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Estrutura do Poema
O poema apresenta uma estrutura narrativa. Contém 44 quadras e está dividido em quatro
partes (11 quadras cada). O primeiro verso de cada quadra possui 10 sílabas métricas
(decassilábicos) sendo os restantes alexandrinos (12 sílabas métricas).
O poema está dividido em quatro partes, estando cada uma dessas associadas a um
período do dia.
● O sujeito poético encontra-se nas ruas da cidade num período onde a escuridão
adensa-se.
● Crítica: aprisionamento de “inocentes” e não dos merecedores de tal.
● Demonstra um mal estar perante as luzes acesas (gás que enjoa) e ao
enclausuramento que sente “muram-me as construções”.
● As igrejas lembram-lhe a inquisição (crítica) e os quartéis lembram-no conventos.
● Menção de Camões ("épico doutrora”) ao observar a sua estátua/pilar (símbolo da
epopeia épica e irrepetível.
● Cesário afirma que descreve a realidade através de uma “luneta de uma lente só”
(visão pessoal e descrição crítica).
● Descrição da “triste cidade”: soldados sombrios e espectrais, oposição entre palácio
e casebre e contraste entre as elegantes que se debruçam nas montras das que
vivem do trabalho.
● O sujeito poético encontra-se nas ruas da cidade num período onde a escuridão
adensa-se e em presença dos candeeiros a gás.
● A “noite pesa, esmaga” o que acentua a enclausura e o aprisionamento (“cercam-me
as lojas, tépidas”).
● Contrase entre a descrição da impureza da cidade (espaço da doença e da
prostituição) e da honestidade do trabalho (“cheiro salutar e honesto do pão” -
hipálage).
● Intenção de fazer uma poesia de análise e crítica objetiva à sociedade e à realidade
(retrata espaços associados ao consumismo, artificialidade e à burguesia).
● Reencontro com o seu professor de latim (mendigo) transmitindo a ideia de
desprezo e desvalorização da cultura na época.
Horas Mortas: encerra o poema com a representação de espaços e das figuras que povoam
a capital de madrugada.
● O sujeito poético encontra-se nas ruas da cidade, no fim da sua deambulação, num
período onde a escuridão é total (apagam-se as luzes).
● Desejo de evasão (“enleva-me a quimera azul”).
● Alusão a um ambiente pastoril: “As notas pastoris de uma longínqua flauta”.
● Desejo de perfeição e imortalidade: “Se eu não morresse nunca [...]”.
● Continua a sonhar com um futuro à imagem do passado glorioso camoniano, no
entanto tal é impossível (“emparedado”).
● Ideia de ausência de liberdade (“onde vivem os «emparedados», «sem árvores», no
«vale das muralhas”) e da violência/decadência (“os cães [doentes] parecem lobos”).
Características
Glossário
Deambulação: constitui um momento de observação, de análise e questionamento do “eu”.
No início do poema nós temos referência à hora do dia e uma sinestesia por meio de uma
descrição impressionista (“brancuras quentes”).
Neste poema há uma deambulação (trajeto sem destino) havendo referência a uma classe
privilegiada.
O sujeito observa uma rapariga (que carrega uma cesta com fruta) a dirigir-se a uma casa
onde um criado que se acha superior a ela, independentemente de pertencerem à mesma
classe social, lhe atira uma moeda como forma de pagamento (desrespeito). Mesmo assim a
rapariga fica feliz. O sujeito poético que se encontrava num mal estar (“apoplexia”) e infeliz
por ir trabalhar, ao deparar-se com a situação vê que não tem razão para se queixar.
Neste sentido, a vendedora é uma figura que espalha/ traz o campo (saudável, positivo)
para a cidade.
Ao observar a cesta, o seu conteúdo transforma-se numa pessoa (transfiguração poética).
Tempo: Primavera
Espaço: Rua
Neste poema é nos mostrada a classe trabalhadora (miserável e pobre) morosa e dura que
vive em ruas com poucas condições ao contrário de “Num Bairro Moderno”. É claramente
registado um contraste entre a classe rica (atrizes) e a classe pobre (peixeiras e homens). É
também evidente o Realismo na medida em que este poema retrata a realidade exatamente
como ela é.
Nota: o sujeito poético apesar de tudo, apresenta solidariedade para com os trabalhadores.