O Hip-Hop é um movimento cultural, social e político que surgiu na década de 60,
enquanto movimento de jovens negros e hispano-americanos dos guetos pobres do Bronx, nos Estados Unidos, vivendo um contexto de vida violento e estigmatizado. Em resposta, estes jovens apropriaram-se de expressões artísticas e discursos como modo de enfrentamento e diálogo sobre os desafios da sua realidade. Nas escolas e nas universidades é comum perceber as manifestações do Hip-Hop (rap, grafite, dança de rua), porém, nota-se o distanciamento entre o cotidiano dos estudantes e sua vida nos espaços formais de educação, tradicionalmente resistentes a este movimento e não percebem a sua importância nas questões socioeducativas, devido à sua origem nas camadas periféricas. A interseccionalidade busca consequências estruturais entre dois ou mais eixos de subordinação, se referindo à forma que as ações específicas geram opressões e sistemas discriminatórios – como o racismo e o capitalismo – que criam as desigualdades sociais. A discussão da interseccionalidade entre a juventude negra busca enfatizar as violências diárias vivenciadas por esse grupo social, bem como o mito da democracia racial, a qual forja a desigualdade racial e social pertinente no Brasil. Nesse contexto, o projeto Educa Rap é criado; há uma diligência promovida por estudantes da UFRB com o intuito de promover a união de classes, estudantis, periféricas, dentre outras, e, assim, interligar os conceitos da arte, cultura e educação; nele os jovens negros encontram apoio para a promoção de movimentos de cunho social com tendência a inclusão das classes omitidas. O Educa Rap é uma iniciativa estudantil para a promoção da interação entre os/as discentes da UFRB e jovens do meio periférico das cidades vizinhas aos campi, por meio da educomunicação. O projeto têm realizado pelas ondas de rádio, na Rádio Santa Cruz FM, discussões, atividades artísticas, interações, fortalecimento de movimentos e outras ações por meio de blocos; os blocos são apresentados no Rap é o Som, e são dirigidos em maioria por estudantes da UFRB e acompanhados por docentes e voluntários, sendo os blocos: Momento Lírico, Educa Rap Dicas Socioambientais, Minuto Sociologia e Saque no Corre. O uso das mídias, especificamente o rádio e a TV, na educação ambiental além de buscar conscientizar os educandos e toda a sociedade, colabora na inclusão das classes mais baixas e da juventude negra, os quais se adentram a arte, educação e cultura utilizando ao mesmo tempo o hip-hop, rap e assuntos que abordam questões ambientais.
Palavras-chave: Educação Ambiental. Rádio e TV. Interseccionalidade. Hip-Hop.