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CIENCIAS HUMANAS 0 3 HISTORIA 69 INT. DE TEXTO sereresenenensesneenes 7 6 GRAMATICA 1 2 FILOSOFIA 5 5 LITERATURA 86 SOCIOLOGIA 25 | Subtropical Agropecuaria; Arenizacao. ja 0 JFMAMJJASOND c a1 30 29 28 7 26 25 24 2B 2 a 20 19 18 v 16 15 14 Dominio das Pradarias Herbicea; Gramineas. | Bacia do Urugual NC 26 Mata dos Cocais Carnauba Babacu OITICICA e BURITI Vegetac¢ao litoranea Ambiente fluvio-marinho “Area de influéncia das marés Complexo do Pantanal Bergario marinho Planicie do Pantanal Espécies pneumatoforas e haldfitas (inundavel) — Rio Paraguai Formagao vegetal COMPLEXA, constituida por florestas pluviais, cerrado e campos. E uma formacao vegetal composta de espécies herbaceas (vegetacao rasteira), arbustivas e arbéreas, em ambientes costeiros com solos arenosos. DEMOGRAFIA 4 i Papuagoen bes 1 Bomihges La\fe)iWler- Tool) 1600 500 milhdes fi Proamieteta ‘en iho 8 mundial 177 2oithses 5 i959 ihe 4 (999 6 bihoes a 220 a7 bibees 2 200+ la bithses 0 300 000 1300 aoa 21 MeRoTEN Ey Exemplo: Brasil Taxa de natalidade 14% 14% Nascimentos / 1000 habitantes / ano canes Taxa de mortalidade 6% ou 0.6% Z Ou. 0,6% Nascimentos / 1000 habitantes / ano Crescimento vegetativo ou natural 8% ou 0.8% Taxa de Fecundidade ou Fertilidade Filhos por mulher em idade fértil (Entre 15 e 49 anos) ‘Tara 6e Feeundidace Tra, 195072010 70 62 62 Be 5a : 2 , : : i : 0 BRASIL-CENSOS DEMOGRAFICOS =, 20 107 sas we ‘aaa 19 100 oat 19 so ned i I I a i #72 1890 1900 1910 1920 3830 1640 1950 1960 1570 1990 199 2000 2030 2020" 28 POPULACAO ABSOLUTA POPULAGAO RELATIVA POPULOSO, POVOADO, - enti Populagao relativa = Populagdo absoluta numero total J brea (lem?) Densidade demografica Brasil: Mais de 100 anos 95.99 anos 902.94 anos 850.89.anos 80.284 anos 750 79.enos WaT4anos 65.69 anos 60264 ance 55.059.an0s 50254 anos 45.49 anos 40.244 anos 35239.anos 30234 anos 25029anos 20824 anos 180 19.an0s 10014.anoe 5a3anos Oa D 215.000.000 habitantes 8.510.345 km? Distribuicéo da populagao por sexo, segundo os grupos de idade raat 31529 114966 310759 658.623 1000518 1687373 2.724065 3.081.034 3.902344 4.934.995 5682013, 6320570 6.765.665 717887 5450.95 8.630227 8.558.068 8728413 7928144 7016987 BRASIL - 2010 ~| a0% 00% 00% | 00% 0.1% |Jo1% 0.2% 5 903% 0.4% i mg 0.5% oo a a 1% 12 a i 4% 16% EE 22% (>| 49% <4 Se ee 40% a 42% [32% 37% a 2° omens a Murs Migragdo é 0 deslocamento de pessoas pelo espago geogrifico 25,2 hab/km* 16909, 56 B06 211 595 508724 998 349 1472930 2078264 2616745, 3.468.005, 4373875, 5905.07, 6141338 6.688797 7121916 8.026 855 643.418, 61963 sasz002 aan 348 735201 a79172 Fatores: Eeonémicos, sociais, politicos, religiosos, étnicos, naturais (fisicos) e ambientais Socioecondémicos Areas atrativas Emprego/renda ‘Areas repulsivas Qualidade de vida 29 imero de habitantes Trnigrante Emigrants Espontaneas Migrantes Forgadas Refugiados Refugiados: Sao pessoas que estéo fora de seu pais de origem devido a fundados temores de perseguigao relacionados a questées de raca, fy UNHCR . religiéo, nacionalidade, pertenci- @ ACNUR Brasil mento a um determinado grupo ‘Apincia 63 ONU para Retigiaos social ou opiniéo politica, como também devido a grave e general- izada violacao de direitos humanos e conflitos armados. DEMOGRAFIA 3 Ocean (ESPM 2007) a Ee (CFTMG 2015) resoioe Brasil: migracao (2000 - 2010) (Espm 2018) I! cceana URBANIZACAO GERAL E BRASIL URBANIZACAO - CONCEITO Quando o crescimento da populacao urbana ocorre em ritmo superior ao cresci- mento da populacéo rural. Histdrico Patses desenvolvidos Paises subdesenvolvidos Exodo Rural Brasileiro Repulsdo do Campo - Estrutura Fundiaria - concentragao Atracao pela cidade - Industrializagéo de terras - Emprego e melhores salarios -Mecanizacao agricola - revolugao verde + Servicos - educa¢ao e saude - Falta de apoio a agricultura familiar » Qualidade de vida - Baixa remuneracao Popula¢ao Urbana - Brasil 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010 31% 36% 45% 56% 67% 75% 81% 84% PG PIPPGF 5% 6% 3% 9% 11% 11% 8% Crescimento rapido e desordenado das cidades - inchago urbano - favelizagao Informalidade - subemprego - desemprego Classes de tamanho das cidades (niimero de habitantes) | Taxas de crescimento (%) ‘cima de 5.000.001 de 1,000,004 até 5.000.000 de 500.001 até 1.000.000 de 200,001 até 500.000 ‘de 100,001 até 200,000 de 50,001 até 100.000 de 20.001 até 50.000 até 20.000 }0,001 (Ufrgs 2019) Leia o trecho abaixo. (..) empreendimentos que elegem certos espacos da cidade, considerados centrali- dades, e que os transformam em areas de investimentos puiblicos e privados (..) culminam na valorizagéo imobitiaria, implicando a instalagao de comércios com mercadorias acessiveis as classes sociais mais altas e a impossibilidade de permanéncia de moradores com menores recursos financeiros, que assim so substi- tuidos por moradores com maior poder aquisitive, o que resulta na elitizacao do local. ‘Adaptado de: BIDOU-ZACHARIASEN, Catherine. Introdugao. De volta & cidade. Sao Paulo: Annab- lume, 2006. p.21-58. O segmento trata do conceito de a) conturbagao. b) gentrificagao, c) metropolizacao. d) urbanizagao. €) espoliagao. (Uece 2015) Leia os textos abaixo. TEXTO 1 Uma das principais caracteristicas das regiées metropolitanas é 0 crescimento dos tecidos urbanos. Com o crescimento das cidades limitrofes, antigas areas per- tencentes as diversas municipalidades que néo eram ocupadas _ anteriormente passam a compor uma unicidade no tecido metropolitano produzindo assim uma unidade espacial de escala e com- plexidade distinta da inicial TEXTO 2 Um sistema integrado de cidades que passa a estabelecer fluxos sociais, econémicos, politicos e culturais. For- mazse, portanto, um sistema de multiplas espacialidades nas quais as cidades séo conectadas por fluxos _populacionais, servicos, informagées e capitais, constituindo “nés’ que entrelacam as ligacées entre esses lugares, Aqueles fluxos seguem uma hier- arquizacio que é sempre comandada por cidades maiores e que disponibilizam, sobretudo, servicos para as outras cidades Os textos 1 2 indicam respectivamente fenémenos relacionados & a] metropolizagao e a gentrificacao. b) desconcentragao urbana e a periferizacao. c} metropolizagao e a endourbanizacao. 4) conurbacdo e a rede urbana. GEOGRAFIA AGRARIA Agricultura Neer ee) nao familiar CLUE a familiar et Fatores histéricos oe sore’ Fatores econémicos ones Fatores historicos Latifiindio Colonizagao de ancy exploragso Donatarios - Sesmarias ‘Terras sem uso que passam Sua aquisicao agora ocorrerd ‘a0 poder do estado por meio da compra, $$5 33 Fatores econémicos Mercado - capitalismo no campo een Mandioca Cana-de-aguicar Hortaligas Café Feijao Algodao Leite Commodities Subsisténcia Mercado externo ‘Mercado Interno Agroindustria - Agronegécio Revolugado verde | Década de 1960. | _> Paises subdesenvolvidos Modernizacao da - Mecanizacao (preparo do solo, cultivo e colheita) agricultura - Fertilizantes, agrotéxicos e sementes melhoradas Aumento da produtividade - Favoreceu 0 agronegécio e a producao para exportacao - Concentracao de terras ~ Intenso éxodo rural - urbanizacao - destaque para América Latina. - Impactos ambientais. - Dominio da produciio de insumos agricolas por empresas transnacionais. Agricultura Camponess Agronegscio (Ufjf-pism 2016) Nirni tales y ul cote A oS wathin weit gt wt Wt wall aie unto. aberardoancins pas boas eS au PTS, 34 Censo Agro: VariagBes de 2006 a 2017 Total, agricultura familiar Estabelecimentos Area (ha) Pessoal ocupado Total 102 312 2,0% 17 609779 5,3% 1.463 080 8.8% gricultura familiar 35,1% irseraa] 716] 164% Agricultura familiar 407697] -9,5% 377695] -0,5% Fonte: Agéncia de Noticias ~ IBCE © Censo Agro 2017 contou 5.073.324 esta- belecimentos agropecuadrios no Brasil, com redugdo de 2,0% em relacdo a 2006. Mas a area dos estabelecimentos cresceu 5.8% no periodo e chegou a 351,289,816 hectares. Primeira Revolu¢éo Industrial - Século XVIII Maquina a vapor | — Carvao Mineral As informagées acima sobre o espaco agrario brasileiro permitem concluir que: a) houve redugao na concentragao de terras no Brasil com 0 avango do agronegécio b) a estrutura fundiaria no pais ficou inal- terada com a redugao do pessoal ocupado, c) houve maior concentragao de terras e a redugdo de estabelecimentos mais voltados ao abastecimento do mercado interno. d) as mudangas ampliaram a participagdo + Tear mecanico - Industria Téxtil + Locomotivas e Barcos a Vapor + Pioneirismo da Inglaterra Segunda Revolu¢ao Industrial - Séculos XIX - XX de estabelecimentos no familiares, proprie- [Maquina a vapor |— Motores a combustao dades com destaque na produgao de géner- 0s como a mandioca e feijao, + Aco | Petrdleo > Industrias de base ou e) houve maior concentragao de terras, bens de produgao devido ao maior incentive aos produtores ¥ agropecuarios voltados ao mercado interno Energia elétrica como leite e hortali¢as. , + Fordismo - Produgao em série IN DUSTRIA Fordismo Henry Ford (1863 - 1947) SOCIEDADE + MAIOR DIVISAO DO TRABALHO i iti it + PRODUGAO EM SERIE / MASSA Bz URBANIZACAQ + LINHA DE MONTAGEM t + PADRONIZACAO, - ESTEIRA ROLANTE, + GRANDES ESTOQUES sik ECONOMIA ff EMPRECO Terceira Revolucéo Industrial - 1950-1960 Toyotismo + Produgao flexivel - Just in time” + Estoque Minimo ou sem estoques + Produgo para atender a demanda - Kanban + Terceirizagao - Pecas Caracteristicas da industrializagao do Brasil + Industrializacao tardia ou retardataria +Processo de substituigao de importagées (industria substitutiva) Revolugao técnico-cientifica «Informatica > Robética Automacao Microeletrénica + Desemprego estrutural “Satélites tl f saps» Avangos nos transportes e comunicagées «Internet Globalizacdo e expanséo das empresas transnacionais Desconcentra¢ao industrial BRASIL — Regides industriais Fe: Danna on fro mateo Asner 34 9 2014 Guerra Fiscal | Isencao de impostos Regido Concentrada Sul e sudeste FONTES DE ENERGIA Matriz Energética Mundial 2019 - (IEA, 2021) Crary Cee Ee Ly rey ne Outros, 2,0% Biomassa, 9,3% Nuclear, 5,0% Fonte: EPE - ABCDEnergia, 2021, Matriz Energética Mundial 2019 - (IEA, 2021) Derivados de petréleo; 1,6% Nuclear ;2,2% f Carvio e derivados; 31% Gis Natural; 8.3% Solar; 1,7% Elica; 8,8% Biomassa; 91% (Enem 2013) Empresa vai fornecer 230 turbinas para o segundo complexo de ener- gia a base de ventos, no sudeste da Bahia. O Complexo Edlico Alto Sertéo, em 2014, tera capacidade para gerar 375MW (megawatts) total suficiente para abastecer uma cidade de 3 milhdes de habitantes. 37 MATOS, C. "GE busca bons ventos e fecha contrato de RS820mi na Bahia’ Folha de S. Paulo, 2 dez, 2012. A opgao tecnolégica retratada na noticia pro- porciona a seguinte consequéncia para o sistema energético brasileiro: a) Reducao da utilizagao elétrica. b) Ampliacdo do uso bioenergético. c) Expansao de fontes renovaveis. d) Contengao da demanda urbano-industrial e) Intensificagdo da dependéncia geotérmica TRANSPORTES Matriz de Transportes - CNT 0} = 2019 42 04 (er, 2019) Us eee Eeorers Distincia Valor por 200km alto sim 600km bao no 1500km muito baixo do 3000km —muitoalto. sim GEOPOLITICA E GLOBALIZACAO Geopolitica 4° Mundo (capitalistas desenvolvidos) 2° Mundo (socialistas) 3° Mundo (capitalistas subdesenvolvidos) VELHA ORDEM MUNDIAL. gi Queda do Firm da URSS Mundo bipolar muro de Berlim GUERRA FRIA x «= EUROPA apatomo Seciteme 1949 - OTAN 1985 - Pacto de Varsévia Plano Marshall Comecon Rep. Federal Rep. Democratica Alema da Alemanha CORTINA DE FERRO Expansao da Otan desde 1997 |. Est6nia Ingressouna Otanantes 2, Letdnig Bac me cClanamath wltiiany de 1997 Ee A 4, Polénia Xe J) 5. Rep. Tcheca rf a 6. Eslovaquia 7. Hungria 8. Roménia 9. Eslovénia 0. Croacia Il. Montenegro 12. Albania 13. MacedGnia do Norte peg |. Bulgdria ED (2 NOVA ORDEM MUNDIAL, Europa Ocidental |] Japao || BUA Neoliberatismo Empresas Globalizagao Redes e fluxos T Blocos econémicos Capital Mercadorias NAFTA - USMCA Informagées Mercosul omc]|} — Pessoas Unido Europeia “Guerra comercial (IFBA - 2018) Diponive en: HAESSAERT. Rogerie; PORTO-GONGALVES. Carlos Wale 'hSva Bes oom Hina’ Sis Bau: Uresa 2005 pS fadapteds) Falses do norte deservotides) Palses dos (eubdeservolvis! ‘Subdesenvolvidos| ‘Subdesenvolvidos Industrializados (NPI's) Nao industrializados Semniperiféricos Periféricos Emergentes Processo de expansao / integracdo econémica, = ae politica, social e cultural em escala global. Aldeia global Transportes e comunicagées Noticias ao vivo Teletrabalho: Jogos on-line e-commerce Empresas Musica (.) Em 2019, Brasil tinha 40 milhdes Reece Mis uaa a IBGE Numero representa 217% da populacéo com idade acima de 10 anos Dados séo da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicilios Continua (Pnad C) G1 - 14/04/2021 (ereemek aoa Revolugao técnico-cientifica e informacional 3" Revolugao Industrial Expansio das empresas transnacionais Satélites Avangos nos cps ——> transportes e Internet comunicacées NOVA Tecnologia , Capital produtivo e especulativo Industri gigs (NPIS) ee Semniperiféricos smpréstico Industrializados (#tecrotogia) Commodities (produtos primarios) Industrializados ‘ures, lucros e royalties Tecnologia Commodities (produtos primarios) Investirnentos (pouco) Industrializados (+tecnotogia) GUC Nao industrializados Periféricos 40 Globalizacao Neoliberalismo Dimenso Politica (1989 — CONSENSO DE WASHINGTON) +Estado minimo — menor intervencdo do Estado na economia: +Privatizagdes de estatais; +Abertura econdmica e financeira — favorecer os fluxos globais de mercadorias e capitais — contra o protecionismo econdmico; *Flexibilizagéo do mercado financeiro e das leis trabalhistas; -Defesa dos principios econdmicos do capitalismo; -Reducao de gastos publicos — superavit primario — ajuste fiscal; Reforma tributaria. (Enem 2013) Disneylandia Multinacionais japonesas instalam empresas em Hong-Kong E produzem com matéria-prima brasileira Para competir no mercado americano C1 Pilhas americanas alimentam eletrodomeésticos ingleses na Nova Guiné Gasolina arabe alimenta automéveis americanos na Africa do Sul bl Criangas iraquianas fugidas da guerra Nao obtém visto no consulado americano do Egito Para entrarem na Disneylandia ANTUNES, A. Disponivel ern: wwwradiouolcombr. Acesso em: 3 fev. 2013 (fragmento). Na cango, ressalta-se a coexisténcia, no contexto internacional atual, das seguintes situa¢ées: a) Acirramento do controle alfandegario e estimulo ao capital especulativo. b) Ampliagao das trocas econémicas e seletividade dos fluxos populacionais. c) Intensificagaio do controle informacional e adocio de barreiras fitossanitarias. a) Aumento da circulagao mercantil e desregulamentagao do sistema financeiro. e) Expansao do protecionismo comercial e descaracterizagao de identidades nacionais. Globalizacao Dimens&o geopolitica e geoecondémica Fragilizaco do estado-nagao YX Fortalecimento das grandes corporacdes econémicas; Dimenséo cultural Soberania? —_—_——_— Massificagao - Padronizagéo Capital volatil - especulativo —aiuatmente, os lugares esto conectados por . . uma tede de fluxes controlados a partir de Crises econémicas poucos centros de poder econémico, cultural e politico. 4 PRE-SOCRATICOS E SOCRATES Pré-socraticos e a busca pelas causas Cosmologia Estudo da origem e composicéo do mundo Natureza Principio ‘1. {Enem 2012] TEXTO I Anaximenes de Mileto disse que o ar é © elemento originario de tudo o que existe, existiu e existird, e que outras coisas provém de sua descendéncia. Quando 0 ar se dilata, transforma-se em fogo, ao passo que os ventos sao ar con- densado. As nuvens formam-se a partir do ar por feltragem e, ainda mais con- densadas, transformam-se em agua. A gua, quando mais condensada, trans- forma-se em terra, e quando condensa- da ao maximo possivel, transforma-se em pedras, ‘BURNET, J. A aurora da flosofia grega. Rio de ‘Janeiro: PUC-Rio, 2006 ladaptado) TEXTO II Basitio Magno, filésofo medieval, escre- veu: “Deus, como criador de todas as coisas, esta no principio do mundo e dos tempos. Quao parcas de contetido se nos apresentam, em face desta con- cep¢dio, as especulacées contraditorias dos filésofos, para os quais o mundo se origina, ou de algum dos quatro elementos, como ensinam os Jénios, ou dos atomos como julga Demécrito, Na verdade, do a impressao de quererem ancorar 0 mundo numa teia de aranha’, GILSON, E; BOEHNER, P Historia da Plosofia Crista ‘Sdo Paulo: Vozes, 2991 (adaptadol Filésofos dos diversos tempos histori- cos desenvolveram teses para explicar a origem do universo, a partir de uma explicagao racional. As teses de Anax- imenes, filésofo grego antigo, e de Basilio, filésofo medieval, tem em comum na sua fundamentacao teorias que a) eram baseadas nas ciéncias da natureza. b) refutavam as teorias de filésofos da religiao. ¢) tinham origem nos mitos das civili- zagées antigas. d) postulavam um principio originario para o mundo. €) defendiam que Deus é o principio de todas as coisas. 2.[Enem 2015] A filosofia grega parece comegar com uma ideia absurda, com a proposi¢ao: a Agua é a origem e a matriz de todas as coisas. Seré mesmo necessario deter-nos nela ¢ leva-la a sério? Sim, e por trés raz6es: em primeiro lugar, porque essa proposigao enuncia algo sobre a origem das coisas; em segundo lugar, porque o faz sem imagem e fabulacéo; e enfim, em terceiro lugar, porque nela embora apenas em estado de crisdlida, esta contide o pensamento: Tudo é um NIETZSCHE, F. Critica modemna. In: Os pré-socr ‘coz, Sé0 Paulo: Nova Cultural, 1998 O que, de acordo com Nietzsche, caracteri- za © surgimento da filosofia entre os gregos? a) © impulso para transformar, mediante justificativas, os elementos sensiveis em verdades racionais. b) O desejo de explicar, usando metéforas, a origem dos seres e das coisas. c) Anecessidade de buscar, de forma racio- nal, a causa primeira das coisas existentes. a) Aambicdo de expor, de maneira metédi- ca, as diferencas entre as coisas. e) A tentativa de justificar, a partir de elementos empiricos, o que existe no real 3. [Enem PPL 2016] Todas as coisas sao diferen- ciagdes de uma mesma coisa e so a mesma coisa. E isto € evidente. Porque se as coisas que sao agora neste mundo - terra, agua ar e fogo e as outras coisas que se manifestam neste mundo -, se alguma destas coisas fosse diferente de qualquer outra, diferente em sua natureza propria e se nao permanecesse a mesma coisa em suas muitas mudangas e diferenciagées, entéo nao poderiam as coisas, de nenhuma maneira, misturar-se umas as outras, nem fazer bem ou mal umas as outras, nem a planta poderia brotar da terra, nem um animal ou qualquer outra coisa vir a existén- cia, se todas as coisas nao fossem compostas 43 de modo a serem as mesmas, Todas as coisas nascem, através de diferenciacées, de uma mesma coisa, ora em uma forma, ora em. outra, retomando sempre a mesma coisa. 4.[Enem PPL 2020] Aquilo que é quente necesita de umidade para viver, e o que é morto seca, e todos os germes sao tmidos, e todo alimento ¢ cheio de suco; ora, é nat- ural que cada coisa se nutra daquilo de que provem. SIMPLICIO. In: BORNHEIM A, Os flesofos pré-socrticos, So Paulo: Cui 1985, © fragmento atribuido ao filésofo Tales de Mileto € caracteristico do pensamento pré-socratico ao apresentar uma a) abordagem epistemolégica sobre o légos e a fundamentacdo da metafisica b) teoria critica sobre a esséncia e 0 método do conhecimento cientifico. c) justificagao religiosa sobre a existéncia e as contradigdes humanas. d) laboracao postica sobre os mitos e as narrativas cosmogénicas. e) explicacdo racional sobre a origem e a transformacao da physis Pertodo Pré-Socratico: Escola J6énica + Tales: agua + Anaximandro: apeiron + Anaximenes: ar Herdclito de Efeso Escola Eleatica + Parménides “endo ] Ontologia Escola Pitagorica + Pitagoras de Samos v Numero + Empédocles: 4 elementos + Anaxagoras: Nous + sementes + Leucipo . ° . Atomo + Democrito 5.[Uepg 2021] Com relacéo as escolas filos6ficas do periodo pré-socratico, assina- le 0 que for correto, 01) Os filésofos Tales, Anaximandro e Anaximenes fazem parte da escola mobilis- ta. 02) Os filésofos eleatas buscaram apre- sentar a ideia de que 0 mundo nao seria composto por movimento. 04) Para os filésofos pluralistas nao existe um tnico principio que componha todas as coisas da natureza (physis) 08) As escolas filoséficas do periodo pré-socratico inauguraram o inicio da filo- sofia grega (busca por um pensamento racional). Mobilismo X Imobilismo. Heraclito Le Uaaacal(e (ony Nao se pode entrar duas vezes no mesmo rio O Ser 6 e 0 Nao-Ser nao €, QO mundo sensivel uma ilusao a4 Atomistas Demécrito (460 - 370 aC) Leucipo 500 - 420 aC) Socrates Método * Maiéutica: parto. + Dialética: dilogos. S6 sei que nada sei Conhece a ti mesmo. > Eton 6 [Enem 2017] Uma conversagao de tal natureza transforma o ouvinte; 0 contato de Sécrates paralisa e embaraca; leva a refletir sobre si mesmo, a imprimir a aten¢ao uma diregao inco- mum: os temperamentais, como Alcibiades, sabem que encontrardo junto dele todo o bem de que so capazes, mas fogem porque receiam, essa influéncia poderosa, que os leva a se cen- surarem, E sobretudo a esses jovens, muitos quase criancas, que ele tenta imprimir sua orientagao. BREMIER E, Histvia da filosofia, Sao Paulo: Mestre Jou, 2977, O texto evidencia caracteristicas do modo de Vida socvatico, que se baseava na a) conternplagao da tradi¢ao mitica b) sustentagao do método dialético. c) relativizagao do saber verdadeiro. d) valorizacao da argumentacao retérica. €) investigagao dos fundamentos da natureza. PLATAO E ARISTOTELES Aristos | » Melhores. Sofos | » Sabios /) Critica da Democracia. 1. [Enem PPL 2020] Se os fildsofos nao forem reis nas cidades ou se os que hoje séo chama- dos reis e soberanos nao forem filésofos genuinos e capazes e se, numa mesma pessoa, nao coincidirem poder politico e filosofia e nao for barrada agora, sob coer¢ao, a caminhada das diversas naturezas que, em separado buscarn, uma dessas duas metas, néo € possivel, caro Glaucon, que haja para as cidades uma trégua de males e, penso, nem para o género humano. PLATAO, A Republica Sao Paulo: Martins Fontes, 2014 Aristoteles - Etica + Finalidade: Bem + Eudaimonia: Felicidade + Vida virtuosa: Justo meio A Republica (380 a.C) elec aC Aelia) A tese apresentada pressupée a necessidade do conhecimento verdadeiro para a a) superacao de entraves dialégicos b) organizagao de uma sociedade justa ¢) formagao de um saber enciclopédico. a) promocao da igualdade dos cidadaos e) consolidagao de uma democracia direta. Covardia Coragem >| Imprudéncia Politica Zoon Politikon >» Animal Politico Horem atinge seu potencial na vida coletiva. Surno bem: felicidade de todos » Politica: principal ciéncia, 45 2.1Enem 2020] Vemos que toda cidade é uma espécie de comunidade, e toda cornunidade se forma com vistas a algum bem, pois todas as acées de todos os homens séo praticadas com vistas ao que Ihe parece um bem: se todas as comunidades visam algum bem, é evidente que a mais importante de todas elas e que inclui todas as outras tem mais que todas este objetivo e visa ao mais importante de todos os bens. ARISTOTELES. Politica. Bastia: Un8 1988. No fragmento, Aristételes promove uma reflexdo que associa dois elementos essenciais a discussio sobre a vida em comunidade, a saber: a) Etica e politica, pois conduzem a eudaimonia b) Retérica e linguagem, pois cuidam dos discur- sos na agora. c) Metafisica e ontologia, pois tratam da filosofia primeira. a) Democracia e sociedade, pois se referem a relacdes sociais. e) Geracdo e corrupeao, pois abarcam 0 campo da physis. 3.{Enem PPL 2019] Vimos que o homem sem lei é injusto e 0 respeitador da lei é justo; evidente- mente todos os atos legitimos sao, em certo sen- tido, atos justos, porque os atos prescritos pela arte do legistador sao legitimos e cada um deles é justo. Ora, nas disposigées que tomarn sobre todos os assuntos, as leis tém em mira a vanta- gern cornurn, quer de todos, quer dos melhores ou daqueles que detém o poder ou algo desse género; de modo que, em certo sentido, chama- ‘mos justos aqueles atos que tendem a produzir e a preservar, para a sociedade politica, a felicidade € 0s elernentos que a compsem ARISTOTELES.A politica, Sto Paulo’ Cia, das Letras, 2010 ladapladei De acordo com 0 texto de Aristételes, 0 legisla- dor deve agir conforme a a) moral e a vida privada b) virtude e os interesses publicos. c) utilidade e os critérios pragmaticos. 4) légica e os principios metafisicos. €) razdo € as verdades transcendentes. 46 A [Ener 2017] Se, pois, para as coisas que faze- mos existe um fim que desejamos por ele mesmo. tudo o mais é desejado no interesse desse firn; evidentemente tal fim sera o bem, ou antes, 0 sumo bem. Mas nao tera o conhecimento, porventura, grande influéncia sobre essa vida? Se assim é, esforcemo-nos por determinar, ainda que em linhas gerais apenas, o que seja ele e de qual das ciéncias ou faculdades constitui o objeto. Ninguém duvidara de que o seu estudo pertenca @ arte mais prestigiosa e que mais verdadeiramente se pode chamar a arte mestra. Ora, a politica mostra ser dessa natureza, pois & ela que determina quais as ciéncias que devem ser estudadas num Estado, quais sao as que cada cidadao deve aprender, e até que ponto; e vernos que as faculdades tidas em maior apreco, como a estratégia, a economia e a retorica, estao sujeitas a ela. Ora, como a politica utiliza as demais ciéncias e, por outro lado, legisla sobre 0 que devemos e o que nao devemos fazer, a finali- dade dessa ciéncia deve abranger as das outras, de modo que essa finalidade sera o bem humano. ARISTOTELES ica a NicOmaca, In: Pensadores. So Paulo: ‘Nova Gurnmnan 1991 (adaptad). Para Aristételes, a relacdo entre o sumo bemea organizacao da polis pressupde que a) 0 bem dos individuos consiste em cada um perseguir seus interesses b) o sumo bem € dado pela fé de que os deuses sao 0s portadores da verdade. c) a politica é a ciéncia que precede todas as demais na organizagao da cidade. d) a educacdo visa formar a consciéncia de cada pessoa para agir corretamente CONTRATUALISMO Thomas Hob! (1588 - 1679) eYerc clone + Estado de Natureza: liberdade e igualdade + Origem do poder: individuos. + Estado: fundado pelo Contrato Social. 1. {Enem 2018] TEXTO I Tudo aquilo que é valido para um tempo de guerra, em que todo homem é inimigo de todo homer, é valido também para o tempo durante o qual os homens vivern sem outra seguranca sendo a que thes pode ser oferecida por sua propria forca e invengao. HOBBES, T Levit. Sio Paulo: Abril Cultural, 1985, TEXTO II Nao vamos concluir, com Hobbes que, por no ter nenhurna ideia de bondade, o homem seja naturalmente mau, Esse autor deveria dizer que, sendo o estado de natureza aquele em que o cuidado de nossa conservaco é menos prejudi- cial a dos outros, esse estado era, por conse- guinte, o mais proprio & paz e o mais conveniente ao género humnano. ROUSSEAU. J-J Discurso sobre aorigem e 0 undamento da esigualdade entre os homens. Sao Paulo: Martins Fontes, 1995 (adaptadol. (1632 - 1704) \ 2 ~ Thomas Hobbs (1712 - 1778) Os trechos apresentam divergéncias conceitu- ais entre autores que sustentam um entendimen- to segundo 0 qual a igualdade entre os hornens se dé em razao de uma a) predisposigao ao conhecimento. b) subrisso ao transcendente. ¢) tradigao episternolégica d) condicao original e} vocagao politica + Guerra de todos contra todos. + Ohomem ¢ 0 lobo do homem. + Inseguranca e medo + Direitos naturais: Vida liberdade e propriedade + Inseguranga juridica + Homem amoral + "Bom selvagem"’ + Arte perdida com quem a criou. 2.{Enem 2015) A natureza fez os homens tao ‘iguais, quanto as faculdades do corpo e do espiri- to, que, ernbora por vezes se encontre um homer manifestamente mais forte de corpo, ou de espirito mais vivo do que outro, mesmo assim, quando se considera tudo isto em conjunto, a diferenca entre um e outro homem nao é sufici- entemente consideravel para que um deles possa com base nela reclamar algum beneficio a que ‘outro nao possa igualmente aspirar. omnes, Leviatd Sdo Paulo Martins Fontes, 2008 Para Hobbes, antes da constituigéio da socie- dade civil, quando dois homens desejavam o mesrno objeto, eles a) entravarn em confito. b) recorriam aos clérigos ¢) consultavarn os anciéos, 4) apelavam aos governantes ) exerciarn a solidariedade. 3.lEnem PPL 2020] Antes que a arte polisse nossas maneiras e ensinasse nossas paixdes a falarern a linguagem apurada, nossos costumes eram rusticos. Nao era melhor, mas os homens encontravam sua seguranga na facilidade para se reconhecerem reciprocamente, e essa vantagern, de cujo valor nao ternos mais a no¢éo, poupa- va-lhes muitos vicios. ROUSSEAU, J+J, Discurso sobre as ciéncias as artes Sto Paulo: Abril Cultural, 1985 (adaptad Para Hobbes, antes da constituico da socie- dade civil, quando dois homens desejavam o mesrno objeto, eles a) entravarn em conflito. b) recorriarn aos clérigos ¢) consultavarn os anciéos. d) apelavam aos governantes ¢) exerciarn a solidariedade. + Entrega da liberdade em troca de seguranga + Leviata: Estado absolutista + Estado liberal: Garantia dos direitos naturais. + Monarquia constitucional + Novo contrato social. + Vontade Geral. + Estado democratico. 4.{Enem 2 aplicagao 2016] Texto I Até aqui expus a natureza do homem (cujo corgulho € outras paixées 0 obrigaram a subme- ter-se ao governo), juntamente com o grande poder do seu governante, o qual comparei com 0, Leviata, tirando essa comparagio dos dois Uultimos versiculos do capitulo 41 de J6, onde Deus, apés ter estabelecido o grande poder do Leviata, Ihe chamou Rei dos Soberbos. Néo ha nada na Terra, disse ele, que se Ihe possa com- parar. {OBBES,T.O Leviats Sto Paulo: Martins Fontes, 2003 Texto Il Eu asseguro, tranquilamente, que 0 governo civil é a solucao adequada para as inconvenién- cias do estado de natureza, que devem certa- mente ser grandes quando os homens podern ser, juizes em causa propria, pois é facil imaginar que um homem t&o injusto a ponto de lesar o irmao, dificitmente seré justo para condenar a si mesmo, pela mesma ofensa. LOCKE. 2, Segundo vatado sobre © governe cil Pet-dpatis: Vozes, 1994 Thomas Hobbes e John Locke, importantes tedricos contratualistas, discutiram aspectos liga- dos a natureza humana e ao Estado. Thomas Hobbes, diferentemente de John Locke, entende © estado de natureza como um(a) a) condigéo de guerra de todos contra todos, miséria universal, inseguranca e medo da mot 4g Victenta b) organizacio pré-social e pré-politica em que © homem nasce corn os direitos naturais: vida, liberdade, igualdade e propriedade. ¢) capricho tipico da rnenoridade, que deve ser eliminado pela exigéncia moral, para que o homem possa constituir o Estado civil. d) situagao em que os homens nascemn como detentores de livre-arbitrio, mas sao feridos ern. sua livre decisao pelo pecado original €) estado de felicidade, satide € liberdade que é destruido pela civilizagdo, que perturba as relagées sociais e violenta a humanidade. [Enem PPL. 2014] Sendo os homens, por nature za, todos livres, iguais e independentes, ninguérn, pode ser expulso de sua propriedade e submetido a0 poder politico de outrem sem dar consenti- mento. A maneira unica em virtude da qual uma pessoa qualquer renuncia a liberdade natural e se reveste dos lagos da sociedade civil consiste em, concordar com outras pessoas em juntar-se e unir-se em comunidade para viverem com segu- ranga, conforto e paz urnas com as outras, gozan- do garantidarente das propriedades que tiverem, € desfrutando de maior protegéo contra quem quer que néo faca parte dela Locke, Segundo batado sobre o govemo civil. Os pensadores. Sao Paulo. Nova Cultural, 1978 Segundo a Teoria da Formacao do Estado, de John Locke, para viver em sociedade, cada cidadao deve a) manter a liberdade do estado de natureza. direito inalienavel ) abrir mao de seus direitos individuais em prol do bem comum, ) abdicar de sua propriedade e submeter-se ao poder do mais forte. 4) concordar com as normas estabelecidas para a vida em sociedade. €) renunciar a posse juridica de seus bens, mas no a sua independéncia 49 [Ener PPL 2021) Polemizando contra a tradi- cional tese aristotélica, que via na sociedade o resultado de um instinto primordial, Hobbes sustenta que no género humano, diferentemente do animal, nao existe sociabitidade instintiva. Entre os individuos nao existe urn amor natural, mas somente uma explosiva mistura de temor e necessidade reciprocos que, se nao fosse disci- plinada pelo Estado, originaria urna incontrolavel sucessdo de violéncias e excessos NICOLA, U.Antologiadustrada de flosofia: das origens Tdatle Moderna, Sto Paulo: Globo, 2005 (adaptado} Referei a constituigio da sociedade civil, considere, respectivamente, 0 correto posiciona- mento de Aristételes e Hobbes a) Instrumento artificial para a realizagao da justiga e forma de legitimacéo do exercicio da coergao e da violencia, b) Realizacéo das disposicées naturais do homem e attificio necessdrio para frear a nature- za humana. ¢) Resultado involuntério da acéo de cada individuo e anulagéo dos impulsos originarios presentes na natureza hurnana. d) Objetivagao dos desejos da maioria e repre- sentacao construida para possibilitar as relaces interpessoais. e) Realizacao da razdo e expresso da vontade dos governados. 7. Enem PPL 2012] © homem natural ¢ tudo para simesmo; é a unidade numérica, o inteiro absolu- to, que 6 se relaciona consigo mesmo ou com, seu semelhante, © homem civil é apenas uma unidade fracionaria que se liga ao denominador, € cujo valor esté ern sua relacéo com 0 todo, que & © corpo social. As boas instituigdes sociais so as que melhor sabern desnaturar o home, retirar-Ihe sua existéncia absoluta para dar-lhe uma relativa, e transferir o eu para a unidade comum, de sorte que cada particular nao se julgue mais como tal, e sim como uma parte da unidade, e s6 seja percebido no todo ROUSSEAU, J. 9. Emilo ou da Educagio. Sio Paulo: Martins Fontes, 1999 A visdo de Rousseau em relacéo a natureza humana, conforme expressa o texto, diz que a) o home civil ¢ formado a partir do desvio de sua propria natureza b) as instituigdes sociais formam o homem de acordo com a sua esséncia natural, c) ohomem civil é um todo no corpo social, pois as instituigdes sociais dependem dele 4d) o homem ¢ forcado a sair da natureza para se tornar absoluto. €) as instituigdes sociais expressam a natureza humana, pois o homem € um ser politico. RACIONALISMO E EMPIRISMO reteeae eat Existéncia de ideias natas Razao é a origem do conhecimento. Sentidos nos enganam. Principais filésofos: 1 [Enem PPL 2020] Na primeira meditacao, eu exponho as razées pelas quais nés podemos duvidar de todas as coisas e, particularmente das coisas materiais, pelo menos enquanto nao tiver- mos outros fundamentos nas ciéncias alérn dos que tivemos até o presente. Na segunda medi- taco, 0 espirito reconhece entretanto que é absolutamente impossivel que ele mesmo, 0 espirito, nao exista, DESCARTES A Mestaes metaies Sie Paulo: Abr Cut 975 fata) René Descartes 1 Evidéncia: verificagao do objeto (intui¢ao) 2. Anélise: diviséio em partes mais simples. 3, Sintese: reordenacdo (simples ao complexo). eer tkenu cara) 4 Verificagao: enumeragao e revisao. Ertctharr erie! * Oposi¢ao a tradicao e ao ceticismno. + Busca do conhecimento, © instrumento intelectual empregado por Des- cartes para analisar os seus préprios pensamentos tem como objetivo a) identificar um ponto de partida para a consoli- dagao de umn conhecimento seguro. b) observa formagao de um entendimento universal c) analisar as necessidades humanas para a con- strugdo de um saber empirico. 4d) estabelecer uma base cognitiva para assegurar os eventos particulares para a avalorizacao da meméria. e) investigar totalidades estruturadas para dotd-las de significagao. 2. [Enem PPL 2015] Apés ter examinado cuidadosamente todas as coisas, cumpre enfim concluir e ter por constante que esta proposicao, eu sou, eu existo, é necessariamente verdadeira todas as vezes que a enuncio ou que a concebo em meu espirito DESCARTES, R. Meditagies. Pensadores. Sic Paulo: Abn Cultural 1979, Conhecimnento tern origem nos sentidos Tabula Rasa. Nao existem ideias natas. Principais filésofos: vay rset David Hume > Percepcao, | Impressoes | > Sensacdes, > Fortes, Ea Goer ekeonaesenc) A proposigéo "eu sou, eu existo” corresponde a um dos momentos mais importantes na ruptura da filosofia do século XVII com os padrées da reflexo medieval, por a) estabelecer 0 ceticismo como opcao legitima. b) utilizar silogismos linguisticos como prova ontolégica, c) inaugurar a posic¢ao tedrica conhecida corno empirismo. a) estabelecer um principio indubitavel para o conhecimento. ) Questionar a relacdo entre a filosofia eo tema da existéncia de Deus. Ertoony Eee) eee > Relagées de ideias: demonstracio + Oposto ¢ impossivel oS lads. © tringule > Relagées de ideias: habito + Oposto é possivel > Ceticieme, » Memarias das impressoes, » Fracas. 51 eons 3.[Enem 2020] Addo, ainda que supuséssernos que suas faculdades racionais fossem inteira- mente perfeitas desde o inicio, nao poderia ter inferido da fluidez e transparéncia da agua que ela 0 sufocaria, nem da luminosidade e calor do fogo que este poderia consumi-lo. Nenhum objeto jarnais revela, pelas qualidades que apare- cem aos sentidos, nem as causas que o produzi- ram, nem os efeitos que dele provirdo; e tampou- co nossa razio ¢ capaz de extrair, sern auxitio da experiéncia, qualquer concluséo referente & existéncia efetiva de coisas ou questées de fato HUME, D. Uma investigagio sobre o entendimento humane, Sdo Paulo: Unesp 2003 Segundo 0 autor, qual é a origern do conheci- mento hurnano? a) A poténcia inata da mente b) A revelagao da inspiragao divina. ¢) O estudo das tradigées filoséficas, a) A vivencia dos fenémenos do mundo. €) O desenvolvimento do raciocinio abstrato. 4.{Enem PPL 2018] Quando analisamos nossos pensamentos ou ideias, por mais complexos e sublimes que sejarn, sernpre descobrimos que se resolver em ideias simples que séo cépias de uma sensaco ou sentimento anterior. Mesmo as ideias que, a primeira vista, parecern mais afasta- das dessa origern mostram, a urn exarne mais atento, ser derivadas dela HUME, D. trvestigag3o sobre 0 entendimento yhumano, Sio Paulo: Abr Cultura 1973 Depreende-se deste excerto da obra de Hume que o conhecimento tem a sua génese na a) conviegéo inata. b) dimensao aprioristica, ¢) elaboragao do intelecto d) percepcaio dos sentidos. ¢) realidade transcendental 5 [Enem 2012] TEXTO I Experimentei algumas vezes que os sentidos eram enganosos, e é de prudéncia nunca se fiar inteiramente em quem ja nos enganou uma vez DESCARTES, R, Medtagses Metfsics, So Paulo Apr Catal 1979, TEXTO II Sempre que alirnentarmos alguma suspeita de que uma ideia esteja sendo empregada sem nenhum significado, precisarernos apenas indagar: de que impressao deriva esta suposta ideia? E se for impossivel atribuir-lhe qualquer impressao sensorial, isso servird para confirmar nossa suspeita ‘UME, D. Uma investigagdo sobre o entendimento. Sto Paulo: Unesp, 2004 (adaptado). Nos textos, ambos os autores se posicionam sobre a natureza do conhecimento humano. A comparacao dos excertos permite assumir que Descartes e Hume a) defender os sentidos como critério origindrio para considerar um conhecimento legitimo, b) entendem que é desnecessario suspeitar do significado de uma ideia na reflexdo filoséfica e critica ¢) séo legitimos representantes do criticismo quanto a génese do conhecimento. a) concordam que conhecimento humano é impossivel em relacao as ideias e aos sentidos. e) atribuem diferentes lugares ao papel dos sen- tidos no processo de obten¢ao do conhecimento, KANT E ESCOLA DE FRANKFURT Immanuel Kant Etica do dever + Maximas: Subjetivas + Imperativos: Objetivos. Imperativos Categérico: Fimem simesmo * Nao roube, porque é errado, Lei moral: independem da experiéncia * Necessarios e universais, * ame fica deontolégica: dever de agir bem. Fundamento na razdo auténoma, Formulas do Imperativismo categorico Universabilidade, "Age de modo que a maxima da tua vontade possa valer sempre, ao mesmo tempo, como principio de legislacao universal’ 2. Respeito: pessoas vistas como fins. 3. Vontade auténoma, 1. (Enem digital 2020] Principios praticos sao sub- jetivos, ou méximas, quando a condico é con- siderada pelo sujeito como verdadeira sé para a sua vontade; so, por outro lado, objetivos, quando a condicao é valida para a vontade de todo ser natural. 53 ANT, 1 Crea da vad pritica, Lisboa! Eaigbes 70,2008, A concepgao ética presente no texto defende a a) universalidade do dever. b) maximizacao da utilidade. ¢) aprovacao pelo sentimento. 4) identificagéo da justa medida ¢) obediéncia a determinagao divina. 2. [Ener 2017] Uma pessoa vé-se forcada pela necessidade a pedir dinheiro emprestado. Sabe muito bem que nao podera pagar, mas vé também que néo Ihe emprestario nada se néo prometer firrnemente pagar em prazo determina- do. Sente a tentagao de fazer a promessa; mas tem ainda consciéncia bastante para perguntar a si mesma: ndo € proibido e contrério ao dever livrar-se de apuros desta maneira? Admitindo que se decida a fazé-lo, a sua maxima de acdo seria quando julgo estar em apuros de dinheiro, vou pedi-lo emprestado e prometo paga-lo, ernbora saiba que tal nunca sucedera. KANT. Fundamentacio da metafisca dos costumes. Sio Paul: ‘Abril Cultura, 1980. De acordo corm a moral kantiana, a “falsa promessa de pagamento” representada no texto a) assegura que a ago seja aceita por todos a partir da livre discussao participativa, b) garante que os efeitos das aces nao destru- am a possibitidade da vida futura na terra c) opde-se ao principio de que toda agao do hornem possa valer como norma universal d) materializa-se no entendimento de que os fins da agao humana podem justificar os meios. €) permite que a ago individual produza a mais ampla felicidade para as pessoas envolvidas. 3. (Enem PPL 2015] A pura lealdade na amizade, embora até o presente nao tenha existido nenhurn amigo leal, é imposta a tode homem, essencialmente, pelo fato de tal dever estar immpli- cado como dever em geral, anteriormente a toda experiéncia, na ideia de uma razao que determina a vontade segundo principios a priori KANT, L.Fundamentagao da meraisica dos costumes, So Paulo Barearola, 2008, A passagem citada expée um pensamento caracterizado pela a) eficacia pratica da razdo empirica b) transvaloragao dos valores judaico-cristéos. c) recusa em fundarentar a moral pela experiéncia @) comparacao da ética a uma ciéncia de rigor matematico. e) importancia dos valores democraticos nas relagées de amizade. Escola de Frankfurt Principais Conceitos: + Anti-iluminismo: Dialética do esclarecimento. + Ituminismo. + Instrumentalizacdo do homem. + Industria cultural: uniformiza¢ao e controle. + Crise da razao: crise do individuo. rneodor Adorno Max Horhelmer Waker Benjamin Herbert Marcuse iurgen Habermas 4. [Enem PPL 2020] Por forca da industrializacéo da cultura, desde 0 comeco do filme ja se sabe como ele termina, quem € recompensado e, a0 escutar a musica, o ouvido treinado é perfeita- mente capaz, desde os primeiros compassos, de adivinhar o desenvolvimento do tema e sent: feliz quando ele tem lugar como previsto. ADORNO, TW; HORKHED “se M,Dialética do esclarecimento fragmentos fosbicos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008, Acritica ao tipo de criagao mencionada no texto teve como alvo, no campo da arte, a a) burocratizago do processo de difusao. b) valorizacao da representacao abstrata, ©) padronizagao das técnicas de composicao. d) sofisticagao dos equiparnentos disponiveis. €) ampliagdo dos campos de experimentacao. 5, [Enem PPL. 2018] A maioria das necessidades comuns de descansar, distrair-se, comportar-se, amar e odiar 0 que os outros amram e odeiarn pertence a essa categoria de falsas necessidades. Tais necessidades tem um contetido e uma funcéio determinada por forgas externas, sobre as quais 0 individuo nao tem controle algurn. MARCUSE, M.A ideologia a sociedade industrial © homem unidimensional. Rio de Janeiro: Zahar, 1978, Segundo Marcuse, um dos pesquisadores da chamada Escola de Frankfurt, tais forgas externas sao resultantes de a) aspiragdes de cunho espiritual b) propésitos solidarios de classes. c) exposigao cibemética crescente, a) interesses de ordem socioeconémica. €) hegemonia do discurso médico-cientifico. Xd pe = Pg ima w Ee a INTRODUCAO Conceito de literatura Qual é o numero de alunos dessa classe? Oh aeromoga, vé se me da um sorriso menos numero! Géneros Literarios E disse: - «O gente ousada, mais que quantas No mundo cometeram grandes cousas, Tu, que por guerras cruas, tais e tantas, E por trabalhos vaos nunca repousas, Pois os vedados términos quebrantas E navegar meus longos mares ousas, ue eu tanto tempo ha ja que guardo e tenho, Nunca arados d'estranho ou proprio lenho: (0s Lusiadas, Canto V, Gigante Adamastor) & Camées Pero le Caminha A LITERATURA Vamos falar de poesia Verso Estrofe Métrica Rima Ritmo Eulirico ALUM PASSARINHO Rio de Janeiro , 1946 Para que vieste Na minha janela Meter o nariz? Se foi por um verso Nao sou mais poeta Ando tao feliz! Se é para uma prosa Nao sou Anchieta Nem venho de Assis, Deixa-te de historias Some-te daqui! (V, de Moraes) Vamos falar de prosa “(..) Ezequiel morreu de uma febre tifoide, e foi enterrado nas imediagdes de Jerusalém, onde os dois amigos da universidade the levantaram um tumulo com esta inscricao, tirada do profeta Ezequiel, em grego: Tu eras perfeito nos teus caminhos’. Mandaram-me ambos os textos, grego ¢ latino, o desenho da sepultura, a conta das despesas e 0 resto do dinheiro que ele levava; pagaria o triplo para nao tornar a vé-lo. Como quisesse verificar o texto, consultei aminha Vulgata, e achei que era exato, mas tinha ainda um complemento: Tu eras per- feito nos teus caminhos, desde o dia da tua criagao’. Parei e perguntei calado: ‘(Quando seria o dia da criagdo de Ezequiel? Nin- guém me respondeu. Eis ai mais um mistério para ajuntar aos tantos deste mundo. Apesar de tudo, jantei bem e fui ao teatro, (Bom Casmurro, Machado de Assis) AUTOPSICOGRAFIA, © poeta é um fingidor. Finge téo completamente Que chega a fingir que é dor A dor que deveras sente Eos que lem o que escreve, Na dor lida sentem bem, Nao as duas que ele teve, Mas sé a que eles nao tem E assim nas calhas de roda Gira, a entreter a razao, Esse comboio de corda Que se chama cora¢ao, A partir da andlise da palavra titulo, “Autop- sicografia’, podemos afirmar que: a) O texto mostra uma visdo irénica do eu-lirico sobre as pessoas com as quais convive, b) A. palavra autopsicografia exclui qualquer possibilidade de envolvimento do autor como o poema. ©) © foco do eu-tirico ¢ mostrar para o leitor suas desventuras amorosas. d) A principal intengdo do autor ¢ esta- belecer um dialogo como os leitores e) E possivel observar, através da andlise dos elementos, que o poema apresenta um contraponto entre 0 autor e 0 eu-lirico, BOM PRA BURRO. A imagem acima é uma propaganda do dicionario Aurélio. Sobre isso, podemos afirmar que’ a) 0 antincio utiliza a linguagem formal e denotativa para enfatizar a importancia do dicionario. b) © antincio emprega uma expresso coloquial com sentido conotativo para aler- tar sobre a importancia do dicionario. c) 0 destaque dado @ palavra “burro’ indica que o termo {oi utilizado indevidamente e de maneira grosseira. d) 0 termo ‘burro’ foi utilizado no sentido denotativo, indicando que as pessoas menos espertas precisam do dicionario. e) a metéfora utilizada no antincio indica que as pessoas que sao espertas devem continuar usando o dicionario REALISMO USES ey Impessoalidade Objetividade Critica Social DEMMA EU/MOSTRAR PRA eS MFT LEST TFT Machado de Assis NATURALISMO Waa NATURALISMO SAO IGUAIS Aluisio Azevedo E foi assim que desembarquei em Lisboa e segui para Coimbra. A Universidade espera- va-me com as suas matérias arduas, e nao sei se profundas; estudei-as muito mediocremente, e nem por isso perdi o grau de bacharel: deram-mo com a solenidade do estilo, apés os anos da lei; uma bela festa que me encheu de corgulho e de saudades, - principalmente de sau- dades. Tinha eu conquistado em Coimbra uma grande nomeada de foliao; era um académico estroina, superficial, tumultudrio e petulante, dado as aventuras, fazendo romantismo pratico € liberalismo tedrico, vivendo na pura fé dos olhos pretos e das constituicées escritas. (Memorias Péstumas de Bras Culbas, Machade de Assis} Determinismo Cientificismo Disputa de classes © cavouqueiro, pelo seu lado, cedendo as imposigdes mesolégicas, enfarava a esposa, sua congénere, e queria a mulata, porque a mulata era o prazer, era a vollipia, era 0 fruto dourado e acre destes sertées americanos, onde a alma de Jerénimo aprendeu lascivias de macaco e onde seu corpo porejou o cheiro sensual dos bodes (0 Cortigo. Aluisio Azevedo) PARNASIANISMO Vocabulario incomum Valores classicos Arte pela arte Aviataetea, come urn pal Cinta €, 90 vir do so, Indaas procure pelo cou deserto. Direis agora: “Tresioucado amigo! Que conversas com elas? Que sentido ‘Tem o que dizem, quando estio contigo?” E eu vos direi: “Amai para entendé-ta Pols 86 quem ama pode ter ouvido Gapazde ouvire de entender estrela: OlavoBI Ora, direis, ouvir estrelas! Vejo que estas beirando a maluquice extrema. No entanto 0 certo é que nao perco o ensejo De ouvi-las nos programas de cinema Nao perco fita; e dir-vos-ei sem pejo que mais eu gozo se escabroso é 0 tema. Uma boca de estrela dando beijo é, meu amigo, assunto pra um poema Direis agora: Mas, enfim, meu caro, As estrelas que dizer? Que sentido tém suas frases de sabor to raro? Amigo, aprende inglés para entendé-las, Pois s6 sabendo inglés se tem ouvido Capaz de ouvir e de entender estrelas. (Ouor Estrela, Boson Tyre OS PARNASIANOS VENDO POEMA OS SAPOS A partir da comparagao entre os poernas, verifica-se que a) no texto de Bilac, a construcéo do eixo tematico se deu em linguagem denotativa, enquanto no de Tigre, em linguagem conotativa. b) no texto de Bilac, as estrelas séo inacessiveis, distantes, e no texto de Tigre, sao proximas, acessiveis aos que as ouvem e as entendem. c) no texto de Tigre, a linguagem é mais formal, mais trabalhada, como se obser- va no uso de estruturas como “dir-vos-ei sem pejo’ e ‘entendé-las" d) no texto de Tigre, percebe-se 0 uso da linguagem metalinguistica no trecho “Uma boca de estrela dando beijo/é, meu amigo, assunto pra um poema.” e) no texto de Tigre, a visio romantica apresentada para alcancar as estrelas é enfatizada na ultima estrofe de seu poema com a recomendagao de com- preensao de outras linguas. Filosofia dos epitafios E, aliés, gosto dos epitafios; eles sao, entre a gente civilizada, uma expressao daquele pio e secreto egoismo que induz o homem a arrancar A morte um farrapo ao menos da sombra que passou. Dai vern, talvez, a tristeza inconsolavel dos que sabem os seus mortos na vala comum: parece-Ihes que a podridao anénima os alcanca a eles mesmos.” © fragmento acima, de Memérias péstumas de Bras Cubas, exemplifica a seguinte caracteristica de seu autor: A) pessimismo com que trata as person- agens que ocupam postos privilegiados na sociedade burguesa, diferentemente do modo como lida com individuos socialmente carentes. B) uso da ironia como arma de combate as tendéncias estéticas do Romantismo, de que nunca sofreu influéncia C) a fixagéio nos problemas sentimen- tais, entendidos como unica causa da conduta humana. D) a tendéncia a idealizagao das perso- nagens, heranca do Romantismo. E) a tentativa de compreender a nature- za humana naquilo que tem de universal GENEROS NARRATIVOS Crénica Novela 29 de agosto de 1889 Bons dias! Hao de fazer-me esta justica, ainda os meus mais ferrenhos inimigos: é que nao sou curandeiro, eu nao tenho parente curandeiro, néo conhego curandeiro, e nunca vi cara, fotografia ou reliquia sequer, de curandeiro. Quando adoeco nao é de espinhela caida, — coisa que podia aconselhar-me a curandeira; é sempre de moléstias latinas ou gregas. Estou na regra; pago impostos, sou jurado, nao me podem arguir a menor quebra de dever publico Personagem Foco narrativo Enredo Tempo-espaco Conflito Desfecho A cigarra passou o verdo cantando, enquanto a formiga juntava seus graos. Quando chegou o inverno, a cigarra veio a casa da formiga para pedir que the desse o que comer. A formiga entao perguntou a ela: — Eo que € que vocé fez durante todo 0 verao? — Durante o verdo eu cantei — disse a cigarra. E a formiga respondeu:— Muito bem, pois agora dance! MORAL DA HISTORIA: Trabalhemos para nos livrarmos do suplicio da cigarra, e nao aturarmos a zombaria das formigas. “(..) Escobar vinha assim surgindo da sepul- tura, do seminario e do Flamengo para se sentar comigo a mesa, receber-me na escada, beijar-me no gabinete de manha, ou pedir-me a noite a béngdo do costume Todas essas ages eram repulsivas; eu tolera- va-as e praticava-as, para me nao descobrir a mim mesmo e ao mundo, Mas o que pudesse dissimular ao mundo, nao podia fazé-lo a mim, que vivia mais perto de mim que ninguém, Quando nem mae nem filho estavam comigo o meu desespero era grande, ¢ eu jurava mata-los a ambos, ora de golpe, ora devagar, para dividir pelo tempo da morte todos os minutos da vida embaca- da e agoniada. Quando, porém, tornava a casa e via no alto da escada a criaturinha que me queria e esperava, ficava desarmado e diferia 0 castigo de um dia para outro. © que se passava entre mim e Capitu naqueles dias sombrios, nao se notara aqui, por ser tao mitido e repetido, e jd tao tarde que nao se poderé dizé-lo sem falha nem canseira, Mas o principal ira. E 0 principal é¢ que os nossos temporais eram agora contin- uos e terriveis, Antes de descoberta aquela ma terra da verdade, tivemos outros de pouca dura; nao tardava que o céu se fizesse azul, 0 sol claro e 0 mar chao, por onde abriamos novamente as velas que nos leva- vam as ilhas e costas mais belas do universo, até que outro pé de vento desbaratava tudo, e nds, postos a capa, esperavamos outra bonanga, que nao era tardia nem dubia, antes total, préxima e firme (..)" (Fragmento do livro Dom Casmurro, de Machado de Assis) (FUVEST) A narragao dos acontecimentos com que 0 leitor se defronta no romance Dom Casmurro, de Machado de Assis, se faz em primeira pessoa, portanto, do ponto de vista da personagem Bentinho. Seria, pois, correto dizer que ela apresenta-se: a) fiel aos fatos e perfeitamente adequada a realidade; b) viciada pela perspectiva unilateral assum- ida pelo narrador; c) perturbada pela interferéncia de Capitu que acaba por guiar o narrador; d) isenta de quaisquer formas de interferén- cia, pois visa a verdade; e) indecisa entre 0 relato dos fatos e a impossibilidade de ordena-los Viajo Curitiba das conferéncias positivistas, elas siéo onze em Curitiba, ha treze no mundo inteiro; do tocador de realejo que no roda a manivela desde que o macaquin- ho morreu; dos bravos soldados do fogo que passam chispando no carro vermelho atras do incéndio que ninguém nao viu, esta Curi- tiba e a do cachorro-quente com chope duplo no Buraco do Tatu eu viajo. Curitiba, aquela do Burro Brabo, um cidadéo misterioso morreu nos bragos da Rosicler, quem foi? quem nao foi? foi o reizinho do Sido; da Ponte Preta da estagdo, a unica ponte da cidade, sem rio por baixo, esta Curi- tiba viajo. Curitiba sem pinheiro ou céu azul, pelo que vosmecé é — provincia, carcere, lar—, esta Curitiba, e no a outra para inglés ver, com amor eu viajo, viajo, viajo. (TREVISAN, D. Em busca de Curitiba perdi- da. Rio de Janeiro: Record. 1992.) A tematizagao de Curitiba é frequente na obra de Dalton Trevisan. No fragmento, a relacdo do narrador com 0 espa¢o urbano é caracterizada por um olhar a) destituido de afetividade, que ironiza os costumes e as tradigdes da sociedade curiti- bana. b) marcado pela negatividade, que busca desconstruir perspectivas habituais de repre- sentacao da cidade ©) carregado de melancolia, que constata a falta de identidade cultural diante dos impactos da urbanizacao. d) embevecido pela simplicidade do cenério, indiferente 4 descricéo de elemen- tos de reconhecido valor histérico. e) distanciado dos elementos narrados, que Tecorre ao ponto de vista do viajante como expresso de estranhamento, MODERNISMO Oswald de Andrade Mario de Andrade Manuel Bandeira erro de portugués Quando o portugués chegou Debaixo duma bruta chuva Vestiu o indio ‘Que pena! Fosse uma manha de sol iindio tinha despido portugues Carlos Drummond de Andrade Vinicius de Moraes Cecilia de Meireles veuscntarequi ecsparer [minhalvidalmelhoraray POETICA Rio de Janeiro , 1954 Outros que contem Passo por passo: Eumorro ontem De manha escureco De dia tardo De tarde anoitego De noite ardo. Nasgo amanha Ando onde ha espago: — Meu tempo € quando. Aoeste a morte Contra quem vivo Do sul cativo Oeste é meunorte. Nova York, 1950 Graciliano Ramos Jorge Amado José Lins do Rego Rachel de Queiroz Erico Verissimo Para a maioria Para os das pessoas vestibulandos 7 BALEIA BALEIA - Clarissa! Clarissa perfila-se, conserta o vestido e responde: - Que 6, titia? - Vem pra dentro, menina, Esta na hora do colégio. O rosto da criaturinha ensombrece, O colé- gio... Livros, mapas, cabecas curvadas sobre cadernos e uma vontade doida de sair para o sol. D. Eufrasina bota a cabeca para fora da janela. - N&o ouviste, Clarissa? Esta na hora do colégio! Clarissa entra, No alpendre, o papagaio verde sacode a plumagem e grita: - Clariiissa! Ela pensa: Se eu fosse o Mandarim, nao precisava ir pro colégio. - Bom dia, minha menina! - Bom dia! © velho Nico Pombo, major reformado, 0 héspede mais antigo da pensdo. Nao tem o que fazer durante o dia, mas costuma madrugar para o chimarréo. No quarto do judeu ja ha rumores. © Nestor. Sempre cantando, sempre alegre Clarissa gosta das pessoas alegres. Nem todos na pensio tém cara alegre. O mais triste é Amaro: tem um ar de sofredor, olhos que sempre esto olhando para parte nen- huma. E, depois, aquela mania de viver em cima do piano, batendo a toa nas teclas, inventando musicas que ninguém com- preende... Enfim, como toda a gente diz que ele € um homem muito inteligente, é melhor nao discutir. Clarice Lispector Guimaraes Rosa Joao Cabral de Melo Neto LEST TCT) Sim, mas nao esquecer que para escrever n&o-importa-o-qué o meu material basico ¢ palavra. Assim é que esta historia sera feita de palavras que se agrupam em frases e destas se evola um sentido secreto que ultra- passa palavras e frases. E claro que, como todo escritor, tenho a tentacéo de usar termos suculentos: conhego _adjetivos esplendorosos, carnudo substantivos e verbos tao esguios que atravessam agudos o ar em vias de agao, ja que palavra é acao, concordai? (A Hora da Estrela. Clarice Lispector) Texto I — Omeu nome ¢ Severino, como nao tenho outro de pia. Como ha muitos Severinos, que é santo de romaria, deram entao de me chamar Severino de Maria; como ha muitos Severinos com maes chamadas Maria, fiquei sendo o da Maria do finado Zacarias. Mais isso ainda diz pouco: ha muitos na freguesia, por causa de um coronel que se chamou Zacarias e que foi o mais antigo senhor desta sesmaria Como entao dizer quem falo ora a Vossas Senhorias? TEXTO IL Joao Cabral, que jd emprestara sua voz ao rio, transfere-a, aqui, ao retirante Severino, que, como 0 Capibaribe, também segue no caminho do Recife. A autoapresentacdo do person- agem, na fala inicial do texto, nos mostra um Severino que, quanto mais se define, menos se individuatiza, pois seus tragos biograficos so sempre partilhados por outros homens SECCHIN, A. C Joao Cabral: a poesia do menos. Rio de Janeiro: Topbooks, 1999 (fragmento). (ENEM) Com base no trecho de Morte e Vida Severina (Texto I) e na andlise critica (Texto I), observa-se que a relacdo entre o texto poético e o contexto social a que ele faz referéncia aponta para um problema social expresso literariamente pela pergunta “Como entao dizer quem fala / ora a Vossas Senhorias?". A resposta a pergunta expressa no poema é dada por meio da a) descrigao minuciosa dos tragos biograficos do personagem-narrador, b) construcdo da figura do retirante nordestino como um homem resignado com a sua situagao. c) representaco, na figura do personagem-narrador, de outros Severinos que compartitham sua condicao. d) apresentacao do personagem-narrador como uma projecao do préprio poeta, em sua crise existencial. e) descri¢ao de Severino, que, apesar de humilde, orgulha-se de ser descendente do coronel Zacarias Poema tirado de uma noticia de jornal Jodo Gostoso era carregador de feira livre e morava no morro {da Babilénia num barracdo sem numero. Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro Bebeu Cantou Dancou Depois se atirou na lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado, BANDEIRA, M. Estrela da vida inteira: poesias reunidas, Rio de Janeiro: José Olympio, 1980. (ENEM) No poema de Manuel Bandeira, ha uma ressignificagao de elementos da fungao referen- cial da linguagem pela a) atribuicdo de titulo ao texto com base em uma noticia veiculada em jornal. b) utilizagao de frases curtas, caracteristicas de textos do género jornalistico. c) indicacdo de nomes de lugares como garantia da veracidade da cena narrada 4) enumeragao de agdes, com foco nos eventos acontecidos a personagem do texto. e) apresentagao de elementos préprios da noticia, tais como quem, onde, quando e o qué CONTEMPORANEIDADE Meados do século XX Anos 2000 erantanenete Ye Lani elec yoo Hoje em dia E SMR MEM ee CN Rens nee Test) TROPICALIA POESIA MARGINAL 64 Poesia Concreta Tropicalia aC) LORD LEK® LUKD LBK® LUKO 3UKO LUKO LUKO LUO LUKG LUO LUEK® LUO LEKO © LUKG LUKO KO LUKD OKO MUE® L5Ke SUKON® KD LUK® LUK® RUKO UNS LUKO LKO LEK® LUK® LUNG LUK® LUKO LUKG LUNG LOK Alegria, Alegria ( 1967 ) (Caetano Veloso ) CCaminhando contra ovento Ela pensa em casamento Semiengo, sem documento Eaurnuncammais fui descola NNosol de quase dezembro Semlenga sem documento, Euyou Euvou (0 sol se reparte em crimes, Eu tomo uma coca-cola Espagonaves, querrihas Ela pensa em cesamento Emcardinales bonitas uma angiome consola Euvou Euvou Em carasde presidentes Porentre fotos e nomes Emgrandesbeijosde amor _—_Semilrose sem ful. [Emdentes,pernas bandeins Sem fome sem telefone Bomba. Brigitte bardot Nocoracio do bras (sol nas bancas de revista Meenche de alegriaepreguica _Elanemsabe até pensel ‘Quem iétanta noticia Emcantarna televisto Euvou (01016 tho bonito Euvou Porentee fotos. nomes Semfenga sem documento (Orahoscheios de cores "Nada no Boo ou nas mios Opeitecheio de amores vies Eu quero seguir vivendo, amor Euvou Euvou Porque nda, porque no Porque nso, porque nto. GERACAO MIMEOGRAFO Paulo Leminski Reclame Se o mundo nao vai bem a seus olhos, use lentes ou transforme o mundo 6tica otho vivo agradece a preferéncia (Chacal) A lavadeira comegou a viver como uma servigal que impée respeito e nao mais como escrava, Mas essa regalia stibita foi efémera. Meus irmos, nos frequentes destizes que adulteravam este novo rela- cionamento, eram dardejados pelo olhar severo de Emilie; eles nunca suportaram de bom grado que uma india passasse a comer na mesa da sala, usando os mesmos talheres e pratos, e comprimindo com os labios o mesmo cristal dos copos e folheados de nata e tamara, e 0 arroz com améndoas, dourado, exalando um cheiro de cebola tostada. Aquela mulher, sentada e muda, com o rosto rastreado de rugas, era capaz de tirar 0 sabor e 0 odor dos alimentos e de suprimir a voz e o gesto como se o seu siléncio ou a sua presenga que era s6 siléncio impedisse outro de viver. HATOUM, M. Relato de um certo Oriente. S. Paulo: Cia. das Letras, 2000. a mesma porcelana das xicaras de café. Uma espécie de asco e repulsa tingia-thes © resto, j4 néo comiam com a mesma saciedade e recusavam-se a elogiar os pastéis de picadinho de cameiro, os (ENEM) Ao apresentar uma situagao de tensao em familia, o narrador destila, nesse fragmento, uma percep¢ao das relacées humanas e sociais demarcada pelo a) predominio dos estigmas de classe e de raga sobre a intimidade da convivencia b) discurso da manutengao de uma ética doméstica contra a subversdo dos valores. c) desejo de superacao do passado de escassez em prol do presente de abastanca d) sentimento de insubordinacao autoridade representada pela matriarca da familia e} rancor com a ingratidao e a hipocrisia geradas pelas mudancas nas regras da casa. (ENEM) Mesmo tendo a trajetéria do movimento interrompida com a prisdo de seus dois lide- ves, 0 tropicalismo nao deixou de cumprir seu papel de vanguarda na musica popular brasileira A partir da década de 70 do século passado, em lugar do produto musical de exportagdo de nivel internacional prometido pelos baianos com a “retomada da linha evolutoria’, instituiu-se nos meios de comunicagao e na industria do lazer uma nova era musical (TINHORAO, JR, Pequena histéria da musica popular: da modinha ao tropicalismo. Sao Paulo: Art, 1986 ladaptado}) 67

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