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ATIVIDADES REMOTAS
ENSINO MÉDIO
Nome do aluno:
Objetivo: (EM13LP07) Analisar, em textos de diferentes gêneros, marcas que expressam a posição do enunciador
frente àquilo que é dito: uso de diferentes modalidades (epistêmica, deôntica e apreciativa) e de diferentes recursos
gramaticais que operam como modalizadores (verbos modais, tempos e modos verbais, expressões modais, adjetivos,
locuções ou orações adjetivas, advérbios, locuções ou orações adverbiais, entonação etc.), uso de estratégias de
impessoalização (uso de terceira pessoa e de voz passiva etc.), com vistas ao incremento da compreensão e da
criticidade e ao manejo adequado desses elementos nos textos produzidos, considerando os contextos de produção
ADJETIVO
Adjetivo é a palavra que expressa uma qualidade ou característica do ser e concorda em
gênero e número com o substantivo.
Ex: A pequena, meiga e sorridente menina está animada com o maravilhoso e caro prêmio
recebido daquele importante e difícil concurso democrático.
Classificação do Adjetivo
Formação do Adjetivo
Quanto à formação, o adjetivo pode ser:
Adjetivo simples: Formado por um só radical.
Por exemplo: brasileiro, escuro, magro, cômico.
Adjetivo composto: Formado por mais de um radical.
Por exemplo: luso-brasileiro, castanho-escuro, amarelo-canário.
Adjetivo primitivo: É aquele que dá origem a outros adjetivos.
Por exemplo: belo, bom, feliz, puro.
Adjetivo derivado: É aquele que deriva de substantivos, verbos ou até mesmo de outro
adjetivo.
Por exemplo: belíssimo, bondoso, magrelo.
Cercavam-na homens, mulheres e crianças; todos queriam novas dela. Não vinha
em traje de domingo; trazia casaquinho branco, uma saia que lhe deixava ver o
pé sem meia num chinelo de polimento com enfeites de marroquim de diversas
cores. No seu farto cabelo, crespo e reluzente, puxado sobre a nuca, havia um
molho de manjericão e um pedaço de baunilha espetado por um gancho. E toda
ela respirava o asseio das brasileiras e um odor sensual de trevos e plantas
aromáticas. Irrequieta, saracoteando o atrevido e rijo quadril baiano, respondia
para a direita e para a esquerda, pondo à mostra um fio de dentes claros e
brilhantes que enriqueciam a sua fisionomia com um realce fascinador. Acudiu
quase todo o cortiço para recebê-la. Choveram abraços e as chufas do bom
acolhimento. (p.38-39)
Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema.
Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa
da graúna, e mais longos que seu talhe de palmeira. O favo da jati não era doce
como seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque como seu hálito perfumado.
Mais rápida que a corça selvagem, a morena virgem corria o sertão e as matas do
Ipu, onde campeava sua guerreira tribo, da grande nação tabajara. O pé grácil e
nu, mal roçando, alisava apenas a verde pelúcia que vestia a terra com as
primeiras águas. –
A baronesa era uma das pessoas que mais desconfiavam de nós. Cinquenta e
cinco anos, que pareciam quarenta, macia, risonha, vestígios de beleza, porte
elegante e maneiras finas. Não falava muito nem sempre; possuía a grande arte
de escutar os outros, espiando-os; reclinava-se então na cadeira, desembainhava
um olhar afiado e comprido, e deixava-se estar. Os outros, não sabendo o que
era, falavam, olhavam, gesticulavam, ao tempo que ela olhava só, ora fixa, ora
móbil, levando a astúcia ao ponto de olhar às vezes para dentro de si, porque
deixava cair as pálpebras; mas como as pestanas eram rótulas*, o olhar
continuava o seu ofício, remexendo a alma e a vida dos outros.(Machado de
Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas.)*Rótula: persiana, gelosia.