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Projecto de Pesquisa
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
Índice
1.3. Justificativa...............................................................................................................................7
1.4. Objectivos.................................................................................................................................8
1.5. Hipóteses...................................................................................................................................8
2.1. Educação...................................................................................................................................9
3.9. Orçamento...........................................................................................................................18
Referências bibliográficas.............................................................................................................21
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO
O Plano de Acção e Redução da Pobreza Absoluta PARPA (2000-2004), por sua vez prevê
uma atenção especial a rapariga em assegurar o acesso a escola e a manutenção desta dentro
do sistema educacional através da sensibilização dos pais e encarregados de educação e a
comunidade educativa sobre os benefícios da escola.
O presente trabalho tem como tema: Causas da Desistência da Rapariga nas Escolas do
Ensino Básico, Caso da Escola Primária Completa de Laulane, 2018-2021. Para a
realização deste trabalho e para compreender o fenómeno da desistência naquela instituição
optou-se pelo estudo do tipo exploratório, com base numa abordagem do tipo qualitativa por
considerarmos mais apropriada para alcançar os objectivos pretendidos.
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1.1. Delimitação do tema e contexto do estudo
O estudo sobre as Causas da Desistência da Rapariga nas Escolas do Ensino Básico será
realizado na Escola Primária Completa de Laulane, no distrito Municipal Kamavota, cidade
de Maputo, no período compreendido entre 2018 a 2021. A escolha desta escola deve-se
pela natureza do curso que o autor deste estudo frequenta.
Na escola onde o estudo será realizado verificou-se que ano de 2018, cerca de 5.7% das
raparigas matriculadas abandonaram a escola, sendo a 2ª e 7ª classe com maior taxas de
desistência na EPC- Laulane, tal como mostra os quadro a seguir:
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Quadro 1: Taxa de desistência de alunos na EPC de Laulane, ano de 2019
Classe M HM M HM M HM M HM M HM
Classe M HM M HM M HM M HM M HM
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Total 1405 2552 48 110 47 82 3,4% 3,7% 1467 2958
1.3. Justificativa
Espera-se com este estudo contribuir no contexto social, para alertar os pais e encarregados
de educação e sociedade no geral sobre as verdadeiras causas da desistência escolar da
rapariga no ensino primário.
A importância da escolarização da mulher justifica-se pelo facto dela ser uma das bases para
o desenvolvimento e crescimento da família. Para tal facto, é imperioso que tenha um certo
grau de escolaridade para que não ponha em risco a saúde e a vida dos seus filhos e outros
parentes. Em casos de doenças para interpretar as indicações médicas, a gestão do lar, a
educação dos filhos mediante a transmissão de conhecimentos claros e coesos acerca da vida
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passa necessariamente pela sua escolarização. O nível de instrução da mãe quase sempre
reflecte-se nos filhos e finalmente com o crescimento e desenvolvimento do país pois os
filhos são o garante da continuidade de uma sociedade.
1.4. Objectivos
1.5. Hipóteses
Segundo Gil (2004, p. 31), “hipótese é uma preposição estável que pode vir a ser a solução
do problema, para que a hipótese seja aceitável, teve ser clara específica, parcimoniosa, ter
referências empíricas, relacionada a uma teoria e com as técnicas disponíveis”. Para o
presente estudo foram traçadas as seguintes hipóteses:
Fraco conhecimento das comunidades sobre a importância da escola leva a
desistência da rapariga na EPC de Laulane.
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CAPITULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Nesta parte do estudo é reservado às ideias de autores que falam sobre a temática em
análise. No início são apresentados os conceitos educação, desistência escolar. Na mesma
parte faz-se, também, a descrição das causas da desistência escolar tendo em foco os
factores condicionantes.
2.1. Educação
Etimologicamente, a palavra desistência vem do latim, o que significa “malogro, mau êxito,
falta de sucesso que se desejava” ou ainda desastre, fracasso. O termo desistência ou
fracasso é habitualmente referenciado por analogia ao termo abandono que advêm do latim,
o qual assume, entre outros, os seguintes significados “ o mau êxito, perda, malogro”.
Portanto, no decorrer do trabalho termos como desistência, abandono ou fracassos são
considerados similares.
Benavente (1976), a partir de diversos estudos, reuniu para esta designação vários termos
nomeadamente, abandono, desperdício, desadaptação, desinteresse, desmotivação fracasso.
Face a esta terminologia pode-se afirmar que o termo desistência escolar refere-se ao
abandono da escola pelos alunos sem atingirem a meta desejada, pois a desistência leva as
reprovações, repetências e mau rendimento escolar, originando o insucesso escolar.
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O mesmo autor refere que a questão de desistência escolar pressupõe a coexistência de
inúmeros factores que incluem as políticas educativas, as questões de aprendizagem, aos
conteúdos e mesmo a relação pedagógica que se estabelece. Contudo dá ênfase aos
problemas que os alunos não conseguem resolver, nomeadamente:
Entre a escola e a realidade em que vivem;
Marchesi e Perez (2004) defendem que o termo de desistência escolar é ainda mais
discutível por enquanto encerra algumas ideias: em primeiro lugar, a ideia de que o aluno
“fracassado” não progrediu praticamente nada em âmbito dos seus conhecimentos escolares,
nem a nível pessoal e social, o que não corresponde em absoluto a realidade. Em segundo
lugar, porque o termo “fracasso” oferece uma imagem negativa do aluno ao mesmo tempo
que centra neste, toda a responsabilidade do insucesso escolar, esquecendo a
responsabilidade de outros agentes e instituições como condições sociais, a família, o
sistema educativo ou a própria escola”. Depois de discutido a terminologia da desistência
escolar, os autores acima encaram o presente termo de forma unânime ao considera-lo como
sendo um acto de deixar ou abandonar os estudos ou a escola antes do término do
período/ciclo, sem atingir os objectivos pretendidos.
A teoria das necessidades foi apresentada por Abraham Maslow na metade do século XX,
como resultado dos seus estudos sobre o comportamento humano explica o que motiva os
indivíduos a partir das necessidades humanas em um dado contexto, que obedecem uma
hierarquia, onde para a satisfação do topo o individuo precisa satisfazer primeiro as
necessidades básicas, (Texeira, 2005):
Necessidades fisiológicas: referem-se a alimentação, abrigo, repouso, ar, etc.
Necessidades de segurança: dizem respeito a protecção contra perigo ou privação, ou seja,
contra violência, a doença, a guerra, a pobreza, etc.
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Necessidades sociais: tem a ver com a afeição, a inclusão nos grupos, a aceitação e
aprovação pelos outros;
Necessidade de estima: englobam a reputação, o reconhecimento, auto-respeito, admiração;
Necessidades de auto realização: referem-se á realização do potencial de cada indivíduo, a
utilização plena dos seus talentos.
Esta teoria contribui para o processo de ensino e aprendizagem a medida que explica a
importância do ciclo motivacional, pois quando este não existe no ambiente escolar, causa
desde comportamento ilógico até passividade e não colaboração por parte do aluno. A teoria
de Maslow por enfatizar que o aluno tem a capacidade de aprender tendo como base as suas
necessidades pois vê no aluno potencialidades que o levam a aprender sem no entanto estar
sujeito a conteúdos e condições de aprendizagem que não resolvem seus problemas e os da
sua comunidade. Neste sentido, o fenómeno de desistência pode ter explicação pois a
rapariga não encontra motivação para aprender optando por abandonar a escola.
O aluno precisa de ter as necessidades fisiológicas satisfeitas plenamente para que consiga
entender as aulas, a necessidade de estima é relevante pois o sucesso e o insucesso do aluno
depende muito de como ele se sente na sala de aula e na escola. Através das necessidades
sociais, o aluno sente-se integrado num certo grupo oque motiva ainda mais a sua vontade
de ir a escola.
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2.4.1. Causas Socioculturais
Por sua vez, Jimerson et all (2000), apontam que a qualidade do meio familiar e atenção ou
cuidados nas fases iniciais (12-24 meses de vida) diminuem a probabilidade de evasão. Com
isso o actor afirma que devemos considerar a desistência como um processo de
desenvolvimento, em que eventos ocorridos no passado têm efeitos significativos na decisão
de evasão presente.
Os problemas financeiros das famílias ainda são um factor preponderante para as saídas dos
jovens do período diurno da escola.
Os alunos dos turnos nocturnos também das camadas trabalhadoras chegam as escolas
exaustos da maratona diária de trabalho e desmotivado pela baixa qualidade de ensino
acabam desistindo.
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Algumas crianças não manifestam qualquer curiosidade, as tarefas escolares não lhes
interessam, não possuem uma disciplina favorita e muitas vezes são desprovidas de
expectativas futuras.
Santos (2009:11), defende “que a desistência escolar nem sempre está ligada a falta de
vontade, motivação ou preguiça dos alunos. Além dos factores escolares, sócio económicos
e culturais o autor aponta algumas disfunções cognitivas, sensor ou motora, como
contribuintes para que o aluno não alcance os objectivos esperados”.
Por sua vez, Montegner (1996), afirma que não é possível culpar sistematicamente a criança
e os seus possíveis défices cognitivos pela dificuldade de aprendizagem, acrescentado que o
obstáculo em aprender pode ser resultado de construção cognitivas inacabadas ou mal
consolidadas, desde o nascimento, ou mesmo antes deste, e de acordo com Guerreiro (1998),
leva a deteorização progressiva das atitudes com o avanço da idade.
Aprender supõe esforço, e afirma que aprendizagem tem como base a actividade mental do
aprendiz, deve ser o mais consciente possível e inclusive deve ser feito um esforço para
relacionar a nova informação com a já existente atribuindo-lhes um significado valido. Para
o autor, o dinamismo do processo, com avanços e recuos constantes provoca no sujeito uma
reestruturação cognitiva que leva a criação de modelos mentais ou remodelações dos
existentes.
Fukui (1983) e Cunha (1997), afirmam que a responsabilidade da desistência recai sobre a
criança e seu fracasso, mas que de facto a responsabilidade é da escola. Fukui (1983),
acrescenta ainda que os fenómenos desistência e repetência estão longe de serem fruto de
características individuais dos alunos e suas famílias, mas reflictamos como a escola recebe
e exerce acção sobre os membros destes diferentes segmentos da sociedade.
Vários estudos defendem que a escola “fabrica” o fracasso escolar de muitas das suas
crianças e jovens, afirmando assim que a perda de valores atribuída a assistência e
permanência num estabelecimento de ensino, também está relacionado com o que acontece
dentro dela. Não somente as crianças e jovens que pelo seu desenvolvimento pessoal
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perdem o interesse pela escola mas também de alguma forma são expulsos dela, (Rumberger
1961).
Na mesma perspectiva Benavante et all (1994), afirmam que apesar da existência das causas
múltiplas, não devemos desviar atenção daquela que frequentemente é apontada como sendo
uma das principais razões: os alunos que abandonaram a escola foram por ela
antecipadamente abandonados.
Benavante e Correia (1980), citados por Sil (2004:38), acrescentam ainda que uma das
explicações para a problemática das desistências escolares é a própria escola, e os
mecanismos que operam nela, o seu funcionamento e organização, onde a necessidade de
diversidade e diferenciação pedagógica é sublinhada pela teoria sócio institucional que
evidencia o carácter da escola na produção da desistência escolar do aluno.
Segundo Vaz (1994), a escola produz a violência em seu quotidiano; uma violência subtil e
invisível, ou violência simbólica, que se esconde também sob o nome de abandono, pode ser
inconscientemente promovida pelos próprios educadores, através de regulamentos
opressivos, currículos e sistemas de avaliação inadequados a realidade onde esta inserida a
escola, medidas e posturas que estigmatizam e descriminam e afastam os alunos.
Lopez e Menezes (2002), afirmam que as reprovações sucessivas têm peso significativo na
decisão de continuar ou não os estudos, pois geralmente a repetência é seguida pelo
abandono escolar.
Segundo Costa e Menezes (1995), sejam quais forem as razões, a repetência e a reprovação
constituem o primeiro passo em direcção a evasão escolar.
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CAPÍTULO III: METODOLOGIA
A metodologia deve ajudar a explicar não apenas os produtos da investigação científica, mas
principalmente seu próprio processo, pois suas exigências não são de submissão estrita a
procedimentos rígidos, mas antes da fecundidade na produção dos resultados (Bruyne, 1991,
p. 29). Assim, neste ponto do trabalho são descritas as tipologias da pesquisa, os
instrumentos usados no processo de recolha de dados, o universo e amostra da pesquisa e as
técnicas de análise de dados obtidos no trabalho de campo.
Segundo Gil (1994), descreve dois momentos de natureza da pesquisa, a básica e aplicada.
Pesquisa básica: objectiva gerar conhecimentos novos, úteis para o avanço da ciência sem
aplicação prática prevista, envolve verdades e interesses universais.
Pesquisa aplicada: objectiva gerar conhecimentos para aplicação prática, dirigidos solução
de problemas específicos, envolve verdades e interesses locais.
Marconi e Lakatos (2010:32), considerando o rumo que o problema toma, referem que
podemos discutir a abordagem do problema de pesquisa, tendo em conta a visão qualitativa
e quantitativa.
Para o caso deste trabalho, o estudo orientar-se-á na perspectiva qualitativa pois procurara
analisar dados relacionados às causas da desistência da rapariga em contexto escolar, no
caso da EPC de Laulane, sem ter o enfoque de traze-los sob forma numérica mas sim
traduzi-los em inferências.
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3.3. Quanto aos objectivos
Quanto aos objectivos, esta pesquisa é descritiva, tal como afirma Gil (1999), a pesquisa
descritiva busca uma visão ampla de informações para que de outro aspecto do problema
possam ser alcançados mediante outros procedimentos. Com este tipo de pesquisa será
possível descrever as causas que levam as alunas a deixar de ir a escola sem no entanto
terminar pelo menos o ensino básico.
Para a efectivação da pesquisa será usada a técnica de entrevista. Ruiz (2002), refere que a
entrevista “consiste num diálogo com objectivo de colher de determinada fonte, de
determinada pessoa ou informante dados relevantes para a pesquisa em andamento”.
Para análise dos dados será utilizada a técnica de a análise de conteúdo. Esta técnica refere
Bardin (2010) é como um conjunto de técnicas de análise das comunicações, que utiliza
procedimentos sistemáticos e objectivos de descrição do conteúdo das mensagens. Neste
contexto será feita a descrição das entrevistas e agrupadas em categorias de acordo com a
aproximação das respostas dadas respeitando-se a originalidade e finalmente fez-se a
inferência e as respectivas conclusões.
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3.7. População e amostra
População como se refere Markoni e Lakatos (2010:54) “são seres, que se podem apresentar
como seres animados ou inanimados, que apresentam pelo menos uma característica em
comum”.
Como população para o presente estudo, farão parte os alunos, professores, membros da
direcção e pais ou encarregados de educação da Escola Primária completa de Laulane.
Como modalidade de selecção da amostra, usar-se-á a de conveniência. Gil (1994:82)
defende que este tipo de amostra consiste em seleccionar elementos que satisfazem aquilo
que é as condições de estudo, nesse caso para o nosso estudo apenas seleccionamos
professores, pais ou encarregados de educação e alunos que fazem parte da Escola Primária
Completa de Laulane.
J F M A M J J A S O N D
01 Elaboração do Projecto
02 Levantamento de dados
03 Análise de dados
3.9. Orçamento
Envelopes A4 3 25 75
Total 9550
Consumido este artigo, espera-se ainda que o Governo, por intermédio do MINEDH possa
mobilizar condições de apetrechamento das escolas com kits de higiene e água para retenção
da rapariga; Maior acesso, transparência e divulgação da atribuição de bolsas de estudo para
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raparigas e rapazes; Necessidade de sistema combate ao consumo de álcool e drogas, e
afastamento dos locais de venda de bebidas dentro e ao redor das escolas.
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Referências bibliográficas
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