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Introdução

O presente trabalho é realizado sob orientação do docente, e tem como tema: “Princípios éticos
como modelo pleno da pessoa como sujeito da moral e de convivência humana”. Atentos ao
desenvolvimento do mundo acoplado aos últimos acontecimentos que caracterizam as relações
interpessoais, tais como a falta de respeito pelo outro, a falta de tolerância, o crescente número
de criminalidade, a corrupção tornam actual e pertinente o tema em sindicância.

Objectivos

Objectivo geral

 Estudar os desafios que se impõe aos princípios éticos como modelo pleno da pessoa com
sujeito da moral e de convivência humana

Objectivos específicos

 Conceitualizar a ética, bem como estabelecer os elementos da sua destrinça com a moral;
 Abordar sobre os princípios éticos;
 Estudar a pessoa como sujeito da moral, elencar as suas características;
 Desafios dos princípios éticos nos tempos actuais.

Metodologia

Para a realização do presente trabalho recorremos a pesquisa bibliográfica, bem como a pesquisa
na internet.

1
Capitulo I

Antes de adentrar ao cerne do tema revela se de extrema importância abordar alguns conceitos
que nos permitirão uma melhor percepção do tema. Importa logo a prior conceitualizar a ética .

Do ponto de vista etimológico, a palavra ética tem origem grega: ethos, que significa modo de
ser, carácter. Os romanos traduziram o ethos grego para o latim mos (ou no plural mores) que
quer dizer costume, de onde vem a palavra moral.

Cortella1 define a ética como a parte da Filosofia, cuja teoria estuda o comportamento moral e
relaciona a moral como uma prática, entendida como exercício de condutas. Pode ainda ser
entendida como a qualidade de conduta que é esperada de pessoas como resultado de uso de
regras morais no comportamento social.

No mesmo diapasão Cordi2 aponto que a ética é uma reflexão sistemática sobre o comportamento
moral. Ela investiga, analisa e explica a moral de uma determinada sociedade.

Em suma pode se conceitualizar a ética como o ramo de saber que se ocupa pelo estudo ou
reflexão da moral, de modo a compreender, explicar, justificar e analisar criticamente e
aprimorar a moral da sociedade. Pelos conceitos acima citados da ética impõe se também
conceitualizar a moral (visto que a ética reflecte sobre o comportamento moral). A moral é um
conjunto de normas, princípios e costumes que orientam o comportamento humano, tendo como
base os valores próprios a uma dada comunidade ou grupo social.3

A ética e a moral são conceitos próximos mas diferentes, na medida em que a ética é um
posicionamento individual e racional em relação a um conceito definido por um grupo enquanto
a moral é próprio conceito em si que é definido num grupo ou numa sociedade. Outro ponto de
distrinca que se apresenta tem que ver com o facto das reflexões éticas serem permanentes e os

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1. CORTELLA, M. S, (2009), Qual é a sua obra? Inquietações, propositivas sobre gestão,


liderança e ética. Petrópolis vozes, p. 102
2. CORDI, Cassiano (2003), Para filosofar, 4ᵃ ed. São Paulo, p.62
3. Idem

2
- costumes serem atemporais.

Princípios éticos

De modo a principiarmos este ponto iremos nos socorrer o significado de princípio fixado no
dicionário4, como sendo uma regra que se funda num juízo de valor e que constitui modelo
para acção (o negrito é nosso). Esta definição não é de per si assaz para o entendimento do que
possa ser um princípio ético, mas já nos da uma luz. Outros autores 5 definem princípio ético
como regra que serve como guia para definir a conduta, uma vez que recolhe aquilo que
considera valido ou bom. Ora, os princípios distinguem se das regras são prescrições de conduta
clara e objectiva enquanto princípios são juízos abstractos de abstractos. Entender princípios
como regras parece nos não ser tão correcto se quisermos seguir o rigor.

Sob ponto de vista de ética o princípio é a fonte, a base que funda acção. Os princípios éticos
são, enfim fundamentos nos quais se funda a acção humana dirigida para o bem.

Desse modo, por princípio de se optar pela prática de virtudes ou seja inclinar se para o que tem
valor moral como forma de implementar o comportamento ético.

Tal como se pode ver os princípios éticos são importantes para que as pessoas saibam como lidar
umas com as outras, razão pela qual se impõe discutir os princípios éticos como modelos
plenos da pessoa humana como sujeito da moral e de convivência humana.

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3
Capitulo II

A pessoa como sujeito da moral

Na nossa locução acima ficou claro que a ética de certa forma tem como objecto de estudo a
pessoa e suas acções, em virtude disso julgamos ser pertinente alinhavar algumas ideias no que
diz respeito a pessoa como sujeito da moral.

Conceito de pessoa

Etimologicamente este conceito deriva do latim persona que significa mascara. O termo persona
designava, na Antiguidade clássica, a mascara utilizada pelos actores de teatro. A mascara
indicava aquilo que era característico de cada personagem e que a tornava única e diferente de
todas as outras na sua forma de aparecer em público.

Mais tarde, o conceito foi adoptado pelo direito romano, significando o estatuto e a classe social
a que o individuo pertencia.

Certos autores quando formulam o conceito de pessoa asseveram que a noção de pessoa aparece
em oposição a de individuo, que quer dizer individuo biológico. Devendo se entender individuo
como consistência, isto é, uma coesão, indivisibilidade interna, unidade. Esta unidade não
significa simplicidade mas sim uma composição de partes. Enquanto tal esta unidade é
totalidade: diferenciada, estrutura e centrada.6

Diferentemente do individuo a pessoa é uma categoria da ética, isto é, um ser dotado de


capacidade que o permite distinguir o bem do mal. O conceito de pessoa pode ser abordado em
duas perspectivas, a saber:

 Perspectiva da filosofia clássica


 Perspectiva descritiva

Vejamos então alguns conceitos de determinados filósofos na perspectiva clássica:

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6. BORGES, Jose Freitas ett all (2019), Introducao a Filosofia- 11ᵃ Classe, Porto editora, p. 36

4
 Boecio define a pessoa como uma substância individual de natureza racional
 São Tomas de Aquino define a pessoa como subsistente de natureza racional.

Os filósofos da modernidade orientam se por outras direcções definitórias da pessoa, das quais se
destacam 3:

A psicológica, que tomando como referencia o filosofo Descartes, tem a consciência como

Característica definitória da pessoa.

A ética, que segundo Imanuel Kant, destaca a liberdade como constituitivo do ser pessoa.

A social que tem o personalismo, particularmente, com Martin Buber, sublinha na definição de
pessoa a relação desta com o(s) outro(s).

Tendo como base os últimos dois conceitos vamos tentar discutir os termos consciência e
liberdade.

Liberdade e responsabilidade

A liberdade é a faculdade ou possibilidade que cada sujeito possui de fazer ou deixar de fazer
alguma coisa. De seguida passamos em revista o conceito de liberdade segundo alguns filósofos:

Immanuel Kant define a liberdade como a razão de ser da lei moral e simultaneamente a
afirmação do sujeito que age como pessoa, segundo a vontade, e que mesmo agindo por dever,
age livremente pois age obedecendo a sua própria lei. Já Jean Paul Satre diz que o homem esta
condenado a ser livre e, uma vez lançado ao mundo é responsável por tudo que faz, isto é, “ total
liberdade, absoluta responsabilidade”7

A liberdade esta intrinsecamente relacionada com a responsabilidade, entendida esta como a


qualidade ou característica em virtude da qual a pessoa deve responder pelos seus actos. A
responsabilidade pressupõe 3 condições fundamentais:

 O conhecimento – O agente deve ter conhecimento dos seus actos e das suas

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7. BORGES, Jose Ferreira et all, op. cit, p. 45

5
- consequências. Se houver ignorância a sua responsabilidade será atenuada.

 Intenção – a responsabilidade depende da intenção com que se decide a realização do


acto.8

Consciência

A consciência é a capacidade que cada um possui de distinguir o bem do mal. De um modo


descritivo, temos a voz interior que anucia um dever ou uma obrigação, o juiz interior que aprova
ou condena os actos de incidência moral, o sentimento que antecede, acompanha o sucede a
deliberação, decisão e acção, tais como a satisfação e aplauso ou o remorso e arrependimento
confornme o caso, temos ainda a forca que mobiliza e empurra ou impele a acção e por ultimo a
intimidade que faz da consciência o reduto mais secreto do ser humano, algo intimo a exigir
respeito e direito a inviolabilidade.

Características da pessoa

Singularidade: a pessoa possui uma essência individual que a torna única, irrepetível e
insubstituível, original e autêntica.9

Unidade: embora seja constituída de partes diversificadas na morfologia biológica, a pessoa é


uma unidade psicológica, é uma totalidade, isto é no agir, ela é uma realidade psico-organica
única.10

Interioridade: em cada ser humano há um espaço de reserva da intimidade, inacessível a outra


pessoa.11

Projecto: ser pessoa não é algo inato. A pessoa tem de se tornar como tal. O Ser humano é umas
das possibilidades que o ser humano deve realizar por si.12

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8. BORGES, Jose Freitas ett all, op. cit, p. 45

9. Meu caderno de actividades de Introdução a Filosofia - 11ᵃ classe, p. 7

10. Idem

6
Capitulo III

Desafios que se impõe aos princípios éticos como modelos plenos da pessoa como sujeito da
moral e de convivência humana

A tecnologia e a volatilidade

Hoje em dia em decorrência da globalização, entendida como o processo de intensificação da


integração económica e política internacional, marcado pelo avanço nos sistemas de transporte e
comunicação.11 Alguns autores preferem utilizar o termo mundialização. Um dos factos que
advém da globalização a capacidade de domínio que as potências economicamente mais
desenvolvidas têm de dominar os Estados subdesenvolvidos, o que do ponto de vista ético pode
ter consequências na hegemonia ética das sociedades menos desenvolvidas pois os Estados mais
fortes sempre tentarão impor os seus princípios éticos. Os princípios éticos são subjectivos a
medida em que são formados a partir de construções simbólicas e culturas de cada comunidade,
pelo que não há condições para a existência de um código ético hegemónico unificador. Ainda
que a tendência actual seja da interconexão entre as mais variadas culturas, não existe uma ética
universal.

Dada a dependência dos Estados subdesenvolvidos e a forma sútil e sorrateira com que os
Estados desenvolvidos que se introduzem em aspectos éticos e morais, certamente a tecnologia e
globalização é um dos maiores desafios da heterogeneidade dos princípios éticos como valores
plenos da pessoa.

Promoção dos princípios éticos

Um dos outros desafios aos princípios éticos tem que ver com a necessidade da sua promoção, o
que entre nos não acontece como deveria ser. Ora, a família é definida considerada como a
instituição responsável por promover a educação e os cuidados dos filhos bem como influenciar
o comportamentos dos mesmos na sociedade, no entanto nos dias que correm os pais que são
responsáveis pela a educação etica e moral dos filhos não tem tempo para fazer isso dados ao

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11. CAMPOS, Luis e CANAVEZES, Sara; Introducao a Globalizacao (2007), Departamento de Formacao da
CGTP-IN

7
facto de estarem absorvidos pelos seus deveres. Soares Martinez assevera que:

Nas famílias de condição social e económica mais elevada, em certas épocas e sociedades, os
pais, absorvidos por deveres do seu estado, ou por lazeres, com frequência confiaram a educação
dos seus filhos a aios e perceptores, as vezes seleccionados em função da sua sapiência, que não
da ética e moralidade. Esta pratica muito pesou para a dissolução de certos princípios éticos
(…)12

Ademais dentro dos currículos nos variados países matérias referentes a ética e moral, bem assim
os princípios éticos não são ministrados desde a tenra idade e mesmo nos casos em que são
ministrados, o são de forma supérflua. Por exemplo ca entre nós estas matérias só são vistas de
forma supérflua, pior com a eliminação da disciplina de moral cívica, algumas crianças crescem
sem o mais básicos princípios éticos e em sede da formação profissional só em alguns casos
ensina se sobre princípios éticos.

Em decorrência da falta de promoção de princípios éticos hoje em dia a corrupção, a


criminalidades são um cancro na sociedade.

Avanço da ciência

O avanço da ciência também revela se como um dos maiores desafios da ética na medida em que
em algumas áreas levanta se o problema de tentar saber se alguns dos procedimentos resguardam
a dignidade da pessoa humana, bem como valores como a vida. Alguns cientistas pretendendo
alcançar certos resultados acabam entendido a etica como algo que diminue ou restringe as
possibilidades de pesquisa. Há situações em que dados o avanço científico o homem e
desumanizado. Hoje em dia debatemos nos com vários problemas bioeticoes, como e o caso de
uso de cobaias vivas.

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12. MARTINEZ, Soares, Filosofia de Direito (1995), 2ᵃ ed, Almedina, p. 536

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Conclusão

Os princípios éticos como fundamentos de toda acção do Homem dirigida para o bem assumem
especial relevância, se entender o Homem como um ser gregário, Um ser que não é isolado, mas
antes vive em sociedade, pelo que toda a sua actuação deve ser dirigida a não causar mal a
terceiros, os princípios éticos configuram se como os valores que norteiam essa actuação. Só faz
sentido falar de ética se tivermos presente a existência de uma pessoa imbuídas das
características que em momento oportuno abordamos.

Nos dias que correm impõem se vários desafios em ética em decorrência da globalização, falta
de promoção dos princípios éticos, bem como o avanço tecnológico.

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Referencias Bibliográficas

1. CAMPOS, Luis e CANAVEZES, Sara; Introdução a Globalização (2007), Departamento


de Formação da CGTP-IN
2. CORTELLA, M. S, (2009), Qual é a sua obra? Inquietações, propositivas sobre gestão,
liderança e ética. Petrópolis vozes, p. 102
3. CORDI, Cassiano (2003), Para filosofar, 4ᵃ ed. São Paulo, p.62
4. BORGES, Jose Freitas ett all (2019), Introdução a Filosofia- 11ᵃ Classe, Porto editora,
5. MARTINEZ, Soares, Filosofia de Direito (1995), 2ᵃ ed, Almedina

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