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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS- GRADUAÇÃO


DEPARTAMENTO DE APOIO À PESQUISA
PROGRAMA INSTITUCIONAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

PÊNDULO RELATIVÍSTICO: SOLUÇÃO NUMÉRICA E APROXIMADA

BOLSISTA: LUANA MIRELLA CASAS BARRETO, CNPq

MANAUS

2016
 
 
PÊNDULO RELATIVÍSTICO: SOLUÇÃO NUMÉRICA E APROXIMADA

PROGRAMA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA NA UFAM

 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS- GRADUAÇÃO
DEPARTAMENTO DE APOIO À PESQUISA
PROGRAMA INSTITUCIONAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

RELATÓRIO TÉCNICO FINAL

PIB-E/0208/2015

PÊNDULO RELATIVÍSTICO: SOLUÇÃO NUMÉRICA E APROXIMADA

PROGRAMA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA NA UFAM

BOLSISTA: LUANA MIRELLA CASAS BARRETO, CNPq

ORIENTADOR: PROF. DR. JOSÉ RICARDO DE SOUSA

MANAUS - AM

2016
 
 
Todos os direitos deste relatório são reservados à Universidade Federal do
Amazonas, ao Núcleo de Estudo e Pesquisa em Física e aos autores. Parte de
relatório só poderá ser reproduzida para fins acadêmicos ou científicos.

Esta pesquisa, financiada pelo Conselho Nacional de Pesquisa – CNPq,


através do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica da
Universidade Federal do Amazonas, foi desenvolvida pelo Núcleo de Estudos e
Pesquisa em Física e se caracteriza como sub projeto de pesquisa Bibliotecas
Digitais.

 
 
A matemática é o alfabeto
com o qual Deus escreveu o
universo.

Galileu Galilei 
 
 
RESUMO

O pêndulo simples é um instrumento ou uma montagem na qual um


objeto amarrado por uma corda (massa desprezível) oscila em torno de um ponto
fixo. O braço executa movimentos alternados em torno da posição central,
denominada posição de equilíbrio. O movimento desse pêndulo envolve a
grandeza denominada período (T), no qual é o intervalo de tempo que o objeto
leva para percorrer toda a trajetória, essa trajetória descrita como retorno a sua
posição original de lançamento, pois seu movimento pendular é periódico. Neste
trabalho calcularemos o período do pêndulo relativístico, através dos
conhecimentos dado através da Mecânica Relativística, resolvendo a equação
diferencial não linear numericamente e analiticamente.

 
 
LISTA DE FIGURAS

Figura 1..................................................................................................................2
Figura 2..................................................................................................................5

Figura 3..................................................................................................................7

Figura 4..................................................................................................................8

 
 
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................1

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA..........................................................................2

3. METODOLOGIA..............................................................................................4

4. DISCUSSÃO.....................................................................................................5

5. CONCLUSÃO...................................................................................................9

6. REFERÊNCIAS..............................................................................................10

7. CRONOGRAMA............................................................................................11

 
 
1. INTRODUÇÃO

O movimento oscilatório é um dos mais importantes movimentos


encontrados na natureza. O estudo desse movimento e a descoberta da
periodicidade do movimento pendular foi desenvolvido por Galileu Galilei.
Segundo a história da física, Galileu observou a forma como os candelabros
pendurados na Catedral de Pisa oscilavam e ficou surpreso ao perceber que as
amplitudes de oscilações maiores dos candelabros pareciam levar o mesmo
tempo a percorrer a uma determinada distância que os candelabros com menor
amplitude de oscilação. Assim, dando início ao estudo do movimento harmônico
simples.

O pêndulo simples é o exemplo mais estudado no movimento


oscilatório, que tem como objetivo principal calcular a grandeza denominada
período (T), no qual é o intervalo de tempo que o objeto leva para percorrer toda
a trajetória. O resultado encontrado para a expressão do período (T) do pêndulo
,
simples é utilizada em baixas velocidades (𝑣 ≪ 𝑐 = 3𝑥 10+ ). Algumas
-

modificações deste sistema ideal tem sido estudado na literatura. Como, por
exemplo o efeito da resistência do ar, a massa da corda, e, neste trabalho
investigaremos a oscilação com velocidade v ≈ c, o chamado pêndulo
relativístico.


 
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

A definição de pêndulo simples é dada como uma partícula de massa


m presa, num ponto O, por um fio de comprimento 𝑙 e massa desprezível. Se a
partícula for afastada lateralmente até a posição B onde o fio faz um ângulo θo
com vertical OC, e, em seguida, abandonada, o pêndulo oscilará entre B e a
posição simétrica B’.

Figura 1 – Movimento oscilatório de um pêndulo.


Para determinar o tipo de oscilação é necessário a equação do
movimento da partícula ser escrita. A partícula se move num arco de círculo
com raio 𝑙 = 𝐴𝑂e forças peso e tensão agindo sobre ela. Assim, a componente
tangencial da força resultante é dada por:

𝐹4 = −𝑚 𝑔  sin 𝜃 (1)


A equação para movimento tangencial é 𝐹4  = 𝑚𝑎 4 , como a partícula
se move ao longo do círculo, assim podemos usar a aceleração tangencial
=>?
𝑎4 = 𝑙 , desta maneira ficamos:
=@ >

=>?
𝑚 𝑙  = −𝑚 𝑔  sin 𝜃
=@ >

ou
=> ? B
+     sin 𝜃  = 0 (2)
=@ > C


 
Para amplitudes pequenas de oscilação (𝜃 ≤ 15°) podemos aproximar
sin 𝜃 ~ 𝜃, logo a Eq. (2) ficará reescrita por:
=> ? B
+    𝜃 = 0 (3)
=@ > C

Através da Eq. (3), vemos que dentro da aproximação, o movimento


angular do pêndulo é harmônico simples. O ângulo 𝜃 pode ser expresso na
forma 𝜃 = 𝜃o sin(𝜔𝑡 + 𝛼). Assim, o período para pequenas oscilações é dado
por:

C
𝑇 = 2 𝜋 N (4)
B

A teoria da relatividade foi uma revolução para o século XX, pois ela
provocou inúmeras transformações em conceitos básicos como também
proporcionou que fatos importantes, ainda não explicáveis, pudessem ser
explicados. Essa teoria surgiu com o físico alemão Albert Einstein.
Nascido em Ulm, Einstein foi físico e pesquisador muito conhecido por ter
proposto a teoria da relatividade, mas também foi ele quem explicou
corretamente o efeito fotoelétrico, lhe rendendo o prêmio Nobel de física de
1925. No caso da relatividade especial, o ponto de partida é o eixo de
transformada de Lorentz, que como consequência as grandezas físicas (momento
e energia) ficam multiplicadas por um fator 𝛾 = 1/Q1 − 𝑣 R /𝑐 R , onde v é a
velocidade do referencial s´ em relação ao referencial s.


 
3. METODOLOGIA
Este projeto tem por finalidade utilizar ferramentas matemáticas e
computacionais, para aplicações nos estudos, desenvolvimentos e resultados
esperados para o problema do pêndulo relativístico.
O estudo comparará a solução aproximada com a solução numérica do
pêndulo, que consiste em solucionar a equação diferencial não linear. Ao
decorrer do projeto haverá o desenvolvimento do programa para a resolução
dessa equação diferencial. Traçando um gráfico do período como função do
ângulo inicial, podendo certificar a validade da aproximação usada, assim será
introduzindo o conhecimento relativístico ensinado, calculando o período de
oscilação tanto de forma aproximada como numérica.


 
4. DISCUSSÃO

Um pêndulo de massa m, é suportado por uma haste sem massa de


comprimento L, ele é solto do repouso com relação a um suporte fixo O , 𝑊
TTT⃗ (𝑣) é
a força espacialmente uniforme em O na direção −𝑦.
X

Figura 2

Para o referencial O , a segunda lei de Newton expressa:


=
T⃗ +  𝑊
Y 𝑚 𝑣⃗ 𝛾Z =  𝑇 TTT⃗ (𝑣) (5)
=@

sendo
𝟏
𝛾=  (6)
N𝟏 \𝒗𝟐 /𝒄𝟐

Derivando a Eq. (5) e tendo o produto de cada termo da equação com


𝑟⃗,  a posição de massa com respeito à origem O , obtemos:

𝑚 𝛾 ̇ 𝑟⃗  ×  𝑣⃗ + 𝑚 𝛾 𝑟⃗  ×  𝑣⃗̇ =  𝑟⃗  ×  𝑊


TTT⃗ (𝑣) (7)

Da figura 2 concluímos que:

T⃗ = 0
𝑟⃗  ×  𝑇 (8)

Os outros produtos vetoriais são calculados de acordo com os sentidos


mostrado na Figura 3, onde está na direção 𝑧̂ , ou seja:

𝑟⃗  ×  𝑊TTT⃗ (𝑣) = −𝐿 𝑊(𝑣) sin 𝜃  𝑧̂


f 𝑟⃗  × Y𝑚 𝛾̇  𝑣⃗ Z = 𝑚 𝛾̇  𝐿 𝑣 𝑧̂   (9)
𝑟⃗  × Y𝑚 𝛾 𝑣⃗̇ Z = 𝑚 𝛾 𝑣̇  𝑧̂

Substituindo a Eq. (9) na Eq. (7), obtemos:



 
h(i)
𝑣 𝛾̇ +  𝛾 𝑣̇ = −    sin 𝜃 (10)
,

Derivando a Eq. (6) com relação ao tempo, encontramos:


i i̇
𝛾̇ =    𝛾 + (11)
j>

Substituindo a Eq. (11) na Eq. (10), ficamos:


h(i)
𝛾 + 𝑣̇ = −   sin 𝜃 (12)
,

Escrevendo a Eq. 12 numa forma mais padrão, a variável dependente


é alterada de 𝑣(𝑡) →  𝜃(𝑡), 𝑜nde v é a velocidade tangencial da massa, que está
relacionada com a posição angular na forma:

𝑣 = 𝐿 𝜃̇ e 𝑣 = 𝐿 𝜃̈ (13)

Substituindo a Eq. (13) na Eq. (12), temos:


̇ > ?̇ > +/R
hY?Z n
𝜃̈ = −    sin 𝜃 o1  −   p (14)
, n  j>

Observa-se que a Eq. (14) reduz a equação que rege o pêndulo não-
i
relativístico, como   → 0 e a força motriz é substituída por 𝑊 = 𝑚𝑔.
j

Definindo a variável de tempo adimensional:


j@
𝑛  ≡   (15)
n

A alteração da variável de acordo com a Eq. (15), reescrevemos a Eq.


(14) na forma:

n ht
u v
x R +/R
=>? u w = ?
= −    y1  −   o p z sin 𝜃 (16)
= s> , j > = s

Assim, a Eq. (17) descreve o movimento do pêndulo com o referencial


O devido a uma força motriz arbitrária W(v).
O movimento no campo gravitacional uniforme, nesse campo a
velocidade é dependente, pois a massa gravitacional eficaz do pêndulo é
{
= 𝑚 𝛾. Assim, a força motriz torna-se:
j>


 
TTT⃗ (𝑣) = 𝑚 𝑔 𝛾 (−𝑦|)
𝑊 (17)

A equação de movimento segue a partir da Eq. (16), colocando a força


motriz da Eq. (17), obtemos:
=>? =? R
= −𝑘  sin 𝜃   t1  −   o p x (18)
= s> =s

sendo,
, B n 
𝑘=  (19)
, j >

Para resolver numericamente a Eq.18, isto é 𝜃(𝑛), converte-se a


expressão para a equação diferencial de primeira ordem do tipo:
= ?
=  𝛺
~=€ =s
= 𝐹(𝜃, 𝛺)
=s

Sendo a função 𝐹(𝜃, 𝛺) dada por:

𝐹(𝜃, 𝛺) = −𝑘  sin 𝜃 Y1  −  𝛺R Z (21)

Utilizando o programa MAPLE, o gráfico plotado na Figura 4 tem


amplitude A = 3 radianos e a constante k = 1.

Figura 3 - Posição angular do pêndulo vs tempo: O eixo horizontal é o


tempo adimensional n = ct/L.

A Eq. (18) é uma equação diferencial que possui uma variável


independente não explicíta. Assim, faz-se uma mudança de variável dependente:
=?
𝛺(𝜃) =  
=s

 
logo
=>? =€ =€ =? =€
=  =    =  𝛺  (22)
=s> =s =? =s =?

Assim, a Eq. (18) ficará:


=€
𝛺  = −𝑘  sin 𝜃 Y1  −  𝛺R Z (23)
=?

A Eq. (23) é separável, por tanto é integrável. Com as condições


iniciais 𝜃(0) = 𝐴 e 𝛺Y𝜃(𝑣)Z = 0, obtemos:
• =?
𝑇 = 4  ∫• (24)
Nƒ\„…† [R ˆ ‰Š‹Œ • \  Š‹Œ ?Ž]

Através da Eq. (24), foi construído o gráfico do período para o


pêndulo relativístico com amplitudes de 0 a 3 radianos e k = 1.

Figura 4 - Período do pêndulo vs amplitude.


 
5. CONCLUSÃO

Portanto, a solução do pêndulo relativístico não requer qualquer novo


conhecimento aprofundado para resolvê-lo. As equações deste pêndulo contendo
fatores relativísticos são apenas mais complexas para resolver comparada às
equações do pêndulo simples. A equação de movimento e amplitude do pêndulo
em questão foram trabalhadas numericamente e analiticamente.


 
6. REFERÊNCIAS

[1] Nussenzveig, H. Moysés; Curso de Física Básica, Vol. 2, Ed. Edgard

Blucher, São Paulo,(1998).

[2] D. Halliday, R. Resnick and J. Walker. Fundamentos de Física. 9º. Ed.

(Wiley).

[3] Young & Freedman – Física 2 – Termodinâmica e Ondas – 12ª Ed. –

Pearson, 2008.

[4] Tipler P.A., Llewellyn R.A., F ísica Moderna , 3a Ed., LTC Editora, Rio de

Janeiro, 2001.

[5] D. Halliday, R. Resnik, K. S. Krane – Física 2 – 5ª Ed. – Rio de Janeiro,

LTC. 2007.

[6] – Eric Jones. The Journal of Undergraduate Research in Physiscs 16, 12.
(1997)

[7] Charles W. Misner, Kip S. Thorne, and John A. Wheeler, Gravitation (W. H.
Freeman, San Francisco, 1973), Secs. 6.2 and 6.3.

10 
 
7. CRONOGRAMA

11 
 

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