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DA HIERARQUIA E DA DISCIPLINA

SUBALTERNOS
Art. 12 - A hierarquia e a disciplina são a base Primeiro Tenente PM
Segundo Tenente PM
institucional da Polícia Militar. A autoridade e a
responsabilidade crescem com o grau hierárquico.
PRAÇA ESPECIAL
Aspirante-a-Oficial PM
LEMBRAR: A autoridade e a responsabilidade
crescem com o grau hierárquico
CÍRCULO DAS PRAÇAS (GRADUAÇÕES)
Subtenentes PM
Parágrafo 1º - A hierarquia policial-militar é a Primeiro Sargento PM
ordenação da autoridade em níveis diferentes, dentro Segundo Sargento PM
da estrutura da Polícia Militar. A ordenação se faz por Terceiro Sargento PM
postos ou graduações. Dentro de um mesmo posto Cabo PM
ou de uma mesma graduação se faz pela antiguidade Soldado PM
no posto ou na graduação. O respeito à hierarquia é
consubstanciado no espírito de acatamento à Parágrafo 1º - Posto é o grau hierárquico do Oficial
sequência de autoridade. conferido por ato do Governador do Estado da
Paraíba.
LEMBRAR: HIERARQUIA > ordenação da autoridade.
Parágrafo 2º - Graduação é o grau hierárquico da
Parágrafo 2º - Disciplina é a rigorosa observância e o praça conferido por ato do Comandante-Geral da
acatamento integral das Leis, regulamentos, normas Polícia Militar.
e disposições que fundamentam o organismo policial
militar e coordenam seu funcionamento regular e Parágrafo 3º - Os Aspirantes-a-Oficial e os Alunos
harmônico, traduzindo-o pelo perfeito cumprimento Oficiais PM são denominados Praças Especiais.
do dever por parte de todos e de cada um dos
componentes desse organismo. Parágrafo 4º - Os graus hierárquicos inicial e final dos
diversos Quadros e Qualificações são fixados,
LEMBRAR: DISCIPLINA > rigorosa observância e o separadamente, para cada caso, em Lei de Fixação
acatamento integral das Leis de Efetivos.

Parágrafo 3º - A disciplina e o respeito à hierarquia LEMBRAR: ÁREA DA SAÚDE > separadamente


devem ser mantidos em todas as circunstâncias da
vida, entre policiais militares da ativa, da reserva Parágrafo 5º - Sempre que o policial militar da reserva
remunerada e reformados. remunerada ou reformado fizer uso do posta ou
graduação, deverá fazê-lo mencionando essa
Art. 13 – Círculos hierárquicos são âmbitos de situação.
convivência entre os policiais militares da mesma
categoria e têm a finalidade de desenvolver o espírito Art. 15 - A precedência entre policiais militares da
de camaradagem em ambiente de estima confiança, ativa do mesmo grau hierárquico é assegurada pela
sem prejuízo do respeito mútuo. antiguidade no posto ou na graduação, salvo nos
casos de precedência funcional estabelecida em lei
CÍRCULO DE OFICIAIS E PRAÇAS ou regulamento.
CÍRCULO DE OFICIAIS (POSTOS)
OFICIAIS SUPERIORES Parágrafo 1º - A antiguidade de cada posto ou
Coronel PM graduação é contada a partir da data da assinatura
Tenente Coronel PM do ato da respectiva promoção, nomeação,
Major PM declaração ou inclusão, salvo quando estiver
taxativamente fixada outra data.
INTERMEDIÁRIOS
Capitão PM
Parágrafo 2º - No caso de ser igual à antiguidade
referida no parágrafo anterior, a antiguidade é Parágrafo 1º - O cargo policial-militar a que se refere
estabelecida: este artigo é o que se encontra especificado nos
a) entre policiais militares do mesmo quadro pela Quadros da Organização ou previsto, caracterizado
posição nas respectivas escalas numéricas ou ou definido como tal em outras disposições legais.
registros de que trata o art. 17;
b) nos demais casos, pela antiguidade no posto ou na Parágrafo 2º - A cada cargo policial militar
graduação anterior; se, ainda assim, subsistir a corresponde um conjunto de atribuições, deveres e
igualdade de antiguidade, recorrer-se-á responsabilidades que se constituem em obrigações
sucessivamente, aos graus hierárquicos anteriores, à do respectivo titular.
data de inclusão e a data de nascimento para definir
a precedência e, neste último caso, o mais velho será Parágrafo Único - As obrigações inerentes ao policial
considerado mais antigo; militar devem ser compatíveis com o correspondente
c) entre os alunos de um mesmo órgão de formação grau hierárquico e definidos em legislação ou
de policiais militares, de acordo com o regulamento regulamentação específicas.
do respectivo órgão, se não estiverem
especificadamente enquadrados nas letras "a" e "b".
DO VALOR POLICIAL MILITAR
Parágrafo 3º - Em igualdade de posto ou graduação,
os policiais militares da ativa têm precedência sobre Art. 26 - São manifestações essenciais do valor
os da inatividade. policial-militar:
I - O sentimento de servir à comunidade estadual,
Parágrafo 4º - Em igualdade de posto ou graduação, traduzido pela vontade inabalável de cumprir o dever
a precedência entre os policiais militares de carreira policial militar e pelo integral devotamento à
na ativa e os da reserva remunerada que estiverem manutenção da ordem pública, mesmo com o risco
convocados, é definida pelo tempo de efetivo serviço da própria vida;
no posto ou graduação. II - A fé na elevada missão da Polícia Militar;
III - O civismo e o culto das tradições históricas;
Art. 16 - A precedência entre as Praças Especiais e IV - O espírito de corpo, orgulho do policial militar pela
as demais praças é assim regulada: organização policial-militar onde serve;
I - Os Aspirantes-a-oficial PM são hierarquicamente V - O amor à profissão policial-militar e o entusiasmo
superiores às demais praças; com que é exercida; e
II - Os Alunos-Oficiais PM são hierarquicamente VI – O aprimoramento técnico-profissional
superiores aos Subtenentes PM.
BIZU: decorar as siglas de vermelho para não
Art. 17 - A Polícia Militar manterá um registro de confundir o VALOR PM com o DEVER PM.
todos os dados referentes a seu pessoal da ativa e
da reserva remunerada, dentro das respectivas DA ÉTICA POLICIAL MILITAR
escalas numéricas, segundo as instruções baixadas
pelo Comandante-Geral da Corporação. Art. 27. O sentimento do dever, o pundonor policial e
o decoro da classe impõem, a cada um dos
Art. 18- Os Alunos-Oficiais PM são declarados integrantes da Polícia Militar, conduta moral e
Aspirantes-a-Oficial PM pelo Comandante-Geral da profissional irrepreensíveis. Com a observância dos
Corporação. seguintes preceitos da ética policial militar:
I - Amar a verdade e a responsabilidade como
fundamento da dignidade pessoal;
CAPÍTULO III DO CARGO E DA FUNÇÃO II - Em Exercer com autoridade, eficiência e probidade
POLICIAIS MILITARES. as funções que lhe couberem em decorrência do
cargo;
Art. 19 - Cargo policial militar é aquele que só pode III - Respeitar a dignidade da pessoa humana;
ser exercido por policial militar a serviço ativo.
IV - Cumprir e fazer cumprir as leis, os regulamentos, Parágrafo 1º - Os policiais militares na reserva
as instruções e as ordens das autoridades remunerada, quando convocados, ficam proibidos de
competentes; tratar, nas organizações policiais militares e nas
V - Ser justo e imparcial no julgamento dos atos e na repartições públicas civis, dos interesses de
apreciação do mérito dos subordinados; organizações ou empresas privadas de qualquer
VI - Zelar pelo preparo próprio, moral, intelectual, natureza.
físico e também pelos dos subordinados, tendo em
vista o cumprimento da missão comum; Parágrafo 2º - Os policiais militares da ativa podem
VII - Empregar todas as suas energias em benefício exercer diretamente a gestão de seus bens, desde
do serviço; que não infrinjam o disposto no presente artigo.
VIII - Praticar a camaradagem e desenvolver
permanentemente o espírito de cooperação; Parágrafo 3º - No intuito de desenvolver a prática
IX - Ser discreto em suas atitudes, maneiras e em sua profissional dos integrantes do Quadra de Saúde,
linguagem escrita e falada; é-lhe permitido o exercício da atividade
X - Abster-se de tratar, fora do âmbito apropriado, de técnico-profissional no meio civil, desde que tal
matéria sigilosa relativa à Segurança Nacional; prática não prejudique o serviço.
XI - Acatar as autoridades civis;
XII - Cumprir seus deveres de cidadão; Art. 29 - 0 Comandante-Geral da Polícia Militar
XIII - Proceder de maneira ilibada na vida pública e na poderá determinar aos policiais militares da ativa que,
particular; no interesse da salvaguarda da dignidade dos
XIV - Observar as normas de boa educação; mesmos, informem sobre a origem e a natureza de
XV - Garantir assistência moral e material a seu lar e seus bens, sempre que houver razões que
conduzir-se como chefe de família modelar; recomendem tal medida.
XVI - Conduzir-se mesmo fora do serviço ou na
inatividade, de modo que não sejam prejudicados os DOS DEVERES POLICIAIS MILITARES
princípios da disciplina, do respeito e do decoro
policial militar; Art. 30 - Os deveres policiais militares emanam de
XVII - Abster-se de fazer uso do posto ou da vínculos relacionais que ligam o policial militar à
graduação para obter facilidades pessoais de comunidade estadual e a sua segurança, e
qualquer natureza ou para encaminhar negócios compreendem, essencialmente:
particulares ou de terceiros; I - A dedicação integral ao serviço policial militar e a
XVIII - Abster-se o policial-militar na inatividade do fidelidade à instituição a que pertence, mesmo com
uso das designações hierárquicas quando: sacrifício da própria vida;
a) em atividades político-partidárias II - O culto aos Símbolos Nacionais;
b) em atividades comerciais; III - A probidade e a lealdade em todas as
c) em atividades industriais; circunstâncias;
d) para discutir ou provocar discussões pela IV - A disciplina e o respeito à hierarquia;
imprensa a respeito de assuntos políticos ou policiais V - O rigoroso cumprimento das obrigações e ordens;
militares, excetuando-se os de natureza VI - A obrigação de tratar o subordinado dignamente
exclusivamente técnica, se devidamente autorizado; e com urbanidade.
XIX - Zelar pelo bom nome da Polícia Militar e de cada
um dos seus integrantes, obedecendo e fazendo
DO COMPROMISSO POLICIAL MILITAR
obedecer aos preceitos da ética policial-militar.
Art. 31 - Todo cidadão, após ingressar na Polícia
Art. 28 - Ao policial-militar da ativa, ressalvado o
Militar, mediante inclusão, matrícula ou nomeação,
disposto nos parágrafos 2º e 3º, é vedado comerciar
prestará compromisso de honra, no qual firmará a
ou tomar parte na administração ou gerência de
sua ACEITAÇÃO consciente das obrigações e dos
sociedade ou dela ser sócio ou participar, exceto
deveres policiais e manifestará sua firme disposição
como acionista ou quotista, em sociedade anônima
de bem cumpri-los.
ou por quotas de responsabilidade limitada.
DO COMANDO E DA SUBORDINAÇÃO LEMBRAR: CABOS E SOLDADOS > executam.

Art. 33 - Comando é a soma de autoridade, de Art. 38 - As Praças Especiais cabe a rigorosa


deveres e responsabilidades de que o policial militar observância das prescrições dos regulamentos que
é investido legalmente, quando conduz homens ou lhes são pertinentes, exigindo-se-lhe inteira
dirige uma organização policial militar. 0 comando dedicação ao estudo e ao aprendizado
está vinculado ao grau hierárquico e constitui uma técnico-profissional.
prerrogativa IMPESSOAL, em cujo exercício o policial
militar se define e se caracteriza como chefe. Art. 39 - Cabe ao policial-militar a responsabilidade
integral pelas decisões que tomar, pelas ordens que
LEMBRAR: COMANDO > prerrogativa IMPESSOAL. emitir e pelos atos que praticar.

Parágrafo Único - Aplica-se à Direção e à Chefia de


Organização Policial Militar, no que couber, o
CRIMES
estabelecido para o Comando.

Art. 34 - A subordinação NÃO AFETA, de modo Art. 9º - Consideram-se crimes militares, em tempo
algum, a dignidade pessoal do policial militar e de paz:
decorre, exclusivamente, da estrutura hierárquica da
Polícia Militar. I - os crimes de que trata êste Código, quando
definidos de modo diverso na lei penal comum, ou
LEMBRAR: SUBORDINAÇÃO > não afeta a dignidade. nela não previstos, qualquer que seja o agente, salvo
disposição especial;
Art. 35 - O Oficial é preparado, ao longo da carreira,
para o exercício do Comando, da Chefia e da Direção II – os crimes previstos neste Código e os previstos
das Organizações Policiais Militares. na legislação penal, quando praticados:

LEMBRAR: OFICIAL > comando e chefia. a) por militar em situação de atividade ou


assemelhado, contra militar na mesma situação ou
Art. 36 - Os Subtenentes e Sargentos auxiliam e assemelhado;
completam as atividades dos oficiais, quer no
adestramento e no emprego dos meios, quer na b) por militar em situação de atividade ou
instrução e na administração; poderão ser assemelhado, em lugar sujeito à administração
empregados na execução de atividades de militar, contra militar da reserva, ou reformado, ou
policiamento ostensivo peculiares da Polícia Militar. assemelhado, ou civil;

Parágrafo Único - No exercício das atividades c) por militar em serviço ou atuando em razão da
mencionadas neste artigo e no comando de função, em comissão de natureza militar, ou em
elementos subordinados, os Subtenentes e formatura, ainda que fora do lugar sujeito à
Sargentos deverão impor-se pela lealdade, pelo administração militar contra militar da reserva, ou
exemplo e pela capacidade profissional e técnica, reformado, ou civil;
incumbindo-lhes assegurar a observância minuciosa
e ininterrupta das ordens, das regras de serviço e das d) por militar durante o período de manobras ou
normas operativas pelas praças que lhes estiverem exercício, contra militar da reserva, ou reformado, ou
diretamente subordinadas e a manutenção da coesão assemelhado, ou civil;
e do moral das mesmas praças em todas as
circunstanciais. e) por militar em situação de atividade, ou
assemelhado, contra o patrimônio sob a
Art. 37 - Os Cabos e Soldados são essencialmente, administração militar, ou a ordem administrativa
os elementos de execução. militar;
III - os crimes praticados por militar da reserva, ou ● Compete à justiça militar processar e julgar
reformado, ou por civil, contra as instituições os crimes propriamente militares e os
militares, considerando-se como tais não só os impropriamente militares;
compreendidos no inciso I, como os do inciso II, nos ● São julgados pela Justiça Militar da União, os
seguintes casos: militares das forças armadas ( Marinha,
a) contra o patrimônio sob a administração militar, exército e aeronáutica ) e civis;
ou contra a ordem administrativa militar; ● A Justiça Militar dos estados julga os
integrantes da Polícia Militar e Corpo de
b) em lugar sujeito à administração militar contra Bombeiro Militar, exceto os crimes dolosos
militar em situação de atividade ou assemelhado, ou contra a vida de civil.
contra funcionário de Ministério militar ou da Justiça
Militar, no exercício de função inerente ao seu cargo;
CÓDIGO PENAL MILITAR - DO CRIME
c) contra militar em formatura, ou durante o período
de prontidão, vigilância, observação, exploração, Relação de causalidade
exercício, acampamento, acantonamento ou Art. 29. O resultado de que depende a existência do
manobras; crime somente é imputável a quem lhe deu causa.
Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o
d) ainda que fora do lugar sujeito à administração resultado não teria ocorrido.
militar, contra militar em função de natureza militar, § 1º A superveniência de causa relativamente
ou no desempenho de serviço de vigilância, garantia independente exclui a imputação quando, por si só,
e preservação da ordem pública, administrativa ou produziu o resultado. Os fatos anteriores,
judiciária, quando legalmente requisitado para aquêle imputam-se, entretanto, a quem os praticou.
fim, ou em obediência a determinação legal superior. § 2º A omissão é relevante como causa quando o
omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O
§ 1o Os crimes de que trata este artigo, quando dever de agir incumbe a quem tenha por lei obrigação
dolosos contra a vida e cometidos por militares de cuidado, proteção ou vigilância; a quem, de outra
contra civil, serão da competência do Tribunal do forma, assumiu a responsabilidade de impedir o
Júri. resultado; e a quem, com seu comportamento
anterior, criou o risco de sua sobrevivência.
§ 2o Os crimes de que trata este artigo, quando
dolosos contra a vida e cometidos por militares das Art. 30. Diz-se o crime:
Forças Armadas contra civil, serão da competência
da Justiça Militar da União, se praticados no Crime consumado
contexto: I - consumado, quando nele se reúnem todos os
elementos de sua definição legal;
I – do cumprimento de atribuições que lhes forem
estabelecidas pelo Presidente da República ou pelo Tentativa
Ministro de Estado da Defesa; II - tentado, quando, iniciada a execução, não se
consuma por circunstâncias alheias à vontade do
II – de ação que envolva a segurança de instituição agente.
militar ou de missão militar, mesmo que não
beligerante; Pena de tentativa
Parágrafo único. Pune-se a tentativa com a pena
III – de atividade de natureza militar, de operação de correspondente ao crime, diminuída de um a dois
paz, de garantia da lei e da ordem ou de atribuição terços, podendo o juiz, no caso de excepcional
subsidiária, realizadas em conformidade com o gravidade, aplicar a pena do crime consumado.
disposto no art. 142 da Constituição Federal e na
forma dos seguintes diplomas legais: Desistência voluntária e arrependimento eficaz
Art. 31. O agente que, voluntariamente, desiste de § 2º Se o erro é provocado por terceiro, responderá
prosseguir na execução ou impede que o resultado este pelo crime, a título de dolo ou culpa, conforme o
se produza, só responde pelos atos já praticados. caso.

Crime impossível Êrro sôbre a pessoa


Art. 32. Quando, por ineficácia absoluta do meio Art. 37. Quando o agente, por erro de percepção ou
empregado ou por absoluta impropriedade do objeto, no uso dos meios de execução, ou outro acidente,
é impossível consumar-se o crime, nenhuma pena é atinge uma pessoa em vez de outra, responde como
aplicável. se tivesse praticado o crime contra aquela que
realmente pretendia atingir. Devem ter-se em conta
Art. 33. Diz-se o crime: não as condições e qualidades da vítima, mas as da
Culpabilidade outra pessoa, para configuração, qualificação ou
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou exclusão do crime, e agravação ou atenuação da
assumiu o risco de produzi-lo; pena.
II - culposo, quando o agente, deixando de empregar a
cautela, atenção, ou diligência ordinária, ou especial,
a que estava obrigado em face das circunstâncias, Êrro quanto ao bem jurídico
não prevê o resultado que podia prever ou, § 1º Se, por erro ou outro acidente na execução, é
prevendo-o, supõe levianamente que não se realizaria atingido bem jurídico diverso do visado pelo agente,
ou que poderia evitá-lo. responde este por culpa, se o fato é previsto como
crime culposo.
Excepcionalidade do crime culposo
Parágrafo único. Salvo os casos expressos em lei, Duplicidade do resultado
ninguém pode ser punido por fato previsto como § 2º Se, no caso do artigo, é também atingida a
crime, senão quando o pratica dolosamente. pessoa visada, ou, no caso do parágrafo anterior,
ocorre ainda o resultado pretendido, aplica-se a regra
Nenhuma pena sem culpabilidade do art. 79.
Art. 34. Pelos resultados que agravam especialmente
as penas só responde o agente quando os houver Art. 38. Não é culpado quem comete o crime:
causado, pelo menos, culposamente.
Coação irresistível
Êrro de direito a) sob coação irresistível ou que lhe suprima a
Art. 35. A pena pode ser atenuada ou substituída por faculdade de agir segundo a própria vontade;
outra menos grave quando o agente, salvo em se
tratando de crime que atente contra o dever militar, Obediência hierárquica
supõe lícito o fato, por ignorância ou erro de b) em estrita obediência a ordem direta de superior
interpretação da lei, ser escusável. hierárquico, em matéria de serviços.

Êrro de fato § 1° Responde pelo crime o autor da coação ou da


Art. 36. É isento de pena quem, ao praticar o crime, ordem.
supõe, por erro plenamente escusável, a inexistência
de circunstância de fato que o constitui ou a § 2° Se a ordem do superior tem por objeto a prática
existência de situação de fato que tornaria a ação de ato manifestamente criminoso, ou há excesso nos
legítima. atos ou na forma da execução, é punível também o
inferior.
Erro culposo
§ 1º Se o erro deriva de culpa, a este título responde o Estado de necessidade, com excludente de
agente, se o fato é punível como crime culposo. culpabilidade
Art. 39. Não é igualmente culpado quem, para
Erro provocado proteger direito próprio ou de pessoa a quem está
ligado por estreitas relações de parentesco ou
afeição, contra perigo certo e atual, que não Art. 45. O agente que, em qualquer dos casos de
provocou, nem podia de outro modo evitar, sacrifica exclusão de crime, excede culposamente os limites
direito alheio, ainda quando superior ao direito da necessidade, responde pelo fato, se este é punível,
protegido, desde que não lhe era razoavelmente a título de culpa.
exigível conduta diversa.
Excesso escusável
Coação física ou material Parágrafo único. Não é punível o excesso quando
Art. 40. Nos crimes em que há violação do dever resulta de escusável surpresa ou perturbação de
militar, o agente não pode invocar coação irresistível ânimo, em face da situação.
senão quando física ou material.
Excesso doloso
Atenuação de pena Art. 46. O juiz pode atenuar a pena ainda quando
Art. 41. Nos casos do art. 38, letras a e b , se era punível o fato por excesso doloso.
possível resistir à coação, ou se a ordem não era
manifestamente ilegal; ou, no caso do art. 39, se era Elementos não constitutivos do crime
razoàvelmente exigível o sacrifício do direito Art. 47. Deixam de ser elementos constitutivos do
ameaçado, o juiz, tendo em vista as condições crime:
pessoais do réu, pode atenuar a pena. I - a qualidade de superior ou a de inferior, quando
não conhecida do agente;
Exclusão de crime II - a qualidade de superior ou a de inferior, a de oficial
Art. 42. Não há crime quando o agente pratica o fato: de dia, de serviço ou de quarto, ou a de sentinela,
I - em estado de necessidade; vigia, ou plantão, quando a ação é praticada em
II - em legítima defesa; repulsa à agressão.
III - em estrito cumprimento do dever legal;
IV - em exercício regular de direito. CRIME PROPRIAMENTE MILITAR: são aqueles
previstos somente no código penal militar;
Parágrafo único. Não há igualmente crime quando o Exemplo: embriaguez em serviço, dormir em serviço,
comandante de navio, aeronave ou praça de guerra, discerção.
na iminência de perigo ou grave calamidade, compele
os subalternos, por meios violentos, a executar CRIME IMPROPRIAMENTE MILITAR: são aqueles
serviços e manobras urgentes, para salvar a unidade previstos no CPM e no código penal.
ou vidas, ou evitar o desânimo, o terror, a desordem, a
rendição, a revolta ou o saque.
DO HOMICÍDIO
Homicídio simples
Estado de necessidade, como excludente do crime
Art. 205. Matar alguém:
Art. 43. Considera-se em estado de necessidade
Pena - reclusão, de seis a vinte anos.
quem pratica o fato para preservar direito seu ou
alheio, de perigo certo e atual, que não provocou, nem
Homicídio privilegiado
podia de outro modo evitar, desde que o mal causado,
§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo
por sua natureza e importância, é consideravelmente de relevante valor social ou moral, ou sob o
inferior ao mal evitado, e o agente não era legalmente domínio de violenta emoção, logo em seguida a
obrigado a arrostar o perigo. injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a
pena, de um sexto a um terço.
Legítima defesa
Art. 44. Entende-se em legítima defesa quem, usando Homicídio qualificado
moderadamente dos meios necessários, repele § 2° Se o homicídio é cometido:
injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou
de outrem. I - por motivo fútil;

Excesso culposo
II - mediante paga ou promessa de recompensa, por Redução de pena
cupidez, para excitar ou saciar desejos sexuais, ou § 3° Se o suicídio é apenas tentado, e da tentativa
por outro motivo torpe; resulta lesão grave, a pena é reduzida de um a dois
terços.
III - com emprêgo de veneno, asfixia, tortura, fogo,
explosivo, ou qualquer outro meio dissimulado ou DO MOTIM E DA REVOLTA
cruel, ou de que possa resultar perigo comum;
IV - à traição, de emboscada, com surprêsa ou Motim
mediante outro recurso insidioso, que dificultou ou Art. 149. Reunirem-se militares ou assemelhados:
tornou impossível a defesa da vítima;
I - agindo contra a ordem recebida de superior, ou
V - para assegurar a execução, a ocultação, a negando-se a cumpri-la;
impunidade ou vantagem de outro crime;
II - recusando obediência a superior, quando estejam
VI - prevalecendo-se o agente da situação de serviço:
agindo sem ordem ou praticando violência;
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.

III - assentindo em recusa conjunta de obediência, ou


Homicídio culposo
Art. 206. Se o homicídio é culposo: em resistência ou violência, em comum, contra
Pena - detenção, de um a quatro anos. superior;

§ 1° A pena pode ser agravada se o crime resulta de IV - ocupando quartel, fortaleza, arsenal, fábrica ou
inobservância de regra técnica de profissão, arte ou estabelecimento militar, ou dependência de qualquer
ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato deles, hangar, aeródromo ou aeronave, navio ou
socorro à vítima. viatura militar, ou utilizando-se de qualquer daqueles
locais ou meios de transporte, para ação militar, ou
Multiplicidade de vítimas prática de violência, em desobediência a ordem
§ 2º Se, em consequência de uma só ação ou superior ou em detrimento da ordem ou da disciplina
omissão culposa, ocorre morte de mais de uma militar:
pessoa ou também lesões corporais em outras Pena - reclusão, de quatro a oito anos, com aumento
pessoas, a pena é aumentada de um sexto até de um terço para os cabeças.
metade.
Revolta
Provocação direta ou auxílio a suicídio Parágrafo único. Se os agentes estavam armados:
Art. 207. Instigar ou induzir alguém a suicidar-se,
Pena - reclusão, de oito a vinte anos, com aumento de
ou prestar-lhe auxílio para que o faça, vindo o
um terço para os cabeças.
suicídio consumar-se:
Pena - reclusão, de dois a seis anos.
Organização de grupo para a prática de violência
Art. 150. Reunirem-se dois ou mais militares ou
Agravação de pena
assemelhados, com armamento ou material bélico,
§ 1º Se o crime é praticado por motivo egoístico, ou a
vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer de propriedade militar, praticando violência à pessoa
motivo, a resistência moral, a pena é agravada. ou à coisa pública ou particular em lugar sujeito ou
não à administração militar:
Provocação indireta ao suicídio Pena - reclusão, de quatro a oito anos.
§ 2º Com detenção de um a três anos, será punido
quem, desumana e reiteradamente, inflige maus Omissão de lealdade militar
tratos a alguém, sob sua autoridade ou dependência, Art. 151. Deixar o militar ou assemelhado de levar ao
levando-o, em razão disso, à prática de suicídio. conhecimento do superior o motim ou revolta de cuja
preparação teve notícia, ou, estando presente ao ato
criminoso, não usar de todos os meios ao seu
alcance para impedi-lo:
Pena - reclusão, de três a cinco anos.
Resultado mais grave
Conspiração Parágrafo único. Se da violência resulta lesão
Art. 152. Concertarem-se militares ou assemelhados corporal ou morte é também aplicada a pena do
para a prática do crime previsto no artigo 149: crime contra a pessoa, atendendo-se, quando for o
Pena - reclusão, de três a cinco anos. caso, ao disposto no art. 159.

Isenção de pena Deserção


Parágrafo único. É isento de pena aquele que, antes Art. 187. Ausentar-se o militar, sem licença, da
da execução do crime e quando era ainda possível unidade em que serve, ou do lugar em que deve
evitar-lhe as consequências, denuncia o ajuste de que permanecer, por mais de oito dias:
participou. Pena - detenção, de seis meses a dois anos; se
oficial, a pena é agravada.
Cumulação de penas
Art. 153. As penas dos arts. 149 e 150 são aplicáveis Casos assimilados
sem prejuízo das correspondentes à violência. Art. 188. Na mesma pena incorre o militar que:
I - não se apresenta no lugar designado, dentro de
Violência contra superior oito dias, findo o prazo de trânsito ou férias;
Art. 157. Praticar violência contra superior: II - deixar de se apresentar à autoridade competente,
Pena - detenção, de três meses a dois anos. dentro do prazo de oito dias, contados daquele em
que termina ou é cassada a licença ou agregação ou
Formas qualificadas em que é declarado o estado de sítio ou de guerra;
§ 1º Se o superior é comandante da unidade a que III - tendo cumprido a pena, deixa de se apresentar,
pertence o agente, ou oficial general: dentro do prazo de oito dias;
Pena - reclusão, de três a nove anos. IV - consegue exclusão do serviço ativo ou situação
de inatividade, criando ou simulando incapacidade.
§ 2º Se a violência é praticada com arma, a pena é
aumentada de um terço. Abandono de pôsto
Art. 195. Abandonar, sem ordem superior, o pôsto ou
§ 3º Se da violência resulta lesão corporal, aplica-se, lugar de serviço que lhe tenha sido designado, ou o
além da pena da violência, a do crime contra a serviço que lhe cumpria, antes de terminá-lo:
pessoa. Pena - detenção, de três meses a um ano.

§ 4º Se da violência resulta morte: Embriaguez em serviço


Pena - reclusão, de doze a trinta anos. Art. 202. Embriagar-se o militar, quando em serviço,
ou apresentar-se embriagado para prestá-lo:
§ 5º A pena é aumentada da sexta parte, se o crime Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
ocorrer em serviço.
Dormir em serviço
Recusa de obediência Art. 203. Dormir o militar, quando em serviço, como
Art. 163. Recusar obedecer a ordem do superior oficial de quarto ou de ronda, ou em situação
sôbre assunto ou matéria de serviço, ou equivalente, ou, não sendo oficial, em serviço de
relativamente a dever impôsto em lei, regulamento ou sentinela, vigia, plantão às máquinas, ao leme, de
instrução: ronda ou em qualquer serviço de natureza
Pena - detenção, de um a dois anos, se o fato não semelhante:
constitui crime mais grave Pena - detenção, de três meses a um ano.

Violência contra inferior


Art. 175. Praticar violência contra inferior:
Pena - detenção, de três meses a um ano.

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