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Arbóreas
Brasileiras

Jucá
Caesalpinia ferrea var. ferrea

volume

4
Jucá
Caesalpinia ferrea var. ferrea
Fortaleza, CE Fotos: Paulo Ernani Ramalho Carvalho

Ubajara, CE Foto: Francisco C. Martins


Jucá
Caesalpinia ferrea var. ferrea

Taxonomia e Nomenclatura Nomes vulgares por Unidades da


Federação: em Alagoas e na Bahia, pau-ferro;
De acordo com o sistema de classificação no Ceará, jucá e pau-ferro; na Paraíba, pau-ferro;
baseado no The Angiosperm Phylogeny Group no Piauí, jucá e pau-ferro; e em Pernambuco e
(APG) II (2003), a posição taxonômica de no Rio Grande do Norte, jucá.
Caesalpinia ferrea var. ferrea obedece à seguinte
Etimologia: o nome genérico Caesalpinia é
hierarquia:
uma homenagem a Andrea Caesalpinio, botânico
Divisão: Angiospermae italiano; o epíteto específico ferrea vem da
Clado: Eurosídeas I madeira dura que lembra o ferro.

Ordem: Fabales – Em Cronquist (1981), Em idioma tupi, o nome jucá (yucá), quer dizer
é classificada em Rosales “prisioneiro”. No passado, a madeira dessa
espécie era usada pelos índios tupi, na confecção
Família: Fabaceae – Em Cronquist (1981), de tacapes, clava terrível com que partiam a
é classificada em Leguminosae cabeça dos inimigos e prisioneiros (BRAGA,
Subfamília: Caesalpinioideae 1960).
Gênero: Caesalpinia
Espécie: Caesalpinia ferrea Mart. ex Tul. var. Descrição Botânica
ferrea
Forma biológica e estacionalidade:
Primeira publicação: in Archiv. Mus. Paris 4: Caesalpinia ferrea var. ferrea é uma espécie
137 (1844).
arbórea, de comportamento sempre-verde ou
Sinonímia botânica: Caesalpinia ferrea var. perenifólio de mudança foliar (se renova todo
cearensis Huber. ano). As árvores maiores atingem dimensões

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próximas a 6 m de altura e 30 cm de DAP Floração: de março a outubro, na Bahia
(diâmetro à altura do peito, medido a 1,30 m do (RIZZINI, 1976), de maio a junho, no Ceará e
solo), na idade adulta. Contudo, no Passeio de junho a setembro, no Rio Grande do Norte.
Público, em Fortaleza, CE, existe um exemplar
Frutificação: frutos maduros ocorrem em
majestoso, imune ao corte, com 10 m de altura
agosto, em Pernambuco (DUARTE, 1978).
e 50 cm de DAP.
Dispersão de frutos e sementes: autocórica,
Tronco: é sempre baixo e nunca bem direito
do tipo barocórica – por gravidade (MACHADO;
(DUCKE, 1953).
BARROS, 1997).
Ramificação: é dicotômica. Por seu porte
baixo e galharia irregular, o jucá é facilmente
identificável na mata ou isoladamente. Ocorrência Natural
Casca: mede até 0,20 cm de espessura (LIMA,
Latitudes: de 3º40’S, no Ceará, a 19º30’S, em
1982). A casca externa é acinzentada, lisa e fina,
Minas Gerais.
renovando-se anualmente.
Folhas: são compostas de 2 a 4 pinas, cada Variação altitudinal: de 15 m, no Rio Grande
uma provida de 4 a 6 pares de folíolos, que por do Norte, a 1.000 m, em Pernambuco.
sua vez são glabros, oblongos, quebradiços, com Distribuição geográfica: no Brasil, Caesalpinia
pecíolos pubescentes do lado inferior dos folíolos, ferrea var. ferrea ocorre nas seguintes Unidades
que são maiores do que nas outras variedades.
da Federação (Mapa 35):
Quando novas, as folhas dessa espécie
• Alagoas (DUCKE, 1953; AUTO, 1998; SILVA,
apresentam coloração avermelhada, passando
2002).
para um tom verde-claro, que depois torna-se
verde-escuro-acinzentado. • Bahia (LUETZELBURG, 1923; MELLO,
Inflorescências: ocorrem em panículas 1968/1969; RIZZINI, 1976; LEWIS, 1987;
terminais. SANTANA et al., 2002).
Flores: são lúteas, amareladas, pequenas, • Ceará (LUETZELBURG, 1923; ARRAES, 1969;
perfumadas, com mancha rubra no estandarte, TAVARES et al., 1969; TAVARES et al., 1974a;
e odoríferas. MARTINS et al., 1982; GOMES; FERNANDES,
Fruto: é uma vagem castanho-escura, achatada, 1985; FERNANDES, 1990; MAIA, 2004).
encurvada, com várias sementes. • Goiás (SILVA et al., 2004).
Sementes: são de formas variáveis (orbicular, • Minas Gerais (LORENZI, 2002).
sub-orbicular a oblonga, orbicular-reniforme),
geralmente pouco assimétricas num dos lados, • Paraíba (LUETZELBURG, 1923; PEREIRA
biconvexas, medindo de 7,1 mm a 10,41 mm de et al., 2001; PEREIRA et al., 2002; TROVÃO
comprimento por 5,9 mm a 8,9 mm de largura, et al., 2004; LACERDA et al., 2005; PEGADO
e 3,3 mm a 5,0 mm de espessura; apresentam et al., 2006).
tegumento castanho-claro a escuro, mais claro
próximo ao hilo, brilhante, às vezes opaco, • Pernambuco (DUCKE, 1953; ANDRADE-
córneo, com um dos lados achatados; estrias LIMA, 1954; 1970; ARRAES, 1969; PAULA,
semicirculares a partir do hilo, bem perceptíveis 1981; DRUMOND et al., 1982; PEREIRA
ou não, a olho nu, quando secas, descamações et al., 1993; FERRAZ, 1994; MACHADO;
nas estrias quando hidratadas; hilo bem BARROS, 1997; RODAL et al., 1999;
visível, circular e escuro (SOUZA; LIMA, 1982; ALBUQUERQUE; ANDRADE, 2002; RODAL;
FELICIANO, 1989). NASCIMENTO, 2002; NASCIMENTO et al.,
2003; ALBUQUERQUE et al., 2005; SILVA;
ALBUQUERQUE, 2005; FERRAZ et al., 2006;
Biologia Reprodutiva GOMES et al., 2006; CÓRDULA et al., 2008).
e Eventos Fenológicos
• Piauí (LUETZELBURG, 1923; ARRAES, 1969;
Sistema sexual: Caesalpinia ferrea var. ferrea BARROSO; GUIMARÃES, 1980; CASTRO
é uma espécie hermafrodita. et al., 1982; FERNANDES, 1982; EMPERAIRE,
1984; FARIAS; CASTRO, 2004; LEMOS,
Vetor de polinização: as flores dessa espécie
2004).
são visitadas por abelhas mamangava (Xylocopa
spp.) como fonte de pólen e de néctar (FREITAS; • Rio Grande do Norte (LUETZELBURG,
OLIVEIRA FILHO, 2001). 1923; OLIVEIRA, 1976; CAMACHO, 2001;

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FRANCELINO et al., 2003; CESTARO; Biomas (IBGE, 2004a) /
SOARES, 2004).
Tipos de Vegetação (IBGE,
• Estado do Rio de Janeiro (LIMA et al., 1997).
2004b) e Outras Formações
• Sergipe (SOUZA, 1983; SOUZA et al., 1993; Vegetacionais
LEAL et al., 2003).
Bioma Caatinga
Aspectos Ecológicos • Savana-Estépica ou Caatinga do Sertão
Árido, em Alagoas, no Ceará, na Paraíba, em
Grupo sucessional: Caesalpinia ferrea var. Pernambuco, no Piauí, e no Rio Grande do
ferrea é uma espécie pioneira. Norte, com frequência de até 15 indivíduos por
hectare (DRUMOND et al., 1982; TAVARES
Importância sociológica: o jucá não forma
et al., 1969; TAVARES et al., 1974a; FERRAZ,
matas puras, mas se encontra em agrupamentos. 1994).
Principalmente, na Caatinga, ocorre junto com
o cumaru (Amburana cearensis var. cearensis), Bioma Mata Atlântica
angico (Anadenanthera colubrina var. cebil), • Floresta Estacional Decidual (Floresta Tropical
pau-d’arco-roxo (Handroanthus impetiginosus), Caducifólia), na formação das Terras Baixas,
mofumbo (Combretum leprosum), juazeiro no Rio Grande do Norte (CESTARO; SOARES,
(Ziziphus joazeiro) e jurema-preta (Mimosa 2004).
tenuiflora).
• Floresta Ombrófila Densa (Floresta Tropical
Contudo, não ocorre nas matas de pau-branco Pluvial Atlântica), na formação das Terras
(Auxemma oncocalyx) e onde predomina a Baixas, no Estado do Rio de Janeiro
jurema (Piptadenia stipulacea), no sertão. (CARVALHO et al., 2006).

Mapa 35. Locais identificados de ocorrência natural de jucá (Caesalpinia ferrea var. ferrea), no Brasil.

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Outras Formações Vegetacionais Solos
• Ambiente fluvial ou ripário (mata ciliar),
na Paraíba (LACERDA et al., 2005) em Caesalpinia ferrea var. ferrea cresce sob amplo
Pernambuco (FERRAZ et al., 2006). aspecto de condições, mas prefere solos de
textura argilosa e profundos, ou solos de
• Brejos de altitude nordestinos ou disjunções tabuleiro e coluviões profundos.
da Floresta Ombrófila Aberta (VELOSO et al.,
1991), em Pernambuco (PEREIRA et al., 1993;
RODAL; NASCIMENTO, 2002). Tecnologia de Sementes
• Carrasco, na Bahia, onde é frequente Colheita e beneficiamento: quando
(LUETZELBURG, 1923). amadurecem, os frutos do jucá passam da cor
• Complexo de Campo Maior, PI (FARIAS; verde para a marrom-escura, quase preta.
CASTRO, 2004). A colheita pode ser feita diretamente das árvores
• Floresta Estacional Decidual (Floresta Tropical ou catando-se os frutos recém-caídos ao solo, em
Caducifólia), na formação Submontana, em área limpa (DUARTE, 1978).
Goiás (SILVA et al., 2004). A extração das sementes é feita manualmente,
usando-se cassetete ou martelo para quebrar o
fruto.
Clima
É possível usar uma máquina trituradora de
Precipitação pluvial média anual: de grãos, adaptada para sementes arbóreas, no
316 mm, no Sertão dos Inhamuns, no sudoeste beneficiamento mecânico dos frutos.
do Ceará, a 1.500 mm, na Paraíba. Número de sementes por quilo: varia de
Regime de precipitações: chuvas periódicas. 2.000 a 2.500 (TIGRE, 1970). O peso de 1.000
sementes é de 160, 20 g (SOUZA; LIMA, 1982).
Deficiência hídrica: forte, no norte do Piauí,
no oeste da Bahia, no norte de Minas Gerais. De Tratamento pré-germinativo: as sementes
forte a muito forte, quase o ano todo, no interior dessa espécie têm forte dormência tegumentar.
Duarte (1978) sugere a imersão das sementes em
da região Nordeste. Muito forte o ano todo,
água fervendo, durante 15 ou 30 minutos após
na depressão do Rio São Francisco e na faixa
ser retirada a fonte de calor e imersão em ácido
interior da Paraíba e do Rio Grande do Norte.
sulfúrico concentrado (95% a 98%), com tempos
Temperatura média anual: 21 ºC (Triunfo, PE) de imersão de 60 minutos.
a 27,6 ºC (Serra Negra do Norte, RN). Contudo, Nascimento e Oliveira (1999)
Temperatura média do mês mais frio: conseguiram bons resultados com embebição em
18,4 ºC (Triunfo, PE) a 26 ºC (Morada Nova, ácido sulfúrico por 1 minuto.
CE). Longevidade e armazenamento: as sementes
Temperatura média do mês mais quente: de jucá são de comportamento fisiológico
23 ºC (Areia, PB) a 29,2 ºC (Serra Negra do ortodoxo. Quando armazenadas, mantiveram
a faculdade germinativa durante 12 meses em
Norte, RN).
câmara fria (4 ºC) ou à temperatura ambiente
Temperatura mínima absoluta: 10,1 ºC. Essa (DUARTE, 1978).
temperatura foi observada em Paulo Afonso, BA
em 11 de dezembro de 1971 (BRASIL, 1992).
Produção de Mudas
Geadas: ausentes.
Semeadura: recomenda-se semear duas
Classificação Climática de Köppen: As
sementes em sacos de polietileno, com dimensões
(tropical, com verão seco), na Paraíba, no Rio
mínimas de 20 cm de altura e 10 cm de diâmetro,
Grande do Norte e em Sergipe. Aw (tropical,
ou em tubetes de polipropileno de tamanho
com inverno seco), no Ceará, no nordeste de
grande.
Goiás, em Pernambuco, no Rio Grande do Norte,
e no Estado do Rio de Janeiro. BSh (semiárido Quando necessária, a repicagem pode ser feita
quente), no Ceará, na Paraíba, em Pernambuco, de 2 a 3 semanas após a germinação ou quando
no Piauí e no Rio Grande do Norte. Cwa as plântulas atingirem de 5 cm a 7 cm de altura
(subtropical, com inverno seco e verão quente), (ALCALAY et al., 1988).
em Campo Maior, PI (FARIAS; CASTRO, 2004). Germinação: é epígea ou fanerocotiledonar.

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A emergência inicia de 3 a 72 dias. A faculdade Outras características: o estudo das estruturas
germinativa varia de 0,5% a 30% com sementes internas da madeira dessa espécie pode ser
não tratadas e de 61% a 99,0% com sementes encontrado em Paula (1981).
tratadas (DUARTE, 1978; NASCIMENTO;
OLIVEIRA, 1999; RIBEIRO; SIQUEIRA, 2001).
Produtos e Utilizações
Associação simbiótica: quando cultivado
em solo de Fortaleza, CE, o jucá apresentou Alimentação animal: as folhas do jucá são
endomicorrizas. Contudo, não apresentou nódulo perenes e consideradas como boa forragem,
bacteriano (VASCONCELOS, 1982). fornecendo bom alimento ao gado (BRAGA,
Essa espécie apresentou uma resposta à 1960; OLIVEIRA, 1976; GOLFARI; CASER,
inoculação de fungo micorrízico e ao superfosfato 1977).
simples de 374% (CARNEIRO et al., 1996). Essa espécie foi citada por 21 produtores rurais
(entre 32 entrevistados), na região de Xingó,
em Alagoas, Bahia e Sergipe, como apreciada
Características Silviculturais por caprinos. Esses animais consumiam
voluntariamente plântulas, folhas novas, folhas
O jucá é uma espécie heliófila. Por isso, não
maduras, flores e frutos (LEAL et al., 2003).
tolera baixas temperaturas.
Apícola: as flores do jucá apresentam potencial
Hábito: geralmente, apresenta acamamento
apícola, fornecendo néctar e pólen.
parcial do caule, ramificação pesada e
bifurcações desde a base. É conveniente o uso Celulose e papel: as fibras dessa espécie são
de tutores para a planta ficar ereta. Apresenta moderadamente abundantes, muito curtas e
derrama natural e insatisfatória, necessitando de com teor muito alto de lignina (PAULA, 1981).
poda (de condução e dos galhos). Essa espécie Contudo, é inadequada para produção de papel.
brota da touça ou da cepa.
Constituintes fitoquímicos: foram
Sistemas de plantio: o jucá pode ser plantado encontrados taninos, sitosterol, ácido palmítico,
em plantio puro ou a pleno sol, em plantio misto octacosanoico, saponinas (traços de saponina nas
associado com espécies de crescimento rápido, cascas), óleo essencial, alcaloides, flavonoides
para favorecer a forma do fuste. e cardiotônico (TESKE; TRENTINI, 1997).
Sistemas agroflorestais (SAFs): com manejo Energia: segundo Paula (1981), a madeira dessa
e em consórcio adequado, o jucá pode servir espécie é considerada excelente para produção
no melhoramento do solo e das condições de álcool, de coque e de carvão.
microclimáticas, além de produzir forragem
Madeira serrada e roliça: a madeira do jucá
e madeira (MAIA, 2004).
é difícil de ser desdobrada, mas relativamente
elástica. No passado, era a madeira preferida
Crescimento e Produção pelos silvícolas na confecção de tacapes
(OLIVEIRA, 1976).
Existem poucas informações sobre o crescimento Atualmente, no meio rural nordestino, a madeira
do jucá em plantios. Contudo, seu crescimento é dessa espécie ainda é usada como “arma de defesa
lento. pessoal”, na forma de porrete ou cacetete, “para
benzer o lombo de cabra safado e dar corretivo nos
fora-da-lei”.
Características da Madeira
A madeira dessa espécie é própria para obras
Massa específica aparente (densidade): a de construção civil, móveis que necessitam de
madeira dessa espécie é muito densa: 1,19 g.cm-3 dobradura, rodas, aros e para trabalhos pesados,
(PAULA, 1981). mas normalmente prejudicada pelo pequeno
porte das árvores (LIMA, 1970).
Cor: o cerne é extremamente duro, de coloração
roxa ou castanha a vermelho-escura (quase Substâncias tanantes: na Chapada do
preta), com manchas amareladas. Araripe, no sul do Ceará, essa espécie é
tradicionalmente usada na extração de tanino
Características gerais: a superfície é
(PINHEIRO, 1997).
irregularmente lustrosa, lisa ao tato, e de aspecto
fibroso característico; a textura é média e Medicinal: na medicina popular, Caesalpinia
uniforme; a grã é revessa. O cheiro e o gosto são ferrea var. ferrea é muito usada por suas
indistintos. propriedades curativas, no tratamento do

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diabetes. Na forma de infusão e de xarope, a Essa espécie pode ser usada na arborização de
entrecasca do jucá ou os frutos triturados são ruas ou de avenidas, em parques, em jardins
usados no tratamento de contusões e de feridas, residenciais e ao longo de passeios.
como também no combate à tosse crônica e à Plantios com finalidade ambiental: essa
asma (BRAGA, 1960; FIGUEIREDO, 1979). espécie pode ser usada na recuperação de
Balbach (1992) afirma que o decocto da casca e áreas degradas, na recuperação do solo, no
da raiz é indicado nos casos de enterocolites e de enriquecimento de capoeiras e de matas
diarréias e no combate às putrefações intestinais, empobrecidas, e na restauração do ambiente
sendo igualmente recomendado contra afecções fluvial ou ripário (mata ciliar), em solos sem
bronco-pulmonares. inundação.

O jucá tem ação cicatrizante, anti-úlcera,


hemostática, antidiabética, expectorante, anti- Principais Pragas
inflamatória, anti-helmíntica, antibacteriana e
cardiotônica. Besouros da família Scolytidae, com danos
leves na parte aérea (MACEDO, 1985) e
Essa planta desenvolve uma redução da coleobrocas, entre as quais Chrysoprasis hipocrita
ulceração gástrica bem como do processo e Trachyderes dimidiatus (Cerambycidae:
inflamatório, onde há o envolvimento de Cerambycinae) (MORAES; BERTI FILHO, 1974).
mediadores como a histamina, por atuar ao nível
dos receptores H1H2 (TESKE; TRENTINI, 1997).
Além dessas propriedades, o jucá provoca
Espécies Afins
expectoração, removendo o excesso de muco Caesalpinia ferrea Martius apresenta três
do aparelho respiratório, principalmente em variedades bem caracterizadas. A variedade
afecções catarrais. A presença de taninos poderia ferrea (sinônimo: Caesalpinia ferrea var.
explicar tais efeitos. Os alcaloides poderiam cearensis), com ocorrência no Nordeste, está
auxiliar em efeitos como a desobstrução das vias presente no agreste, no sertão e na Caatinga,
respiratórias. onde é conhecida principalmente por jucá ou
Paisagístico: pela casca de colorido variado, pau-ferro; as variedades parvifolia e glabrescens
folhagem perene, de coloração verde-escura e são características da Floresta Atlântica.
floração abundante, o jucá apresenta grande apelo Contudo, na floresta úmida nordestina, existe
paisagístico, sendo usado como planta ornamental outro pau-ferro (Caesalpinia leiostachya),
em Manaus, AM (PRANCE; SILVA, 1975). frequentemente confundido com o jucá.

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Referências Bibliográficas
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