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M.A.P.

A – TEOLOGIA SISTEMÁTICA I

Se formos pensar com o senso comum, é normal conceber a expressão “Jesus


Cristo”, a um nome próprio seguido por um sobrenome, a respeito do Salvador e
Senhor nosso. Contudo, esta dupla expressão, assim referida por LUIZ e COSTA
(2018), afirmam que ela professa e proclama a fé, onde Jesus de Nazaré é o Cristo,
o Messias prometido, o Ungido de Deus. Ou seja, Jesus refere-se ao homem que
nasceu, viveu e morreu; enquanto, Cristo, tem com aquele que é anunciado pela Igreja
– o Cristo da fé.
Segundo o dicionário Aurélio, ‘professar’ é declarar, reconhecer publicamente,
confessar; enquanto, ‘proclamar’ é anunciar, declarar enfaticamente, afirmar,
asseverar. Olha o que diz na BÍBLIA (2020):
“Se você confessar com a sua boca que Jesus é Senhor e crer em seu
coração que Deus o ressuscitou dentre os mortos, será salvo.
Pois com o coração se crê para justiça, e com a boca se confessa para
salvação. Como diz a Escritura: "Todo o que nele confia jamais será
envergonhado. Não há diferença entre judeus e gentios, pois o mesmo
Senhor é Senhor de todos e abençoa ricamente todos os que o invocam,
porque "todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo". Romanos
10:9-13

LUIZ e COSTA (2018) dizem que “a fé em Jesus Cristo como Senhor, envolve
a compreensão de que Ele é Senhor de todas as coisas”, tanto o mundo ou a Igreja,
o seu senhorio, a pessoa de Cristo diretamente ligado à sua Obra, bem como à nossa
salvação. Ou seja, um Deus Verdadeiro, e ainda, um Deus encarnado. Para
entendermos isso melhor, é notório entendermos os aspectos da ‘divindade’ do
Senhor Jesus. Veja os reconhecimentos da Sua Divindade:
 Pelo Pai e pelo Espírito – no seu batismo, quando os céus se abriram e o
Espírito de Deus desceu como pomba. E, uma voz dizia que Jesus era o seu filho
amado, em quem Ele (Deus) tinha prazer – Mt. 3:16, 17.
 Por Ele mesmo – um destes momentos é descrito em Jo. 17:5, quando na
Oração Sacerdotal, Jesus ora ao Pai, ante os discípulos, pedindo que reluza Nele a
Sua glória: ‘Glorifica-me, ó Pai, contigo mesmo, com a glória que eu tive junto de ti,
antes que houvesse o mundo”.
 Pelos discípulos – vemos um destes reconhecimentos após Jesus acalmar o
mar, e Pedro desfocar o seu olhar do Mestre, e quase afundar. É possível constatar
em Mt. 14:33 os discípulos declarando: “Verdadeiramente és o Filho de Deus!”
 Pelos próprios demônios – no episódio relatado no livro sinótico de Marcos,
quando narra a chegada de um homem endemoniado na sinagoga, este reconheceu
Jesus, dizendo: “Bem sei quem és: o Santo de Deus!” – Mc. 1:23, 24.

Além destes reconhecimentos, a divindade de Cristo é também demonstrada


através da adoração prestada a Ele, assim como às orações direcionadas a Ele, o
qual Ele intercede pelos seus. Não podendo-se esquecer da fé e obediência também
prestada a Ele!
“Para a execução de sua tarefa infinitamente difícil, era mister que o Mediador
fosse ungido pelo Espírito Santo, pois deve-se ter em mente que o Filho de
Deus era também o filho do homem. A segunda pessoa da Trindade, sendo
verdadeiramente divina, possui duas naturezas: a divina e a humana. A
natureza divina não necessita de fortalecimento, porém a natureza humana,
sim. Portanto, todas as qualificações necessárias foram conferidas ao
Mediador quando, em seu batismo, o Espírito Santo, simbolizado por uma
pomba, desceu sobre ele em plena medida”. (HENDRIKSEN, 2001, p. 307).

“Aquele que é a Palavra tornou-se carne e viveu entre nós. Vimos a sua
glória, glória como do Unigênito vindo do Pai, cheio de graça e de verdade”.
João 1:14

Assim como a divindade de Jesus era muito clara para todos, como
comprovado nos pontos anteriores, como diz LUIZ e COSTA (2018), “Jesus Cristo era
tão humano aos olhos dos que os viam e convivam com Ele que a afirmação e a
demonstração de uma divindade geravam reações contrastantes: ódio, incredulidade,
ressentimento, admiração e adoração. Várias perguntas eram muito comuns a
respeito da sua identidade, tais como: os escribas e fariseu (Lc. 5:21); os discípulos
(Mc. 4: 41); João Batista (Lc. 7:18, 19), Herodes (Lc. 9:9), o Sumo Sacerdote no seu
julgamento (Mc. 14:61), Pilatos (Mc. 15:2), entre outros. A Bíblia ainda declara que
Jesus Cristo é homem, e que vive como um ser humano sujeito aos mesmos limites
que qualquer outro. Contudo, não se pode esquecer jamais, que Jesus era homem
perfeito, sem pecado, sem mácula – Jo. 8:46. Além disso, Ele, Jesus Cristo, é o
modelo ao qual todos precisam seguir. Veja o que diz a BÍBLIA (2020):
“Para isso vocês foram chamados, pois também Cristo sofreu no lugar de
vocês, deixando-lhes exemplo, para que sigam os seus passos.
"Ele não cometeu pecado algum, e nenhum engano foi encontrado em sua
boca".1 Pedro 2:21, 22
Veja algumas evidências da sua humanidade:
 Foi contado genealogicamente e nascido de uma mulher: Jesus tem sua
origem descrita em Mateus 1. Filho de Abraão, filho de Davi (...), de Jacó que gerou
Jose, marido de Maria – virgem, que ficou grávida pelo Espírito Santo – e concebeu
Jesus, também chamado o Cristo. De Abraão até Davi – 14 gerações; de Davi até o
exílio – 14 gerações; do exílio até Jesus – 14 gerações. (Mt. 1: 1,16,17 / Gl. 4:4)
 Sujeitou-se às regras e normas de qualquer humano: nasceu como qualquer
outra criança, teve que aprender a andar, falar, foi amamentado, cuidado e conduzido;
exerceu obediência não só aos seus pais, mas conforme crescia, e sendo
perfeitamente Deus, exercia obediência a Deus; passou pela morte entregando seu
espírito a seu Pai. (Mt. 2:1 / Lc. 2:27-29; 40, 41, 52 / 1 Co. 15:3,4)
 Teve necessidades, características e sentimentos humanos – Jesus teve
fome – Mt. 4:2; teve sede – Jo. 19:28; ficou cansado – Jo. 4:6; sentiu sono – Mt 8: 24;
Jesus chorou – Lc. 11:32-36; ele foi tentando – Hb. 2:17, 18; Jesus orou, como foi
descrito em vários momentos nas Escrituras – Mt. 14:23; Jo. 17:1; Hb. 5:7.

A verdade é que a humanidade plena de Jesus traz lições profundas, do que é


possível a qualquer ser humano, viver uma vida plena e autêntica com Deus.
Pensando no Senhor Jesus e nas diversas discussões a respeito das duas
naturezas de Cristo, é possível achar nas Escrituras, que Jesus é plenamente homem
e plenamente Deus. Contudo, muito se falou ao longo dos tempos, sobre estas duas
naturezas, se constituindo em uma única pessoa. Porém alguns equívocos foram
encontrados em relação a isso, levando à formação de alguns Concílios que tentaram
unificar o pensamento sobre as duas naturezas de Cristo, dentro da história da Igreja,
são eles: Nicéia, Constantinopla, Éfeso e Calcedônia. Porém, este último foi um dos
mais importantes, porque trouxe uma compreensão do Cristo, alcançada pelo Espírito,
dentro da Revelação, como diz LUIZ e COSTA (2018). No séc. XVI, alguns
reformadores colocaram seus pontos de vista a respeito de Calcedônia, elaborando
documentos que fundamentavam seus apontamentos, um deles foi ‘A confissão de
Westminster’ (1647) – uma confissão de fé reformada, que reuniu 121 teólogos da
Abadia de Westminster, em Londres – foi um marco, tanto nas Igrejas da Inglaterra e
Escócia, quanto no meio do cristianismo reformado, pois afirmava que uma Igreja sem
confissão é como um partido sem ideologia, ou seja, seria como uma sociedade sem
regras, ou um país sem leis.
A Confissão de Westminster declara que Jesus, sendo a segunda pessoa da
Trindade, é verdadeiro e eterno, sendo substancialmente semelhante ao Pai, e o Pai
a Ele. Chegando o tempo do cumprimento da promessa, fez forma de homem, com
toda a constituição e estruturas relativas a qualquer ser humano, porém com um
detalhe, um ser humano sem pecado, sendo gerado pelo Espírito Santo no ventre de
sua mãe, virgem, Maria, bem como do material genético dela. Ambas as naturezas –
perfeitas e diferentes, ou seja, a Divindade e a Humanidade, respectivamente, foram
unidas em uma só pessoa. E, esta é um verdadeiro Deus e verdadeiro homem, mas
também com diz na BÍBLIA (2020), “um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os
homens: o homem Cristo Jesus!” – 1 Timóteo 2:5.
REFERÊNCIAS

BÍBLIA, N. T. In: BÍBLIA. BÍBLIA ANOTE: nova versão internacional na nova


ortografia com o Novo Testamento / Geográfica Editora (Organizador); Sociedade
Bíblica Internacional. Santo André: Geográfica, 2018.

COSTA, H. M. P.; LUIZ, R. C., Teologia Sistemática I. Núcleo de Educação à


Distância. Maringá: UniCesumar, 2018. Reimpresso em 2022

HENDRIKSEN, W. Comentário do NT – Mateus. v. 1. São Paulo: Cultura Cristã,


2001.

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