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A Rota do Escravo:

A Alma da Resistência

Nome: Luiza Campos Stangherlim N20 82A

Prof. Flavio Henrique Simão Saraiva História 2° Bimestre.

Bauru 2022
SUMÁRIO

1. Sobre o documentário ................................................................................................. 1

2. Conclusão ................................................................................................................... 3

3. Referências ................................................................................................................. 4
1. Sobre o documentário

No filme "A Rota do Escravo - A Alma da Resistência", produzido pela


Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO),
traduzido e dublado pelo Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil
(UNIC Rio), relata-se sobre as várias histórias relacionadas com a escravidão,
desenvolvendo um panorama da escravidão moderna e suas consequências sobre
as populações africanas.

Dessa forma, é contada a história do tráfico de seres humanos negros através


das vozes de escravizados, senhores e comerciantes. Cada um descreve a sua
experiência: da deportação de homens e mulheres para as plantações, passando
pelos navios negreiros, até o cotidiano do trabalho e os movimentos abolicionistas,
em busca do fim do escravagismo.

Primeiramente, destaca-se a existência de negros no mundo inteiro, como nas


regiões da América Latina, Estados Unidos, Caribe, Ilhas do índico, Oriente Médio e
Índia. Tal fato está associado à saída dos primeiros humanos da África, há milhares
de anos, a fim de povoar o resto do planeta. Mas além disso, um motivo evidente
para essa difusão está ligado à escravidão.

O fenômeno da escravização é uma instituição universal, ou seja, existiu de


várias formas em diferentes culturas e sociedades. Provém de “eslavo”, povo do
Leste Europeu, vendido como escravo na Idade Média. Nesse viés, observa-se a
intensificação desse processo no período das Grandes Navegações.

Nesse cenário, o comércio estava associado à cultura da cana em larga


escala, sobretudo na América, o Novo Mundo, onde havia boas condições e,
portanto, requisitava uma ampla mão de obra. Em princípio, os indígenas eram os
trabalhadores em questão, contudo grande parte morreu por doenças ou eram
protegidos por jesuítas. Como o desconhecimento da terra assustava trabalhadores
agrícolas (livres), a África foi um alvo atrativo, uma vez que já havia relações
comerciais, o escambo e construção de fortes.

Encontrava-se no mundo árabe muçulmano um grande centro em que


escravos eram comercializados, nas rotas do deserto, Mar Vermelho, Mar

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Mediterrâneo, Oceano índico e sobretudo do Oceano Atlântico. Caçadores invadiam
aldeias de negros e levavam forçada e violentamente homens, mulheres e crianças.

Principais rotas do tráfico negreiro entre séculos XVI e XIX.

Eram amontoados em celas escuras de navios enormes, também


denominados tumbeiros, visto que as condições desumanas e proliferação de
doenças se agravavam à morte. A tortura generalizada era frequente e muitas negras
sofriam de violência sexual dos homens brancos. Ocorriam revoltas, porém mesmo
que se os aprisionados ganhassem, não sabiam manejar o navio até terra firme.

Antes dos africanos serem comprados, eram analisados de forma a observar


os físicos mais fortes e jovens, posteriormente os marcavam com o símbolo da
fazenda. Nesse segmento, eram cristianizados à força e obrigados a esquecer de
suas culturas. Nas terras de senhores, o trabalho escravo era a base, garantido por
uma exploração justificada a partir da hierarquia racial, na qual a suposta
inferioridade dos africanos permitia tortura e castigos desses. Além disso, o Estatuto
Jurídico dos Escravos, definido por textos, tratava-os como bens móveis,
estabelecendo total submissão aos fazendeiros.

A jornada de trabalho envolvia condições muito cansativas e brutas, dado que


pouco se importava com a saúde dessa mão de obra. Geralmente, assumia-se
outras tarefas no decorrer do dia, na Casa Grande, ou em minas por exemplo. À
noite, a refeição era extremamente irrisória. De modo geral, na sociedade
escravocrata, os negros ocupavam várias funções: construção de prédios, estradas

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e navios, funções militares, assessores de aristocratas, além de pequenos negócios
até artesões, alguns livres, mas ainda muito raro.

Era comum a fuga das plantações, que quando ocorria com sucesso levava à
formação de comunidades baseadas em cultivos, criação de animais, caça e coletas.
Logo, fazendas eram invadidas e queimadas para libertar mais escravos, mesmo
enquanto ocorria a procura desses por capitães-do-mato.

As revoltas, campanhas abolicionistas, resistência e ascensão líderes negros


possibilitaram a abolição da escravidão em alguns estados. Donos de escravizados
eram recompensados pelas autoridades, enquanto os africanos que sofreram com
tal injúria não recebiam nenhum suporte.

Tereza de Benguela, responsável por comandar o Quilombo Quariterê em


Mato Grosso, foi muito importante para a abolição da escravidão no Brasil,
sendo conhecida como “Rainha Negra”.

2. Conclusão

Demoraram mais de 400 anos para que os negros conseguissem alcançar


sua liberdade de fato. Foi fundamental a resistência negra, esta física, mental e
cultural. Os escravizados proporcionam valiosos conhecimentos e desenvolvimento
de técnicas da agricultura, construção, navegação e metalurgia.

A história desses indivíduos originou sociedades miscigenadas, cultura da


música, conhecimentos diversificados e praticados no mundo inteiro, além de
heranças no campo das artes, pensamento, política, espiritualidade e ética.

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Como consequência do escravismo, houve um grande impacto na
organização econômica da África; política, uma vez que apresentou várias crises
internas; social, com uma enorme redução demográfica; e cultural, pois o
pensamento racial se acentuou e afetas as comunidades negras até hoje. Desde
2001, o racismo é considerado um crime contra humanidade, mas a escravidão
tomou formas implícitas na sociedade atual.

3. Referências

A Rota do Escravo - A Alma da Resistência. Tradução: Centro de Informação das


Nações Unidas Para O Brasil (Unic Rio). [S.L.]: Organização das Nações Unidas
Para A Educação, A Ciência e A Cultura (Unesco), 2013. (34 min.), son., color.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=HbreAbZhN4Q. Acesso em: 17
maio 2022.

NOGUEIRA, Fábio. Novas tentativas de relativizar os efeitos da escravidão


africana na formação de sociedades contemporâneas da América. 2016.
Disponível em: https://umhistoriador.wordpress.com/2016/01/15/novas-tentativas-
de-relativizar-os-efeitos-da-escravidao-africana-na-formacao-de-sociedades-
contemporaneas-da-america/. Acesso em: 19 maio 2022.

FREITAS, Camila. Cinco mulheres negras fundamentais na luta contra a


escravidão no Brasil. 2022. Disponível em: https://www.uol.com.br/ecoa/amp-
stories/5-mulheres-negras-que-foram-fundamentais-para-a-libertacao-dos-
escravos/. Acesso em: 19 maio 2022.

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