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Absolutismo

Foi a forma de organização política predominante nos


estados europeus entre os séculos XV e XVIII.

Suas origens remontam ao processo de centralização


monárquica do fim da Idade Média.

Como funcionava?
ECONOMIA DE MERCADO - EXPANSÃO DA
RIQUEZA - IMPOSTOS - SENHORES - FORMAÇÃO
DO ESTADO NACIONAL MODERNO

Associação entre monarquia e burguesia,


ou, Estado e Burguesia.
ANTIGO REGIME:
-O Estado absolutista foi um período em que grupos sociais
remanescentes do feudalismo, como a nobreza, conviviam com a
ascendente burguesia capitalista.

-Nesse caso, eram mantidas as estruturas da antiga ordem feudal, com


leis e tribunais separados para membros do clero, nobreza e
trabalhadores em geral (o Terceiro Estado).

- Essa sociedade estamental (ou de ordens), comandada com por um


monarca abasolutista é o que define o conceito de Antigo Regime.
Mercantilismo
-Conjunto de práticas econômicas adotadas pelos estados absolutistas europeus,
com o objetivo de promover o enriquecimento da burguesia e, consequentemente, o
fortalecimento do próprio Estado.

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:

- O protecionismo tinha como objetivo evitar a saída de moeda do país, ao mesmo tempo
defendendo a produção nacional da concorrência estrangeira

- Para isso, foram criadas barreiras alfandegárias que controlavam e tributavam a entrada de
produtos estrangeiros nos estados.

- Uma das intenções protecionistas era contribuir para a geração de uma balança comercial
favorável, ou seja, a criação de um valor de exportações maior que o valor de importações.
O protecionismo era vantajoso para diminuir o custo das
importações, mas era pouco efetivo na tarefa de exportar...

Por isso, o colonialismo desempenhou papel central para alavancar


o lucro dos comerciantes europeus.

Com a obtenção de matéria-prima nas colônias, foi possível produzir


em larga escala produtos manufaturados que seriam escoados para
o mercado europeu, como no caso do açúcar brasileiro.

Além disso, o pacto colonial era uma forma de monopólio que


garantia a exploração exclusiva da colônia pela metrópole.
Junto às práticas do mercantilismo, foi se esboçando uma concepção de
riqueza que a identificava com a posse de metal precioso, incluindo aquele
que circulava sob a forma de moeda. Trata-se do Metalismo.

Observe que o mercantilismo não tinha como objetivo promover a


prosperidade geral dos habitantes, mas sim o fortalecimento do seu Estado.

Até mesmo o enriquecimento da burguesia nacional, consequência prática


das medidas que estimulavam o comércio, não era visto como uma
finalidade, mas sim um meio através do qual seria criada a riqueza que, pela
arrecadação de impostos, resultaria no fortalecimento e na expansão do
poder do Estado
Teóricos do Absolutismo
Desde o século XVI, uma série de intelectuais desenvolveu concepções políticas originais e que
legitimavam o exercício do poder absolutista, centralizado e independente.

O italiano Nicolau Maquiavel (1469-1527), foi o autor da obra O príncipe, na qual buscava
compreender a política como atividade humana, independente de quaisquer princípios
religiosos.

Maquiavel acreditava que as principais atividades do príncipe (ou governante) eram assumir o
poder e preservá-lo

Legitimação do direito de usar a força e recorrer à astúcia (incluindo a mentira, se necessário),


desde que o resultado fosse o fortalecimento do poder estatal.

"É melhor ser temido do que amado"


Hobbes

- O inglês Thomas Hobbes (1588-1679), autor da obra Leviatã, acredita


na existência de um estado de natureza, presente originalmente entre os
homens, onde imperava a “guerra de todos contra todos”.

- Assim, a saída para esse estado de guerra se daria na medida que o


homem abrisse mão de sua liberdade em prol de um ESTADO FORTE que
o comandasse.

- Para isso, seria necessário um CONTRATO SOCIAL


- O abade francês Jacques Bossuet (1627-1704), autor da
obra Política extraída da Sagrada Escritura, propôs um sistema
político em que o rei teria recebido de Deus o direito de
governar.

- Dessa forma, tornava-se sagrada a figura do governante. As


decisões do rei tornavam-se inquestionáveis, pois advinham da
inspiração divina, e questioná-las se tornava crime

- Isso servia também para garantir a subserviência dos


camponeses religiosos ao rei.
Brasil Colonial
A colonização da América possibilitou a inclusão de novos produtos no mercado europeu

Territórios para plantio em áreas de clima tropical


Espécies vegetais novas que aos poucos conquistaram consumidores na Europa,


como o tabaco, o tomate, a batata e o cacau.

A PRESENÇA DO METALISMO:
Devido à descoberta de grandes jazidas de ouro e prata por
parte dos espanhóis, o volume de metal precioso no
mercado europeu cresceu muito
- Aumento da capacidade do sistema monetário nos países
metropolitanos e inflação.

-As regiões coloniais importavam escravos


africanos e produtos da Europa, como azeite,
vinho queijo e outras manufaturas.

-Desse jeito, as colonias eram além de zonas


produtivas também uum mercado consumidor
que satisfazia ao mercantilismo.
Período pré-colonial (1500-1530)

A principal área colonial portuguesa foi o Brasil.


Contudo, entre 1500 – ano da chegada de Pedro Álvares Cabral – e


1530, os portugueses não se dedicaram à ocupação da região.

Os portugueses não se interessaram pela ocupação imediata da terra


devido às grandes expectativas de lucro com a recém-aberta rota para
as Índias.

O navegador Vasco da Gama havia estabelecido os primeiros contatos em 1498, e


diante da possibilidade de acesso direto às áreas produtoras de especiarias no
Oriente, o território do Brasil apresentava poucos atrativos.
MATÉRIA PRIMA
Apesar da ausência de povoamento português, algumas atividades já eram realizadas na terra

A extração do pau-brasil, uma árvore cujo lenho era vermelho “cor de brasa” e utilizado na
Europa como pigmento para tingir tecidos.

Os indígenas trabalhavam na derrubada das árvores em troca de objetos como miçangas,


espelhos e utensílios, como facões.

Esse escambo era realizado com grupos de portugueses que construíam galpões ou feitorias na
costa para acondicionar a madeira.

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Colonização agrícola do Brasil

A partir de 1530, o rei D. João III (1502-1557), coroado em 1521, iniciou o


processo de colonização do litoral brasileiro.

Dentre as motivações da Coroa em ocupar o território estavam as notícias


de descoberta de grandes jazidas de ouro e prata feita pelos espanhóis
na década de 1520, nas regiões dos atuais México e Peru.

Também pesaram na decisão do rei o receio de perder o vasto território


americano e o declínio da lucratividade do comércio com o Oriente, além
da prosperidade de uma nova especiaria: o açúcar.
O açúcar:

O açúcar produzido no Brasil era escuro, semelhante ao açúcar mascavo.

Os holandeses compravam o produto em Portugal e, através de processos de refino, melhoravam a sua


qualidade, podendo revendê-lo a preços superiores.

Os holandeses também participavam da distribuição do produto, uma vez que suas redes de contatos
comerciais eram bastante amplas e garantiam acesso a diversos mercados.

Ao contrário das outras especiarias orientais, que não exigiam muito processamento (ou seja, eram
compradas e revendidas sem quase nenhuma alteração), a cana precisava ser transformada em açúcar.

Portanto, os colonizadores escolheram utilizar os engenhos, conjuntos de construções responsáveis pela


transformação da cana em açúcar. A colheita de vastas plantações também era uma tarefa complexa e
exigia grande quantidade de trabalhadores, originando outra construção importante: a senzala.
Plantation
Conceito que define como se dava a colonização agricola em
colonias como o Brasil:

Produção monocultora (concentrada em um único produto) - no


caso do Brasil, o açucar.

Essa produção era voltada para o mercado europeu


Baseada em latifúndios (ou seja, grandes propriedades nas mãos


de poucos donos)

Escravidão como mão de obra predominante.


Escravidão

Em 1537, o papa Paulo III publicou uma bula condenando a escravidão indígena. Nos
planos da Igreja católica, os indígenas poderiam ser convertidos ao cristianismo, ampliando
a fé cristã.

O mesmo papa participou da criação da Companhia de Jesus, comandada por Ignácio de


Loyola, que teve importante papel na propagação da fé e conversão dos indígenas da
América.
A escravidão africana e o tráfico negreiro
A substituição da mão de obra escrava indígena pela africana em diversas regiões se deu por
motivações práticas e econômicas.

A Igreja católica não se posicionou contrária à escravidão dos africanos, e os esforços de


conversão estavam direcionados ao vasto território americano.

Além disso, o comércio de africanos como escravos já era praticado pelos europeus desde os
primórdios da expansão marítima no século XV.

Os traficantes viam com bons olhos a proibição da escravidão indígena no Brasil, pois abriria
um novo mercado para os escravizados trazidos da África.
Os grandes consumidores de escravos eram senhores de engenho, que produziam o açúcar para exportação.

Havia grande escassez de moeda, uma vez que não era interesse da metrópole que qualquer metal precioso
permanecesse na colônia.

Dessa forma, os exportadores de açúcar eram pagos em crédito para a compra de mercadorias e escravos, concedidos
justamente pelos comerciantes portugueses que os traziam.

Sociedade Colonial brasileira:


A miscigenação biológica e cultural entre indígenas, europeus e africanos é um traço
marcante da sociedade colonial e teve forte impacto na construção de uma identidade
brasileira

Os primeiros contingentes portugueses que aqui chegaram eram formados mais por homens
que mulheres.

Assim, o casamento entre homens portugueses e mulheres indígenas (temericós) se tornou


muito comum no período inicial da colonização. Essas uniões beneficiavam ambos os lados.
Contudo, nem sempre tais relacionamentos eram consensuais e marcados por um casamento.
Estupros, violências sexuais, traições, concubinatos e diversas outras relações violentas e
conflituosas também marcaram o período e a integração entre povos.

Os homens brancos e senhores das elites muitas vezes valeram-se de seu posicionamento social
para se impor sobre as mulheres escravas africanas e indígenas.

ELITE COLONIAL AÇUCAREIRA:



livres, com o topo da sociedade sendo
A elite colonial era formada por homens
ocupado por grandes proprietários de terras e escravos

A origem desse grupo social é europeia, mas com o tempo ele se miscigenou e poucas
famílias mantiveram casamentos entre brancos, já que o número de mulheres
europeias
que vinham para o Brasil durante o período colonial era reduzido.
A posse de terras e de escravos assegurava a esses senhores seu papel de elite, exercendo
controle social e econômico, além de lhes dar grande influência política e jurídica.

Em outras palavras, concentravam muitos poderes e geravam forte dependência da


sociedade em relação às suas vontades e decisões.

A população que não fazia parte da elite dependia dos favores dos senhores e
constantemente tinha de buscar laços de apoio e aliança com os grandes proprietários.
As relações interpessoais
Os laços pessoais eram mais fortes que os institucionais, resultando na criação de uma rede de
relacionamentos de Clientelismo.

Além disso, a sociedade colonial era Patriarcal: o poder era masculino, do chefe de família,
altamente concentrado e transmitido hereditariamente.

Em algumas regiões, o poder metropolitano das instituições portuguesas não conseguia se fazer
presente devido à distância, à falta de uma estrutura administrativa eficiente e à vastidão do
território, fatores que fortaleceram a influência das elites locais.

Os senhores assumiam na prática funções que, teoricamente, deveriam ser exercidas por uma
estrutura administrativa.
A Coroa portuguesa delegou aos senhores de terras e outros membros da elite colonial parte da
responsabilidade sobre a coleta de tributos e impostos, assim como responsabilidades jurídicas e
civis

isso se deu, em grande parte, devido à ausência de uma estrutura administrativa presente em todo
o território

Parte desses tributos coletados ficava sob posse das elites que não viam diferenciação entre bens
públicos e privados, investindo recursos em situações de interesse pessoal. Tal prática ficou
conhecida como Patrimonialismo.
Assim, podemos resumir como características da sociedade colonial açucareira:

-Estratificação social: era muito difícil a mobilidade de um grupo social para outro.

- Caráter rural: a maior parte das relações sociais processava-se no campo.

- Patriarcalismo: os senhores de terras possuíam amplos poderes sobre a sociedade.

- Aristocratização: a concentração da riqueza e do poder político em mãos da elite agrária transformou-a numa
aristocracia rural conservadora.

- Patrimonialismo: as elites sentiam-se no direito de usufruir do poder público e de bens comuns(estatais). Segundo
diversos especialistas, tal prática colaborou para dificultar a formação e a diferenciação dos conceitos de bens públicos e
privados na história do Brasil.

- Escravocrata: a principal força de trabalho era a mão de obra escrava africana e as relações sociais estavam pautadas
principalmente no vínculo entre pessoas livres e escravizados.

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