“O Junco: um pássaro vermelho chamado Sofrê, que aprendeu a cantar o Hino Nacional. Uma galinha pintada chamada Sofraco, que aprendeu a esconder os seus ninhos. Um boi de canga, o Sofrido. De canga: entra inverno, sai verão. A barra do dia mais bonita do mundo e o pôr-do-sol mais longo do mundo. O cheiro do
“O Junco: um pássaro vermelho chamado Sofrê, que aprendeu a cantar o Hino Nacional. Uma galinha pintada chamada Sofraco, que aprendeu a esconder os seus ninhos. Um boi de canga, o Sofrido. De canga: entra inverno, sai verão. A barra do dia mais bonita do mundo e o pôr-do-sol mais longo do mundo. O cheiro do
“O Junco: um pássaro vermelho chamado Sofrê, que aprendeu a cantar o Hino Nacional. Uma galinha pintada chamada Sofraco, que aprendeu a esconder os seus ninhos. Um boi de canga, o Sofrido. De canga: entra inverno, sai verão. A barra do dia mais bonita do mundo e o pôr-do-sol mais longo do mundo. O cheiro do
Todo planejamento educacional, para qualquer sociedade, tem de responder às marcas e aos valores dessa sociedade. Só assim é que pode funcionar o processo educativo, ora como força estabilizadora, ora como fator de mudança. Às vezes, preservando determinadas formas de cultura. Outras, interferindo no processo histórico, instrumentalmente. De qualquer modo, para ser autêntico, é necessário ao processo educativo que se ponha em relação de organicidade com a contextura da sociedade a que se aplica. (PAULO FREIRE, 2002, p. 10) De forma a admitir um processo de formação educacional integral a partir de uma visão de educação pautada numa concepção sócio interacionista, dialética e libertária, há a compreensão da educação -advinda de reflexões dos textos dos professores coautores desse projeto, como também estudo da BNCC- como construção coletiva permanente, baseando-se em solidariedade, justiça, respeito, valorização da vida na diversidade e na busca do conhecimento. Em vista da proposta de formação integral do cidadão normalizada pela BNCC e admitida pelo DCRB, que requer o entendimento do ser humano como um todo, a sua vida em sociedade, que deve ser orientada por valores indispensáveis a sua existência, os quais devem ser cultivados tanto no ambiente de trabalho quanto no familiar e em outros espaços, faz-se vital a solidariedade, por tornar mais humanos; o respeito, que é necessário nas relações com as diferenças, com o próximo e suas limitações; a união, que promove o bem comum; e a honestidade, pela qual é possível estabelecer confiança mútua. Reconhece, assim, eu a Educação Básica deve visar à formação e ao desenvolvimento humano global, o que implica compreender a complexidade e a não linearidade desse desenvolvimento, rompendo com visões reducionistas que privilegiam ou a dimensão intelectual (cognitiva) ou a dimensão afetiva. Significa, ainda, assumir uma visão plural, singular e integral da criança do adolescente, do jovem e do adulto -considerando-os como sujeitos de aprendizagem- e promover uma educação voltada ao seu acolhimento, reconhecimento e desenvolvimento pleno, nas suas singularidades e diversidades, Além disso, a escola, como espaço de aprendizagem e de democracia inclusiva, deve se fortalecer na prática coercitiva de não descriminalização, não preconceito e respeito às diferenças e diversidades. (BNCC,2017, p.16) Assim, uma vez que a escola é o espaço que potencializa atitudes e a ação coletiva, a educação proposta pelo CEPMO desenvolve suas atividades de ensino e aprendizagem contextualizadas e baseadas no diálogo entre professor, estudante e demais educadores da instituição; engajada nos movimentos sociais de inclusão, também comprometida com a produção cultural e capaz de articular a preparação para a vivência social. Para que a escola alcance estes princípios precisa admitir que os seus conteúdos, vão além dos saberes escolares, pois devem se referir aos conhecimentos utilizados pelos sujeitos na sua vida cotidiana. Vale considerar que o processo de construção e de apropriação do conhecimento, a partir de interesses, motivações, aspirações reais de cada cidadão busca a superação dos limites e desafios para aquisição de novos conhecimentos. Assim, desenvolver-se naquilo que se propõe, transformando a sua vida e a sociedade da qual faz parte, é o grande desafio das práticas educativas aqui propostas pelo CEPMO. ... é preciso pontuar que a compreensão de solidariedade pelo conceito levinasiano de alteridade comporta três características fundamentais: parte do outro enquanto referência primeira que reconhecimento e formação pessoal (sendo que tal reconhecimento é aprendido e, portanto, deve ser ensinado); não garante que haverá reconhecimento, compromisso, respeito somente pela exposição a outra face; e terceiro, para se fazer o bem é necessário saber ouvir e conhecer inicialmente, onde o bem não é exatamente aquilo que o sujeito que o pratica quer oferecer, mas deve ser aquilo que quem recebe reconhece como tal- este segundo imprime o que deve ser feito. É neste sentido que uma atitude de solidariedade não é uma postura paternalista ou de benevolência, pois esta postura submete o outro a condição de objeto, não de sujeito. Trata sobretudo, de uma tomada de consciência, de um compromisso com a dignidade do outro, reconhecido enquanto parte constituinte do próprio ser. Há portanto, uma forma de entre "desvelamento” intencional, um rosto pode provocar a relação humana. Ser- para-o-outro significa assumir a responsabilidade ética sobre ele, onde a transcendência seja a proximidade, medida pela responsabilidade com o outro (idem, 2002)2, num estado de atenção à vida. (MORI,2013, p.97). A partir desta compreensão a escola deve se propõe a promover uma educação autônoma e crítica, como bem defendeu Paulo Freire, pois a sua função é a promoção de uma aprendizagem que oportunize o desenvolvimento de competências que tornem os seus contemplados aptos a atuarem como cidadãos críticos, éticos e solidários. Para tanto, será necessário um processo de adaptação, formação, leitura e planejamento dentro de cada PPP. O Referencial Curricular de Dom Basílio não tenciona a oposição dos ideais e das práticas vividas pelas famílias deste município, bem como do compromisso e ações já realizadas dentro das escolas, mas acredita-se fazer- se necessário um registro delineado, para que haja o comprometimento de todos os envolvidos. Dessa forma, a Secretaria Municipal de Educação, os diretores, os professores, coordenadores e todo o corpo pertencente ao processo educacional, precisam ser reconhecidos como autores e atores, com capacidade de reformular as ações, metodologias e conceitos e pensamentos, que serão produzidos no papel da educação que aqui será ofertada. 6.1 O CURRÍCULO O currículo escolar é um instrumento muito importante no desenvolvimento do trabalho em uma instituição de ensino, pois norteia todo o trabalho desenvolvido na escola, tendo em vista as características do mundo e da sociedade atual. Dessa forma, sua prática reflete na visão de mundo expressado nos documentos orientadores por meio das formas efetivas de ação dos agentes educacionais e, dessa forma, dos valores, normas, hábitos, atitudes que governam as relações escolares. Acredita-se que o currículo pode ser definido pelo conjunto de saberes produzidos na escola e reflete todas as experiências em termos de conhecimento que serão proporcionados aos alunos de um determinado curso. O mais antigo e persistente significado que se associa a currículo é o de matérias, geralmente organizadas como disciplinas escolares que foram escolhidas para serem ensinadas a alguém. Forquim (1993) apud Libâneo (2005, p. 362) define currículo como: [...] conjunto dos conteúdos cognitivos e simbólicos (saberes, competências, representações, tendências, valores) transmitidos (e modo explícito ou implícito) nas práticas pedagógicas e nas situações de escolarização, isto é, tudo aquilo a que poderíamos chamar de dimensão cognitiva e cultural da educação escolar. No Brasil, não existe um currículo único nacional, em análise do BNCC há, uma forma de definição das disciplinas e distribuição dos conteúdos entre os componentes curriculares propostos. Devido à dimensão territorial e à diversidade cultural, política e social do país, nem sempre os Parâmetros Curriculares chegam às salas de aula. Falar em currículo escolar é falar também na vida do aluno e da escola em constante e em dinâmica ação, ou seja, educandos e educadores, no espaço escolar, constroem e formam, através de processos de valorização e do cotidiano que vivenciam, o currículo ideal para o desenvolvimento de habilidades necessárias ao desempenho escolar dos alunos. Mesquita (2017) apresenta ainda outras características do currículo nos dias atuais: [...] o currículo escolar passa a ser definido como sendo todas as situações vividas pelo aluno dentro e fora da escola, seu cotidiano, suas relações sociais, as experiências de vida acumuladas por esse aluno ao longo de sua existência, as quais contribuem para a formação de uma perspectiva construcionista educacional. [...] Logo, o que se quer dizer é que a escola deve buscar na experiência cotidiana do aluno elementos que subsidiem a sua ação pedagógica e, ao mesmo tempo, recursos que contribuam para a formação do currículo escolar. Todas as atividades de cunho educativo que venham a ser exploradas pela escola constituem elementos essenciais e de mesma importância na formação do currículo escolar, o qual interfere de maneira significativa na formação do caráter, da personalidade e na intelectualidade dos alunos. Considerando que a personalidade humana se caracteriza pelo modo próprio de ser apresentado por cada indivíduo, acredita-se na força de sua expressão como fator operante nas teorias do currículo. O currículo escolar é importantíssimo por ser um instrumento que norteia o trabalho desenvolvido na escola, e ser marcado pela visão de mundo da sociedade do momento; e sua prática reflete na visão de mundo expressado nos documentos orientadores por meio das formas efetivas de ação dos agentes educacionais, e, dos valores, normas, hábitos, atitudes que governam as relações nas salas de aula. Libâneo, (2005) orienta que existe pelo menos três tipos de currículo que permeiam as instituições educacionais: currículo formal, currículo real e currículo oculto. Para o autor, currículo formal é aquele estabelecido pelos sistemas de ensino, que se apresentam em diretrizes curriculares, nos objetivos e nos conteúdo das áreas ou disciplinas de estudos. O currículo real é definido pelo autor como aquele que de fato acontece na sala de aula, em decorrência de um projeto pedagógico e dos planos de ensino. É tanto o que sai das ideias e da prática dos professores, da percepção e do uso que fazem do currículo formal, como o que fica na percepção dos alunos. De acordo com as contribuições de Ferraço (2006), Pensar os currículos de uma escola pressupõe, então, viver seu cotidiano que inclui, além do que é formal e tradicionalmente estudado, toda uma dinâmica das relações estabelecidas, ou seja, para se poder falar dos currículos praticados nas escolas, é necessário estudar os hibridismos culturais vividos nos cotidianos. (FERRAÇO, 2006. p. 10). O currículo deve, constantemente, redimensionar os espaços e tempos escolares, revendo as concepções e as práticas pedagógicas. Nesse contexto, a formação permanente dos educadores é indispensável, na medida em que promove a cooperação entre os envolvidos no processo educativo e possibilita mudanças com base na práxis reflexiva, objetivando melhor qualidade para o processo de ensino – aprendizagem. O currículo nesta perspectiva, é entendido como um conjunto de experiências pedagógicas que precisam ser analisadas, reelaboradas e vivenciadas em sala de aula. Tais experiências são carregadas de sentido, com uma intencionalidade educativa capaz de indicar os caminhos, admitir mudanças, criar atalhos, alterações significativas em busca da aprendizagem de todos os estudantes. Sob esta ótica, a educação ultrapassa a mera reprodução, possibilitando a troca de experiências e a construção de aprendizagens significativas. Assim, o currículo está diretamente relacionado ao contexto sócio-político-cultural, na medida em que é construído de forma dinâmica e participativa por meio de uma abordagem interdisciplinar, objetivando a formação do cidadão comprometido eticamente com a transformação da sociedade. 6.1.1 HABILIDADES Segundo a BNCC para garantir o desenvolvimento das competências específicas, cada componente curricular apresenta um conjunto de habilidades. Essas habilidades estão relacionadas a diferentes objetos de conhecimento, aqui entendidos como conteúdos, conceitos e processos. As habilidades expressam as aprendizagens essenciais que devem ser asseguradas aos alunos nos diferentes contextos escolares. Ainda assim, as habilidades não descrevem ações ou condutas esperadas do professor, nem induzem à opção por abordagens ou metodologias. Essas escolhas estão no âmbito dos currículos e dos projetos pedagógicos, que, como já mencionado, devem ser adequados à realidade de cada sistema ou rede de ensino e a cada instituição escolar, considerando o contexto e as características dos seus alunos. Também é preciso enfatizar que os critérios de organização das habilidades do Ensino Fundamental na BNCC (com a explicitação dos objetos de conhecimento aos quais se relacionam e do agrupamento desses objetos em unidades temáticas) expressam um arranjo possível (dentre outros). Portanto, os agrupamentos propostos não devem ser tomados como modelo obrigatório para o desenho dos currículos. Ainda sobre habilidades a BNCC, ressalta que uma parte considerável das crianças e jovens que estão na escola hoje vai exercer profissões que ainda nem existem e se deparar com problemas de diferentes ordens e que podem requerer diferentes habilidades, um repertório de experiências e práticas e o domínio de ferramentas que a vivência dessa diversificação pode favorecer. O que pode parecer um gênero menor (no sentido de ser menos valorizado, relacionado a situações tidas como pouco sérias, que envolvem paródias, chistes, remixes ou condensações e narrativas paralelas), na verdade, pode favorecer o domínio de modos de significação nas diferentes linguagens, o que a análise ou produção de uma foto convencional, por exemplo, pode não propiciar. 6.1.2 COMPETÊNCIAS Ao longo da Educação Básica, as aprendizagens essenciais definidas na BNCC devem concorrer para assegurar aos estudantes o desenvolvimento de dez competências gerais, que consubstanciam, no âmbito pedagógico, os direitos de aprendizagem e desenvolvimento. Na BNCC, competência é definida como a mobilização de conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho. Ao definir essas competências, a BNCC reconhece que a “educação deve afirmar valores e estimular ações que contribuam para a transformação da sociedade, tornando-a mais humana, socialmente justa e, também, voltada para a preservação da natureza” (BRASIL, 2013). Ainda o DCRB assevera, As competências são concebidas como saberes/ atividades em uso, orientada por valores altitudinais, reflexões críticas e demandas formativas socialmente referenciadas, ou mesmo mobilização de conhecimentos (conceitos e procedimentos), atitudes e valores para resolver problemas concretos da vida do exercício da cidadania e, destacadamente, do mundo do trabalho, e a fundamentação da formação nesta perspectiva mobiliza na escola a superação do abstracionismo e da fragmentação da educação puramente livresca cultivadas pela lógica dos currículos orientados por disciplinas fragmentadas e descoladas da vida cotidiana e seus problemas concretos. (DCRB,2019). A educação aqui defendida deve proporcionar aos educandos os conhecimentos necessários ao exercício pleno da cidadania, de modo que possam desenvolver habilidades e competências necessárias à sua inserção no mundo do saber e o mundo do trabalho. Para tanto, é necessário, também trabalhar as dimensões cognitivas, afetivas, culturais, políticas e socioeconômicas, na medida em que a articulação da Educação Básica com a Educação Profissional busca estabelecer uma sólida formação geral que significa a criação de condições de preparação para o trabalho a ser completada na educação profissional. Portanto é o objetivo desse corpo educacional promover, no processo de ensino e aprendizagem, o desenvolvimento de um conjunto de habilidades e competências, que propicie a construção dos conhecimentos necessários para a vida em sociedade, visando à transformação da realidade. Sabe-se que a progressão almejada neste documento não depende apenas dos discentes, mas de todos os educadores e corpo social, que anseiam em fomentar a prática educativa, também resinificar o conhecimento no ambiente escolar, de forma que possa se explorar diferentes habilidades de ordem cognitiva, comunicativa, pessoal e social, pois isso contribui diretamente no desenvolvimento de competências e na formação integral dos discentes faz-se necessário que cada professor se sinta responsável pela formação interina de seu aluno e não apenas pelo aspecto informativo e previamente programado de acordo a sua área específica de formação. Visto que, as competências à manifestar-se e prosperar nos discentes habitualmente estarão relacionadas ao contexto sócio-político-cultural, queira-se a medida em que é construído de forma dinâmica e participativa por meio de uma abordagem interdisciplinar, objetivar a formação de cidadãos comprometidos eticamente com a transformação da sociedade. A crença de que a construção de um projeto interdisciplinar é resultado do diálogo entre as áreas de conhecimento, não pode prescindir da reflexão de que esse diálogo é, sobretudo um diálogo entre as pessoas. Assim, o desenvolvimento de competências na sua base já se constitui num limite, aspecto que desafia o corpo docente e coordenação pedagógica da Escola no encaminhamento de ações que promovam a integração dos conteúdos a serem estudados. Isto pode ser viabilizado a partir de projetos de trabalho que façam sentido para os estudantes e contribuam para a sua melhor inserção na sociedade. Diante dessa perspectiva, visa-se a organização do trabalho pedagógico por projetos interdisciplinares, propicia o desenvolvimento de habilidades e competências necessárias à formação integral dos educandos preparando-os para relacionar-se e transformarem a sociedade.