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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA

VARA DA FAMÍLIA, ÓRFÃOS, INFÂNCIA E JUVENTUDE DA COMARCA DE


DELTA-XX

Tutela de Urgência

Luísa dos Santos Bastos , brasileira, menor, estudante, portador da Cédula de Identidade
nº......., inscrito no CPF nº..........., neste ato representado por sua genitora, Maria dos
Santos, brasileira, divorciada, portadora da Cédula de Identidade nº........, inscrita no CPF
sob o nº....., residente e domiciliada à Rua....., Cep:....., e-mail:......; por seus procuradores
infra-assinados, com escritório situado a Rua ......, onde recebem as notícias e avisos, vêm,
respeitosamente a presença de Vossa Excelência, com fulcro no artigo 1.698 do Código
Civil e na Lei nº. 5.478/68, propor a presente

AÇÃO DE ALIMENTOS AVOENGOS COM PEDIDO LIMINAR DE TUTELA


PROVISÓRIA DE URGÊNCIA

em face de sua AVÓ MATERNA ..... , brasileira, viúva, profissão, portador da Cédula de
Identidade nº. ....., inscrito no CPF sob o nº. ...., residente e domiciliado à Rua ..... , e-mail
desconhecido, em vista das seguintes razões de fato e de direto:

I – PRELIMINARMENTE

A Autora, menor impúbere, é incapaz de arcar com as custas judiciais e demais despesas
incluindo-se honorários advocatícios, vez que, não exerce atividade remunerada bem
como não possui qualquer outra renda, de modo que impositiva a concessão dos
benefícios da assistência judiciária gratuita
Para corroborar o pedido, anexa à presente, a Declaração de hipossuficiência e, em que
pese firmada por sua representante, deve-se ater ao fato, de que a demanda, foi proposta
por menor (incapaz).

Por essa razão, requer a esse criterioso juízo, a concessão dos benefícios da justiça
gratuita, assegurados pelo art. 5º, inciso LXXIV da Constituição Federal e art. 98 e
seguintes do Código de Processo Civil.

II – DOS FATOS

Conforme faz prova a inclusa certidão de nascimento, a Autora nasceu em 01/01/2010,


estando atualmente com 12 anos de idade, sendo neta da Requerida.

No feito, desde que o pai da Luísa faleceu, a Autora, não conseguiu ter suas necessidades
inclusive alimentares atendidas.

Em que pese o dever do pai em prestar alimentos a filha, no presente caso, o genitor veio
a falecer, desincumbindo com seus deveres, tanto é, que teve a Autora que buscar a
chancela do judiciário para o fim de obrigar a avó a pagar os alimentos, pois, desde o ano
de 2015, não mais obteve êxito no recebimento dos valores acordados por seu pai em
juízo, estando desde então sem qualquer ajuda financeira, vez que seu pai encontra-se em
óbito, como se aufere da inclusa cópia da certidão de óbito em anexo(fls.xx) e ação de
execução de alimentos de nº .....(fls.xx).

A mãe do menor recebe apenas um salário mínimo nacional de remuneração por mês,
embora demasiadamente cansada de arcar sozinha com as despesas da filha, sempre
incentivou o contato com a avó e demais familiares, mas mesmo assim, não fora dado
continuidade, de modo que, coube a mesma todas as atribuições e responsabilidades com
educação, alimentação, vestuário, escola, etc...

Em razão desse quadro, a mãe do Autora, durante anos, protelou a propositura da ação de
alimentos em favor da Avó paterna, porém, hoje, em razão das dificuldades financeiras
que vêm atravessando, não consegue mais suportar sozinha as despesas com a filha,
precisando urgentemente do auxílio da família paterna.

A Avó paterna, goza de confortável situação patrimonial.


A mesma, possui vários xxxxx, e renda advinda de xxxxxxxx.

Em que pese a Autora, ser neta do Requerida e residir na mesma cidade, não há qualquer
intenção dessa em auxiliar o menor, ao contrário, sempre procurou manter-se afastada,
como forma de não ter que participar das dificuldades da infante, embora, muitas vezes
ciente que o seu filho, contribuía com a alimentação da mesma.

Diante do patrimônio do Requerida, evidenciado através das inclusas matrículas,


presume-se que o mesmo, aufira renda superior à R$ .......(......).

Enquanto isso, a mãe do menor, cujos rendimento advindos de sua profissão, não tem
sido suficientes para suprir as necessidades da menor, não é o suficiente, pois necessitam
pagar xxxxxxxxxx, , escola, alimentação, plano de saúde etc...o que somente conseguia
com o auxílio de seu ex-esposo, o qual, sabe-se, que tinha obrigação com a menor.

Tamanha dificuldade enfrentada pela mãe da menor, que para pagar a escola da menor,
muitas vezes tem que implorar para permutar o pagamento da mensalidade por
.................. a preço de custo praticamente.

Hoje a Autora com 12 anos, tem muitas necessidades, sejam elas disciplinares,
educativas, alimentares ou vestuários.

III– DO DIREITO

Acerca das disposições da obrigação de prestar alimentos relacionadas ao presente caso,


o nosso diploma cível (Lei 10.406/02) assim dispõe os artigos 1.694; 1.696 e 1.698; com
os referidos destaques: “Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos
outros os alimentos(...)” e “O direito à prestação de alimentos é recíproco (...) e
extensivo a todos os ascendentes(...)”.

O pergaminho legal ora citado, deixa evidente o dever de prestar alimentos, inclusive,
podendo ser requerido aos avós paternos. O genitor da menor, este que tem o dever de
prestar alimentos veio a falecer e a genitora não tem condições de cumprir com a
obrigação de alimentos de forma isolada; só restou a menor Requerente buscar da avó
paterna, que percebe renda vultosa mensal, o cumprimento de pagar alimentos a esta
necessitada.
O que não pode ocorrer é a menor continuar sem a prestação de alimentos; prejudicando
sua formação física e psíquica. Sendo plenamente adequado este douto juízo impor sobre
os requeridos a obrigação de prestar alimentos provisórios, que deverão posteriormente
serem convertidos em alimentos definitivos.

III. 1 - Dos Alimentos Provisórios

Por sua vez, o diploma legal que trata especificamente da ação de alimentos, a Lei
5.478/68, assim dispõe acerca de tal questão (destaques acrescidos):

“Art. 4º As despachar o pedido, o juiz fixará desde


logo alimentos provisórios a serem pagos pelo
devedor, salvo se o
credor expressamente declarar que
deles não necessita”.

Como muito bem se pode concluir a partir da leitura das disposições acima transcritas,
assiste pleno direito a Requerente pleitear a percepção de alimentos, o que é, na verdade,
totalmente imprescindível às necessidades de manutenção da vida da menor Requerente,
porquanto o valor da referida pensão é da maior importância para que este tenha uma vida
digna.

Sem receber tais valores, está em iminente risco de prejuízo à continuidade de várias
atividades educacionais e de cunho semelhante que dependem totalmente dos alimentos.
Note Excelência que o valor requerido pelos alimentos, não irá proporcionar uma vida de
“mimos” ao menor, apenas, custeia o mínimo necessário para vida do menor.

Assim em cumprimento ao dispositivo legal, este douto julgador deverá Deferir o


pagamento de alimentos provisórios, sendo a redação do Art. 40 da Lei 5.478/68 no
importe de R$ XXXXXXXXXX.

IV – DA TUTELA DE URGÊNCIA

A Tutela de Urgência, instituto inserido em nosso pergaminho processual, através do


artigo 300, NCPC; tem o objetivo de, antecipando os efeitos de uma decisão favorável ao
autor, evitar que o mesmo venha a sofrer danos irreparáveis, ou de difícil reparação, pela
demora no atendimento do pleito.

No presente caso, resta mais do que provada a satisfação dos requisitos fumus boni iuris
e periculum in mora em relação ao Requerente, uma vez que mostra-se mais do que
evidente a pertinência de sua pretensão fundada em direito material em razão de sua
condição de menor impúbere necessitado, além ser patente o gravíssimo risco de delonga
no atendimento da sua pretensão, pois o bom andamento da sua rotina educacional e social
depende dos alimentos requeridos.

Cumpre destacar o fato de que a não satisfação imediata na concessão imposição da


transmissão da obrigação alimentar constitui grave risco ao próprio sustento e à
manutenção da qualidade de vida que possui.

Portanto, mostra-se plenamente cabível e necessária a concessão de uma medida liminar


no sentido de estabelecer alimentos provisórios imediatamente e sob o caráter inaldita
altera pars, isso em face da avó paterna. Tal requerimento encontra amparo legal, como
já demonstrado. Assim, reiteramos a previsão do Art. 40 da Lei 5.478/68, no tocante aos
alimentos provisórios.

Em sede de Tutela de Urgência a Requente suplica a este Douto Juiz que em


cumprimento ao dispositivo legal, este douto julgador possa Deferir o pagamento de
alimentos provisórios, com amparo no Art. 300, NCPC e a redação do Art. 40 da Lei
5.478/68, alimentos no importe de R$ XXXXXX, inaldita altera pars em favor da
Requerente.

IV – DO PEDIDO

Ante o exposto, Requer a parte Autora:

1. A concessão dos benefícios da Gratuita da Justiça, nos termos fixados no Art.


98, e seguintes do NCPC e pela Lei 1.060/50;

1. Que todos as intimações porventura endereçadas à parte Autora sejam destinadas


ao endereço do patrono da causa, constante no instrumento procuratório acostado,
bem como no rodapé desta exordial.
1. O deferimento do pedido de Tutela de Urgência inaldita altera pars para que seja
concedida em caráter liminar a fixação de alimentos provisionais até sentença, no
importe de R$ XXXXXXXXX, a ser depositado mensalmente em conta bancária
sob responsabilidade da representante do Requerente, segundo os dados a seguir,
constantes: Banco ......... Conta Corrente: ...... Agência: ..... Titularidade: .............;

1. A citação da Requerida para que venham compor o polo passivo da presente


demanda e, querendo, oferecer contestação aos fatos narrados e articulados na
presente petição, sob pena de incorrer nos efeitos da Revelia; Que Vossa
Excelência determine que a Requerida forneça ao Oficial de Justiça os seus
documentos pessoais, assim constem no Mandado de Citação;

1. Que seja julgada procedente a presente demanda, acolhido todos os pedidos


formulados e ao final, seja confirmada a Tutela de Urgência, mediante decisão de
mérito para definitivamente estabelecer a obrigação do pagamento de alimentos
em definitivo pelos Requeridos no importe de R$ XXXXXXXXX, devendo ser
atualizado de acordo com o índice do salário mínimo;

1. Que seja intimado o ilustre representante do MP para atuar no feito;

1. Que sejam a Requerida condenada ao pagamento das custas processuais e


honorários sucumbenciais na ordem de 20% (vinte por cento) sobre o valor da
causa.

Pugna-se provar o alegado por todos os meios comprobatórios em direito admitidos,


especialmente pelo depoimento pessoal das partes e testemunhas, documentos
comprobatórios e demais provas que eventualmente sejam produzidas no decorrer da fase
instrutória processual.

Dá-se à presente causa o valor de R$............ (..........).


Termos em que pede deferimento.

Delta/UF, .................de 2022.

Advogado

OAB/UF ....

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