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IT- 386 - Processos Químicos e

Bioquímicos
Profa: Dra Roberta Helena Mendonça
Processos bioquímicos
 EMENTA:

 Processos bioquímicos – Principais agentes, produtos e empregos.

 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:
 Parte I - Processos Bioquímicos

1) Produção de Etanol – Vias de obtenção.

2) Matérias-primas, composição e conservação.

3) Preparação dos substratos.

4) Agentes de fermentação alcoólica.

5) Correção de mostos.

6) Preparo de inóculo.

7) Fermentação – bioquímica, prática de fermentação alcoólica, sistemas de fermentação.

8) Produção de ácidos por microrganismos – fermentação lática, fermentação acética.

9) Produção de ácidos por fungos – fermentação cítrica.


Etanol

CARACTERÍSTICAS:
 Líquido incolor; cheiro característico; volátil; inflamável e solúvel em água
 Ponto de ebulição: 78ºC
 baixo ponto de fusão: -144,1ºC

USOS
 Solvente na fabricação de tintas, lacas, vernizes e perfumes
 Combustível
 Preparação de produtos farmacêuticos
 Desinfetante
 Fluido térmico em termômetros abaixo dos -40ºC
 Produto de partida para várias sínteses orgânicas: por oxidação origina acetaldeído
e depois ácido acético pode ser desidratado para formar éter pode ser usado na
síntese do butadieno (borracha sintética)
Breve histórico
 1532 – montado o primeiro engenho de açúcar

 Primeira Guerra – álcool como combustível de motores de

explosão

 1929/1931 – Crise internacional; instalação da primeira

destilaria de álcool anidro – obrigatoriedade da mistura de 5%

de etanol à gasolina (Dec. 19717)

 1974 – crise do petróleo – Pró-álcool


 Pró Álcool
 Leitura complementar
Importância
 O etanol ou álcool etílico, apresenta duas funções principais : "commodity

chemical" e indústria de bebidas alcoólicas.

 Após a água, o álcool é o solvente mais comum, além de representar a

matéria-prima de maior uso no laboratório e na indústria química


Produção de etanol

Por continente
Produção de etanol
Produção de etanol
Produção de etanol

 No Brasil a cana de açúcar é a principal matéria prima

utilizada; na França é a beterraba; nos EUA e na maioria

dos países europeus o bioetanol é essencialmente

produzido a partir de cereais, principalmente milho.


Impacto da Produção de Etanol no
Brasil
 Economia
 US$ 141 bilhões com óleo importado e juros
 Empregos
 70.000 agricultores
 347 destilarias
 1 milhão de pessoas
 Meio Ambiente
 1.000 L de etanol sequestram 2,6 t de CO2 da atmosfera

Fonte: Valor Econômico, 2005


Produção de Etanol

 Vias de obtenção

1.Via destilatória

2.Via sintética

2.Via fermentativa

 Preparo do substrato
 Fermentação
 Destilação
Processo fermentativo Fermentação
alcoólica
Definição:

• É o processo através do
qual certos açúcares,
principalmente a
Sacarose, Glicose e
Frutose são
transformados em
Álcool Etílico (ou
Etanol).

• Mecanismo anaeróbio
de produção de energia
que não envolve cadeia
respiratória ou
citocromos.
Produção de Etanol

 Fermentação

 Em 1863 Pasteur demonstrou a natureza microbiológica da

fermentação alcoólica. Desde então pesquisas são realizadas para

elucidar as reações enzimáticas responsáveis pela transformação do

açúcar em etanol e gás carbônico.


Fermentações:

 Fermentação Alcoólica
Utilização da Sacharomyces
açúcar  álcool + CO2

A Sacharomyces é um anaeróbio facultativo, ou seja, tem habilidade


de se ajustar metabolicamente, tanto em condições de aerobiose
como de anaerobiose.

Produtos da fermentação: etanol, gás carbônico, glicerol, ácido


succínico, ácido aético, óleo fúsel, butilenoglicol e biomassa
Matérias primas Fermentação
alcoólica
Classificação:
Açucaradas

• Matérias açucaradas: cana-de-açúcar, beterraba

açucareira, sorgo sacarino, milho sacarino, Diretamente Não diretamente


fermentescíveis fermentescíveis

melaços, mel de abelha e frutas.


Contém Contém
monossacarídeos e dissacarídeos que
• Matérias amiláceas e feculentas: grão amiláceos se limitam a suco
de frutas
fermentam após
hidrólise

raízes e tubérculos feculentos

• Matérias celulósicas (fermentam após hidrólise)

No Brasil a cana de açúcar é a principal matéria prima utilizada; na França é a beterraba; nos

EUA e na maioria dos países europeus o bioetanol é essencialmente produzido a partir de

cereais, principalmente milho.


 Cana –de açúcar

 A cana-de-açúcar pertence à família das gramíneas.

 Contêm cerca de 11 a 15% de sacarose, em peso.

 O período de crescimento é de aproximadamente 1 ano.

 O percentual dos principais componentes da cana-de-açúcar varia em função das condições

climáticas, da variedade da cana, com a natureza e as condições do solo, com a classe de

fertilizantes, com a idade da cana (estado de maturação) e uma série de outros fatores.
Brix Mede sólidos solúveis e está diretamente associado ao teor de sacarose, tendo um valor de aproximadamente 18% na cana
madura.

POL Teor de sacarose na cana, medido por polarímetro ou sacarímetro

Pureza É a relação entre o teor de sacarose e o teor de sólidos solúveis

Açúcares Conteúdo de açúcares simples (glicose e frutose)


Redutores:

Fibra Conteúdo de celulose, lignina, pentosanas (xilana), gomas (arabana). Interfere negativamente no processo, um aumento de
1% de fibra da cana, implica em uma redução na extração normal em 1,5%. O teor de fibra na cana pode variar entre 7 a
15%.

Cinzas São fatores negativos para produção de açúcar, pois altera a eficiência das etapas de clarificação, evaporação e cristalização.
Quanto maior teor de cinzas maior será a quantidade de melaço no açúcar final. Por outro lado, catíons como Ca, Mg e Si
podem aumentar as incrustações nos equipamentos.

Goma Aumentam a viscosidade do xarope. Os maiores teores são detectados em canas verdes (impróprias para o
corte). O teor de gomas também pode aumentar após a colheita da cana, decorrente do desenvolvimento de
bactérias durante o período de estocagem. O aumento do teor de gomas pode ocasionar: dificuldade na
formação dos cristais de açúcar, aumento das perdas de açúcar nos méis, entupimento de tubulações, trocadores
de calor etc.
Exemplos de composição de matéria-prima
 Cana-de-açúcar
Composição da cana-de-
açúcar

água Composição do caldo


açúcares Água 78 a 86 %
fibras
Sacarose 10 a 20%
outros
Açúcares 0,1 a 0,2%
redutores
Cinzas 0,3 a 0,5%
Compostos 0,5 a 1 %
nitrogenados
pH na faixa de 5,2 a 6,8
Um açúcar redutor é qualquer açúcar que, em solução básica, forma algum aldeído. Disto segue que o açúcar atua como um agente redutor,
 Preparo de mostos de melaço
Mosto de melaço
O preparo do mosto de
. melaço é simples, já que se
constitui em uma correção
dos açúcares totais por
meio de diluição. O pH tem
papel importante na
fermentação, sendo que
para favorecer o
desenvolvimento das
leveduras deve estar na
faixa entre 4,5 e cinco
 Exemplos de composição de matéria-prima
Fermentação
Composição do Melaço alcoólica
3% Melaço
7%

8% Resíduos da fabricação do
açúcares açúcar que não são mais
água
utilizados para a separação
cinzas
20% matérias nitrogenadas
da sacarose
62% outros

Acúcares

sacarose
dextrose
levulose
 Conservação da matéria- prima Conservação da
matéria- prima
1. Melaço
1. Melaço
𝑉 = 𝑇𝐶𝐷. 𝑀𝑇𝐶. 𝐹𝑆
2. Cana-de-açúcar
Onde:
 V = volume em litros de melaço;
 TCD = tonelada de canas moídas por dia 3. Milho
 MTC = volume de melaço em litros
 FS = fator de segurança

Cana-de-açúcar

 Deve-se colher e moer cana o mais rápido possível

 Canas queimadas para a eliminação da palha tem tempo de conservação mais curto

 Recomenda-se moagem da cana colhida crua e picada em no máximo 10 dias

Problemas: deterioração física, enzimática ou microbiana

Milho
Controle das condições sanitária e das condições climáticas
Preparação dos meios para o processo
Mosto
de fermentação Substrato açucarado que se obtêm
de matérias-primas e requer
preparação prévia adequada de
acordo com suas características,
antes de passarem aos recipientes
1. Mostos de melaço
de fermentação ou dornas

2. Mostos de caldo de cana-de-açúcar

3. Mostos de materiais amiláceos


 Preparo de mostos de melaço
Mosto de melaço
O preparo do mosto de
. melaço é simples, já que se
constitui em uma correção
dos açúcares totais por
meio de diluição. O pH tem
papel importante na
fermentação, sendo que
para favorecer o
desenvolvimento das
leveduras deve estar na
faixa entre 4,5 e cinco
Mosto de cana-de-
açúcar
• O caldo que se obtém do
esmagamento das canas nas
moendas misturado com água de
embebição ou obtido em difusores
é rico em sacarose e em açúcares
redutores e está
convenientemente diluído.

• Aquecimento
• Decantação
• Filtração

Para a remoção de
colóides
Mosto
Mostos de melaço Mostos de cana-de-açúcar
 Diluição conveniente com  Embora possa se fazer a
água; fermentação com caldo bruto, é
 Diluição de modo contínuo prática comum clarificá-lo por
em misturadores especiais meio de aquecimento,
decantação e filtração para
separar colóides.
 Presença de ar ocluso;
 Temperaturas diferentes;
 Viscosidade variável ao longo dos dias
de produção
Correção do mosto
Em relação à concentração do mosto
Mais diluídos Mais concentrados
• Mostos muito diluídos fermentam mais • Os muito concentrados ocasionam maiores
rapidamente e sujam menos os aparelhos de perdas em açucares infermentados,
destilação, mas exigem maior volume útil temperaturas mais altas durante a
de fermentadores, mais espaço para eles, fermentação, sujam mais aparelhos de
mais consumo de vapor, mais água para destilação, e outros inconvenientes, ao lado
diluição, exigem um período maior de safra das vantagens diminuírem o volume útil de
e favorecem as infecções, além de outros dornas, o consumo de vapor e o período de
inconvenientes safra.
Preparo do Substrato
O preparo dos mostos nas destilarias faz-se em seções que constam
de:
• Tanques de medição;
• Balanças;
• Diluidores mecânicos;
• Depósitos de sais minerais;
• Depósitos de antissépticos;
• Aquecedores e refrigerantes;
• Medidores de ácido.
Fermentação alcoólica
 Definição:

• É o processo através do qual certos açúcares,


principalmente a Sacarose, Glicose e Frutose são
transformados em Álcool Etílico (ou Etanol).

• Mecanismo anaeróbio de produção de energia que não


envolve cadeia respiratória ou citocromos.
Fermentação alcoólica
Fermentação Alcoólica
 Agente da fermentação alcoólica

É um aeróbio facultativo

Aerobiose Anaerobiose

CO2 e H2O Etanol e CO2

Sacharomyces

Fermentação alcoólica
Objetivo principal da levedura é a geração de
energia
Fermentação Alcoólica
 Fermentação – Bioquímica do processo

Rotas metabólicas alternativas:


• Geração de:
• biomassa;
• glicerol
• ácidos orgânicos
• álcoois superiores
• acetaldeído entre outros

Mais de 5 % do açúcar é utilizado para a


formação dos produtos secundários
Estrutura da célula

Sacharomiyces
• Membrana Plasmática-
Funciona como barreira
de separação entre o
citoplasma e o ambiente
exterior;

• Passagem de nutrientes

• Excreção

• Permeabilidade seletiva

• A capacidade da Sacharomyces cerevisiae de fermentar açúcar é vital


para o seu crescimento em condições anaeróbias
• Grupo de leveduras Crabtree positivas (súbita resposta fermentativa
sob condições de aerobiose e de adição de excesso de açúcar)
• Outro fator que contribui para que a fermentação se realize em
condições de anaerobiose é o efeito Pasteur (definido como a inibição
do consumo de açúcares em aerobiose)
Composição da membrana
plasmática

Membrana
Sendo a membrana constituída por
plasmática lipídeos e proteínas, a sua
composição determina as suas
características e condiciona vários

Fosfolípideos Ácidos graxos Ergosterol processos metabólicos.

fosfatidiletanolamina (PE),
fosfatidilcolina (PC) e
fosfatidilinositol (PI).

fosfatidilserina (PS) e
difosfatidilglicerol
(PG) em menor
quantidade
Fluidez de
membrana
A transição de um estado
Composição rígido para um estado
Fluidez fluido acontece quando a
temperatura atinge valores
superiores aos da
temperatura de fusão,
dependendo esta do
comprimento das cadeias
de ácidos gordos e do seu
grau de insaturação.
Fermentação Alcoólica
 Metabolismo no interior da célula
 Ocorre no citoplasma celular
 Realizado por enzimas glicolíticas

Enzimas glicotíticas

Sofrem ação de diversos


fatores:

Nutrientes, minerais, vitaminas, inibidores, substâncias do próprio


metabolismo, pH temperatura e outros.
Fermentação Alcoólica
 Correção dos mostos
Fermentação alcoólica

 Fatores que afetam a fermentação:

 Agente de fermentação  Afetado pela seleção da levedura (uso culturas puras ou


não);

 Nutrição mineral e orgânica;

 Temperatura  As leveduras são mesófilas (t ótima na faixa de (26 a 35oC)

 pH;

 Inibidores de fermentação
 Próprios produtos da fermentação

 Substâncias presentes no mosto

 Teor de potássio e cálcio

 Alumímio
Fermentação alcoólica

 Fatores que afetam a fermentação:

 Concentração do açúcar

 Concentração do inóculo

 Contaminação bacteriana

 Antissépticos

 Antibióticos
Meio para fermentação industrial

Produzir o máximo de biomassa por grama de


substrato utilizado

Maior concentração de produto ou biomassa

Seleção do meio
Permitir maior taxa de formação de produto

Ser de boa qualidade e estar disponível o ano inteiro

De fácil preparação e esterilização

Causar o mínimo problema em outros aspectos da


produção como, por exemplo: aeração, extração,
purificação e no tratamento de resíduos.
Prática da fermentação alcoólica

• Preparo do inóculo

• Cinética de processos fermentativos

• Fase preliminar

• Fase tumultuosa

• Fase final ou complementar


Fermentação alcoólica
 Preparo do inóculo:
Cinética dos processos
fermentativos

Consiste inicialmente na
análise da evolução dos
X P S valores de concentração de
um ou mais componentes
do sistema de cultivo, em
função do tempo de
fermentação.

Informações importantes
podem ser obtidas:

• Duração do processo
fermentativo
• Ampliação de escala
(laboratorial para
industrial)
Curva de ajuste de uma experiência idealizada de fermentação. X, P e S são,
respectivamente, as concentrações de microrganismo, produto e substrato
Produção de Etanol

 Cinética de processos fermentativos:

 Estudo cinético

 Escolhe-se o produto formado de interesse econômico

 A cinética possibilita uma comparação quantitativa entre as diferentes

condições de cultivo. Exemplo: pH e temperatura.

 Quanto ao substrato, escolhe-se o limitante


 Cinética de processos fermentativos:

 Técnicas utilizadas para avaliar o crescimento microbiano:

 Turbidimetria ou espectrofotometria

 Biomassa seca;

 Número total de células

 Número de células viáveis ou unidades formadoras de colônias

 Volume do sedimento obtido por centrifugação;

 Teor de um componente celular


 Câmara de Neubauer Número total de
células
Não distingue células viáveis
de mortas.
 Turbidimetria ou espectrofotometria
 Biomassa seca

Em certas condições, o
aumento da massa pode
não refletir crescimento da
população, mas aumento de
compostos de reserva.

Estimativa da biomassa seca (peso seco)


- Pesagem da massa de células presentes na cultura microbiana.
- Peso seco ou húmido
- É usado em circunstâncias específicas, como, por exemplo
quando se pretende obter o rendimento em biomassa do crescimento.
 Cinética de processos fermentativos:

 Parâmetros de transformação:

1) Velocidades instantâneas de transformação

2) Velocidades específicas de transformação

3) Fatores de conversão e os coeficientes específicos de

manutenção.
Parâmetros de transformação Cinética dos
processos
 Velocidades instantâneas de transformação – também conhecidas fermentativos
como velocidades volumétricas de transformação

𝑑𝑋 𝑑𝑆 𝑑𝑃
𝑟𝑥 = 𝑟𝑠 = − 𝑟𝑥 =
𝑑𝑡 𝑑𝑡 𝑑𝑡

 Produtividade em biomassa  Produtividade do produto


𝑋𝑚−𝑋0 𝑃𝑚−𝑃0
Px = Px =
𝑡𝑓 𝑡𝑓

 Velocidades específicas de transformação

• Cultivo descontínuo
• Aumento da concentração microbiana e consequente aumento do
complexo enzimático

1 𝑑𝑋 1 𝑑𝑆 1 𝑑𝑃
𝜇𝑋 = . 𝜇𝑆 = . − 𝜇𝑃 = .
𝑋 𝑑𝑡 𝑋 𝑑𝑡 𝑋 𝑑𝑡
 Cinética de processos fermentativos:
 A curva do crescimento microbiano
 Cinética de processos fermentativos:
 A curva do crescimento microbiano
Fases
Fase1: Fase lag ou de latência;

• Afetada por X0;

• Idade do M.O

• Estado fisiológico

Fase 2: Fase de transição (início da reprodução)

Fase 3: Fase logarítmica ou exponencial

A velocidade de crescimento é proporcional ao à concentração .

Para leveduras de 1,5 a 12h

Fase 4: Fase linear do crescimento

Velocidade de reprodução constante

Fase 5: Desaceleração

Fase 6: Estacionária

Fase 7: Declínio ou lise


 Cinética de processos fermentativos:
 Classificação do processo fermentativo

Variação das velocidades específicas de uma fermentação alcoólica

O produto formado (o metabólito primário) está diretamente ligado às


reações do catabolismo ou decomposição do substrato (açúcares)
Variação das velocidades específicas
de uma fermentação cítrica
Exercício:

Calcule as velocidades específicas


com base nos resultados obtidos
em fermentação alcoólica
apresentados na Figura
Produção de Etanol

 Fermentação Alcoólica
Utilização da Sacharomyces
açúcar  álcool + CO2

A Sacharomyces é um anaeróbio facultativo, ou seja, tem habilidade de se ajustar


metabolicamente, tanto em condições de aerobiose como de anaerobiose.

Produtos da fermentação: etanol, gás carbônico, glicerol, ácido succínico, ácido


acético, óleo fúsel, butilenoglicol e biomassa
Produção de Etanol
 Prática da fermentação alcoólica
Prática da fermentação

Inicia-se com o contato do levedo com o


Fase preliminar mosto
alcoólica

Fase tumultuosa • Desprendimento volumoso e intenso


de CO2;
• Maior tempo de duração;
Fase • Rápida elevação da temperatura
• Redução da densidade do mosto
complementar
 Verificação prática da pureza das fermentações:
 Tempo de fermentação;
 Odor da fermentação;
 Aspecto da espuma;
 Drosófilas;
 Temperatura;
 Densidade do mosto
 Açúcares do mosto
 Acidez no substrato em fermentação
Sistemas de fermentação

• Processos contínuos

Formas básicas
• Processos descontínuos

 variação do volume do cultivo, da massa total e Descontínuo alimentado e


das concentrações de células, substrato e Semicontínuo são formas desenvolvidas
produto em função do tempo. a partir das formas básicas com o
objetivo de contornar problemas
 diferentes formas de adição do substrato e dos inerentes a estes processos.
nutrientes.
Reatores – “biorreatores” - reatores
bioquímicos”

Grupo 1 Grupo 1I
 Biorreatores nos quais as reações  Biorreatores nos quais as reações
ocorrem na ausência de células ocorrem na presença de células
vivas, ou seja, são tipicamente vivas.
reatores enzimáticos.

Fenômenos de transporte

O comportamento reológico pode variar


Classificação quanto a capacidade

Escala industrial

 Centenas de litros até 1 a 2m3 de

capacidade

 Dezenas de m3 ate 100 a 200m3

 Milhares de m3 de capacidade
 Fermentação descontínua:

 Todos os nutrientes são adicionados ao biorreator antes do início do

processo, exceto O2, e outros produtos químicos necessários para

controle de pH e espuma.
 Fermentação descontínua
 Inóculo

Representação Esquemática do preparo do inóculo


 Fermentação descontínua

1) Com um inóculo

2) Com recirculação de microrganismo

3) Processo por meio de cortes


 Processo Descontínuo Alimentado
 O volume varia durante o decorrer da fermentação
(embora possa ser pequena variação em alguns
casos);
 A vazão de alimentação pode ser constante ou variar
com o tempo, e a adição de mosto pode ser contínua
ou intermitente.
 É possível controlar a concentração de substrato na
fermentação (podendo assim interferir no
metabolismo microbiano, levando a diferentes perfis
de concentração não só de substrato, mas também de
células e produto).
Processo Descontínuo Alimentado
 Fermentação semi-contínua: O processo de fermentação é chamado semicontínuo
quando, uma vez colocado no fermentador o meio e o inóculo, as operações que
se seguem obedecerem à seguinte ordem:

Meio de fermentação + inóculo Reator

Operação

1) aguarda-se o término da fermentação


2) Retira-se parte do meio fermentado, mantendo-se, no reator o restante do mosto
fermentado.
3) Adiciona-se ao reator um volume de meio de fermentação igual ao volume de meio
fermentado retirado na operação 2
Processo Semicontínuo
Processo Semicontínuo
Características principais:
O meio fermentado não retirado do reator serve de inóculo para a próxima
fermentação.
Processo Células da fermentação anterior são utilizadas
como inóculo
Semicontínuo

uma fração homogênea células separadas por


do meio ou sedimentação.

Um exemplo deste processo é o Melle-Boinot, usado em fermentações


alcoólicas.
Processo Semicontínuo

Vantagens:

 Possibilidade de operar o fermentador por longos períodos


(às vezes alguns meses) sem que seja necessário preparar um
novo inóculo.

 Possibilidade de aumentar a produtividade do reator apenas


modificando a forma de operação.

Ex: processo de fermentação de cacau.


Processo Contínuo

O processo de fermentação contínua caracteriza-se por possuir uma


alimentação constante de meio de cultura com uma determinada vazão
(constante), sendo o volume de meio no reator, mantido inalterado através da
retirada contínua de caldo fermentado.

Pode ser operado por longos períodos de tempo em estado estacionário.


Processo Contínuo

Vantagens em relação ao descontínuo:


 Aumento da produtividade do processo;
 Manutenção das células em um mesmo estado
fisiológico;
 Maior uniformidade do processo;
 Possibilidade de associação com outras operações
contínuas na linha de produção;
 Menor necessidade de mão-de-obra.
Processo Contínuo

Desvantagens em relação ao descontínuo:


 Maior investimento inicial;
Possibilidade de ocorrência de mutação genética
espontânea (com consequente queda da
produtividade);
Maior possibilidade de contaminação;
Dificuldade de manutenção da homogeneidade;
Dificuldade de operação em estado estacionário em
determinados processos.
Formas de condução de um
processo fermentativo
Processo Contínuo

Aplicações:
A utilização do processo contínuo de fermentação
encontra grandes aplicações práticas, como: fermentação
alcoólica, tratamento de resíduos.
Estes casos citados são processos não assépticos.
Em processos em que se necessita de maior assepsia,
como produção de enzimas e antibióticos, o processo
contínuo encontra ainda aplicações restritas.
Processo Contínuo

Formas de operação no sistema contínuo:


A operação inicia-se como um processo descontínuo e a partir
de um dado momento inicia-se a alimentação de nutrientes e a
retirada de meio fermentado.
Após um tempo o sistema convergirá ao estado estacionário.
Esquemas de instalações de fermentação por
processo contínuo
Salas de fermentação

Processo Biostil
Recapitulando
Produção de etanol

Meio M.O. Bioreator

Parâmetros de controle
Prática da fermentação

Resultado
Fase preliminar
VINHO
alcoólica

Fase tumultuosa (Substâncias gasosas, sólidas e líquidas)


•Água
•Etanol
Fase •Álcool amílico, isoamílico, propílico, isobutílico, aldeído,
complementar ácidos, furfural, ésteres e ácidos orgânicos
•glicerina
Uso da destilação

Casos Destilado

Líquido com menor ponto de ebulição


Líquidos imiscíveis

Vapores destilados se compõem de uma mistura


Líquido perfeitamente de vapores dos dois

Não é possível separar por destilação


miscíveis

Mistura azeotrópica
Azeotropismo - determinada composição com ponto de ebulição menor do
que os dos componentes puros
Vinho

Unidade de destilação

EtOH com grau


Intermitente
de pureza
Contínua variável
Destilação descontínua
 Destilado de cabeça

 Destilado de coração

 Destilado de calda
 Forma de conduzir a alimentação
Pelo topo da coluna
• Coluna denominada de
coluna de baixo grau.

• Os vapores não são


muito concentrados
 Forma de conduzir a alimentação Pelo meio da
coluna
A coluna é dividida em dois
troncos:

• Um de esgotamento –
abaixo da alimentação

• Enriquecimento – acima
da alimentação

• Coluna denominada de
alto grau .
Recuperação – Destialação
Recuperação – Destilação+ Retificação

A – coluna depuradora
B – destiladora
C – retificadora
D – coluna de repasse final
Desidratação do etanol

Processos químicos Processos físicos


 Variação da pressão
Emprego de substâncias
 Destilação de mistura hiperazeotrópica
químicas como: obtida por processos químicos

Absorção de vapores utilizando corpos


 Óxido de cálcio 

sólidos
 Acetato de sódio  Atmólise

 Carbonato de potássio  Uso de absorventes regeneráveis

 Membranas – peneiras moleculares


Recuperação – Destilação+ Retificação + desidratação
 Com uso de arrastadores:
 Adição de uma terceira substância capaz de formar mistura azeotrópica
com a água e o etanol de ponto ebulição inferior ao da mistura
azeotrópica binária.

 Adição a uma mistura homogênea de uma terceira substância insolúvel


em um dos dois componentes. Provoca-se a separação de dois estratos.
Adição de benzol:
Ponto de ebulição (º C)
Benzol puro 80,2
Água 100
91,7 partes de benzol e 8,13 partes de água 69,25
Adição de benzol à mistura etanol: água 95%v/v

Mistura ternária: benzol-etanol –água (74,1-18,5-7,4) PE = 64,85º C

Mistura binária: benzol-etanol (67,74-32,26) PE = 68,24º C

Álcool anidro ou absoluto PE = 78,35º C


Recuperação – Destilação+ Retificação +
desidratação
 Peneiras moleculares
Processo Melle Boinot
Esterilização1 x Desinfecção2

1Eliminação de todas as formas de vida


2 Assepsia adequada.
Esterilização do equipamento

Esterilização x Desinfecção

Esterilização de um equipamento significa a Processos que garantem a assepsia


eliminação de todas as formas de vida de seu
interior ou superfície adequada.
Calor seco
Calor úmido
Radiação UV
Radiação gama
Ultrassom

Métodos físicos

Utilização de líquidos ou gases que matam ou danificam


Processo de esterilização definitivamente sua capacidade reprodutiva

Métodos Químicos
Modo de ação dos agentes esterilizantes
Calor seco
Calor úmido Destruição através da oxidação dos
Desnaturação irreversível de constituintes químicos dos
proteínas microrganismos

Agentes podem induzir por


Óxido de etileno
diferentes mecanismos a
Irradiação UV formação de substancias
Atua como uma agente alquilante
químicas letais no interior de grupos funcionais de proteínas,
Atua, principalmente, sobre das células e/ ou alterações ácidos nucleicos e outras
ácidos nucleicos. em moléculas essenciais moléculas
para manutenção e
sobrevivência celular

Glutaraldeído
Atua na superfície das células,
Radiação Ionizante onde ocorrem ligações
Principal alvo é a glutaraldeído-proteínas
molécula de DNA.
Calor-úmido Expulsão do ar

Injeção direta de vapor no Fechamento do


t
Calor úmido
interior do reator reator

Fim da esterilização
Injeção de vapor até atingir
Injeção de ar esterilizado
T e P adequadas
Esterilização de reatores
vazios

Esterilização de reatores
com meio de cultura
Etapa 2:
Etapa 1: circulação de vapor Injeção de vapor no meio de cultura
por serpentina ou camisa de até que se atinja 100º C;
Tamb até 96 – 97º C. Fechamento do reator; t
Injeção de vapor até atingir P e T
adequados

Etapa 2:
Resfriamento até 100º C seguido
de injeção de ar esterilizado
para evitar a formação de
vácuo
Tempo de esterilização – calor úmido
O reator é utilizado sempre
com o mesmo microorganismo?

Sim Não

Está em perfeito estado? É multipropósito ?

Sim Sim

1- Assepsia
20 a 40 min; 121oC; 1atm II – Esterilização: 121º C;
1 atm; 60 min.
Calor úmido
Calor úmido
Calor úmido
Curva de aquecimento em autoclave
Calor úmido - autoclave
Calor úmido
 Detalhes de projeto de reatores esterilizáveis por calor
úmido:
Calor úmido
Continuação
Reatores esterilizáveis por calor úmido
Esterilização por agentes físicos

 Os principais agentes físicos são:

 Calor úmido

 Calor seco

 Radiação ultravioleta

 Radiação gama e sonicação

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