse, ‘ouvido o Presidente da Repiiblica em fimgoes. 2. Em caso de impedimento definitive do Vice= Presidente eleito, antes da tomada de posse, compete 10 Partido Politico ou.a Coligagso de Partidos Politicos por cuja lista foi eleito, designar o seu substituto, de entre os eleitos pelo circulo eleitoral nacional da mesma lista, para a tomada de posse, ouvido o Presidente da Republica cleito. 3. Compete ao Tribunal Constitucional verificar a vvacatura, o impedimento definitivo e aprovar a desig- nnagio do substtuto referido no presente artigo. ARTIGO 98"-A, mbitoy A Administragio Publica integra a Administragaio Directae Indirecta do Estado, a Administrago Auinoma ea Administracao Independente, ‘nal do manda) ARTIGO 200°. (Adininistragao Central do Hstado) 1. A Administrasao Central do Estado integra os ‘Egi0s ¢ servigos adininistrativos centrais que se encom tram sujeitos ao poder de direcgo e de superintendéncia do Titular do Poder Executive. 2. As attibuigdes dos orgtos € servigos da Administragao Central do Estado sao prosseguidas em todo o teritério nacional, sem prejuizo das atvibuigoes proprias da A dministragao Auténoma e da Administragao Independente CAPITULO VI Provedor de Justica ARTIGO 212". (Provedar de Justics) 1, © Provedor de Justiga € uma entidade publica independente que tem por objecto a defesa dos dirci- tos, liberdades ¢ garantias dos cidadios, asseaurando, através de meios informais, a justia a legalidade da actividade da Administragao Publica 2. 0 Provedor de Justica ¢ 0 Provedor de Justica- -Adjunto sao eleitos pela Assembleia Nacional, pot deliberagao da maioriaabsoluta dos Deputados em efec~ tividade de fungoes, 3. 0 Provedor de Justiga e 0 Provedor de Justiga- -Adjunto tomam posse perante o Presidente da Assembleia ‘Nacional para um mandato de cinco anos renovavel apenas uma vez 4. Os cidaaldos e as pessoas colectivas podem apre- sentar a Provedoria de Justiga queisas por aegdes ot ‘omissées dos poderes piblicos, que as aprecia sem poder decisorio, diriaindo aos érzaos comp centes as recomen- dagoes necessirias para prevenir ereparatinjustigas. 5. A actividade do Provedor de Justia ¢indgpendente ‘dos meios administrativos e contenciosos previstos na Constituigfo ena lei. 6. Os érwios e agentes da Adiministracao Publica, os ‘idadiios e demais pessoas colectivas piblicas e priva- dastém 0 dever de cooperat com o Provedor de Justign na prossecugao dos seus fins. 7 Amuaimente ¢elaborado um reaterio de actividades ‘que é remetido ao Presidente da Repiiblica, a Assembleia ‘Nacional e a Procuradoria Geral da Republica. 8.A lei estabelece as demais fiangoes € 0 Estatuto do Provedor de Justiga e do Provedor de Justiga-Adjunto, bem como de toda a estrutura de apoio denominada Provedoria de Justiga ARITGO 241A (Registoeetoral presencia) Sem prejuizo do disposto no artigo 107.°~ A, enquanto no estiverem criadas as condigdes para o acesso uni- versal ao Billete de Identidade de Cidadio Nacional no Pais, o Registo Eleitoral pode ser presencial nas locali- dades sem acesso aos servigos de identificagao civil» 6482 DIARIO DA REPUBLICA ARTIGO 8° evoanee9) Sao revogadas as seauintes disposigGes da Constituigao da Repiiblica de Angola a N22 do artigo 132, b) Alinea ¢) don.* 2 do artigo 135. ©) Artigo 1924, ANS 1 do artigo 1998, 6) Artigo 215.8, BNE 1 do artigo 242° ARTIGO 4° Republicactointesrat) determinada a republicagao integral da Constituiga0 da Republica de Angola, ineluindo as alteragses, aditamen- tos © revogagses constantes dda presente Lei de Revisao Constitucional, ARTIGO S* (@ividas¢ eases) As diividas ¢ as omissBes resultantes da interpretagtio € da aplicagao da presente Lei de Revisiio Constitucional so resolvidas pela Assembleia Nacional ARTIGO 6* (Entrada em vigor) A presente Lei de Revisdo Constitucional entra em vigor ‘data da sua publicacao. ‘Vista © aprovada pela Assernbleia Nacional, em Luanda, aos 13 de Agosto de 2021, na sequéncia do Acérdao do ‘Tribunal Constitucional n° 688/2021, de 9 de Agosto (O Presidente da Assembleia Nacional, Fernando da Piedarke Dias dos Senos. Promulgada aos 13 de Agosto de 2021, Publique-se. Presidente da Repiblica, Joo Manuet Gongatves Louresco, CONSTITUICAO DA REPUBLICA DE ANGOLA Prefimmbulo és, 0 Povo de Angola, através dos nossos lidimeos representantes, Deputados da Nagio livremente eleitos nas eleigdes parlamentares de Setembro de 2008; Cientes de que esas eleigdes se inseremna longa tradigao de luta do povo angolano pela conquista da sua cidadania © \dependéncia, proclamada no dia 11 de Novembro de 1975, data em que entrou em vigor a primeira Lei Constitucional da histéria de Angola, corajosamente preservada aracas aos sacrificios colectivos para defender a Soberania Nacional e a integridade teritorial do Pais; ‘Tendo recebido, por via da referida escolha popular ¢ por forga do disposto no artigo 158° da Lei Constitucicnal ‘de 1992, onobre c indeclindvel mandato de proceder a clabo- ragio ¢ aprovagdo da Constituigdo da Republica de Angola; Conscios da grande importdncia € magna valia de que se reveste a feitura © adopga0 da Lei Primeira e Fundamental do Estado ¢ da sociedade angolana: Destacando que a Constituigio da Republica de Angola se filia © enquadra directamente na ja longa ¢ petsistente Iuta do povo angolano, primeiro, para resistir 4 ocupagio colonizadora, depois para conquistar a independéncia ea dignidade de um Estado Soberano , mais tarde, para edi- ficar, em Angola, um Estado Demoeratico de Direito e uma sociedade just Invocando a meméria dos noss0s antepassados ¢ ape- lando a sabedoria das ligdes da nossa histéria comum, das nossas raizes seculares © das culturas que enriquecem a nossa unidade; Inspirados pelas melhores lipdes da tradigao alkicana ~ substrato fundamental da cultura ¢ da identidade angolanas; Revestidos de uma cuftura de tolerdncia ¢ profuunda- mente comprometidos com 2 reconciliago, a igualdade, 3 jjustiga € 0 desenvolvimento; Decididos a constitir uma sociedade fandada na equi- dade de oportumidades, no compromisso, na fratemidade & nna unidade na diversidade; Detetminados 2 edificar, todos juntos, uma sociedade {usta e de progresso que respeita a vida, a ignaldade, adiver- sidade e a dignidade das pessoas, Relembrando que a actual Constituigao representa o cul- rminar do processo de transigio consttucional iniciado em 1991, com a aprovagio, pela Assembleia do Povo, da Lei ‘n° 12/01, que consagrou a democracia mulipartidéria, as szorantias dos direitose liberdades findamentais dos cidadios «0 sistema econdmico de mercado, madangas aprofundadas, mais tarde, pela Lei de Revisio Constitucional n° 28/9 Reafizmando o nosso comprometimento com os valo- res € principios fimdamentais da Independéncia, Soberania € Unidade do Estado Demoerético de Direito, do pura lismo de expressiio e de organizagio politica, da separagio ‘cequilibrio de poderes dos Orgios de Soberania, do sistema ‘econémico de mercado ¢ do respeito ¢ garantia dos direitos € liberdades fimdamentais do ser humano, que constituer ‘as traves mestras que suportam € estrumram a presente Constituigao, Conscientes de que uma Constituigao como a presente é, pela pattitha dos valores, prineipios e normas nela plasma- ddos, um importante factor de unidade nacional e uma forte slavanca para o desenvolvimento do Estado e da sociedad: Empenhando-nos, solenemente, no eumprimento estrito eno respeito pela presente Constituiclo ¢ aspirando a que I SERIE — N° 154 —DE 16 DE AGOSTO DE 2021 6483 ‘a mesina postura seja a matriz do comportamento dos cida- 80s, das forgas politicas ¢ de toda a sociedade angolana, Assim, invocando e rendendo preito & memeétia de tordos os herdis e de cada nma das angolanas e dos angolanos que perderam a vida na defesa da Patria; Ficis aos mais altos anscios do povo angolano de estabi- lidade, dignidade, liberdade, desenvolvimento e edificago de um pais modemo, prospero, inclusivo, democritico © socialmente justo: Comprometidos com o legado para as faturas gerages € no exercicio da nossa sobera Aprovamos a presente Constitnigso como Lei Suprema Fundamental da Repiblica de Angola. ‘TITULOL Principios Fundamentais ARTIOO 1° (epiicn de Ansan Angola € uma Repiblica soberana e independente, bbascada na dignidade da pessoa humana ¢ na vontade do Povo angolano, que tem como objective fandamental a constrgio de uma sociedade livre, justa, democritica, solic daria, de paz, izualdade € proaresso social ARTIGO 2° Estado Democrtico de Direto) 1. A Repiblica de Angola é um Estaclo Democritico de Direito que tem como fandamentos a soberania popular, 0 primado da Constitrigso € da lei, a separagio de poderes € interdependéncia de fungoes, a unidade nacional, o plura- lismo de expressao e de orzanizagao politica e a democraci representativa e participativa 2.A Repiiblica de Angola promove e defende os direitos ¢ liberdades fundamentais do Homem, quer como individao quer como membro de grupos sociais orwanizados, e asse- ura o respeito € a garantia da sta efectivagao pelos poderes legislative, executive ¢ judicial, seus oraios ¢ instituigdes, bem como por todas as pessons singulares e colectivas. ARTIGO 5° (Goberanin) 1A soberania, una € indivisivel, petence a0 povo, que a exerce através do suffigio universal, livre, igual, directo, secret ¢ perictico, do referendo © das demais formas esta- belevidas pela Constituigao, nomeadamente para a escotha dos seus representantes, 2. 0 Estado exerce a sua soberania sobre a totalidade do territétio angotano, compreendendo este, nos tetmos da presente Constintigao, da lei € do direito intemacional, a extensio do espago terest, as éguas interiores ¢ © mar territorial, bem como 0 espago aéreo, o solo € 0 subsolo, 0 fundo marinho ¢ os leitos correspondents. 3. 0 Estado exerve jurisdigao © dircitos de soberania fem materia de conservagio, exploragao e aproveitamento dos recursos naturais, biolégieos e nfo biolégicos, na zona ‘contigua, na zona econdmica exclusiva ena plataforma con= tinental, nos termos da lei edo direito intemacional ARTIGO4* Exercico do poder palitico) 1, Opoder politico ¢ exercido por quem obtentalegitis- dade mediante processo eleitoral livre € democraticamente cexercido, nos termos da Constituigao ¢ da lei 2. Sio iexitimos ¢ criminalmente puniveis a tomada € ‘© exercicio do poder politico com base em meios violentos ‘ou por ontras formas nio previstas nem confermes com a Constituigao ARTIGOS* (Oreanizasio doterntirio) 1. O tenitério da Repiiblica dc Angola é0 historicamente definido pelos limites geoaraficos cle Angola, tais como exis- tentes a 11 de Novembro de 1975, data da Independléncia ‘Nacional. 2.0 disposto no mimero anterior no prejudica as adi- ‘goes que tenham sido ou que venham a ser estabelecidas por tratados intemacionais, 3. A Republica de Angola organiza-se teritorialmente, ppara fins politico-administrativos, em Provincias e estas em. “Municipios, podendo ainda estruturar-se em Comunas ¢ em ‘entes tertitoriais equivalentes, nos termos da Constituigao € dale 4A definigio dos limites e das caracteristicas dos esca- les teritoriais, a sua criagao, modificagao ou extingao, no ‘mbito da organizagao politico-administrativa, bem como a ‘organizacio territorial para fins especiais,tais como econs- micos, militares, estatisticos, ecolégicos ot similares, so fixadas por lei 5. Alei fixa a estrinuragio, a designagio e a prosressio das unidades urbanas ¢ dos aglomerados populacionais. 6. © taritério angolano € indivisivel, inviolavel ¢ ina- liendivel, sendo eneruicamente combatida qualquer accao de desmembramento on de separagio de suas parcelas,niio poddendo ser alienada parte alguma do teritério nacional on dos direitos de soberania que sobre cle o Estado exeree ARTIGO6 (Supremacia da Constiaio ¢ Legaldade) 1. A Constituigao € @ Let Suprema da Repiblica de Angola 2. O Estado subordina-se a Constimigao ¢ fimda-se na legalidade, devendo respeitar ¢ fazer respeitar as lis. 3. AS leis, 05 tratados e os demais actos do Estado, dos raios do Poder Local e dos entes piblicos em geral s6 so vilidos se forem conformes a Constiigto. ARTIGO7* (Costume) E reconhecida a validade e a forga juridica do costume ‘que nao seja contrario a Constituigao nem atente contra 3 dianidade da pessoa humana 6484 DIARIO DA REPUBLICA ARTIGO 8° @stado uutixi) A Repiblica de Angola ¢ un Estado unitirio que res- ppeita, na sua organizagio, os prineipios da autenomia dos Ormios do Poder Local ¢ da desconcentracao ¢ descentrali- zagao administrativas, nos termos da Constituigao e da lei ARTIGO 9° (aciontidad 1. A nacionalidade angolana pode ser originiria ou adquirida 2. E cidadao angolano de origem o filho de pai ou de Inde de nacionalidade angolana, nascido em Angola ou no estrangeiro. 3, Presume-se cidadao angolano de or cido achado am teniterio angolano. 4. Nenium eidado angolano de orem poe ser privado dda nacionalidade or 5.Aleiestabelece os requisitos de aquisigao, perda erea- quisigao da nacionalidade angolana. ARTIGO 10° (Estado taco) 1. A Repiiblica de Angola é um Estado Iaico, havendo separacio entre o Estado e as iarejas, nos termos da lei 2. O Estado reconhece ¢ respeita as diferentes contfis- s6es religiosas, a8 quais sao livres na sua organizagao € no lexercicio das suas actividades, desde que as mestnias Se con formem a Constituigao e as leis da Republica de Angola. 3. O Estado protege as igrejas ¢ as confissves religiosas, bem como os seus lugares ¢ abjectos de culto, desde que nao atentem contra a Constituigao e a ordem publica ese confor mem com a Constituigto e a lei ARTIGO 11> (Pare seguranga nacional) 1. ARepiiblica de Angola ¢ uma Nagao de vocagao para 4 paz.e o progresso, sendo um dever do Estado e um diteito © responsabilidade de todos garantir, com respeito pela Constituigio e pela lei, bem como pelas convengées intema- cionais, a paz ¢ a seauranca nacional 2. A paz tem como base o primado do direito ¢ da lei € visa assewurar as condigdes nevessinias @ estabilidade € a0 desenvolvimento do 3. seguranga nacional é baseada no primado do diteito € da lei, na valorizagao do sistema integrado de seguranga © no fortalecimento da vontade nacional, visando @ sarantia da salvaguarda do Estado e o asseguramento da estabilidade © do desenvolvimento, contra quaisquer ameagas eriscos. ARTIGO 12° (Retagoes internacional) 1, A Republica de Angola respeita ¢ aplica os prineipios da Carta da Organizagio das ages Unidas e da Carta da Unio Africana e estabelece relagdes de amizade e coope- ago com todos os Estados ¢ povos, na base dos seauintes principios: (Crimes hediondes¢ viotentos) ‘Sao imprescritiveis e insusceptiveis de amnistia ¢ liber- dade proviséria, mediante a aplicagao de medidas de coacgao processual: 44/0 genocidio ¢ os crimes contra a humanidade pre- vistos na lei; ) Os crimes como tal previstos na lei ARTIGO 62° (ereversbiidade das anni) ‘Sao considerados vidos e inreversiveis os efeitos juridices dos actos de amnistia praticados ao abrigo de lei competente, ARTIGO 63° ireites dos detdos¢ press) ‘Toda a pessoa privada da liberdade deve ser informada, no ‘momento da sta prisio ou detengo, das respectivas razdes © dos seus direitos, nomeadamente 4) Seethe exibido o mandado de prisio ou detencio (Cabeas corpus) 1, Todos tain 0 direito a provideneia de habeas corpus contra 0 abuso de poder, em virtude de prisao ou detengao ilegal, a interpor perante o tribunal competente, 2. A providencia de habeas corpus pode ser requerida pelo préprio ou por qualquer pessoa no gozo dos seus direi- tos politicos 3, Lei propria regula 0 processo de habeas corpus. ARTIGO 69° (Cabeas dat) 1. Todos tém o direito de recorrer & providéncia de habeas data para assegurar 0 conhecimento das informages sobre si constantes de ficheiros, arquivos ou registos infor- iticos, de ser informados sobre o fim a que se destinam, bem como de exigir a rectificagio ou actualizagio dos mes- ‘mos, nos termnos da lei ¢ salvaguardados o searedo de Estado © osearedo de justica 2. B proibido o rexisto € tratamento de dados relativos fs convicgSes politicas, flosoficas on ideoléicas, 48 relic josa, & fliagdo partidria ou sindical, & origem émnica ¢ a vida privada dos cidadaos com fins discriminatorios, 3. E iaualmente proibido 0 avesso a dados pessoais de terceiros, bem como a transferéncia de dados pessoais de tum ficheiro para outro pertencente a servigo ot institnigo diversa, salvo nos casos estabelecidos por lei ou por deci- so judicial 4. Aplicam-se ao habeas data, com as necessérias adap tages, as disposiges do artizo anterir. ARTIGO 70° (estradigioe expulsio) 1, Nao ¢ parmiltida a expulsio nem a extradigao de cida- dios angolanes do territério nacional 2. Nao € permitida a extradigao de cidadaos estrangeiros por motivos politicos ou por factos passiveis de condenagao pena de morte € sempre que se admita, com fundamento, ‘que extraditado possa vir a ser sujet a tortura, tratamento desumano, erel ou de que resulte lesto imreversivel da inte- aridade fisica, segundo o direito do Estado requisitante 3. Os tribunais angolanos conhecem, nos termos da lei, ‘os factos de que sejam acusados 0s cidadaos cuja extradicao nao seja permitida de acordo com o disposto nos nimeros anteriores do presente artigo. 4, $6 por devisto judicial pode ser deterninada a expulsio do terrtorio nacional de cidadios estrangeiros ou de apatridas ‘autorizados a residir no Pais ou que tenham pedido asi salvo ‘em caso de revogagiio do acto de autorizaco, nos termos da le 5. A lei regula os requisitos e as condigdes para a extra- digao € a expulsao de estrangeiros, ARTIGO TL (Direto de astoy 1. E garantido a todo o cidadao estranaciro ov apatrida © direito de asilo em caso de persexticao por motivos politi- ‘cos, nomeadamente de grave ameaga ou de persesuigao, em ‘consequéncia da sua actividade em favor da democracia, da ndepencéncia nacional, da paz entre os povos, da liberdade ‘dos direitos da pessoa humana, de acordo com as leis em vigor € os instrumentos intemacionais. 2. Ali define o estatuto do refuziado politico. Antico 72 (ireto a julzamento ust conform) A todo 0 cidadao ¢ reconhecido o direito a julgamento justo, eélere € conforme a le ARTIGO 73° (Divito de peta, demincla, re Todos tem o direito de apresentar, individual ou colecti- ‘vamente, aos Oraaos de Soberania ou quaisquer autoridades, petigdes, denincias, reclamagSes ou queisas, para a defesa dos seus direitos, da. Constituiglo, das leis ou do interesse szeral, bem como o direito de ser informados em prazo razor vel sobre o resultado da respectiva apreciagio, ape quetca) ARTIGO 7 (Direlto de acedo popular) Qualquer cidado,individualmente ou através de ssociag es de interesses especificas, tem direito a acy judicial, nos casos e termes estabelecidos por Ie, que vise anular actos lesivos asalde pblica, ao patiménio piblico, histérico e cultural, ao meio ‘ambiente ¢ a qualidade de vida, &defesa do consummidor, lesa lidade dos actos da administragao ¢ demais ineresses colectivas. ARTIGO 7 (Respensabiidade do Estado ¢ de outeas pessoas colectivas publica) 1, O Estado ¢ outras pessons colectivas publica so solidarin «ecivilmenterespansiveis por acgSes ¢ omissSespraticadas pelos seus Graios, respectivos titulares, agentes © fimciondios, no ‘ecarcicio das fingses legislativa, jurisdicinal e administraliva ‘ou por causa delas, de que result violagio dos direitos, liberda- des garantias ou prejnizo para ottitular destes ou para terceiros. I SERIE — N° 154 —DE 16 DE AGOSTO DE 2021 6493, 2. Os autores dessas aces ott omiss6es sao criminal € disciplinarmente responsaveis, nos termos da lei CAPITULO II Direitos ¢ Deveres Econémicos, Sociais Culturais ARTIGO 762 ircito a0 trabaito) 1. O trabalho ¢ um direito ¢ um dever de todos, 2. Todo o trabalhador tem dircito a formagto profissio- nal, justa ramuncragao, descanso,férias, protecs20, higiene ¢ seauranga no trabalho, nos termos da lei, 3. Para assegurar direito a0 trabalho, incumbe ao Estado promover i A immplementagao de politicas de empreze, b) A igualdade de oporunidades na escolha da profis- sio ou genero de trabalho e condigses para que iio sea vedado ou limitado por qualquer tipo de discrimmacao, ©) A formagao académica e o desenvolvimento cien- tifico © temoldzico, bem como a valorizacao profissional dos trabalhadores, 4. O despedimento sem justa causa ¢ ilegal, constituindo- -se a entidade empregadora no dever de justa indemnizagao a0 trabalhador despedido, nos termos da le. ARTIGO (Sainte proteeca0 soca) 1.0 Estado promove egaranteas medlidasnecesirias para asseaurar a todos o direito @ assistencia médica e sanitiia, bem como o dieito a assisténcia na infneia, na maternidade, na invalidez, na deficiencia, na velhice ¢em qualquer sitiagao de incapacidade para o trabalho, nos teimos da lei. 2. Pata garantiro direito a assisténcia meclica e sanitaia, incumbe ao Estado: @) Deseavolver e assegurar a funcionalidade de um servigo de saiide em todo o tervtério nacional, ») Regular a producto, distribuiigfo, comércio e uso dos produtos quimicos, bioléaicos, farmacénti 0s ¢ outros meios de tratamento e diagndstico, ©) Incentivar 6 desenvolvimento do ensino médico- ico e da investigagao médica e de sade. 3. A iniciativa particular € cooperativa nos dominios da sade, previdéncia e seamranga social ¢ fiscalizada pelo Estado ¢ exerce-se nas condiges previstas por le ARTIGO 78° (Diretos do consider) 1. © consumidor tem direito & qualidade dos bens e ser ‘vigos, a informagao ¢ esclarecimento, a garantia dos seus proghitos ¢ & protecaona relagao de consumo. 2. 0 consumidor tem direito a ser protegido no fabric « fomecimento de bens e servigos nocivos a saide e A vida, devendo ser ressarcido pelos danos que the sejam causades. 3. Apublicidade debens e servigos de consumo ¢discipli- ‘nada por lei, sendo proibidas todas as formas de publicidade oculta, indirecta ou enganosa, 4.A leiproteze o consumidor e garante a defesa dos seus tresses. ARTIGO 7 (Direito wo ens, cultura © 9 desporto) 1. 0 Estado promove 0 acesso de todos a alfabetizagiio, 20 ensino, 4 cultura e a0 desporto, estimulando a participa- ‘¢a0 dos diversos agentes particulares na sua efectivagao, nos termos da lei. 2. O Estado promove a cigncia ea investigagao cientifiea etecnolégica. 43. A iniciativa particular ¢ cooperativa nos dominios do censino, da cultura € do desporto exerce-se nas condigdes previstas na lei ARTIGO 0° atinein) 1. A crianga tem dircito a atengao especial da familia, da sociedade © do Estado, os quais, em estreita colabora- ‘e20, devem assegurar a sua ampla protec¢ao contra todas 1a formas de abandeno, diseriminacao, opressao, exploragso © exervicio abusivo de autoridade, ma familia e nas demais insttuigdes 2. Aspoliticas piiblicas no dominio da familia, da edca- ‘g20 ¢ da satide devem salvaguardar o principio do superior interesse da crianga, como forma de garantir 0 seu pleno desenvolvimento fisico, psiquico ¢ cultural 3. 0 Estado assegura especial protecgdo a crianga drt’, com deficiéncia, abandonada ou, por qualquer forma, pri- vada de um ambiente familiar normal. 4. 0 Estado regula 2 adopgio de criangas, promovendo ‘sua integragao em ambiente ftuniliar sadio e velando pelo seu desenvotvimento integral 5. B proibido, nos termos da lei, o trabalho de menores ‘em idade escolar ARTIGO SL? ‘Guventae) 1, Os jovens gozam de protecgao especial para cfecti- vvagio dos seus direitos econémicos, sociais © culturas, nomeadamente: 4) No ensino, na formagio profissional e na cult b) No acesso ao primeiro emprego, no trabalho ¢ na seguranga social; ©) No acesso 8 habitagao, @) Na educagio fisica € no desporto; €) No aproveitamento dos tempos lives, 2. Para a efectivagao do dispostono niimero anterior, lei propria estabelece as bases para o desenvolvimento das poli- ticas para a juventude. 3. Apolitica de juventude deve ter como objectivos prio- itérios 0 desenvolvimento da personalidade dos jovens, 3 criagao de condigdes para a sua efectiva intesragio na vida activa, © gosto pela criagio livre € 0 sentido de servigo & ccomumiade. 4, OFstado, em colaboragio com as familias, as escolas, ‘as empresas, as organizagbes de moradores, as associagoes fe fundagdes de fins culturais e as colectividades de cule 6494 DIARIO DA REPUBLICA tura € recreio, fomenta ¢ apoia as organizagoes juvenis na prossecugao daqueles objectives, bem como o intercémbio intemacional da juventude. ARTIGO 82° (Tercera dade) 1. Os cidadaos idosos tém direito a seguranga econémiea ea cendigdes dehabitar‘o e convivio familiar ¢ comunitario que respeitem a sua autonomia pessoal e evitem ou superem, 6 isolamento e a marginalizagio social 2. A politica de terccita idade engloba medidas de caric~ ter econémico, social e cultural tendentes a proporcionar is pessoas idosas oportunidades de realizaguo pessoal, através de uma participagao activa na vida da commnidade. ARTIGO 83° (Cldados com deincta) 1. Os cidadaos com deficiéncia gozam plenamente dos direitos ¢ esto sujcitos aos deveres consagrados na Constituigao, sem prejuizo da restrigao do exercicio ou do cuumprimento daqueles para os quais se encontrem incapac tados ou limitados, 2. O Estado adopta uma polities nacional de preven- (0, tratamento, renbilitagio e integragao dos cidadaios com, deficigncia, de apoio as suas Familias ¢ de remogao de obsté- culos a sua mobilidade. 3. O Estado adopta politicas visando a sensibilizagao dda sociedade em relagao aos deveres de inclusio, respeito e solidariedade para com os eidadaos com deficiéncia. 4.0 Estado fomenta e apoia o ensino especial ea forma- ‘20 técnico-profissional para os cidadzos com deficiéncia ARTIGO 84° (Cantigoscombatentes vlersnos da Péris) 1. Os combatentes da lta pela independéncia nacio- nal, os veteranos da Patria, os que contrairam deficiéncia no cumprimento do servigo militar ov paramilitar, bem como 6 fillios menores € os cénjuses sobrevivos de combatentes tombados, gozam de estatuto e protecgio especial do Estado € da sociedade, nos termos da Constiuigo € da lei 2 Compete a0 Estado promover politicas que vise assegurar a integragao social, econémica ¢ cultural dos Cidadaos referidos no ponto anterior, bem como a protec- 40, valotizagao e preservagio dos fetos historicos por estes protagenizados. ARTIGO 88° (Diretoahabitacao ¢4 qualidade de vide) Todo 0 cidadao tem direito a habitagao € 4 quatidade de vid ARTIGO 86° (Comunidades no este anger © Estado estimula a associagto dos mgolanos que se encontram no estrangeiro e promove a sua ligaeio ao Pais, ‘bem como os laos econémicos, socinis, culturais ¢ de patriotism e solidariedade com as comunidades angolanas airadicadas ou querevetem alsuma relagdo de origem, con- sangninidade, cultura e historia com Angola ARTIGO 7° (Patrsnénio histerieo, cultural e artstico) 1. Os eidadios e as comunidades tam dircito ao respeito, A valorizagao ¢ a preservagiio da sua identidade cultural, lm- guistica e artistica 2. O Estado promove e estimula a conservacao ¢ valori- zagio do patriménio histérico, cultural e artistico do povo angolano. ARTIGO 88° (ever de contsibuigto) ‘Todos tém o dever de contribuir para as despesas piibli- ‘cas € da sociedade, em fungao da sua capacidade econémica ‘© dos beneficios que aufiram, através de impostos ¢ taxas, ‘com base nun sistema tibutario justo e nos termos da lei, TITULO mI Organizagiio Keonémica, Financeira e Fiscal caPiTULOT Prineipios Gerais ARTIGO 89° (@rincpion findamentai) 1. A organizagao © a regulagao das actividades cconé- micas assentam na garantia geral dos direitos ¢ liberdades ‘econdmicas em geral, na valorizagao do trabalho, na digni- dade humana e na justica social, em conformidade com os seguintes principios fundamentais a) Papel do Estado de regulador da economia © coordenador do desenvolvimento econémico nacional harmonioso, nos termos da Constitui- Ho e da lei b) Livre inicitiva econdmica ¢ empresarial, a exercet nios termos dia lei; ©) Beonomia de mercado, na base dos prineipios € valores da s& concorréncia, da moralidade e da Atica, previstos e asseaurades por ei @ Respeito e protecgio @ propriedade « iniciativa privadas, &) Fungio social da propriedade; P Rediugao das assimetrias regionais e desigualdades ) Concertagao social fh) Defesa do constmidor ¢ do ambiente. 2. As formas ¢ o regime de intervengao do Estado so reaulados por Ici ARTIGO 90° (Gustiga soca) © Estado promove o desenvolvimento social atraves de: a) Adopgao de criterios de redistribuigao da riqueza que privilegiem os cidadaos e em particular os extractos socinis mais vulneraveis e carenciados da sociedade; ) Promogio da justica social, enquanto incumbéncia do Estado, através de uma politiea fiscal que assegure a justiga, a equidade e a solidariedade ‘em todos 8 dominios da vida nacienal:

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