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INTRODUÇÃO
A Reforma Psiquiátrica propôs o investimento em novas práticas, não mais hospitalo-
cêntricas, qualificando a atenção como psicossocial e redefinindo o sentido de saúde na
fronteira entre o individual e o coletivo, impondo a alteração e a integração dos modelos
de atenção e de gestão das práticas de saúde nos diversos níveis
A mudança de foco do investimento impactou também na ampliação dos tipos de
aparelhos e arranjos de intervenção na saúde mental. Se antes a resposta terapêutica a essas
questões era monotemática, circunscrita a internação hospitalar, após uma década de mudança
na política de saúde mental esse investimento destina-se primordialmente aos Centros de
Atenção Psicossocial (CAPS), Centros de Convivência, Residências Terapêuticas, o Programa
“de Volta para Casa” e outros programas de inclusão social. (MS-SM, Relatório de Gestão
2003-2006).
Atualmente, o município possui 32 equipes de saúde mental, compostas por um
psiquiatra, um psicólogo e um terapeuta ocupacional, inseridas nas unidades básicas. Possui
também uma vasta rede substitutiva, com 11 centros de convivência com diversas oficinas de
geração de renda, 6 CAPS III 24h, 3 CAPS AD (álcool e drogas), 2 CAPS infanto juvenil, 34
Serviços de Residências Terapêuticas, dois pronto-socorros especializados em psiquiatria e
SAMU com psiquiatra 24h. (CAMPINAS, 2009) O apoio especializado às equipes do PSF
ocorre a partir do apoio matricial, esperando-se que contribua para a ampliação da clínica e
para o aumento da resolutividade das Equipes de Referência, além de oferecer assistência aos
casos demandados por essas equipes.
Alem disso a cidade possui uma capacidade de internação de retaguarda em psiquiatria
como exposta a seguir:
CAPS III 48 leitos
CAPS AD 08 leitos
Núcleo de Retaguarda Candido Ferreira 56 leitos
(Hospital Psiquiatrico)
Complexo Hospitalar Ouro Verde 20 leitos
Total 132 leitos
Dos 132 leitos psiquiátricos na cidade, 15% constituem-se em leito em hospital geral e
50% constituem-se em leitos em CAPS III+CAPS AD, seguindo a atual política de saúde
mental. Nela, outra grande diretriz é o estimulo de enfermarias de psiquiatria em hospital
geral que sejam referencia para a atenção ao álcool e outras drogas, substituindo os leitos em
hospital especializado, como é destacado nos trechos abaixo do último relatório do ministério
da saúde.
“Os leitos psiquiátricos em hospital geral devem ofertar o acolhimento integral ao
paciente em crise, articulados e em diálogo com outros dispositivos de referência para o
paciente”. (...) A tendência é de que esta rede de leitos de atenção integral, (...) apresente-se
como substitutiva à internação em hospitais psiquiátricos convencionais.
(Relatório de Gestão 2003-2006 – Coordenação de Saúde Mental)
Os hospitais gerais possuem médias de permanência de quatro a cinco vezes menores
que os hospitais especializados em psiquiatria com a capacidade de utilizar de recursos
clínicos multidisciplinares de maior alcance que estes últimos. Isto significa em termos de
produção que as enfermarias em hospital geral possuem uma capacidade instalada de 3 a 5
vezes maior que o hospital especializado. Alem disso, como a temática relacionada ao
cuidado do cidadão com problemas relacionados ao álcool e outras drogas, estar em um
hospital geral favorece a interconsulta com outras áreas da saúde, ampliando a acesso desta
camada da população.
Desta forma a implementação dos Serviços Hospitalares em Saúde Mental
representam equipamentos essenciais na composição da Rede de Atenção Psicossocial
(RAPs), na progressão da proposta assistencial preconizada pela Reforma Psiquiátrica e
legitimada pelas diretrizes ministeriais vigentes, segundo o Ministério da Saúde do Brasil.
CONTEXTUALIZAÇÃO INSTITUCIONAL
Secretaria Municipal de Saúde, sendo devidamente planejado o plano de ação para garantir a
segurança da retaguarda de saúde mental do Complexo Hospitalar Ouro Verde.
Abaixo discriminamos os indicadores de qualidade e produção como são
acompanhados na linha de cuidado em saúde mental do primeiro semestre deste ano,
OBJETIVOS
• Constituir-se como Unidade Hospitalar de intervenção integral ao cidadão com
descompensação clínica e condições que configurem situações de crise em transtornos
mentais primários e associados ao uso do crack e outras drogas, ou ainda, com outras
comorbidades clínicas e psiquiátricas a depender da demanda da RAPs.
FUNCIONAMENTO
O funcionamento é de 24horas diárias de segunda a segunda sem interrupção na
assistência, com o acesso de visitas e acompanhamento familiar a qualquer hora do dia.
Como descrito anteriormente, o Hospital Ouro Verde, como serviço que visa à
integralidade do atendimento de saúde mental no foco de cuidado de pessoas com sofrimento,
transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas.
Este teria dois loci de internação para os usuários com problemas primários de saúde mental:
o primeiro seria a própria enfermaria de saúde mental que conta atualmente com 20 leitos,
conforme o plano de progressão da capacidade de internação consolidado em Julho de 2012.
Igualmente norteada pela lógica do cuidado integral, a Unidade de Clínica Médica também
receberia usuários com situações clínicas e psiquiátricas relacionadas às substancias
psicoativas, com apoio da equipe de saúde mental do hospital. O próprio hospital como um
todo será tambem um espaço de intervenção, uma vez que a comorbidade de transtornos
mentais no meio hospitalar tem uma prevalência elevada.
Os leitos infantis serão locados em quartos privativos, para garantir a presença dos
genitores ou acompanhantes com maior conforto. A equipe de saúde mental será também
interconsultora/matriciadora das outras equipes de saúde do hospital, contribuindo com o
acompanhamento dos pacientes locados em outras enfermarias. Utilizará como instrumento
Podemos resumir a atuação da equipe de saúde mental no Hospital Ouro Verde com o
seguinte organograma:
• Área externa para circulação livrecom cerca de 20m², cercada por muro (2 metros) e
tela de proteção.
• Espaço de convivência integrado aos demais ambientes com sala de estar e de jogos
abertas ao uso dos usuários e familiares, favorecendo a interação social.
• 2 Salas para reunião de equipe, articulação de projetos com outros serviços da RAPS e
para atividades de matriciamento e de formação multiprofissional,
• (4) Enfermeiros
• (2) Psicólogos
PLANEJAMENTO DE SEGURANÇA
Toda internação na enfermaria de saúde mental será liberada apenas via central
reguladora municipal, garantindo o uso racional deste dispositivo e ao mesmo tempo
garantindo o acesso fácil e racionalizado do dispositivo de retaguarda primeiro para os
diferentes serviços da RAPs do município e priviolegiando a lógica de qualificação do fluxo a
partir dos CAPs, como ponto de refência da atenção das situações de crise em saúde mental.
Indicador de satisfação do usuário, avaliação das impressões dos usuários e familiares quanto
ao tratamento oferecido, através de instrumento escrito por auto-preenchimento, com critérios
qualitativos relacionados à atuação dos profissionais e aspectos ambientais
DA ELABORAÇÃO