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Complexo Hospitalar Ouro Verde

SPDM – Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina

SERVIÇO HOSPITALAR DE REFERÊNCIA PARA ATENÇÃO


A PESSOAS COM SOFRIMENTO OU TRANSTORNO MENTAL E COM
NECESSIDADES DECORRENTES DO USO DE CRACK E OUTRAS DROGAS.

PROJETO DE REGULAMENTAÇÃO DA UNIDADE DE SÁUDE MENTAL


NO HOSPITAL MUNICIPAL OURO VERDE DE CAMPINAS/SP E
PROPOSTA DE AMPLIAÇÃO DA CAPACIDADE DE ATENDIMENTO, DE
ACORDO COM A PORTARIA Nº1.615 (26 DE JULHO DE 2012), EM
CONFORMIDADE COM AS DIRETRIZES ATUAIS DE SAUDE MENTAL DO
MINISTERIO DA SAUDE DO BRASIL.

CAMPINAS, SETEMBRO DE 2012

Rua Ruy Rodrigues, 3434 – Jd. Yeda – Campinas / SP – CEP. 13060-646


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SPDM – Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina

INTRODUÇÃO
A Reforma Psiquiátrica propôs o investimento em novas práticas, não mais hospitalo-
cêntricas, qualificando a atenção como psicossocial e redefinindo o sentido de saúde na
fronteira entre o individual e o coletivo, impondo a alteração e a integração dos modelos
de atenção e de gestão das práticas de saúde nos diversos níveis
A mudança de foco do investimento impactou também na ampliação dos tipos de
aparelhos e arranjos de intervenção na saúde mental. Se antes a resposta terapêutica a essas
questões era monotemática, circunscrita a internação hospitalar, após uma década de mudança
na política de saúde mental esse investimento destina-se primordialmente aos Centros de
Atenção Psicossocial (CAPS), Centros de Convivência, Residências Terapêuticas, o Programa
“de Volta para Casa” e outros programas de inclusão social. (MS-SM, Relatório de Gestão
2003-2006).
Atualmente, o município possui 32 equipes de saúde mental, compostas por um
psiquiatra, um psicólogo e um terapeuta ocupacional, inseridas nas unidades básicas. Possui
também uma vasta rede substitutiva, com 11 centros de convivência com diversas oficinas de
geração de renda, 6 CAPS III 24h, 3 CAPS AD (álcool e drogas), 2 CAPS infanto juvenil, 34
Serviços de Residências Terapêuticas, dois pronto-socorros especializados em psiquiatria e
SAMU com psiquiatra 24h. (CAMPINAS, 2009) O apoio especializado às equipes do PSF
ocorre a partir do apoio matricial, esperando-se que contribua para a ampliação da clínica e
para o aumento da resolutividade das Equipes de Referência, além de oferecer assistência aos
casos demandados por essas equipes.
Alem disso a cidade possui uma capacidade de internação de retaguarda em psiquiatria
como exposta a seguir:
CAPS III 48 leitos
CAPS AD 08 leitos
Núcleo de Retaguarda Candido Ferreira 56 leitos
(Hospital Psiquiatrico)
Complexo Hospitalar Ouro Verde 20 leitos
Total 132 leitos

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Dos 132 leitos psiquiátricos na cidade, 15% constituem-se em leito em hospital geral e
50% constituem-se em leitos em CAPS III+CAPS AD, seguindo a atual política de saúde
mental. Nela, outra grande diretriz é o estimulo de enfermarias de psiquiatria em hospital
geral que sejam referencia para a atenção ao álcool e outras drogas, substituindo os leitos em
hospital especializado, como é destacado nos trechos abaixo do último relatório do ministério
da saúde.
“Os leitos psiquiátricos em hospital geral devem ofertar o acolhimento integral ao
paciente em crise, articulados e em diálogo com outros dispositivos de referência para o
paciente”. (...) A tendência é de que esta rede de leitos de atenção integral, (...) apresente-se
como substitutiva à internação em hospitais psiquiátricos convencionais.
(Relatório de Gestão 2003-2006 – Coordenação de Saúde Mental)
Os hospitais gerais possuem médias de permanência de quatro a cinco vezes menores
que os hospitais especializados em psiquiatria com a capacidade de utilizar de recursos
clínicos multidisciplinares de maior alcance que estes últimos. Isto significa em termos de
produção que as enfermarias em hospital geral possuem uma capacidade instalada de 3 a 5
vezes maior que o hospital especializado. Alem disso, como a temática relacionada ao
cuidado do cidadão com problemas relacionados ao álcool e outras drogas, estar em um
hospital geral favorece a interconsulta com outras áreas da saúde, ampliando a acesso desta
camada da população.
Desta forma a implementação dos Serviços Hospitalares em Saúde Mental
representam equipamentos essenciais na composição da Rede de Atenção Psicossocial
(RAPs), na progressão da proposta assistencial preconizada pela Reforma Psiquiátrica e
legitimada pelas diretrizes ministeriais vigentes, segundo o Ministério da Saúde do Brasil.

CONTEXTUALIZAÇÃO INSTITUCIONAL

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O Complexo Hospitalar Ouro Verde (CHOV) localizado a Avenida Ruy Rodrigues,


3434 – Jardim Santa Leticia – Campinas/SP, CNPJ 61.699.567/0021-36, é administrado pela
SPDM – Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina desde Junho de 2008.

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O CHOV está inserido no Distrito de Saúde Sudoeste do município, sendo referência


para esta região, e parte dos distritos Sul e Noroeste, bem como para Região da DRS -7 e para
todo o Munícipio de Campinas.
Compõe a Rede de Saúde do municipio que se organiza nas redes de: Atenção Básica,
Rede de Atenção Média e Alta Complexidade, e Rede em Urgência e Emergência, no
atendimento as urgências e emergência nas demandas espontâneas ou reguladas pelo SAMU,
internações hospitalares com regulação 100% da Central Reguladora de Campinas, exames e
consultas especializada, também regulado pelo sistema SOL/APOENA e SIGA e
atendimento a cirurgias eletivas (trauma ortopédico) e cirurgias ambulatoriais.
Os dispositivos adotados para a Gestão do CHOV se dão através dos princípios,
diretrizes e recursos do SUS, com atenção a participação dos trabalhadores e usuários
representados pelo Conselhos Municipal de Saúde (municipal, distrital e local).
A atenção às referências especializadas (ambulatório de especialidades) ocorrerá
através de participação na composição das Câmaras Técnicas das linhas de cuidados nas áreas
de saúde da mulher, do idoso, do adulto, da criança, nas áreas de especialidades, assistência
farmacêutica, assistência de enfermagem, de urgência e emergência e de gestão hospitalar.
O enfoque nas práticas clínicas adotará o conceito de clínica ampliada, com busca da
multidisciplinaridade e projeto terapêutico singular, com substituição da alta hospitalar pela
transferência do cuidado, dentro da Rede de Atenção à Saúde do Município, na Atenção
Básica (Centros de Saúde e CAPS), Atenção a Média e alta Complexidade (Rede Hospitalar,
Referências especializadas multiprofissionais, Ambulatórios de especialidades, Serviços de
Assistência e Internação Domiciliar), e Complexo Regulatório de Campinas no
encaminhamento de vagas terciárias, consultas e procedimentos diagnósticos e terapêuticos
especializados. Ainda dentro da linha de transferência do cuidado temos a apresentação da
proposta terapêutica, demonstrada em orientações multiprofissional sistematizadas da
continuidade do tratamento, onde apresentamos ao cliente ou responsável/cuidador o
conteúdo desta proposta, esclarecemos dúvidas, identificamos e elegemos o cuidado,
processo este que será melhor detalhado dentro do “grupo de cuidadores”.
A continuidade do tratamento da clínica ampliada e transferência do cuidado também
são resgatadas dentro do atendimento de egressos no ambulatório (consulta ambulatorial),

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fluxo determinado no ato da saída do cliente da Unidade de origem (unidade de internação).


Portanto, o cliente não passa pelo conceito de alta, onde em análise objetiva, finalizamos o
projeto terapêutico, mas sim iniciamos uma nova proposta de continuidade do cuidado. O
resgate da integralidade fica na organização dos processos de trabalho, no exercício dos
diversos campos dos saberes e práticas, que se associam a vigilância à saúde e dos cuidados
individuais.
O matriciamento dentro do cuidado vem como estratégia que auxiliará a comunicação
e interlocução com a rede, no arranjo institucional entre os equipamentos de Saúde Mental,
Atenção Básica, Rede de Ortopedia no suporte técnico especializado.
O atendimento das urgências e emergências na Unidade de Pronto Socorro
obedecerá aos princípios da Política Nacional de Humanização do Ministério da Saúde, que
compõe o acolhimento e classificação de risco das demandas espontâneas e reguladas pelo
SAMU no atendimento clinico ao adulto, com acolhimento aos usuários no atendimento
pediátrico e ortopédico. O modelo assistencial implantado é recomendado pelo Ministério da
Saúde no Programa Humaniza SUS, desde 2004, no qual a classificação de risco além de
tornar o atendimento mais humanizado com a melhoria do acesso do usuário através do
acolhimento, a priorização por nível de gravidade da doença do paciente é o principal
objetivo, além da resolubilidade dos casos ou orientação para acompanhamento em outros
equipamentos de saúde locais.
......... A UNIDADE DE SÁUDE MENTAL
Em abril de 2010 a Unidade de Saúde Mental iniciou sua operação no Complexo
Hospitalar Ouro Verde com a estrutura de 6 leitos para atenção integral como enfermaria
especializada de hospital geral, sendo equipamento de articulação direta com a Rede de
Aternção Psicossocial (RAPS) e dotada de um modelo assistencial pautado por diretrizes do
Ministério da Sáude.
Em Julho de 2010 a enfermaria de saúde mental foi habilitada através da portaria n o
704 de 17 de dezembro de 2010 como Serviços Hospitalares de Referências para Atenção
Integral aos Usuários de Crack e outras Drogas.
Em julho de 2012 foi concluído o cronograma de ampliação gradual da capacidade de
internação da unidade com o total de 20 leitos. Tal ampliação foi desenhada juntamente com a

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Secretaria Municipal de Saúde, sendo devidamente planejado o plano de ação para garantir a
segurança da retaguarda de saúde mental do Complexo Hospitalar Ouro Verde.
Abaixo discriminamos os indicadores de qualidade e produção como são
acompanhados na linha de cuidado em saúde mental do primeiro semestre deste ano,

OBJETIVOS
• Constituir-se como Unidade Hospitalar de intervenção integral ao cidadão com
descompensação clínica e condições que configurem situações de crise em transtornos
mentais primários e associados ao uso do crack e outras drogas, ou ainda, com outras
comorbidades clínicas e psiquiátricas a depender da demanda da RAPs.

• Atuar como um equipamento de retaguarda da RAPS e da Rede de Urgência e


Emergência, a partir da interlocução e qualificação dos encaminhamentos pela Central
Municipal de Regulação do município.

• Ser um serviço de atenção matricial para todas as enfermarias do hospital, em especial


para a enfermaria de clínica médica para onde seria priorizada a internação de usuários
com situações clínicas e psiquiátricas relacionadas às substancias psicoativas.

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• Intervenções breves utilizando como parâmetro outros hospitais gerais da região

• Serviço de articulação direta com a RAPS, em congruência com o fluxo de


encaminhamentos estabelecido preferencialmente através dos CAPS da região, com a
articulação efetiva de cuidado para o seguimento terapêutico após a alta hospitalar,
privilegiando a lógica territorial e utilizando a estratégia de transferência para o leito
do CAPs quando necessário,

• Ser local de formação e campo de estágio da linha de cuidado em Saúde Mental


preconizada pela Reforma Psiquiátrica a partir de discussão e elaboração de projetos
terapêuticos individuais em conjunto e articulada com a RAPS.

FUNCIONAMENTO
O funcionamento é de 24horas diárias de segunda a segunda sem interrupção na
assistência, com o acesso de visitas e acompanhamento familiar a qualquer hora do dia.

Como descrito anteriormente, o Hospital Ouro Verde, como serviço que visa à
integralidade do atendimento de saúde mental no foco de cuidado de pessoas com sofrimento,
transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas.
Este teria dois loci de internação para os usuários com problemas primários de saúde mental:
o primeiro seria a própria enfermaria de saúde mental que conta atualmente com 20 leitos,
conforme o plano de progressão da capacidade de internação consolidado em Julho de 2012.

Igualmente norteada pela lógica do cuidado integral, a Unidade de Clínica Médica também
receberia usuários com situações clínicas e psiquiátricas relacionadas às substancias
psicoativas, com apoio da equipe de saúde mental do hospital. O próprio hospital como um
todo será tambem um espaço de intervenção, uma vez que a comorbidade de transtornos
mentais no meio hospitalar tem uma prevalência elevada.

Os leitos infantis serão locados em quartos privativos, para garantir a presença dos
genitores ou acompanhantes com maior conforto. A equipe de saúde mental será também
interconsultora/matriciadora das outras equipes de saúde do hospital, contribuindo com o
acompanhamento dos pacientes locados em outras enfermarias. Utilizará como instrumento

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para essa estratégia a promoção de discussões e acompanhamentos conjuntos com a equipe


assistente das enfermarias a partir de projetos terapêuticos singulares dos pacientes.

PROCESSO DE TRABALHO E MODLEO DE CUIDADO DA UNIDADE

O processo de trabalho da Unidade de Sáude Mental é pautado pelos preceitos da


clínica ampliada, com reuniões interdisciplinares, formulações de projetos terapêuticos e
contato contínuo com a rede interna e externa à enfermaria (RAPS).

Diretrizes da equipe multiprofissional da Unidade de Saúde Mental:

• Processo de trabalho pautado pelos princípios da Clínica Ampliada;


• Atuação Interdisciplinar;
• Construção do Projeto terapêutico Individual;
• Direcionamento do Tratamento por meio de profissionais de referência;
• Referenciamento dos casos para acompanhamento horizontal (referencias cruzadas:
profissional universitário e nível médio).

• Interlocução permanente junto à RAPS, com a participação do apoio distrital de Saúde


Mental;
• Articulação de cuidado e seguimento terapêutico nos serviços de referência da RAPS;
• Apoio à equipe clínica do hospital a partir de participação transversal naquelas
reuniões de projetos terapêuticos.

AÇÕES ESSENCIAIS NO PROESSO DE TRABALHO:


 Estabelecer mecanismos regulares de comunicação e integração com outros
pontos da RAPS do município para potencializar ações de matriciamento,
referência e contra-referência dos casos;
 Realização de avaliação clínica, psiquiátrica, psicológica e social, realizada por
equipe multiprofissional;
 Atendimento individual (medicamentoso, psicoterápico, de orientação, etc.);

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 Atendimento em grupo (psicoterapia, orientação, atividades de suporte social,


entre outras);
 Abordagem familiar, que inclui orientações sobre o diagnóstico, o programa de
tratamento, a alta hospitalar e a continuidade do tratamento em dispositivos
extra-hospitalares da RAPS;
 Programa de seguimento após alta pelo serviço social do hospital, com
contatos regulares com os serviços de seguimento articulados com o intuito de
avaliar a eficácia da atividade articuladora e rede da enfermaria;
 Preparação do usuário para a alta hospitalar, garantindo obrigatoriamente sua
referência para a continuidade do tratamento em unidades extra-hospitalares da
rede local de atenção integral a usuários de crack, álcool e outras drogas, na
perspectiva preventiva de eventuais re-agudizações que necessitem de re-
internações;
 Matricimento de outras enfermarias por intermédio de serviços de interconsulta
entre os diversos serviços do hospital geral;
 Grupos Balint de apoio as equipes de trabalhadores da saúde de outras
enfermarias do hospital para prevenção do adoecimento relacionado ao
trabalho de cuidado de pessoas em situação de sofrimento.
 Formulação de diretrizes clínicas e assitenciais nas linhas de cuidado em saúde
mental para todo o hospital.
Práticas fundamentais da equipe interdisplinar:
• Reunião de Equipe: 2 vezes por semana com a participação de toda equipe, por cerca
de 2horas/semanais, como espaço de discussão e pactuação para construção dos casos
clínicos e formulação de projetos terapêuticos singulares;
• Flexibilização de carga horária em serviço externo com a finalidade de articulação de
ações conjuntas com os serviços da RAPS;
• Supervisão clínica e institucional periódicas, mensal;

Constituição de Colegiado Gestor da Unidade:


• Espaço representativo para discussão e aperfeiçoamento do Modelo Assistencial e
alinhamento às diretrizes institucionais.
• Diretoria Técnica e Clínica
• Representante da Co-Gestão Municipal
• Equipe (coordenação da unidade + profissional representante)

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Podemos resumir a atuação da equipe de saúde mental no Hospital Ouro Verde com o
seguinte organograma:

Projeto de Formação e Campo de estágios:

Residência Médica em psiquiatria (credenciada pelo MEC):


Direcionamento da formação conforme as diretrizes e arranjos dos equipamentos do
Sistema Único de Saúde (SUS) do Modelo Assistencial em Saúde Mental do MS,
estruturação Integral do Currículo (R1-R3);
Composição de corpo de tutores e preceptores em período integral nos diversos
campos de estágios nos equipamento da RAPS de Campinas;

Campo de estágio curricular em Unidade de internação hospitalar da residência


médica de Psiquiatria e de Neurologia, da Pontifícia Universidade Católica de
Campinas (PUCC), e eventual para residentes de Saúde Coletiva da Universidade de
Campinas (Unicamp)
Espaço de estágios multidisciplinares, com discussões e vivências práticas para alunos
de Medicina das disciplinas de Psiquiatria da PUCC e da disciplina de Saúde Colertiva
Unicamp e para outros programas de formação, como de enfermagem e psicologia.

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ESTRUTURA E RECURSOS HUMANOS


Estrutura Interna:

• Estrutura de vinte leitos, considerando dois leitos infantis com acompanhante.

• Espaço fechado, ambiente protegido,

• Área externa para circulação livrecom cerca de 20m², cercada por muro (2 metros) e
tela de proteção.

• salas amplas de uso coletivo destinadas a atividades terapêuticas e recreacionais,


como reunião com familiares e priorização de atividades em grupo para intervenção
breve.

• Espaço de convivência integrado aos demais ambientes com sala de estar e de jogos
abertas ao uso dos usuários e familiares, favorecendo a interação social.

• Espaço de atelier, equipada com mobiliário e materiais destinados a oficinas


terapêutica e intervenções mediadas por atividades.

• Posto de enfermagem e posto de equipe multidisciplinar integrados abertos, com


acesso pleno aos usuários.

• 2 Salas para reunião de equipe, articulação de projetos com outros serviços da RAPS e
para atividades de matriciamento e de formação multiprofissional,

• Existência de espaços também para intervenções individuais se necessários.

Equipe de Cuidado da Enfermaria e Interconsultora

• (1) Coordenador da linha de cuidado

• (3) Psiquiatras horizontais com experiência em hospital geral e CAPS

• (4) Enfermeiros

• (4) Terapeutas ocupacionais

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• (2) Psicólogos

• (8) profissionais da enfermagem

• Equipe médica de plantão do próprio hospital

PLANEJAMENTO DE SEGURANÇA

Treinamento da equipe e educação continuada.


Desde 2011, foi estabelecido um programa de treinamento continuado em temas
diversos de saúde mental para toda a equipe da enfermaria de saúde mental e residentes de
psiquiatria. Trata-se de uma programação de 3h semanais em que todos os integrantes da
equipe são liberados para participar.
Desta maneira, a equipe apreende estratégias de manejo nas mais diversas situações
relacionadas às intercorrências da saúde mental.
Elaboração conjunta de projetos terapêuticos.
Um dos principais motivos de complicações no manejo de pacientes com transtornos
mentais é a falta de comunicação da equipe em relação aos acordos individuais estabelecidos
com cada internado. Desta maneira, fez-se necessário o estabelecimento de uma reunião de
equipe multidisciplinar em que os casos sejam planejados conjuntamente, assim como as
propostas terapêuticas e o delineamento da data provável da alta.
A reunião ocorre todas as segundas feiras com a duração de 2 horas e com a
participação também da supervisão de enfermagem do hospital.
Sistema de Protocolos de Contenção
Com o intuito de padronizar as ações de segurança do hospital e em especial na
enfermaria de saúde mental foram criados os seguintes protocolos listados a seguir:
Protocolo de contenção físico-mecânica
Protocolo de seguimento da contenção físico mecânica
Protocolo para problemas relacionados ao Álcool e Outras drogas
Protocolo de manejo da agitação psicomotora (em implantação)

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Desta forma, temos 5 protocolos de contenção verbal, física e química para as


situações de urgência e emergência psiquiátricas. Com exceção dos dois últimos protocolos
(um em fase de implantação e capacitação e outro em fase de desenvolvimento), os outros três
já existentes estão em vigor. O risco de intercorrrências causadas por complicações clinicas
do tratamento em si, como “iatrogenias” decorrentes da contenção em si, devem ser
monitorados constantemente. Este monitoramento ocorre como preconizado pelo “protocolo
de contenção físico-mecânica”, em que a equipe de enfermagem se responsabiliza pela vigília
a cada hora dos sinais vitais do paciente.
Logo, a implantação de medidas que responsabilizem as equipes pelas contenções em
uma enfermaria de saúde mental, tornam-as mais vigilantes, a preferirem medidas de
contenção verbal e de espaço e finalmente a acompanharem possíveis efeitos adversos destas
ações, prevenindo complicações clinicas em geral.
Os médicos de outras unidades do hospital também recebem e receberão treinamento nos
protocolos acima citados no que diz respeito aos seus núcleos de atuação. Esta ação se
concretizará com a implantação dos “protocolo de manejo da agitação psicomotora” e
“Protocolo de contenção química” em andamento. Com isso, nos casos de retaguarda para a
enfermaria de saúde mental outros profissionais estarão capacitados a contribuir.
Retaguarda médica 24h
A enfermaria conta com a retaguarda médica diária e 24h ao dia para os seus leitos de
cuidado em saúde mental. A equipe de retaguarda é composta por psiquiatras e clínicos.
Assim como exposto anteriormente os clínicos passam continuamente por capacitações em
manejo da urgência e emergência em saúde mental uma vez estabelecidos os protocolos
citados.
As principais intercorrências que levam a eventos mais graves no hospital geral são
secundárias a condições clínicas gerais, ou seja, co-morbidades clinicas como a piora de
quadro diabético ou neurológico por exemplo. Por isso faz-se necessário que a equipe de
retaguarda contenha clínicos experientes em sua formação e não apenas psiquiatras. Em
levantamento sobre as intercorrências na enfermaria nos últimos 6 meses verificamos que as
de base nas urgências psiquiátricas ocorriam exclusivamente no período diurno enquanto que
à noite 100% das intercorrências (média de 4 intercorrencias mensais) eram de caráter

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estritamente clínico. Portanto concentra-se os clínicos com experiência em saúde mental no


período noturno e os psiquiatras com treinamento clínico no período diurno.

Regulação e integração com e a rede de saúde mental


Considera-se como principal causa de complicações em uma enfermaria de saúde
mental no hospital geral os possíveis equívocos na internação inicial com a chegada de
quadros com perfis que necessitem de outros investimentos clínicos mais avançados. Tal
problema tem sido menos frequente pois a enfermaria do CHOV é interligada a RAPS do
município através da central de regulação do município
Assim, todos os leitos são regulados e os pedidos de vagas passam previamente por
análise dos psiquiatras desta central. Nos critérios de recebimento é vetada a entrada de
pacientes desconhecidos da rede e que não possuam tempo de investigação suficiente dos
processos desencadeadores ou causas do adocimento.

• CRITÉRIOS DE CESSÃO DE VAGAS PSIQUIÁTRICAS: (oficio 234/05 DS – SMS, Campinas).


• O paciente deve ser morador do município de Campinas.
• Deve ser portador de transtornos mentais graves.
• Deve ter avaliação da equipe de referência solicitante no dia do pedido da internação.
• O paciente deve ter um projeto terapêutico singular elaborado por sua equipe de referência em que
constem as propostas de tratamento anteriores à solicitação, e deve ser claro o que se espera da
internação como recurso terapêutico.
• As intervenções anteriores devem ter sido temporalmente suficientes para se tiver uma convicção da
indicação para internação psiquiátrica.
• Pacientes em PS psiquiátrico sem a possibilidade de transferência para um CAPS.

De acordo com os critérios estabelecidos, a retaguarda dos leitos de hospital geral


ocupa a posição final quanto à rede de saúde mental, devendo o paciente ser encaminhado à
internação apenas quando esgotadas todas as modalidades de intervenções prévias, seja no
nível da atenção básica ou da atenção referenciada pelos CAPS, de acordo com as articulações
da RAPS.

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Toda internação na enfermaria de saúde mental será liberada apenas via central
reguladora municipal, garantindo o uso racional deste dispositivo e ao mesmo tempo
garantindo o acesso fácil e racionalizado do dispositivo de retaguarda primeiro para os
diferentes serviços da RAPs do município e priviolegiando a lógica de qualificação do fluxo a
partir dos CAPs, como ponto de refência da atenção das situações de crise em saúde mental.

INDICADORES INTEGRADOS AO PLANO DE METAS DO HOSPITAL

Gerenciamento de Risco, com monitoramento ostensivo de eventos, ocorrências de fugas,


auto e heteroagressividade, contenção física ou química, e agravos clínicos severos.

Averiguação da frequência e circunstâncias dos eventos para reelaboração das diretrizes de


condutas e implementação de medidas preventivas.

Média de permanência, variação mensal ao longo de 2 anos, de 16 a 22 dias, considerando o


perfil variável das condições clínicas e sociais dos usuários, associadas às possibilidades de
encaminhamentos junto a RAPS, que ocasionam a necessidade de maior tempo de internação
em determinados momentos.

Taxa de ocupação dos leitos, manutenação da ocupação efetiva do recurso da internação de


acordo com a necessidade de suporte da RAPS, média atual de 90% de ocuapação.

Indicador de satisfação do usuário, avaliação das impressões dos usuários e familiares quanto
ao tratamento oferecido, através de instrumento escrito por auto-preenchimento, com critérios
qualitativos relacionados à atuação dos profissionais e aspectos ambientais

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PROPOSTA DE READEQUAÇÃO AMBIENTAL PARA AMPLIAÇÃO DA


CAPACIDADE DE INTERNAÇÃO:

De acordo com a recente ampliação da capacidade de internação da Unidade com a


necessidade de melhor acomodação do maior número de usuários em ambiente fechado,
formulou-se um projeto de adequação dos espaços, constando de instalação de mobiliário nas
dependências de salas de equipe, sala de convivência e, sobretudo com a reestruturação da
área externa: ampliação do espaço e instalação de cobertura, favorecendo a circulação livre
dos usuários em ambiente externo, possibilitando a prática de atividades coletivas, como
atividade física, oficina de expressão corporal e alongamento.

O proposta de reforma e readequação ambiental poderá ser viabilizado pela


dispensação dos recursos previstos pela portaria vigente (nº1.615), mediante a devida
aprovação deste projeto.

DA ELABORAÇÃO

Todas as diretrizes do projeto seguem as deliberações da política atual de saúde mental


do Ministério da Saúde.

Dr. Gustavo Ziggiatti Guth

Diretor Técnico do Complexo Hospitalar Ouro Verde

Wellington Alencar Carvalho

Coordenador da Unidade de Saúde Mental

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