Você está na página 1de 59

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Centro de Tecnologia - Departamento de Engenharia Civil e Ambiental


Curso de Engenharia Civil

CIV0415 - MECÂNICA DOS SOLOS I


2022.2

AULA 07
CLASSIFICAÇÃO GEOTÉCNICA DOS SOLOS

Prof.ª Bárbara Hillary de Almeida Pinto


ROTEIRO DA AULA
1. CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS;
2. SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS:
i. SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO GRANULOMÉTRICA (OU TEXTURAL);
ii. SISTEMA UNIFICADO DE CLASSIFICAÇÃO DE SOLO (SUCS);
iii. SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO RODOVIÁRIA (HRB);
iv. COMPARAÇÃO ENTRE SUCS E HRB;
3. EXEMPLO VALENDO BRINDE;
4. LIMITAÇÕES DAS CLASSIFICAÇÕES TRADICIONAIS;
5. CLASSIFICAÇÕES NÃO CONVENCIONAIS;
6. REFERÊNCIAS.

2
CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS
▪ O que significa classificar um solo?
▪ Por que classificar os solos?
▪ Quais os objetivos da classificação dos solos?
▪ Quais as formas de classificação dos solos?
▪ Para que servem os sistemas de classificação de solos?
▪ Quais os quesitos que um sistema de classificação de solos deve conter?

3
CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS

Fonte: Adaptado de FRANÇA, 2015. 4


CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS
▪ Solo como agente receptor de solicitações:

▪ Solo como elemento construtivo:

Fonte: Adaptado de https://www.youtube.com/watch?v=d9vR91zR7Yw&list=PL6WrhsCqHP0KtFNT20GlTJE0NJOkecgMy&index=1 5


CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS
▪ O que significa classificar um solo?
✓ A classificação de um solo visa incluí-lo em um determinado grupo composto por solos de
características e propriedades geotécnicas similares.

▪ Por que classificar os solos?


✓ Diversidade de tipos de solos e diferenças no comportamento frente a solicitações de interesse
na Engenharia.

6
CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS
▪ Quais os objetivos da classificação dos solos?
✓ Estimar o provável comportamento do solo;
✓ Orientar as investigações geotécnicas para proceder uma análise adequada do problema.

Areia argilosa “SC” apresenta: .


▪ Boa resistência Construção de barragens
▪ Baixa permeabilidade .
▪ Baixa deformabilidade

Fonte: Adaptado de LEME, 2021. 7


CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS
▪ Quais as formas de classificação dos solos?
✓ Quanto ao tipo de solo – Identificação tátil-visual;
✓ Quanto à origem e formação;
✓ Quanto ao tamanho e formato das partículas;
✓ Quanto à estrutura;
“Um sistema de
✓ Quanto ao estado de compacidade e consistência; classificação sem índices
✓ Quanto à constituição mineralógica; numéricos para identificar
os grupos é totalmente
✓ Outras: presença ou não de matéria orgânica, preenchimento dos vazios etc. inútil” (Terzaghi)
✓ Quanto ao tipo e comportamento das partículas constituintes: SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS
baseados em propriedades-índices  mais empregados na Engenharia.

Os parâmetros são mais confiáveis que a classificação em si

8
CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS
▪ Para que servem os sistemas de classificação de solos?
✓ Facilita a transmissão do conhecimento (estudo) e comunicação entre os profissionais;
✓ Necessidade de que a designação de um tipo de solo seja entendida da mesma maneira por
todos, contendo, se possível, limites numéricos bem definidos que universalizem os critérios
adotados.

▪ Quais os quesitos que um sistema de classificação de solos deve conter?


✓ Ser simples e de fácil memorização;
✓ Ser flexível, para se tornar geral ou particular;
✓ Permitir expansões posteriores (subdivisões).

9
SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS
Classificação dos solos quanto ao tipo e comportamento das partículas constituintes:
▪ SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS baseados em propriedades-índices  mais empregados
na Engenharia

▪ Sistema de classificação granulométrica (ou textural ou trilinear)


▪ Sistema Unificado de Classificação de Solo (SUCS)
▪ Sistema Rodoviário de Classificação – Highway Research Board (HRB)
(normatizado pela AASHTO)

Sistemas de classificação geotécnica não convencionais: classificação MCT (M - miniatura, C -


compactação, T - tropical); solos lateríticos e não lateríticos (saprolíticos); classificações regionais;
classificação dos solos pela sua origem; solos orgânicos.

10
SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO TEXTURAL
Identificação do solo é função da
porcentagem de suas frações
granulométricas
Baseado apenas na
granulometria dos solos

É pouco empregado na engenharia


Por quê?

Diagrama trilinear textural do Bureau of Public Roads (EUA).


Fonte: Adaptado de FRANÇA, 2015. 11
SISTEMA UNIFICADO (SUCS)
▪ Desenvolvido por Arthur Casagrande (1942) para obras de aeroportos: Sistema
Unificado de Classificação de Solos (SUCS) ou Unified Soil Classification System
(USCS);
▪ Normatizado pela ASTM (American Society for Testing and Materials);
▪ É o sistema mais usado na geotecnia em geral, dividindo o solo em três grupos:
solos grossos, solos finos e turfas;
Emprega a distribuição granulométrica e os limites de consistência
▪ Solos identificados por duas letras (existem exceções de dupla classificação).

Fonte: Adaptado de FRANÇA, 2015. 12


SISTEMA UNIFICADO (SUCS)
▪ Solos identificados por duas letras (existem exceções de dupla classificação):

Fonte: Adaptado de Geoteaching, 2021. 13


SISTEMA UNIFICADO (SUCS)
1º passo: Identificar a porcentagem de finos (percentual de solo que passa na peneira #200 – 0,075mm):

< 50% de finos ➔ Solos granulares:


Areia (S) ou Pedregulho (G)

≥ 50% de finos ➔ Solos finos:


Argila (C), Silte (M) ou Orgânico (O)

Fonte: Adaptado de Geoteaching, 2021. 14


SISTEMA UNIFICADO (SUCS)
1º passo: Identificar a porcentagem de finos (percentual de solo que passa na peneira #200 – 0,075mm):

< 50% de finos ➔ Solos granulares:


Areia (S) ou Pedregulho (G)

≥ 50% de finos ➔ Solos finos:


Argila (C), Silte (M) ou Orgânico (O)

Fonte: Adaptado de Geoteaching, 2021. 15


SISTEMA UNIFICADO (SUCS)
2º passo: Solos finos ➔ Usar carta de plasticidade → Dados necessários: LL e IP (LL–LP)
▪ Tipo principal de solo: C, M ou O.
▪ Característica secundária: L ou H.
Os solos finos, que são divididos em quatro
subgrupos (CL, CH, ML e MH) são
classificados de acordo com a sua posição
em relação às linhas A e B:
▪ Acima ou na linha A: Argila (C);
▪ Abaixo da linha A: Silte (M);
▪ À direita ou na linha B (LL ≥ 50):
Solo de alta compressibilidade (H);
▪ À esquerda da linha B (LL < 50):
Solo de baixa compressibilidade (L);
▪ Região específica com 4 ≤ IP ≤ 7:
Dupla classificação → CL-ML.
Fonte: Adaptado de Geoteaching, 2021. 16
SISTEMA UNIFICADO (SUCS)
A carta de plasticidade possui três
divisores principais:
▪ Linha A [IP = 0,73 x (LL-20)], que
separa argilas (C), siltes (M) e solos
orgânicos (O)

▪ Linha B (LL = 50%), que separa solos


de baixa plasticidade (ou
compressibilidade) (L) dos de alta
plasticidade (ou compressibilidade)
(H)

▪ Linha U [IP = 0,9 x (LL-8)], que é o


limite superior da classificação
encontrado para a grande maioria dos
solos.
Obs.: Se, em um processo de classificação,
o ponto representante do solo se situar
acima da linha U, os dados de laboratório
devem ser checados e os ensaios refeitos!

Fonte: Adaptado de CORRÊA, 2015. 17


SISTEMA UNIFICADO (SUCS)
EXEMPLO 1: Classificar, pelo Sistema Unificado, os solos 1, 2 e 3, cujas características estão apresentadas a seguir. Todos possuem
mais de 50% de material passante na peneira #200.

Solo 1: Solo escuro com LL = 60 e LP = 50.

Solo 2: Solo marrom claro com LL = 20 e IP = 6.

Solo 3: Solo com LL = 49 e LP = 9.

Resposta: Solo 1: OH (Silte orgânico de alta compressibilidade/plasticidade);


Solo 2: CL-ML (Argila siltosa de baixa compressibilidade /plasticidade);
Solo 3: CL (Argila de baixa compressibilidade /plasticidade).

Fonte: Adaptado de Geoteaching, 2021. 18


SISTEMA UNIFICADO (SUCS)
1º passo: Identificar a porcentagem de finos (percentual de solo que passa na peneira #200 – 0,075mm):

É importante, sobretudo, realizar a


análise da curva granulométrica

< 50% de finos ➔ Solos granulares:


Areia (S) ou Pedregulho (G)

≥ 50% de finos ➔ Solos finos:


Argila (C), Silte (M) ou Orgânico (O)

Fonte: Adaptado de Geoteaching, 2021. 19


SISTEMA UNIFICADO (SUCS)
2º passo: Solos granulares ➔ Tipo principal de solo: Avaliar a quantidade de areia (S) e pedregulho (G)

➔ G > S: G

➔ S > G: S

Fonte: Adaptado de Geoteaching, 2021. 20


SISTEMA UNIFICADO (SUCS)
3º passo: Solos granulares ➔ Característica secundária: CASO A: Teor de finos < 5%
▪ Tipo principal de solo: G ou S
▪ Característica secundária: Nesse caso, a classificação depende somente das características granulométricas ➔
Solos bem (W) ou mal (P) graduados.
Coeficiente de não uniformidade (CNU):
D60
CNU =
D10
Pedregulho bem graduado: CNU ≥ 4
Areia bem graduada: CNU ≥ 6

Coeficiente de curvatura (CC):


(D30 )²
CC =
D60 ∙ D10
Areia e pedregulho bem graduados: 1 ≤ CC ≤ 3

Fonte: Adaptado de Geoteaching, 2021. 21


SISTEMA UNIFICADO (SUCS)
3º passo: Solos granulares ➔ Característica secundária: CASO B: Teor de finos > 12%
▪ Tipo principal de solo: G ou S.
▪ Característica secundária: C, M ou O ➔ Nesse caso, a classificação depende dos índices de consistência ➔
avaliar as propriedades dos finos (usar Carta de Plasticidade).

EXEMPLO 2: Classificar, pelo SUCS, o solo a seguir:

Pedregulho: 10%; Areia: 60%; Teor de finos: 20%.


Limites de consistência: LL = 40 e LP = 10.

Resposta: SC (Areia argilosa).

Fonte: Adaptado de Geoteaching, 2021. 22


SISTEMA UNIFICADO (SUCS)
3º passo: Solos granulares ➔ Característica secundária: CASO C: 5% ≤ Teor de finos ≤ 12%
▪ Tipo principal de solo: G ou S.
▪ Característica secundária ➔ Nesse caso, a classificação depende das características granulométricas (CNU e
CC) e dos índices de consistência (LL e IP) ➔ DUPLA CLASSIFICAÇÃO: W ou P e C, M ou O.

EXEMPLO 3: Classificar, pelo SUCS, o solo a seguir:

Pedregulho: 22%; Areia: 68%; Teor de finos: 10%.


CNU = 7 ; CC = 2.
Limites de consistência: LL = 70 e LP = 20.

Resposta: SW-SC (Areia bem graduada com argila).

Fonte: Adaptado de Geoteaching, 2021. 23


SISTEMA UNIFICADO (SUCS)
CNU ≥ 4 e 1 ≤ CC ≤ 3
Resumo:

CNU ≥ 6 e 1 ≤ CC ≤ 3

Fonte: Adaptado de Geoteaching, 2021. 24


SISTEMA UNIFICADO (SUCS)
ou
Resumo:
SOLOS FINOS

Se CNU ≥ 4 Se CNU ≥ 6 e
e 1 ≤ CC ≤ 3 1 ≤ CC ≤ 3

Fonte: Adaptado de FRANÇA, 2015. 25


SISTEMA UNIFICADO (SUCS)

26
SISTEMA UNIFICADO (SUCS)
Grupos de solos da classificação SUCS:

27
SISTEMA UNIFICADO (SUCS)
Grupos de solos da classificação SUCS (solos com pedregulho e areia):

28
SISTEMA UNIFICADO (SUCS)
Grupos de solos da classificação SUCS (solos siltosos orgânicos e solos argilosos):

29
SISTEMA UNIFICADO (SUCS)
Grupos de solos da classificação SUCS (solos siltosos orgânicos e solos argilosos):

30
SISTEMA UNIFICADO (SUCS)
Comportamento esperado para os diferentes grupos de solos da classificação SUCS:

Fonte: Adaptado de FAGUNDES, 2021. 31


SISTEMA RODOVIÁRIO (HRB)
▪ Proposta desenvolvida para ser usada na engenharia rodoviária, na
área de construção de estradas (1945): Sistema de Classificação
Rodoviária ou Highway Research Board (HRB);
▪ Indica a adequabilidade do solo como subleito de estradas;
▪ Normatizado pela AASHTO (American Association of State
Highway and Transportation Officials);
Fonte: Adaptado de http://blog.maxieduca.com.br/wp-
▪ Sistema de classificação semelhante ao Sistema Unificado (SUCS). content/uploads/2018/04/Figura-1.jpg

Emprega a distribuição granulométrica e os limites de consistência

Fonte: Adaptado de LEME, 2021. 32


SISTEMA RODOVIÁRIO (HRB)
Adota a nomenclatura com a letra “A”, seguida por um número, gerando 8* diferentes grupos de solos:

Solos grossos divididos em três grupos:


▪ A-1: Pedregulho e areia grossa bem graduados, com pouca ou nenhuma plasticidade
▪ A-2: Pedregulho e areia grossa bem graduados, com material cimentante de natureza friável ou plástica
▪ A-3: Areias finas não plásticas

Solos finos divididos em quatro grupos:


▪ A-4: Solos siltosos com pequena quantidade de material grosso e de argila
▪ A-5: Solos siltosos com pequena quantidade de material grosso e de argila, rico em mica e diatomita
▪ A-6: Argilas siltosas medianamente plásticas com pouco ou nenhum material grosso
▪ A-7: Argilas plásticas com presença de matéria orgânica

Solos orgânicos*:
▪ A-8: Turfas orgânicas

33
SISTEMA RODOVIÁRIO (HRB)
1º passo: Identificar a porcentagem de finos (percentual de solo que passa na peneira #200 – 0,075mm):

≤ 35% de finos ➔ Solos granulares:


Grupos A-1, A-2 e A-3

> 35% de finos ➔ Solos finos:


Grupos A-4, A-5, A-6 e A-7

Fonte: Adaptado de Geoteaching, 2021. 34


SISTEMA RODOVIÁRIO (HRB)
1º passo: Identificar a porcentagem de finos (percentual de solo que passa na peneira #200 – 0,075mm):

≤ 35% de finos ➔ Solos granulares:


Grupos A-1, A-2 e A-3

> 35% de finos ➔ Solos finos:


Grupos A-4, A-5, A-6 e A-7

Fonte: Adaptado de Geoteaching, 2021. 35


SISTEMA RODOVIÁRIO (HRB)
2º passo: Solos finos ➔ Classificação baseada nos limites de consistência
Dados necessários:
▪ Limite de liquidez (LL)
▪ Índice de plasticidade: IP = LL - LP

Os solos finos são divididos em quatro subgrupos


(A-4, A-5, A-6 e A-7*), sendo classificados
conforme mostrado a seguir:
▪ A-4: LL ≤ 40 e IP ≤ 10;
▪ A-5: LL > 40 e IP ≤ 10;
▪ A-6: LL ≤ 40 e IP > 10;
▪ A-7: LL > 40 e IP > 10:
A-7-5: IP ≤ LL-30;
A-7-6: IP > LL-30. Lembrete: Os ensaios de limites de consistência utilizam material passante
na peneira #40 (0,42 mm)!

Fonte: Adaptado de Geoteaching, 2021. 36


SISTEMA RODOVIÁRIO (HRB)
1º passo: Identificar a porcentagem de finos (percentual de solo que passa na peneira #200 – 0,075mm):

≤ 35% de finos ➔ Solos granulares:


Grupos A-1, A-2 e A-3

> 35% de finos ➔ Solos finos:


Grupos A-4, A-5, A-6 e A-7

Fonte: Adaptado de Geoteaching, 2021. 37


SISTEMA RODOVIÁRIO (HRB)
2º passo: Solos granulares ➔ Identificar o IP e os percentuais passantes nas peneiras #10, #40 e #200
Os solos granulares são divididos em três subgrupos (A-1*, A-2* e A-3), sendo classificados conforme mostrado a
seguir:
▪ A-1-a → Pedregulho bem graduado (aprox. GW): ▪ A-2:
% passante #10 (2 mm) ≤ 50%; % passante #200 (0,075 mm) ≤ 35%;
% passante #40 (0,42 mm) ≤ 30%; Os finos têm característica secundária:
% passante #200 (0,075 mm) ≤ 15%;
IP ≤ 6.
▪ A-1-b → Areia bem graduada (aprox. SW):
% passante #40 (0,42 mm) ≤ 50%;
% passante #200 (0,075 mm) ≤ 25%;
IP ≤ 6.
▪ A-3 → Areia fina mal graduada(aprox. SP):
% passante #40 (0,42 mm) > 50%;
% passante #200 (0,075 mm) ≤ 10%;
IP = 0 (IP nulo – NP).
Fonte: Adaptado de Geoteaching, 2021. 38
SISTEMA RODOVIÁRIO (HRB)
Comportamento do solo como camada do pavimento:
▪ Excelente a bom: A-1-a, A-1-b, A-2-4, A-2-5, A-3.
▪ Regular a mau: A-2-6, A-2-7, A-4, A-5, A-6, A-7.

Fonte: Adaptado de http://blog.maxieduca.com.br/wp-


content/uploads/2018/04/Figura-1.jpg

Fonte: Adaptado de Geoteaching, 2021. 39


SISTEMA RODOVIÁRIO (HRB)
3º passo: Calcular o índice de grupo (IG):

Índice de grupo: Indica a qualidade do solo a ser utilizado


como subleito (fundação do pavimento).

O IG varia de 0 (Ótimo) a 20 (Péssimo).

EXEMPLO 4: Calcular o IG de um solo A-6 em que 62% de material passa na peneira #200, LL=30% e IP=14%.

Resposta: IG = 7 → A-6 (7).

Fonte: Adaptado de Geoteaching, 2021. Resposta: 7. 40


SISTEMA RODOVIÁRIO (HRB)
Resumo:
≤ 50% ≤ 30% ≤ 15% ≤6%
≤ 50% ≤ 25% ≤6%
> 50% ≤ 10% NP

Fonte: Adaptado de Geoteaching, 2021. 41


SISTEMA RODOVIÁRIO (HRB)
Resumo:

42
SISTEMA RODOVIÁRIO (HRB)
Resumo:

Fonte: Adaptado de FRANÇA, 2015. 43


COMPARAÇÃO ENTRE SUCS E HRB

Fonte: Adaptado de DNIT, 2006. 44


COMPARAÇÃO ENTRE SUCS E HRB

Fonte: Adaptado de DNIT, 2006. 45


COMPARAÇÃO ENTRE SUCS E HRB
EXEMPLO 5: Classificar o solo abaixo pelo Sistema Unificado e pelo Sistema Rodoviário:

LL = 30%
LP = 10%

Resposta: SUCS: SC (Areia argilosa); HRB: A-6(6).


46
COMPARAÇÃO ENTRE SUCS E HRB
EXEMPLO 6: Classificar o solo abaixo de acordo com o SUCS e com o sistema HRB/AASHTO:

LL = 41%
LP = 26%

Resposta: SUCS: SP-SM (Areia mal graduada com silte); HRB: A-2-7(0).

47
COMPARAÇÃO ENTRE SUCS E HRB
EXEMPLO 7: Classificar o solo a seguir de acordo com o SUCS:

LL = 15%
LP = NP (Solo não plástico)

Resposta: SUCS: SP-SM (Areia mal graduada com silte); HRB: A-2-4(0).

48
COMPARAÇÃO ENTRE SUCS E HRB
Exemplo 8: Classificar o solo a seguir, cujos dados estão apresentados abaixo, pelo SUCS e pelo HRB.

LL = 60%
LP = 40%

Resposta: SUCS: MH (Silte elástico arenoso); HRB: A-7-5(16).

49
COMPARAÇÃO ENTRE SUCS E HRB
Exemplo 9: Classificar o solo abaixo, cujos dados estão apresentados abaixo, pelo SUCS e pelo HRB.

LL = 36%
LP = 31%

Resposta: SUCS: SM (Areia siltosa); HRB: A-4(2).

50
EXEMPLO VALENDO BRINDE - PRÊMIOS
1º LUGAR

2º LUGAR

+ 0,5 pontos extras 3º LUGAR


(1ª Unidade)

+ 0,3 pontos extras


(1ª Unidade)
+ 0,1 pontos extras
(1ª Unidade)

51
LIMITAÇÕES DAS CLASSIFICAÇÕES TRADICIONAIS
Engenheiros rodoviários  Sistema Rodoviário
Engenheiros barrageiros  Sistema Unificado
Engenheiros de fundações  (?)

Limitações dos sistemas tradicionais de classificação:


▪ Podem classificar solos de gêneses diferentes como sendo pertencentes à mesma classe

▪ Correlações entre as propriedades-índices e dispersão de resultados de ensaios

▪ Diferenças quanto às propriedades inferidas e o comportamento geotécnico real observado

▪ Condições ambientais diferentes das encontradas no Brasil (solos tropicais x solos temperados)
Como solucionar?

52
CLASSIFICAÇÕES NÃO-CONVENCIONAIS
Sistema de Classificação MCT (M - miniatura, C - compactação, T - tropical):
▪ Proposto por Nogami e Villibor (1981)

▪ Estima propriedades hidráulicas e mecânicas de solos tropicais compactados

Baseado em parâmetros obtidos em ensaios de compactação com energias diferentes

▪ Sistema voltado para a prática rodoviária;


▪ Os solos são classificados prioritariamente em areias, siltes e argilas e, secundariamente, são
agrupados em duas classes de comportamento distintas: Solos tropicais
✓ Solos de comportamento laterítico (L)
✓ Solos de comportamento não laterítico (N) ou saprolítico Solos lateríticos Solos saprolíticos

53
CLASSIFICAÇÕES NÃO-CONVENCIONAIS
Sistema de Classificação MCT (M - miniatura, C - compactação, T - tropical):
▪ Solo laterítico
✓ Solo superficial, típico da evolução em locais bem drenados das regiões tropicais úmidas (clima quente com
regime de chuvas moderado a intenso);
✓ Solo residual ou não, intemperizado em condições tropicais, rico em minerais de argila (predomínio da caulinita);
✓ Contém elevado teor de óxidos e hidróxidos de ferro e alumínio (recobrimento ou cimentação/ligação entre os
argilominerais e quartzo);
✓ Elevado índice de vazios no estado natural, mas quando compactado apresenta elevada resistência, baixa
permeabilidade e baixa deformabilidade  muito empregado em pavimentação e em aterros.

▪ Solo não laterítico (ou saprolítico)


✓ Geralmente corresponde à camada mais profunda do perfil de solo tropical;
✓ Resulta da decomposição ou desagregação in situ da rocha, mantendo a sua estrutura;
✓ Podem predominar outros argilominerais, como a ilita e montmorilonita e demais minerais primários na zona
menos intemperizada;
✓ Os argilominerais não se encontram recobertos por óxidos e hidróxidos de ferro e alumínio.

54
CLASSIFICAÇÕES NÃO-CONVENCIONAIS
Sistema de Classificação MCT (M - miniatura, C - compactação, T - tropical):

Perfis de solo em Jambeiro (SP): a) Laterítico; b) Saprolítico.

Fonte: MARSON, 2004 apud MACHADO; MACHADO, 2021.

Fonte: ALMEIDA, 2013.

55
CLASSIFICAÇÕES NÃO-CONVENCIONAIS
Classificações regionais
Classificações informais, baseadas na experiência local. Os solos têm suas características e propriedades
progressivamente pesquisados e incorporados ao conhecimento técnico

Exemplos de classificação regional de alguns solos da cidade de São Paulo:


✓ “Argila porosa vermelha”: ocorre no espigão da Av. Paulista  pelo SUCS se classifica como MH, porém
apresenta comportamento típico de argila;
✓ “Argila vermelha rija”;
✓ Solos variegados”: diversidades de cores;
✓ “Argilas cinzas duras”: ocorrem abaixo da cota do nível d’água do rio Tietê;
✓ “Areias basais”: depósitos de areias bastante puras que ocorrem em grandes profundidades no centro da cidade;
✓ “Argilas orgânicas quaternárias: ocorrem nas várzeas dos rios Tietê e Pinheiros, e na Cidade Universitária.
✓ [...]

56
CLASSIFICAÇÕES NÃO-CONVENCIONAIS
Classificações regionais

Fonte: PINTO, 2006. 57


CLASSIFICAÇÕES NÃO-CONVENCIONAIS
Solos orgânicos
Contêm uma quantidade apreciável de matéria decorrente de decomposição, em vários estágios, de
matéria vegetal ou animal

✓ Fácil identificação: cor escura e odor


característico
✓ Solos problemáticos: muito compressíveis,
elevados índices de vazios e são de
sedimentação recente (normalmente
adensados), possuindo baixa capacidade suporte
✓ Encontrados no Brasil, principalmente nos
depósitos litorâneos, em espessuras de dezenas
de metros, e nas várzeas dos rios e córregos, em
camadas com 3 a 10 metros de espessura.
Fonte: Adaptado de https://friendlyaussiebuds.com/wp-
content/uploads/2019/02/soil-organic.jpg

58
REFERÊNCIAS
PINTO, Carlos de Sousa. Curso Básico de Mecânica dos Solos. 3. ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2006.

FRANÇA, Fagner. NOTAS DE AULA: Classificação dos Solos. 2015. Mecânica dos Solos I. Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
1Geoteaching. AULA 6 - Classificação dos solos - SUCS. 2021. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=vviZo0hZg8M&list=PLex6r0uqXaiBHErYe4KFdw0ZEsB3IKtom&index=15.
2Geoteaching. AULA 7 - Classificação dos solos - AASHTO, HRB, TRB. 2021. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=OR3wVO8ufa0&list=PLex6r0uqXaiBHErYe4KFdw0ZEsB3IKtom&index=8.

FAGUNDES, Diego. Obras de Terra: Cap. 3: Classificação Geotécnica dos solos. 2021. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=O9pA9iw8_bE&list=PLdp1BT3nm0zaVfEB2FFO7MTC-2sLMVg5-
&index=8.

LEME, Rosiel Ferreira. Mecânica dos Solos UFC. AULA 07 – Classificação do solo. 2021. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=dUuOepb1NdY&list=PLkScZ_PDpX_zupjzKLVUAwg4Fq8NQlJaq&index=8.

MACHADO, Sandro Lemos; MACHADO, Miriam de Fátima Carvalho. MECÂNICA DOS SOLOS I - Conceitos introdutórios. 2021. Universidade Federal da Bahia - Escola Politécnica. Departamento de Ciência e
Tecnologia dos Materiais. Setor de Geotecnia.

SENRA, Klinger. Geotecnia. Playlist: Classificação geotécnica dos solos. 2020. Disponível em: https://www.youtube.com/c/ProfessorKlingerSenra/playlists.

ALMEIDA, João Guilherme Rassi. NOTAS DE AULA: Classificação dos Solos. 2013. Geotecnia I. Pontifícia Universidade Católica de Goiás. Disponível em:
https://view.officeapps.live.com/op/view.aspx?src=http%3A%2F%2Fprofessor.pucgoias.edu.br%2FSiteDocente%2Fadmin%2FarquivosUpload%2F17403%2Fmaterial%2FAula%25205%2520-
%2520Classific%25C3%25A7%25C3%25A3o%2520dos%2520solos_JG.pptx%23%3A~%3Atext%3DOs%2520solos%2520s%25C3%25A3o%2520classificados%2520pela%2520fra%25C3%25A7%25C
3%25A3o%2520granulom%25C3%25A9trica%2520dominante%2Ce%2520subdominante%253A%2520argila%2520arenosa%252C%2520areia%2520siltosa%252C%2520silte%2520argiloso&wdOrigin=
BROWSELINK.

MONTOR, Augusto. NOTAS DE AULA: AULA 04: CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS. 2015. Faculdade de Engenharia e Arquitetura. Disponível em: https://5semestrecivil.files.wordpress.com/2015/07/aula-4-
classificac3a7c3a3o-dos-solos.pdf.

CORRÊA, Carolina. NOTAS DE AULA: Aula classificação dos solos. 2015. Pedologia. Disponível em: https://www.slideshare.net/karolpoa/aula-classificao-dos-solos.

DNIT. Manual de Pavimentação. 2006. Publicação IPR – 179. Ministério dos Transportes. Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes. Instituto de Pesquisas Rodoviárias. Cap. 2. Materiais
incorporados às obras de pavimentação – Materiais Terrosos.

59

Você também pode gostar