Você está na página 1de 71

Treinamento Intensivo

PCGO
Professor: Érico Palazzo
PCGO Prioridade máxima Prioridade média Prioridade mínima
Crimes contra a pessoa 121, 122, 129, 138 a 123, 124 a 128, 147, Demais
145, 147-A, 147-B, 148, 150, 154-A
Crimes contra o patrimônio 155, 157, 158, 171, 159, 163, 168 Demais
180, 181-183
Crimes contra a dignidade 213, 215-A, 216-B, 215, 216-A, 226 Demais
sexual 217-A, 218-B, 218-C
Crimes contra a fé pública 297, 298, 299, 304 e 289 e 311-A Demais
307
Crimes contra a administração 312, 316, 317, 319, 313-A, 320 a 323, 342, Demais
pública 327, 329 a 333, 348 e 344, 347
349
1 Aplicação da lei penal. 1.1 Princípios da legalidade e da anterioridade. 1.2 Lei penal no tempo e no espaço.
1.3 Tempo e lugar do crime. 1.4 Lei penal excepcional, especial e temporária. 1.5 Territorialidade e
extraterritorialidade da lei penal. 1.6 Contagem de prazo. 1.7 Interpretação da lei penal. 1.8 Analogia. 1.9
Irretroatividade da lei penal. 1.10 Lei penal em branco. 1.11 Princípios aplicáveis ao direito penal.
2 Infração penal: elementos, espécies, sujeito ativo e sujeito passivo. 2.1 Classificação dos crimes.
3 O fato típico e seus elementos. 3.1 Crime consumado e tentado. 3.2 Concurso de crimes. 3.3 Ilicitude e
causas de exclusão. 3.4 Punibilidade. 3.5 Excesso punível. 3.6 Culpabilidade (elementos e causas de exclusão).
3.7 Erro de tipo e erro de proibição. 3.8 Desistência voluntária, arrependimento eficaz, arrependimento
posterior e crime impossível.
4 Imputabilidade penal. 5 Concurso de pessoas.
6 Crimes contra a pessoa. 7 Crimes contra o patrimônio. 8 Crimes contra a dignidade sexual. 9 Crimes contra a
fé pública. 10 Crimes contra a administração pública.
11 Disposições constitucionais aplicáveis ao Direito Penal.
12 Súmulas, jurisprudência dominante dos Tribunais Superiores e legislação relacionada com os temas.
3.2 Concurso de crimes.

5
Concurso de crimes
Número de Número de Consequência Elemento especial
condutas resultados (crimes)
Concurso material Duas ou mais Dois ou mais Soma das penas Nenhum
Crime continuado Duas ou mais Dois ou mais Exasperação de Crimes da mesma
1/6 a 2/3 espécie e condições
semelhantes de tempo,
lugar e maneira de
execução
Concurso formal Uma Dois ou mais Exasperação de Nenhum
próprio (perfeito) 1/6 a 1/2
Concurso formal Uma Dois ou mais Soma das penas Desígnios autônomos
impróprio
(imperfeito)
4) (CESPE / CEBRASPE - 2022 - PC-PB - Delegado de Polícia Civil) O roubo
perpetrado contra diversas vítimas em um único evento, estando comprovados os
desígnios autônomos do autor do fato, configura
a) crime único.
b) concurso formal impróprio.
c) crime continuado.
d) concurso material.
e) concurso formal próprio.
5) (FGV - 2022 - PC-RJ - Investigador Policial)Calíope, pretendendo matar Erato, saca
uma arma de fogo e efetua disparos contra seu desafeto, atingindo-o e também a
Euterpe, que passava pelo local. As duas pessoas alvejadas morrem em razão dos
ferimentos sofridos. Na hipótese, é correto afirmar que haverá:
a) crime único;
b) concurso material;
c) concurso formal perfeito;
d) concurso formal imperfeito;
e) crime continuado.
3.4 Punibilidade.

9
1) (FGV - 2021 - IMBEL – Advogado) Assinale a opção que apresenta motivos que
extinguem a punibilidade.
a) Anistia, graça ou indulto; retroatividade de lei que não mais considera o fato como
criminoso; e, nos casos de crimes patrimoniais, reparação do dano.
b) Prescrição, decadência ou perempção; renúncia do direito de queixa ou perdão aceito,
nos crimes de ação pública; e prescrição, decadência ou perempção.
c) Casamento do agente com a vítima, nos crimes contra os costumes definidos na Parte
Especial do Código Penal; morte do agente; e prescrição, decadência ou perempção.
d) Morte do agente; retratação do agente, nos casos em que a lei a admite; e, nos crimes
de ação privada, renúncia ao direito de queixa ou perdão aceito.
e) Anistia, graça ou indulto; retroatividade de lei que não mais considera o fato como
criminoso; perdão extrajudicial, concedido pela vítima nos crimes praticados sem
violência ou grave ameaça.
Código Penal
Extinção da punibilidade
Art. 107 - Extingue-se a punibilidade:
I - pela morte do agente;
II - pela anistia, graça ou indulto;
III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso;
IV - pela prescrição, decadência ou perempção;
V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação
privada;
VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite;
VII e VIII- (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.
2) (INSTITUTO AOCP - 2022 - Governo do Distrito Federal - Policial Penal) Sobre o
direito processual penal, julgue o item a seguir.

O indulto coletivo é um benefício concedido, por meio de lei ordinária, no qual o


Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, extingue a
punibilidade de determinados fatos criminosos.
3) (FGV - 2019 - DPE-RJ - Técnico Superior Jurídico) Reconhecida a prática de um fato típico, ilícito e
culpável, o Estado tem o poder/dever de punir o seu infrator. Todavia, há situações que fazem
desaparecer o poder punitivo estatal, sendo correto afirmar, de acordo com o Código Penal, que:
a) os prazos das prescrições da pretensão punitiva e da pretensão executória serão reduzidos
pela metade nos casos em que o agente era, ao tempo do crime, menor de 21 anos, ou maior
de 60 na data da sentença;
b) a anistia, concedida através de decreto presidencial, afasta os efeitos penais, primários e
secundários, e extrapenais da condenação;
c) a prescrição, a decadência e a perempção são causas de extinção da punibilidade do agente
nos crimes de ação penal pública;
d) o curso do prazo prescricional interrompe-se com o oferecimento da denúncia.
e) a sentença que conceder o perdão judicial, após reconhecimento da materialidade e autoria,
não será considerada para efeitos de reincidência;
Extinção da punibilidade
Perdão judicial

• Súmula 18, STJ: A sentença concessiva do perdão judicial é declaratória da extinção


da punibilidade, não subsistindo qualquer efeito condenatório.

• CP, Art. 120 - A sentença que conceder perdão judicial não será considerada para
efeitos de reincidência.
Extinção da punibilidade

Perdão do ofendido Perdão judicial


Só pode ser concedido pelo ofendido (ou Só pode ser concedido pelo juiz
representante legal)

Cabível somente em ação penal privada Cabível em qualquer ação penal, desde que
haja previsão legal

Ato bilateral: depende da aceitação do réu Ato unilateral: independe da aceitação do


réu
4) (FGV - 2018 - TJ-AL - Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador) O indulto, a graça e a
anistia são trazidos pelo Código Penal, em seu artigo 107, inciso II, como causas de extinção da
punibilidade. Apesar disso, são institutos que não se confundem. Sobre tais causas de extinção
da punibilidade, é correto afirmar que:
a) a anistia, o indulto e a graça geram a extinção dos efeitos penais primários e secundários da
condenação, permanecendo íntegros, apenas, os seus efeitos civis;
b) o indulto, diante de sua natureza coletiva, depende de provocação e requerimento do
beneficiado, não podendo ser declarada a extinção da pena de ofício pelo juiz;
c) o indulto gera a extinção dos efeitos penais primários, mas não os secundários,
permanecendo íntegros, também, os efeitos civis da condenação;
d) a anistia gera a extinção dos efeitos penais primários, mas não os secundários,
permanecendo íntegros, também, os efeitos civis da condenação;
e) o indulto é concedido através de Decreto do Presidente da República, enquanto a anistia e
a graça são previstos em lei federal.
Súmula 631, STJ
O indulto extingue os efeitos primários da condenação (pretensão executória), mas
não atinge os efeitos secundários, penais ou extrapenais.

Graça Indulto Anistia


Efeito principal (sanção penal) Extingue Extingue Extingue
Efeitos secundários (maus Não extingue Não extingue Extingue
antecedentes, reincidência, etc)
Efeitos extrapenais (obrigação de Não extingue Não extingue Não extingue
reparação do dano cível)
5) (INSTITUTO AOCP - 2020 - Prefeitura de Betim - MG - Analista Jurídico) Segundo o Código
Penal, assinale a alternativa correta.
a) A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores,
salvo se decididos por sentença condenatória transitada em julgado.
b) A pena pode ser reduzida em um sexto, se o agente, em virtude de perturbação de saúde
mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado, não era inteiramente
capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento.
c) No concurso de pessoas, se a participação for de menor importância, a pena pode ser
diminuída de um a dois terços.
d) São reduzidos de metade os prazos de prescrição quando o criminoso era, ao tempo do
crime, menor de 21 (vinte e um) anos, ou, na data da sentença, maior de 70 (setenta) anos.
e) A prescrição da pena de multa ocorrerá em um ano, quando a multa for a única cominada ou
aplicada.
6) (INSTITUTO AOCP - 2021 - PC-PA - Delegado de Polícia Civil) Analise a seguinte
situação hipotética: Romeu, funcionário público, praticou dois crimes de peculato
(art. 312, caput, CP), devendo o segundo, pelas condições de tempo, local, modo
de execução e outras semelhantes, ser considerado continuação do primeiro. Foi
regularmente processado e condenado, com a aplicação da pena privativa de
liberdade no patamar mínimo. Nesse caso, considerando que ocorreu o trânsito em
julgado da sentença penal condenatória para ambas as partes, a extinção da
punibilidade pela prescrição ocorrerá em
a) quatro anos.
b) oito anos.
c) doze anos.
d) dezesseis anos.
e) vinte anos.
Prescrição
Pena privativa de liberdade Prazo prescricional
Superior a 12 anos 20 anos
Superior a 8 anos até 12 anos 16 anos
Superior a 4 anos até 8 anos 12 anos
Superior a 2 anos até 4 anos 8 anos
Igual ou superior a 1 ano até 2 anos 4 anos
Inferior a 1 ano 3 anos
Multa (unicamente cominada ou 2 anos
aplicada) e art. 28, Lei 11.343/06
1) (INSTITUTO AOCP - 2021 - PC-PA - Escrivão de Polícia Civil) Assinale a alternativa
correta no que concerne aos crimes contra a vida.
a) Constitui forma privilegiada desse crime o seu cometimento por agente impelido por
motivo de relevante valor social ou moral, ou sob influência de violenta emoção
provocada por ato injusto da vítima.
b) É possível o homicídio privilegiado qualificado, desde que a qualificadora tenha
natureza subjetiva.
c) A prática desse crime contra autoridade ou agente das forças de segurança pública é
causa de aumento de pena.
d) A pena do feminicídio é aumentada de um terço até a metade se o crime for
praticado durante a gestação ou nos três meses posteriores ao parto.
e) O emprego de arma de fogo de uso permitido qualifica o crime de homicídio.
Código Penal
Art. 121 (...)
§ 2° Se o homicídio é cometido:
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;
II - por motivo futil;
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa
resultar perigo comum;
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossivel a defesa
do ofendido;
V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime:
VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino:
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema
prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu
cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição:
VIII - com emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido: (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
IX - contra menor de 14 (quatorze) anos: (Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022)
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
Código Penal
Art. 121 (...)
§ 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de
inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar
imediato socorro à vítima, não procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge para
evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um
terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60
(sessenta) anos.
§ 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as
conseqüências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção
penal se torne desnecessária.
§ 6o A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado por
milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de
extermínio.
2) (FGV - 2021 - PC-RN - Delegado de Polícia) No dia 01/03/2014, Vitor, 60 anos, desferiu um golpe de
faca no peito de sua namorada Clara, 65 anos, que foi a causa eficiente de sua morte, pois descobrira
que a vítima mantinha uma relação extraconjugal com o vizinho. Foi instaurado inquérito policial
para apurar o evento, entrando em vigor, no curso das investigações, a Leinº 13.104/2015, passando a
prever a qualificadora do feminicídio. As investigações somente foram concluídas
em 25/01/2021. Considerando apenas as informações expostas, a autoridade policial deverá indiciar
Vitor pela prática do crime de homicídio:
a) com causa de aumento de pena, sem a qualificadora pela condição de mulher da vítima;
b) sem qualquer causa de aumento de pena e sem a qualificadora pela condição de mulher da vítima;
c) com a qualificadora pela condição de mulher da vítima, bem como causa de aumento de pena;
d) com a qualificadora pela condição de mulher da vítima, sem qualquer causa de aumento de pena;
e) com a qualificadora pela condição de mulher da vítima, além de causa de diminuição de pena pelo
relevante valor moral
25
3) (CESPE - 2019 - TJ-SC - Juiz Substituto) Com relação a crimes contra a honra,
assinale a opção correta.
a) O crime de calúnia se consuma no momento em que o ofendido toma
conhecimento da imputação falsa contra si.
b) Calúnia contra indivíduo falecido não se enquadra como crime contra a honra.
c) A exceção da verdade é admitida em caso de delito de difamação contra
funcionário público no exercício de suas funções.
d) A retratação cabal do agente da calúnia ou da difamação após o recebimento
da ação penal é causa de diminuição de pena.
e) O delito de injúria racial se processa mediante ação penal pública
incondicionada.
Código Penal
Disposições comuns
Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se qualquer dos crimes é
cometido:
I - contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangeiro;
II - contra funcionário público, em razão de suas funções, ou contra os Presidentes do Senado Federal,
da Câmara dos Deputados ou do Supremo Tribunal Federal;
III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da calúnia, da difamação ou
da injúria.
IV – contra criança, adolescente, pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou pessoa com deficiência,
exceto na hipótese prevista no § 3º do art. 140 deste Código. (Redação dada Lei n.º 14.344/22)
§ 1º - Se o crime é cometido mediante paga ou promessa de recompensa, aplica-se a pena em dobro.
§ 2º Se o crime é cometido ou divulgado em quaisquer modalidades das redes sociais da rede mundial
de computadores, aplica-se em triplo a pena. (Redação dada pela Lei n.º 13.964/19)
4) (INSTITUTO AOCP - 2022 - Governo do Distrito Federal - Policial Penal) Joana
compareceu à delegacia de polícia relatando violência doméstica, na qual seu
companheiro, por não aceitar que ela exercia atividade laboral, destruiu seus
instrumentos de trabalho, os quais foram avaliados em R$ 85,00 (oitenta e cinco
reais). Considerando o caso narrado, julgue o seguinte item.

Caso Joana também relate ter sido vítima de lesões corporais leves praticadas por
seu companheiro no âmbito familiar, é correto afirmar que a ação penal, quanto às
referidas lesões, será pública condicionada à representação.
Código Penal
§ 12. Se a lesão for praticada contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da
Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança
Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro
ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição, a pena é aumentada de
um a dois terços.
§ 13. Se a lesão for praticada contra a mulher, por razões da condição do sexo feminino, nos
termos do § 2º-A do art. 121 deste Código: (Incluído pela Lei nº 14.188, de 2021)
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro anos).
5) (VUNESP - 2022 - PM-SP - Sargento da Polícia Militar) Com relação ao crime de
perseguição previsto no Código Penal, é correto afirmar que
a) é apenado com detenção.
b) as penas do crime são aplicáveis com prejuízo das correspondentes à violência.
c) não possui qualquer causa de aumento de pena.
d) somente se procede mediante representação.
Código Penal
Perseguição (Incluído pela Lei nº 14.132, de 2021)
Art. 147-A. Perseguir alguém, reiteradamente e por qualquer meio, ameaçando-lhe a integridade
física ou psicológica, restringindo-lhe a capacidade de locomoção ou, de qualquer forma, invadindo ou
perturbando sua esfera de liberdade ou privacidade. Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois)
anos, e multa.
§ 1º A pena é aumentada de metade se o crime é cometido:
I – contra criança, adolescente ou idoso;
II – contra mulher por razões da condição de sexo feminino, nos termos do § 2º-A do art. 121 deste
Código;
III – mediante concurso de 2 (duas) ou mais pessoas ou com o emprego de arma.
§ 2º As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à violência.
§ 3º Somente se procede mediante representação.
Código Penal
Violência psicológica contra a mulher (Incluído pela Lei nº 14.188, de 2021)
Art. 147-B. Causar dano emocional à mulher que a prejudique e perturbe seu pleno
desenvolvimento ou que vise a degradar ou a controlar suas ações, comportamentos, crenças e
decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, chantagem,
ridicularização, limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que cause prejuízo à sua
saúde psicológica e autodeterminação:
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa, se a conduta não constitui crime mais
grave.
6) (CESPE / CEBRASPE - 2022 - PC-RJ - Delegado de Polícia) Desolados após a morte dos
pais em um acidente de trânsito, os irmãos Paulo e Roberto, com 21 anos e 19 anos de
idade, respectivamente, fizeram um pacto de suicídio a dois em 20/2/2022: fecharam as
portas e janelas do apartamento, e Paulo abriu a válvula de gás. Após poucos minutos,
ambos desmaiaram. Os vizinhos sentiram o forte odor de gás e arrombaram o
apartamento, evitando o óbito dos irmãos. Em decorrência da queda da própria altura,
Paulo sofreu lesão corporal leve, e Roberto, lesão corporal gravíssima. Acerca dessa
situação hipotética, é correto afirmar que
6) (CESPE / CEBRASPE - 2022 - PC-RJ - Delegado de Polícia) Cont.
a) Paulo e Roberto não poderão ser responsabilizados criminalmente, por se tratar de
autolesões.
b) Paulo deverá responder pelo crime de homicídio na forma tentada (art. 121 c/c art. 14, inc.
II, do Código Penal), e Roberto, pelo crime de induzimento, instigação ou auxílio a suicídio
ou a automutilação na forma simples (art. 122, caput, do Código Penal).
c) Paulo deverá responder pelo crime de induzimento, instigação ou auxílio a suicídio ou a
automutilação na forma qualificada (art. 122, § 1.º, do Código Penal), e Roberto não poderá
ser responsabilizado criminalmente.
d) Paulo deverá responder pelo crime de induzimento, instigação ou auxílio a suicídio ou a
automutilação na forma qualificada (art. 122, § 1.º, do Código Penal), e Roberto, pelo crime
de induzimento, instigação ou auxílio a suicídio ou a automutilação na forma simples (art.
122, caput, do Código Penal).
e) Paulo deverá responder pelo crime de homicídio na forma tentada (art. 121 c/c art. 14, inc.
II, do Código Penal), e Roberto não poderá ser responsabilizado criminalmente.
7) (AOCP - PMGO – Soldado –
2022)
8) (CESPE / CEBRASPE - 2021 - MPE-AP - Promotor de Justiça Substituto) Segundo o
entendimento do STJ, a realização de saques indevidos na conta-corrente de uma
pessoa sem o seu consentimento, por meio da clonagem do cartão e da senha,
caracteriza
a) estelionato.
b) falsidade ideológica.
c) apropriação indébita.
d) furto mediante fraude.
e) conduta atípica.
Código Penal – Lei 14.155 de 28/05/2021
Art. 155 (...) Art. 171 (...) Fraude eletrônica
§ 4º-B. A pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e § 2º-A. A pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos,
multa, se o furto mediante fraude é cometido por meio de e multa, se a fraude é cometida com a utilização de
dispositivo eletrônico ou informático, conectado ou não à informações fornecidas pela vítima ou por terceiro
rede de computadores, com ou sem a violação de induzido a erro por meio de redes sociais, contatos
mecanismo de segurança ou a utilização de programa telefônicos ou envio de correio eletrônico fraudulento, ou
malicioso, ou por qualquer outro meio fraudulento por qualquer outro meio fraudulento análogo.
análogo. § 2º-B. A pena prevista no § 2º-A deste artigo,
§ 4º-C. A pena prevista no § 4º-B deste artigo, considerada a considerada a relevância do resultado gravoso, aumenta-
relevância do resultado gravoso: se de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o crime é
I – aumenta-se de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o praticado mediante a utilização de servidor mantido fora
crime é praticado mediante a utilização de servidor mantido do território nacional.
fora do território nacional;
II – aumenta-se de 1/3 (um terço) ao dobro, se o crime é
praticado contra idoso ou vulnerável.
9) (FGV - OAB) Flávia conheceu Paulo durante uma festa de aniversário. Após a festa, ambos foram
para a casa de Paulo, juntamente com Luiza, amiga de Flávia, sob o alegado desejo de se conhecerem
melhor. Em determinado momento, Paulo, sem qualquer violência real ou grave ameaça, ingressa no
banheiro para urinar, ocasião em que Flávia e Luiza colocam um pedaço de madeira na fechadura,
deixando Paulo preso dentro do local. Aproveitando-se dessa situação, subtraem diversos bens da
residência de Paulo e deixam o imóvel, enquanto a vítima, apesar de perceber a subtração, não tinha
condição de reagir. Horas depois, vizinhos escutam os gritos de Paulo e chamam a Polícia. De
imediato, Paulo procura seu advogado para esclarecimentos sobre a responsabilidade penal de Luiza
e Flávia. Considerando as informações narradas, o advogado de Paulo deverá esclarecer que as
condutas de Luiza e Flávia configuram crime de
a) roubo majorado.
b) roubo simples.
c) furto qualificado, apenas.
d) roubo impróprio.
e) furto qualificado e cárcere privado.
Código Penal
Roubo
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave
ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à
impossibilidade de resistência:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega
violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do
crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro.
10) (FCC - 2021 - TJ-GO - Juiz Substituto) No que se refere ao crime de roubo,
a) passou a ser considerado hediondo, em qualquer modalidade, pela Lei n°
13.964, de 24 de dezembro de 2019.
b) se consuma com a inversão da posse do bem mediante emprego de violência
ou grave ameaça, ainda que por breve tempo e em seguida à perseguição
imediata ao agente e recuperação da coisa roubada, revelando-se
imprescindível, porém, a posse mansa e pacífica ou desvigiada.
c) configura-se na forma imprópria quando o agente, antes de subtraída a coisa,
emprega violência ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime
ou a detenção da coisa para si ou para outrem.
d) já não constitui causa de aumento da pena o emprego de arma branca.
e) a fração de aumento pela majorante do emprego de arma de fogo dependerá
da natureza do instrumento.
11) (INSTITUTO AOCP - 2022 - Governo do Distrito Federal - Policial Penal) Em
relação aos crimes em espécie, julgue o item subsequente.

Na hipótese de um presidiário telefonar para uma mãe de família exigindo que ela
faça, imediatamente, um PIX de R$ 5.000,00 para uma terceira pessoa, sob a
ameaça de matar seu filho primogênito, que supostamente estaria em cativeiro
com outros membros da gangue, quando, na realidade, o filho dela está em
segurança na casa da namorada, é correto afirmar que o criminoso responderá
pelo crime de estelionato.
12) (INSTITUTO AOCP - 2021 - PC-PA - Investigador de Polícia Civil) Assinale a alternativa correta
conforme a jurisprudência dos Tribunais Superiores.
a) Consoante ao STJ, é admissível aplicar, no furto qualificado, pelo concurso de agentes, a
majorante do roubo.
b) Conforme entendimento do STJ, o sistema de vigilância realizado por monitoramento eletrônico
ou por existência de segurança no interior de estabelecimento comercial, por si só, torna
impossível a configuração do crime de furto.
c) Nos termos da jurisprudência do STF, há crime ainda quando a preparação do flagrante pela
polícia torna impossível a sua consumação.
d) De acordo com o STJ, a mera indicação do número de majorantes é suficiente para fundamentar
o aumento na terceira fase de aplicação da pena no crime de roubo circunstanciado.
e) Segundo o STJ, é possível o reconhecimento do privilégio previsto no § 2º do art. 155 do CP, nos
casos de crime de furto qualificado, se estiverem presentes a primariedade do agente, o
pequeno valor da coisa e a qualificadora for de ordem objetiva.
13) (CESPE - 2019 - TJ-PR - Juiz Substituto) Julgue os itens a seguir, relativos a delitos de natureza sexual.
I Praticar, em local público, ato libidinoso contra alguém e sem o seu consentimento caracteriza
contravenção penal tipificada como importunação ofensiva ao pudor.
II Praticar conjunção carnal com o parceiro na presença de menor de catorze anos de idade, a fim de
satisfazer a própria lascívia, configura, a princípio, o tipo penal específico denominado satisfação de
lascívia mediante presença de criança ou adolescente.
III Praticar ato obsceno em praça pública, ainda que sem a intenção de ultrajar alguém específico,
configura crime de importunação sexual, que, por equiparação, é considerado hediondo.
IV Divulgar na Internet fotografias de conteúdo pornográfico envolvendo adolescente, como meio de
vingança pelo término de relacionamento, configura crime específico previsto no ECA, o que afasta a
incidência do novo tipo penal previsto no art. 218-C do Código Penal.
Estão certos apenas os itens
a) I e III. c) II e III.
b) I e IV. d) II e IV.
14) (FGV - 2022 - PC-AM - Delegado de Polícia) Na hipótese de um agente ter
praticado um crime de estupro e um crime de atentado violento ao pudor, contra a
mesma vítima e no mesmo contexto fático, a partir do advento da Lei nº
12.015/2009, deverá responder por
a) crime único.
b) concurso material.
c) concurso formal próprio.
d) concurso formal impróprio.
e) continuidade delitiva.
15) (UEG - 2013 - PC-GO - Delegado de Polícia) Madame Pink, recém-casada,
procura o médico ginecologista para realizar exames preventivos de rotina. Antes
de iniciar o exame, o médico pede que a paciente se dispa. Logo após ela se deitar
na maca ginecológica, acaricia sua vagina e nela introduz seu dedo. Nesse caso, o
médico responderá por

a) estupro de vulnerável
b) Estupro
c) assédio sexual
d) violação sexual mediante fraude
Código Penal
Violação sexual mediante fraude
Art. 215. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro
meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6
(seis) anos.
Parágrafo único. Se o crime é cometido com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também
multa.
Assédio sexual
Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual,
prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao
exercício de emprego, cargo ou função. Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos.
Parágrafo único. (VETADO)
§ 2o A pena é aumentada em até um terço se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos.
16) (FCC - 2019 - DPE-SP - Defensor Público) No dia 23 de abril de 2013, Jailson,
aproveitando que sua esposa havia saído de casa para fazer compras, decidiu ir até o
quarto de sua enteada Jéssica, que à época contava com 19 anos de idade. Ao
perceber que Jéssica estava dormindo, Jailson se aproximou de sua cama, apalpou
seus seios e começou a acariciar sua vagina por dentro da calcinha. Ocorre que, nesse
momento, o irmão de Jéssica chegou à casa e, ao presenciar a cena, começou a gritar,
momento em que Jailson se afastou da jovem e fugiu. O tipo penal em que incorreu
Jailson, sem analisar se o delito teria se dado na forma consumada ou tentada, é:
a) Constrangimento ilegal (art. 146, caput, do CP).
b) Estupro (art. 213, caput, do CP).
c) Estupro de vulnerável (art. 217-A, §1º , do CP).
d) Violação sexual mediante fraude (art. 215, caput, do CP).
e) Importunação sexual (art. 215-A, do CP).
Código Penal
Estupro de vulnerável
Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos:
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.
§ 1o Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, por
enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que,
por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência.
§ 2o (VETADO)
§ 3o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena - reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos.
§ 4o Se da conduta resulta morte:
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.
§ 5º As penas previstas no caput e nos §§ 1º, 3º e 4º deste artigo aplicam-se independentemente do
consentimento da vítima ou do fato de ela ter mantido relações sexuais anteriormente ao crime.
17) (Questão inédita)
O crime de importunação sexual (art. 215-A, CP) é condicionado à representação
da vítima, uma vez que a persecução penal referente a este delito poderia gerar a
revitimização pelo constrangimento do fato.
18) (CESPE - 2016 - TRT - 8ª Região (PA e AP) - Analista judiciário - Oficial de Justiça
Avaliador Federal) Caracteriza falsificação de documento particular a alteração de

a) testamento particular.
b) ações de sociedade comercial.
c) título ao portador ou transmissível por endosso.
d) nota fiscal.
e) livros mercantis.
Código Penal
Falsificação de documento público
Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar
documento público verdadeiro:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
§ 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do
cargo, aumenta-se a pena de sexta parte.
§ 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado de
entidade paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso, as ações
de sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento particular.

53
19) (CESPE - 2018 - SEFAZ-RS - Técnico Tributário da Receita Estadual)
Situação hipotética I: João, durante abordagem por um policial militar, atribuiu a si nome
diverso, a fim de se esquivar de mandado de prisão pendente de cumprimento.
Situação hipotética II: Caio, durante abordagem em blitz policial, apresentou documento
de identidade falso, estando ciente da falsidade do documento.

Considerando as situações hipotéticas I e II, assinale a opção correta.


a) Apenas Caio praticou crime, porque a conduta de João está coberta pelo direito de
ampla defesa.
b) Ambos praticaram crime de falsa identidade.
c) João praticou crime de estelionato.
d) Caio praticou crime de falsa identidade; e João, crime de falsidade ideológica.
e) João praticou crime de falsa identidade; e Caio, crime de uso de documento falso.
Código Penal
Uso de documento falso
Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se
referem os arts. 297 a 302:
Pena - a cominada à falsificação ou à alteração.

Falsa identidade
Art. 307 - Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade para obter vantagem,
em proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem:

55
Súmula 522, STJ

A conduta de atribuir-se falsa identidade perante autoridade policial é típica, ainda


que em situação de alegada autodefesa.

56
20) (INSTITUTO AOCP - 2022 - DPE-PR - Defensor Público) Considerando a legislação aplicável e
o entendimento dos Tribunais Superiores, assinale a alternativa correta.
a) A conduta do médico que, no exercício de sua profissão, emite atestado falso caracteriza o
crime de falsidade ideológica.
b) A conduta de atribuir-se falsa identidade perante autoridade policial é atípica se em
situação de alegada autodefesa.
c) Lúcio pratica o delito de roubo e, posteriormente, é auxiliado por Fábio, seu irmão, a
subtrair-se à ação da autoridade pública. Nesse caso, Fábio deve ser processado em virtude
da prática do crime de favorecimento pessoal.
d) A conduta de apresentar à empresa privada atestado médico com o timbre da rede pública
de saúde, ainda que conste a identificação de médico não pertencente ao serviço público,
configura o delito de uso de documento público falso.
e) No crime de falso testemunho, a pena é reduzida se, antes da sentença no processo em
que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade.
Código Penal
Falsidade de atestado médico
Art. 302 - Dar o médico, no exercício da sua profissão, atestado falso:
Pena - detenção, de um mês a um ano.
Parágrafo único - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também
multa.
Favorecimento pessoal (art. 348) Favorecimento real (art. 349)
Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de Art. 349 - Prestar a criminoso, fora dos casos de
autoridade pública autor de crime a que é coautoria ou de receptação, auxílio destinado a
cominada pena de reclusão: tornar seguro o proveito do crime:
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa. Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
Auxílio prestado ao autor de crime antecedente, Auxílio prestado ao autor do crime antecedente,
para que este se furte à ação da autoridade para tornar seguro o proveito do crime
pública
O crime antecedente deve ter sido consumado O crime antecedente deve ter sido consumado
ou tentado
Há escusa absolutória para quem auxilia Não há escusa absolutória
ascendente, descendente, cônjuge, ou irmão
§ 2º - Se quem presta o auxílio é ascendente, Haverá favorecimento real, independentemente
descendente, cônjuge ou irmão do criminoso, de quem presta o auxílio.
fica isento de pena.
21) (FGV - 2021 - PC-RN - Agente e Escrivão) Jonas, agente policial de determinado
estado, e seu primo Hélio, desempregado, subtraíram da delegacia na qual o primeiro
exercia suas funções, computadores que haviam sido substituídos por equipamentos
novos e que se encontravam guardados, tendo a dupla se aproveitado das facilidades
decorrentes do cargo exercido por Jonas. Ao tomar conhecimento dos fatos, a
autoridade policial deverá reconhecer que Jonas praticou:
a) crime de peculato, devendo Hélio responder pelo mesmo delito;
b) crime de furto qualificado, assim como Hélio;
c) crime de peculato, enquanto Hélio responderá por peculato culposo;
d) crime de peculato, enquanto Hélio responderá por furto qualificado;
e) crime de peculato, enquanto Hélio responderá por furto simples.
Código Penal
Peculato
Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem
móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em
proveito próprio ou alheio: Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do
dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio
ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário.
Peculato culposo
§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença
irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.
22) (CESPE - 2017 - TRE-BA - Analista Judiciário) No exercício de suas atribuições, um funcionário
público prestava atendimento a um cidadão quando necessitou buscar, no interior da repartição, um
documento para concluir um procedimento. Por descuido do funcionário, um laptop da instituição,
que estava sendo utilizado por ele, ficou desvigiado, às vistas do cidadão que recebia o atendimento.
Quando o funcionário retornou, não encontrou o cidadão e observou que o laptop havia sumido.
Posteriormente, as investigações policiais concluíram que aquele cidadão havia furtado o laptop, que
não foi recuperado. Nesse caso, o funcionário público
a) não praticou crime, uma vez que não anuiu à conduta delituosa.
b) foi partícipe do crime de furto praticado e, por isso, será condenado às penas cominadas para
esse crime, na medida de sua culpabilidade.
c) praticou peculato culposo, podendo a punibilidade ser extinta caso ele repare o dano ao órgão
até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória.
d) cometeu crime de peculato-furto, pois concorreu para a realização do furto, podendo ser
reconhecida a atipicidade do fato pelo princípio da insignificância.
e) responderá por peculato impróprio desde que o cidadão seja condenado por furto.
23) (INSTITUTO AOCP - 2022 - Governo do Distrito Federal - Policial Penal) Em
relação aos crimes em espécie, julgue o item subsequente.

O crime de corrupção passiva, na modalidade de “solicitar”, é formal, isto é, sua


consumação independe do recebimento efetivo da vantagem indevida,
configurando-se com a simples solicitação.
24) (INSTITUTO AOCP - 2021 - PC-PA - Escrivão de Polícia Civil - adaptada) Sobre os crimes contra a
administração pública, assinale a alternativa correta.
a) A reparação do dano, no peculato culposo, se precede à sentença irrecorrível, extingue a
punibilidade. Se lhe é posterior, reduz até dois terços da pena imposta.
b) Aquele que exige, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou
antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida comete o crime de corrupção
passiva.
c) No crime de corrupção passiva, a pena é aumentada de um terço, se, em consequência da
vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o
pratica infringindo dever funcional.
d) Se o funcionário deixa, por indulgência, de responsabilizar o subordinado que praticou infração
no exercício do cargo, ele comete prevaricação.
e) Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem exerce cargo, emprego ou
função pública, salvo se transitoriamente ou sem remuneração.
25) (FGV - 2018 - Câmara de Salvador - BA - Analista Legislativo Municipal) Bruno foi preso em
flagrante e encaminhado para Delegacia pela suposta prática do crime de condução de
veículo automotor sob influência de álcool. Chegando em sede policial, quando encontravam-
se na sala apenas Bruno e o inspetor Cláudio, Bruno ofereceu a Cláudio R$5.000,00 para que
não fosse lavrado o flagrante, com sua imediata liberação. Revoltado com o comportamento
de Bruno, de imediato Cláudio recusou a oferta, não recebeu qualquer valor e realizou nova
prisão em flagrante, dessa vez em razão do oferecimento de vantagem indevida. Diante das
informações narradas, a conduta de Bruno configura crime de:
a) corrupção passiva, consumada;
b) corrupção ativa, na modalidade tentada;
c) concussão, na modalidade tentada;
d) corrupção passiva, na modalidade tentada;
e) corrupção ativa, consumada.
26) (FGV - 2014 - DPE-DF - Analista - Assistência Judiciária) Luiz é muito amigo do
magistrado Paulo. Certo dia, sabedor de que seu vizinho é parte em ação indenizatória a
ser julgada por Paulo, oferece ajuda para exercer influência sobre a decisão do referido
magistrado. Para tanto, solicita que seu vizinho lhe dê 30% do valor a ser obtido em caso
de êxito na ação indenizatória. O magistrado, que não sabia o que estava ocorrendo,
acabou julgando a causa em favor do vizinho de Luiz, que, por sua vez, cumpriu o
combinado, repassando parte do valor obtido a Luiz. O crime cometido por Luiz foi:
a) tráfico de influência (Artigo 332 do Código Penal brasileiro).
b) exploração de prestígio (Artigo 357 do Código Penal brasileiro).
c) corrupção ativa (Artigo 333 do Código Penal brasileiro).
d) fraude processual (Artigo 347 do Código Penal brasileiro).
e) advocacia administrativa (Artigo 321 do Código Penal brasileiro).
Código Penal
Exploração de prestígio
Art. 357, CP - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pretexto de influir em juiz,
jurado, órgão do Ministério Público, funcionário de justiça, perito, tradutor, intérprete ou testemunha:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
Parágrafo único - As penas aumentam-se de um terço, se o agente alega ou insinua que o dinheiro ou
utilidade também se destina a qualquer das pessoas referidas neste artigo.

Tráfico de Influência
Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de
vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público no exercício da função:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
Parágrafo único - A pena é aumentada da metade, se o agente alega ou insinua que a vantagem é
também destinada ao funcionário.
27) (CESPE - 2019 - CGE - CE - Auditor de Controle Interno - Área de Correição -
adaptada) Milton, valendo-se de sua condição de servidor público e cedendo a
pedido de amigo íntimo, deixou de cumprir seu dever funcional ao não ter
promovido ação para apurar infração de determinada empresa vinculada à
administração pública. Nessa situação hipotética, apurada a conduta de Milton, ele
deverá responder pelo crime de
a) advocacia administrativa qualificada.
b) corrupção passiva privilegiada.
c) corrupção ativa.
d) prevaricação.
e) condescendência criminosa.
Corrupção passiva privilegiada Prevaricação

Art. 317, § 2º - Se o funcionário pratica, Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar,


deixa de praticar ou retarda ato de ofício, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo
com infração de dever funcional, cedendo a contra disposição expressa de lei, para
pedido ou influência de outrem: satisfazer interesse ou sentimento pessoal:

Pena - detenção, de três meses a um ano, ou Pena - detenção, de três meses a um ano, e
multa. multa.

Você também pode gostar