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A MÔNADA 

C. W. Leadbeater 

Publicado originalmente em

The Theosophist, 1913 

*
A informação dada na literatura Teosófica sobre o tema da Mônada é necessariamente
escassa. Não estamos presentemente em posição de suplementá-la em grande extensão;
mas uma referência ao assunto, até onde ele é compreendido hoje em dia entre nós,
pode poupar o estudante de alguns mal-entendidos, tais como os que são com freqüência
manifestos nas questões que nos são enviadas.

Que muitos mal-entendidos devam existir em tal assunto é algo inevitável, porque
estamos tentando entender com o cérebro físico o que não pode de nenhum modo ser
expresso em termos inteligíveis a este cérebro. A Mônada habita o segundo plano de
nosso conjunto de planos – aquele que costumamos às vezes chamar de paranirvânico
ou anupadaka. Não é fácil associar na mente qualquer significado definitivo ao termo
plano ou mundo em uma altitude como esta, porque qualquer tentativa mesmo para
simbolizar a relação dos planos e mundos entre si demanda um estupendo esforço de
imaginação em uma direção em que estamos completamente desfamiliarizados.

Tentemos imaginar o que a consciência do Divino deva ser – a consciência da Deidade


Solar completamente fora de quaisquer mundos ou planos ou níveis que jamais
possamos conceber. Nós podemos apenas pensar vagamente em algum tipo de
Consciência transcendente para a qual o espaço já não existe, para a qual todas as
coisas (pelo menos no Sistema Solar) estão simultaneamente presentes, não só em sua
condição atual, mas em cada estágio de sua evolução desde o início até o final. Devemos
pensar nessa Consciência como criando para Seu uso estes mundos a partir de vários
tipos de matéria, e então devemos pensar nessa Consciência Divina voluntariamente
velando a Si mesma dentro desta matéria, e portanto limitando-Se enormemente. Ao
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tomar sobre Si mesma uma vestimenta da matéria seja do mais elevado destes mundos,
Ela obviamente já terá imposto sobre Si mesma uma certa limitação; e, igualmente claro,
cada vestimenta adicional que é tomada ao envolver-Se mais e mais profundamente na
matéria, deve aumentar a limitação.

Um modo de tentar simbolizar que tem-se revelado útil é tentarmos pensar nela em
conexão com o que chamamos de dimensões do espaço. Se pudermos supor um número
infinito destas dimensões, pode ser sugerido que cada descida de um nível superior para
um nível inferior remove da consciência uma destas dimensões, até que, quando
alcançamos o plano ou mundo mental, terá restado para nós apenas o poder de observar
cinco delas. A descida ao plano astral retira mais uma, e a ulterior descida ao nível físico
nos deixa com as três a que estamos acostumados. A fim de captarmos ao menos uma
idéia do que representa essa perda de dimensões adicionais, temos de supor a existência
de uma criatura cujos sentidos sejam capazes de compreender apenas duas dimensões,
então imaginar no que a consciência desta criatura diferiria da nossa, e assim tentarmos
ter uma idéia do que significaria perder uma dimensão de nossa consciência. Tal
exercício de imaginação rapidamente nos convencerá de que a criatura bidimensional
jamais poderia obter uma adequada compreensão de nossa vida; ela poderia ser
consciente dela apenas em partes, e sua idéia mesmo destas partes seria inteiramente
enganosa. Isso nos possibilita ver o quão inadequada deve ser nossa concepção mesmo
do plano ou mundo imediatamente acima de nós; e compreenderíamos imediatamente a
desesperança em pretender pleno entendimento da Mônada, que está separada por
muitos desses planos ou mundos acima do ponto de onde estamos tentando considerá-la.

Pode nos ajudar se evocarmos em nossas mentes o método pelo qual a Deidade
originalmente construiu estes planos. Falamos com toda a reverência a respeito de Seu
método, percebendo plenamente que podemos no máximo compreender só o mais
diminuto fragmento de Seu trabalho, e que mesmo este fragmento é visto por nós de
baixo, enquanto que Ela o vê de cima. Assim, justifica-se dizermos que Ela envia de Si
mesma uma onda de poder de influência de algum tipo, que molda a matéria primitiva pré-
existente em certas formas às quais damos o nome de átomos.

A este plano ou nível, assim construído, chega uma segunda onda vital de divina energia,
e para ela aqueles átomos já existentes são objetivos, estão fora de si mesma, e ela os
modela em formas nas quais habita. Enquanto isso a primeira onda descendente chega
novamente, penetrando através daquele plano ou nível recém-formado, e constrói pois
um novo plano, inferior, com átomos um pouco maiores e matéria deste modo um pouco
mais densa – mesmo que sua densidade ainda possa ser de longe mais sutil que nossa
mais diáfana concepção de matéria. Então neste segundo mundo chega a segunda onda,

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e também nele encontra matéria que para ela é objetiva, e dela constrói suas formas. E
assim o processo é repetido e a matéria torna-se cada vez mais e mais densa em cada
mundo, até que finalmente chegamos a este nível físico; mas será útil mantermos em
mente que em cada um desses níveis a animadora vida da segunda emanação encontra
matéria já vivificada pela primeira emanação, que ela considera como objetiva, e da qual
constrói as formas em que habita.

Este processo de animação das formas construídas de matéria já vivificada é continuado


através dos reinos mineral, vegetal e animal, mas quando chegamos ao momento da
individualização que separa a mais elevada manifestação animal da mais baixa humana,
uma curiosa alteração tem lugar; aquilo que até então tinha sido a vida animadora se
torna por sua vez ela própria animada, pois ela modela a si própria numa forma na qual o
Ego entra, e da qual toma posse. Ele absorve em si todas as experiências que a matéria
de seu corpo causal tenha tido, de modo que nada absolutamente é perdido, e ele as
carrega consigo através das eras de sua existência. Ele continua o processo de formação
de corpos nos planos inferiores a partir do material animado pela primeira emanação do
Terceiro Aspecto da Deidade; mas finalmente ele chega a um estágio na evolução no qual
o corpo causal é o mais inferior dos quais necessita, e quando isso acontece vemos o
espetáculo da Mônada, que representa a terceira emanação do Primeiro Aspecto da
Deidade, habitando um corpo composto de matéria animada pela segunda emanação.

Num estágio ainda mais tardio o evento anterior se repete uma vez mais, e o Ego, que
havia animado tantas formas durante o período de uma cadeia inteira, se torna ele
mesmo o veículo, e é animado por sua vez pela Mônada agora plenamente ativa e
desperta. E aqui, como antes, nada jamais é perdido na economia da natureza. Todas as
múltiplas experiências do Ego, todas as esplêndidas qualidades desenvolvidas em si, tudo
isso passa à própria Mônada e acham nela uma realização imensamente mais vasta do
que mesmo o Ego lhes poderia ter dado.

Sobre a condição de consciência da Deidade Solar fora dos planos de Seu sistema, não
podemos formar nenhuma concepção real. Ela tem sido referida como o Fogo Divino; e se
por um momento adotarmos este venerando simbolismo, podemos imaginar que
Centelhas daquele Fogo caem na matéria de nossos planos – Centelhas que são da
essência daquele Fogo, mas que por algum tempo aparentam estar separadas dele. A
analogia não pode ser levada muito além, porque todas as centelhas das quais nada
sabemos são lançadas fora daquele fogo originário e gradualmente se apagam e morrem;
enquanto que estas Centelhas através de uma lenta evolução se desenvolvem em
Chamas, e retornam ao Fogo Pai. Este desenvolvimento e este retorno aparentemente

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são os objetivos pelos quais as Centelhas emanam, e o processo de desenvolvimento é
este que agora estamos tentando entender.

Parece que a Centelha como tal não pode em sua inteireza velar-se além de certa
medida; ela não pode descer além do que chamamos segundo plano, e continuar
preservando sua unidade. Uma dificuldade com que somos confrontados na tentativa de
formarmos quaisquer idéias sobre esse assunto é que, até agora, nenhum de nós que
investigamos é capaz de alçar sua consciência até este segundo plano; na nomenclatura
recentemente adotada lhe damos o nome de Monádico porque é a morada da Mônada;
mas nenhum de nós já foi capaz de perceber aquela Mônada em sua própria morada,
mas somente de vê-la quando desceu um estágio para o plano ou nível ou mundo abaixo
do seu próprio, no qual ela se manifesta como o Espírito trino, que em nossos primeiros
livros chamamos de o Atma no homem. Mesmo assim ela é incompreensível, pois têm
três aspectos que são muito distintos e aparentemente separados, mesmo sendo
fundamentalmente uma e a mesma.

Tem sido descrito em outros livros como um destes três aspectos (ou seria mais acertado
dizer a Mônada em seu primeiro aspecto) não pode descer ou não desce abaixo daquele
nível espiritual; enquanto que em seu segundo aspecto realmente desce na matéria do
mundo imediatamente abaixo (o intuicional), e quando este aspecto rodeou-se de matéria
daquele nível o chamamos de divina sabedoria no homem, ou intuição. Enquanto isso, o
terceiro aspecto (ou antes a Mônada em seu terceiro aspecto) desce também àquele
plano intuicional e se reveste de sua matéria, e adota uma forma à qual ainda não foi
atribuído nenhum nome em nossa literatura; mas ele também se move para adiante ou
para baixo um estágio mais, e se reveste da matéria do mundo mental superior, e então o
conhecemos como intelecto no homem. Quando esta manifestação tríplice nos três níveis
assim tiver se desenvolvido, e manifestar-se como Espírito, intuição e intelecto, nós lhe
damos o nome de Ego, e este Ego toma sobre si mesmo um veículo construído de
matéria do mais alto plano mental, ao qual damos o nome de corpo causal. Este Ego
assim funcionando em seu corpo causal tem sido freqüentemente chamado em nossa
literatura anterior de Eu Superior, e às vezes de Alma.

Nós vemos o Ego então como uma manifestação da Mônada no plano mental superior;
mas devemos entender que ele está infinitamente longe de ser uma manifestação
perfeita. Cada descida de plano para plano representa muito mais que uma mera veladura
do Espírito; significa além disso uma verdadeira diminuição na proporção de Espírito que
é expressa. Usar termos denotando quantidade ao falarmos desses assuntos é
inteiramente incorreto e ilusório; mesmo se uma tentativa for feita de expressar estes
elevados assuntos em palavras humanas, estas incongruências de qualquer modo não

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podem ser inteiramente evitadas; e o mais perto a que podemos chegar, no cérebro físico,
de uma concepção do que acontece quando a Mônada envolve a si mesma na matéria do
plano espiritual, é dizer que somente parte dela possivelmente será vista lá, e que mesmo
esta parte deve ser percebida sob três aspectos distintos, em vez da gloriosa totalidade
que ela é realmente em seu próprio mundo. Assim quando o segundo aspecto do Espírito
tríplice desce um estágio e se manifesta como intuição, não é a inteireza daquele aspecto
que ela assim manifesta, mas só uma fração dele. E desse modo quando o terceiro
aspecto desce dois planos e se manifesta como intelecto, é apenas uma fração de uma
fração do que o aspecto intelecto da Mônada realmente é. Portanto o Ego não é uma
manifestação velada da Mônada, mas uma representação velada de uma diminuta
parcela da Mônada.

Como acima, assim embaixo. Como o Ego está para a Mônada, assim a personalidade
está para o Ego. Assim, pela altura em que tivermos chegado na personalidade com a
qual temos de lidar no mundo físico, o fracionamento já avançou tanto que a parte que
somos capazes de ver não guarda nenhuma proporção apreciável em relação à realidade
que ela tão inadequadamente representa. Pois é deste e com este fragmento
ridiculamente inadequado que nós estamos tentando compreender o todo! Nossa
dificuldade em tentarmos entender a Mônada é a mesma em espécie, mas muito maior
em grau, do que aquela que encontramos quando tentamos realmente captar a idéia do
Ego. Nos primeiros anos da Sociedade Teosófica houve muitas discussões sobre as
relações entre o eu inferior e o Eu Superior. Naqueles dias não entendíamos a doutrina
tão bem como a entendemos agora; não tínhamos a noção dela que prolongados estudos
nos deram. Estou falando de um grupo de estudantes na Europa, que tinham atrás de si
as tradições Cristãs, e as vagas idéias que o Cristianismo associa à palavra ‘alma’.

O Cristão comum de maneira alguma se identifica com sua ‘alma’, mas a considera como
algo ligado a si de algum modo indefinido – algo por cuja salvação ele é responsável.
Talvez nenhum homem comum dentre os devotos desta religião associe qualquer idéia
definida à palavra, mas provavelmente a descreverá como sendo a parte imortal de si
mesmo, ainda que em linguagem vulgar ele fale dela como se fosse uma possessão sua,
como algo separado de si. No Magnificat, a Bendita Virgem diz: ‘Minha alma engrandece
o Senhor, e meu espírito jubilou em Deus meu Salvador’. Ela pode aqui estar fazendo
uma distinção entre a alma e o espírito, como o faz São Paulo; mas ela fala deles ambos
como posses, e não como o Eu. Ela não diz: ‘Eu como alma engrandeço; Eu como
espírito rejubilo’. Isto pode ser meramente uma questão de linguagem; seguramente
mesmo assim esta pobre linguagem expressa uma idéia inexata e mal definida. Esta idéia
estava no ar toda à nossa volta na Europa, e sem dúvida fomos influenciados por ela, e
de início em alguma medida nós substituímos o termo ‘Eu Superior’ por ‘Alma’.

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Então usamos expressões como ‘buscando o Eu Superior’, ‘ouvindo os apelos do Eu
Superior’, e assim por diante. Eu lembro que o Sr. Sinnett costumava algumas vezes falar
um tanto irreverentemente do Eu Superior, observando que ele deveria ter mais interesse
do que o que ele parecia ter pela desafortunada personalidade lutando em seu nome aqui
em baixo; e ele costumava ironicamente sugerir a formação de uma sociedade para a
educação de nossos Eus Superiores. Foi somente com vagar que nós crescemos no
sentimento de que o Eu Superior era o homem, e que o que vemos aqui embaixo é
somente uma parte muito pequena dele. Só pouco a pouco nós aprendemos que só há
uma consciência, e que a inferior, ainda que imperfeita representação da superior, não
está de modo algum separada dela. Nós costumávamos pensar em ‘nos’ elevarmos até
que pudéssemos ‘nos’ unir com aquele glorificado ser superior, não percebendo que o Eu
Superior era o verdadeiro Eu, e que unir o superior ao inferior realmente significa abrir o
inferior para que o superior possa trabalhar nele e através dele.

Leva tempo para tornarmo-nos integralmente permeados pelas idéias Teosóficas. Não é
meramente a leitura dos livros, não é meramente mesmo um estudo árduo, que nos faz
Teosofistas; devemos dar tempo para que o ensino se torne parte de nós. Podemos
verificar isso constantemente no caso de novos membros. Pessoas se juntam a nós,
pessoas de fina inteligência, pessoas da mais profunda devoção, verdadeiramente
ansiosas por fazer o melhor que puderem pela Teosofia, e de assimilá-la tão rápida e
perfeitamente quanto possível; e mesmo com tudo isso, e com todo o seu ávido estudo de
nossos livros, não conseguem imediatamente colocar-se na posição dos membros mais
velhos; e às vezes demonstram isso, fazendo alguma crua observação de que de modo
algum se harmoniza com o ensino Teosófico. Não estou sugerindo que o mero transcurso
do tempo produza esses efeitos, pois obviamente um homem que não estuda pode
permanecer um membro por vinte anos e ao final deste período estar apenas pouco mais
adiantado do que estava no início; mas alguém que pacientemente estuda, alguém que
convive muito com aqueles que conhecem, entra rápido no espírito da Teosofia – ou
talvez possa melhor ser dito que o espírito da Teosofia entra nele.

Evidentemente, portanto, os novos membros jamais deveriam interromper seus estudos,


mas deveriam tentar entender as doutrinas sob todos os pontos de vista. Ano após ano
estamos todos crescendo em direção à atitude daqueles que são mais velhos que nós, e
isso vem principalmente pela associação e conversação com aqueles estudantes mais
velhos. Os Mestres sabem quase infinitamente mais do que o mais avançado de Seus
discípulos, e assim aqueles discípulos mais avançados continuam a aprender por sua
associação com Eles; nós que somos discípulos muito menores do que aqueles que estão
acima, do mesmo modo por nossa vez aprendemos pela associação com eles; e do
mesmo jeito aqueles que não estão sequer em nosso nível podem aprender algo de uma

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associação semelhante conosco. Assim sempre os membros mais velhos podem ajudar
os mais novos, e os mais novos têm muito o que aprender daqueles que já trilharam a
estrada antes deles. Foi desse modo gradativo que vimos a entender algo sobre o Eu
Superior e o eu inferior.

Se tentarmos expressar a relação da personalidade com o Ego, podemos colocá-la


melhor dizendo que a primeira é um fragmento do segundo, uma pequenina parte dele se
expressando sob sérias dificuldades. Encontramos uma pessoa no plano físico; falamos
com ela; e pensamos e dizemos que a conhecemos. Estaria um pouco mais próximo da
verdade se disséssemos que conhecemos uma milésima parte dela. Mesmo quando a
clarividência é desenvolvida – mesmo quando um homem desenvolve a visão de seu
corpo causal, e olha para o corpo causal de outro homem – mesmo então, ainda que
contemple uma manifestação do Ego em seu próprio plano, ele ainda está longe de ver o
homem real. Eu tentei, por meio das ilustrações em Man, Visible and Invisible (O Homem
Visível e Invisível), dar algumas indicações de um lado do aspecto destes veículos
superiores; mas as ilustrações são na verdade muitíssimo inadequadas; elas podem dar
somente pálidos esboços da coisa real. Quando algum de nossos leitores desenvolver a
visão astral, poderá com razão nos dizer, como a Rainha de Sabá disse ao Rei Salomão:
‘Sequer a metade me foi contada’. Ele pode dizer: ‘Aqui está toda esta glória e esta
beleza, que me cerca em todas as direções e parece inteiramente natural; deveria ser
fácil dar uma melhor descrição disso’. Mas quando, tendo visto e experimentado tudo
isso, ele retornar ao seu corpo físico e o tentar descrever em palavras físicas, acho que
encontrará as mesmas dificuldades que temos encontrado.

Ainda lembre-se que quando, usando a visão do corpo causal, um homem olha para o
corpo causal de outro, nem assim é o Ego que ele vê, mas apenas matéria do plano
mental superior que expressa as qualidades do Ego. Estas qualidades afetam a matéria,
fazem com que vibre em diferentes freqüências e produzam cores por cuja observação o
caráter do homem pode ser conhecido. Este caráter, neste nível, significa as boas
qualidades que o homem desenvolveu, pois nenhuma qualidade má pode se expressar
em matéria tão refinada. Pela observação do corpo causal conhecemos que ele possui
em si todas as qualidades da Deidade – todas as possíveis boas qualidades, portanto;
mas nem todas elas estão desenvolvidas antes que o homem tenha atingido um nível
muito elevado. Quando uma qualidade má se manifesta na personalidade, isso deve ser
interpretado como indicativo de que a boa qualidade oposta ainda não se desenvolveu no
Ego; ela existe nele, assim como em todo mundo, mas ainda não foi chamada à atividade.
Tão logo seja chamada à atividade suas intensas vibrações atuam sobre os veículos
inferiores e se torna impossível que a oposta qualidade má possa novamente achar lugar
neles.

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Tomando o Ego por enquanto como o homem real, e olhando para ele em seu próprio
plano, nós o vemos como um ser verdadeiramente glorioso; o único modo pelo qual
podemos aqui embaixo formar uma concepção do que ele realmente é – é pensar nele
como algum tipo de anjo esplêndido. Mas a expressão deste formoso ser no plano físico
pode ficar muito aquém disso; na verdade, é obrigatório – primeiro, porque é apenas um
minúsculo fragmento; e segundo, porque assim ele é desesperadamente tolhido por suas
circunstâncias. Suponha-se que um homem coloque seu dedo dentro de um buraco na
parede ou dentro de um dedal, de modo que não pudesse sequer dobrá-lo; quanto de si
mesmo como um todo o homem poderia expressar através deste dedo em tais
condições? Muito semelhante é o destino deste fragmento de Ego que está mergulhado
no corpo denso. É um fragmento tão reduzido que não pode representar o todo; está tão
atado e impedido que não pode mesmo expressar o que é. A imagem é tosca, mas pode
dar algum tipo de idéia das relações da personalidade para com o Ego.

Vamos supor que o dedo tenha uma considerável proporção de consciência em si, e
então, sendo separado do corpo, temporariamente esqueça que é parte daquele corpo;
então ele esquece também a liberdade da vida mais ampla, e tenta adaptar-se ao buraco,
dourar suas paredes e fazê-lo um buraco agradável pela aquisição de dinheiro,
propriedades, fama e coisas assim – não percebendo que só vai realmente começar a
viver quando sair todo do buraco, e reconhecer-se como parte do corpo. Quando, à noite,
nos retiramos deste buraco pessoal e vivemos em nossos corpos astrais, estamos muito
menos limitados e muito mais perto de nossos Eus verdadeiros, ainda que tenhamos
ainda mais dois véus – nossos corpos astral e mental - que nos impedem de sermos nós
mesmos plenamente e assim plenamente nos expressarmos. Ainda, sob essas condições
somos muito mais livres, e é muito mais fácil compreender as realidades; pois o corpo
físico é o mais embaraçador e confinante de todos, e impõe sobre nós as maiores
limitações.

Nos ajudaria muito se pudéssemos conceber nossas limitações uma por uma; mas não é
fácil. Perceba como no corpo astral podemos nos mover rapidamente através do espaço –
não instantaneamente, mas ainda rápido; pois em dois ou três minutos poderíamos nos
mover em torno do mundo. Mas mesmo então não podemos chegar a lugar algum sem
passar pelo espaço intermédio. Podemos entrar em contato naquele nível com outros
homens em seus corpos astrais. Todos os seus sentimentos estão descobertos a nós, de
modo que não podem nos enganar sobre eles, ainda que o possam fazer a respeito de
seus pensamentos. Vemos naquele mundo muitos habitantes mais que na Terra –
aqueles que dizemos mortos, os espíritos da natureza mais evoluídos, os anjos do desejo,
e muitos outros. A visão daquele plano nos habilita a ver o interior de cada objeto, e

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perscrutar o interior da Terra; assim de muitas maneiras nossa consciência é
grandemente expandida.

Vamos um degrau além. Se aprendermos a usar os poderes do corpo mental, não


perdemos por isso aqueles inferiores, pois estão incluídos no superior. Podemos ir então
de um lugar para outro com a rapidez do pensamento; podemos então ver os
pensamentos de nossos semelhantes, de modo que enganos não são mais possíveis;
podemos ver as ordens mais elevadas de anjos, e a vasta multidão daqueles que, tendo
encerrado sua vida astral, agora habitam o mundo celeste. Alçando-nos um degrau mais
acima, e usando os sentidos do corpo causal, encontramos ainda maiores glórias
esperando nosso exame. Se então olharmos para algum companheiro, o corpo que
vemos dentro do seu ovóide já não tem semelhança com o atual ou último corpo físico,
como ocorre nos planos astral e mental. O que vemos agora é o Augoeides, o homem
glorificado, que não é uma imagem de nenhum de seus veículos físicos anteriores, mas
contém em si a essência de tudo o que houve de melhor em cada um deles – um corpo
que indica mais ou menos perfeitamente, mesmo que cresça com a experiência, o que a
Deidade entende que o homem deva ser. Pela observação deste veículo podemos ver
que grau evolutivo este homem atingiu; podemos ver o que sua história pregressa tem
sido, e em considerável extensão podemos também distinguir o futuro que jaz à sua
frente.

Os estudantes por vezes se admiram por que motivo, se isso é assim, as más qualidades
que um homem demonstra em uma vida devam tão freqüentemente persistem em vidas
posteriores. A razão é não só que porque a qualidade oposta ainda não foi desenvolvida
abre-se a oportunidade para más influências agirem sobre o homem naquela direção
particular, mas também que o homem carrega consigo de vida para vida os átomos
permanentes de seus veículos inferiores, e estes tendem a reproduzir as qualidades
expressas nas últimas encarnações. Então, poderia ser perguntado: ‘Por que carregar
estes átomos permanentes?’ Porque é necessário para a evolução; porque o homem
desenvolvido deve ser mestre de todos os planos. Se fosse concebível que pudesse
desenvolver-se sem esses átomos permanentes, ele poderia possivelmente se tornar um
arcanjo glorioso nos planos superiores, mas seria absolutamente inútil nestes mundos
inferiores, pois ele teria amputado de si o poder de sentir e de pensar. Assim não
devemos excluir os átomos permanentes, mas purificá-los.

A tarefa diante da maioria de nós no presente é perceber o Ego como o homem


verdadeiro, para que possamos deixá-lo trabalhar, em vez deste falso eu pessoal com
que tão prontamente nos identificamos. É tão fácil para nós sentir: ‘Estou faminto; estou
com ciúme’; quando a verdade é que o que nos empurra para a fome e para o ciúme é

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meramente o elemental do desejo, que anseia por vibrações rudes e fortes, que o ajudam
em seu caminho descendente em direção à matéria mais densa. Devemos perceber que
o homem real jamais pode ser tão tolo para desejar vibrações tais como essas – que ele
jamais pode desejar qualquer coisa além daquilo que seja bom para sua própria evolução,
e de auxílio para outros. Um homem diz que sente-se impelido pela paixão. Que pare e
pense: ‘Isso sou eu realmente?’ E descobrirá que isso de modo algum é ele, mas alguma
outra coisa que está tentando dominá-lo e fazê-lo sentir-se assim. Ele tem o direito e o
dever de afirmar sua independência dessa coisa, e proclamar-se um homem livre,
tomando a rota da evolução que Deus assinalou para ele.

Portanto no presente é nossa tarefa percebermo-nos como Egos; mas quando isso for
plenamente realizado, quando o inferior não passar de um instrumento perfeito nas mãos
do superior, será nosso dever perceber que mesmo o Ego não é o homem real. Pois o
Ego teve um início – veio à existência no momento da individualização; e o que quer que
tenha tido um início deve ter um fim. Portanto mesmo o Ego, que tem perdurado desde
que deixamos o reino animal, também é impermanente. Não haverá então nada em nós
que perdure, nada que não se acabe? Há a Mônada, a Centelha Divina, que é veramente
um fragmento de Deus, um átomo da Deidade. Cruas e inexatas expressões, certamente;
mas não conheço outra maneira na qual a idéia possa ser transmitida tão bem do que
com palavras como essas. Pois cada Mônada é literalmente uma parte de Deus; na
aparência temporariamente separada dEle, enquanto está encerrada nos véus da
matéria, ainda que na verdade jamais em momento algum realmente separada.

Ela jamais pode apartar-se de Deus, pois a própria matéria na qual vela a si mesma
também é uma manifestação do Divino. Para nós algumas vezes a matéria parece ser
má, porque nos carrega para baixo, embota nossas faculdades, parece arrastar-nos para
trás em nosso caminho; mas lembremo-nos que é só porque ainda não aprendemos a
controlá-la, porque ainda não percebemos que ela também é divina em sua essência,
porque não existe nada exceto Deus. Um sábio Sufi uma vez me disse que a
interpretação do grito que diariamente ecoa no chamado do muezzin do alto do minarete
sobre todo o mundo de Maomé é esta: ‘Não há nenhum Deus além de Deus, e Maomé é
o profeta de Deus’. Ele me disse que em sua opinião o verdadeiro significado místico da
primeira parte deste brado é: ‘Não existe nada senão Deus’. E isso é verdade
eternamente; sabemos que todas as coisas vêm d’Ele, e que para Ele todas um dia
voltarão, mas achamos difícil perceber que tudo está n’Ele mesmo agora, e que n’Ele
permanece para sempre. Tudo é Deus – mesmo o elemental do desejo, e as coisas que
consideramos más, pois muitas ondas de vida emanam d’Ele, e nem todas elas se
movem na mesma direção.

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Nós, sendo Mônadas, pertencendo a uma onda anterior, somos de certo modo
expressões mais completas d’Ele, um pouco mais perto d’Ele em nossas consciências do
que a essência da qual é feito o elemental do desejo. No curso de nossa evolução há
sempre o perigo de que o homem se identifique com o ponto onde é mais plenamente
consciente. A maior parte dos homens hoje está mais consciente em seus sentimentos e
paixões do que em qualquer outra coisa, e disso o elemental do desejo engenhosamente
tira partido, e tenta induzir o homem a se identificar com esses desejos e emoções.

Assim quando o homem se eleva para um nível um pouco superior, e sua principal
atividade se torna mental, há o perigo de que possa identificar-se com a mente, e é
somente percebendo-se como Ego, e fazendo dele o ponto mais forte de sua consciência,
que pode identificar-se completamente com ele. Quando tiver feito isso, terá atingido a
meta de seus presentes esforços; mas imediatamente ele deve começar a esforçar-se de
novo naquele nível mais alto, e tentar gradualmente perceber a verdade da asserção que
fizemos no início, de que assim como a personalidade está para o Ego, do mesmo modo
o Ego está para a Mônada. É inútil em nosso atual estágio tentarmos indicar os passos
que ele deverá dar a fim de realizar isso, ou os estados de consciência através dos quais
passará. Conceitos tais como os que podem ser formados sobre isso poderão ser
compreendidos aplicando-se a antiga regra de que o que jaz abaixo é apenas um reflexo
daquilo que existe nos mundos superiores, de maneira que os degraus e estágios devem
nalguma extensão ser uma repetição num nível mais alto daqueles já experimentados em
nossos esforços em níveis inferiores.

Podemos presumir reverentemente (ainda que aqui estejamos indo muito além de nosso
conhecimento real) que quando final e plenamente tivermos percebido que a Mônada é o
verdadeiro homem, encontremos atrás disso mais uma vez um território mais avançado,
mais pleno e mais glorioso; descobriremos que a Centelha jamais esteve separada do
Fogo, mas assim como o Ego permanece por trás da personalidade, assim como a
Mônada permanece por trás do Ego, assim a própria Deidade Solar permanece por trás
da Mônada. Talvez, ainda mais adiante, possa acontecer que de um modo infinitamente
mais excelso, no presente de todo incompreensível, uma Deidade maior permaneça atrás
da Deidade Solar, e além mesmo daquela, através de muitos estágios, lá deva
permanecer o Supremo acima de tudo. Mas aqui até mesmo o pensamento nos falha, e o
silêncio é a única verdadeira reverência.

Por enquanto, pelo menos, a Mônada é nosso Deus pessoal, o Deus interno em nós,
aquele que nos põe aqui embaixo como manifestações dele em todos estes níveis,
infinitamente inferiores. O que seja sua consciência em seu próprio plano não
pretendemos dizer, nem O podemos entender plenamente quando colocou sobre si o

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primeiro véu e se tornou o trino Espírito. O único modo de entender estas coisas é
alçando-nos a seus níveis e unificando-nos a elas. Quando fizermos isso
compreenderemos, mas mesmo então seremos totalmente inábeis para explicar para
quem quer que seja o que sabemos. É neste estágio, o estágio de Espírito tríplice, que
pela primeira vez podemos ver a Mônada, e ela será aqui uma luz tripla de glória
ofuscante, mas possuindo mesmo naquele estágio certas qualidades pelas quais uma
Mônada difere um tanto da outra.

Freqüentemente um estudante pergunta: ‘Mas o que devemos fazer com ela enquanto
estamos cá embaixo – esta glória ignota tão longe acima de nós?’ É uma pergunta
natural, ainda que na realidade seja o inverso da que deveria ser; pois o homem real é a
Mônada, e deveríamos antes dizer: ‘O que posso eu, a Mônada, fazer com meu Ego, e
através dele com minha personalidade?’ Esta seria a atitude correta pois expressaria os
fatos reais; mas não podemos verdadeiramente assumi-la, porque não podemos
compreender isso. Assim podemos dizer a nós mesmos: ‘Eu sei que sou a Mônada,
mesmo que não o possa ainda expressar: Eu sei que sou o Ego, uma mera fração da
Mônada, mas apesar de tudo muito maior daquilo que eu reconheço como eu na
personalidade daqui de baixo. Mais e mais tentarei perceber-me como aquele ser mais
elevado e maior; mais e mais tentarei fazer esta representação inferior de mim mesmo
digna de seu verdadeiro destino; mais e mais procurarei que este eu inferior esteja pronto
para captar a mais leve sugestão ou sussurro de cima – seguir as sugestões do Ego a
que chamamos intuições – reconhecer a Voz do Silêncio e obedecê-la’.

Pois a Voz do Silêncio não é sempre a mesma, mas muda à medida que nos
desenvolvemos; ou talvez seria melhor dizermos que de fato é sempre a mesma, a voz de
Deus, mas ela nos vem em diferentes níveis à medida que nos elevamos. Para nós hoje é
a voz do Ego, falando à personalidade; logo será a voz da Mônada, falando ao Ego; mais
tarde ainda será a voz da Deidade, falando à Mônada. Provavelmente entre estes dois
últimos estágios possa existir um intermediário, na qual a voz de um dos sete grandes
Ministros da Deidade possa falar à Mônada, e então por sua vez a própria Deidade possa
falar a Seu Ministro; mas sempre a Voz do Silêncio é essencialmente divina.

É bom que aprendamos a distinguir esta voz – esta voz que fala de cima e mesmo assim
de dentro; pois algumas vezes outras vozes falam, e seu conselho nem sempre é sábio.
Um médium descobre isso, pois se não treinou-se para distinguir, amiúde pensa que toda
voz vinda do plano astral deve necessariamente ser divina, e portanto ser seguida sem
questionamentos. Portanto, a discriminação é necessária, tanto como a prontidão e a
obediência.

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No caso do homem comum, a Mônada faz alguma vez qualquer coisa que afete ou possa
afetar sua personalidade aqui embaixo? Penso que podemos dizer que tal interferência é
muitíssimo incomum. O Ego está tentando, em nome da Mônada, obter perfeito controle
da personalidade e usá-la como um instrumento; e porque este objetivo ainda não foi
plenamente conseguido, a Mônada pode bem sentir que não é chegado o tempo de ela
interferir a partir de seu próprio nível, e trazer toda a sua força para baixo, quando a força
que já está em ação é mais do que suficiente para os propósitos desejados. Mas quando
o Ego já está começando a ser bem sucedido em seu esforço de administrar seus
veículos inferiores, o homem real por trás às vezes intervém.

No curso de várias investigações calhou-nos examinar alguns milhares de seres


humanos; e encontramos traços dessa interferência apenas em uns poucos. O exemplo
mais impressionante foi encontrado na vigésima nona vida de Alcyone, quando ele
comprometeu-se perante o Senhor Gautama a devotar-se em futuras vidas à obtenção do
Budado a fim de auxiliar a humanidade. Aquilo pareceu-nos então ser uma questão de tal
importância, e também de tal interesse, que nós nos demos ao trabalho de investigá-la.
Esta foi uma promessa para o futuro longínquo, pois obviamente a personalidade através
da qual foi feita não poderia de modo algum mantê-la; e quando averiguamos a parte que
o Ego tomara nisso, descobrimos que ele mesmo, ainda que cheio de entusiasmo pela
idéia, estava sendo impelido a isso por uma força mais poderosa vinda de dentro, à qual
ele não poderia ter resistido, mesmo que o tivesse desejado. Seguindo esta pista mais
adiante, descobrimos que a força propulsora proveio indubitavelmente da Mônada. Ela
havia decidido, e o Ego havia registrado sua decisão; sua vontade, agindo através do
Ego, claramente não terá dificuldade de fazer todas as personalidades futuras se
adequarem.

Encontramos alguns outros exemplos do mesmo fenômeno no curso das investigações


sobre os inícios da Sexta Raça Raiz. Olhando adiante para a vida naquela colônia
Californiana, reconhecemos instantaneamente certos Egos bem conhecidos; daí surgiu a
questão: ‘Uma vez que os homens dispõem de livre arbítrio, é possível que estejamos
absolutamente certos de que todas estas pessoas estarão lá como prevemos? Nenhuma
delas cairá pela estrada?’ Investigações posteriores nos mostraram que estava ocorrendo
aqui mesma coisa que com Alcyone. Certas Mônadas já haviam respondido ao apelo das
altas Autoridades, e tinham decidido que suas personalidades representantes deveriam
auxiliar naquele glorioso trabalho; e por causa disso, nada do que estas personalidades
pudessem fazer durante o tempo intermédio possivelmente interferiria com o cumprimento
de tal decisão.

13
Que ninguém pense, por isso ser assim, que é compelido de fora a fazer isso ou aquilo; a
força impulsionante é o seu Eu verdadeiro; ninguém além de você mesmo pode retê-lo
em qualquer estágio de seu crescimento. E quando a Mônada decide, a coisa será feita;
seria bom para a personalidade se ela submeter-se pronta e graciosamente, se
reconhecer a voz de cima, e cooperar alegremente; pois se assim não fizer, atrairá sobre
si muito sofrimento inútil. É sempre o próprio homem que está fazendo isso; e ele, na
personalidade, tem de perceber que o Ego é ele mesmo, e ele tem agora de tomar como
garantido que a Mônada é mais ainda ele mesmo – a expressão final e maior de si
mesmo.

Seguramente esta visão será a mais encorajadora possível para o homem trabalhando
aqui embaixo, este conhecimento de que ele é um ser muito maior e mais glorioso do que
na realidade parece ser, e que há uma parte de dele – em largo a parte maior – que já
conseguiu o que ele, como uma personalidade, está tentando conseguir; e que tudo o que
ele tem de fazer aqui embaixo é tentar tornar-se um perfeito canal para este Eu mais alto
e verdadeiro; fazer seu trabalho e tentar auxiliar os outros a fim de que ele possa ser um
fator, mesmo que microscópico, no adiantamento da evolução do mundo. Para quem
sabe, não é uma questão de salvar a alma; o Homem Real por trás não carece nenhuma
salvação; Ele precisa somente que o homem inferior O perceba e O expresse. Ele próprio
já é divino; e tudo de que precisa é ser capaz de realizar-Se em todos os mundos e em
todos os planos possíveis, para que todo o Poder Divino através d’Ele possa agir neles
igualmente, e Deus assim possa estar todo em tudo.

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Este livro é uma publicação da

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