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Primeira Tradição

Nosso bem-estar comum deve vir em primeiro lugar; a recuperação individual depende da
unidade do D.A.

Nossa história compartilhada — vivendo compulsivamente além de nossas


capacidades, impotentes perante a dívida e o dinheiro, e a resultante ingovernabilidade de
nossas vidas — nos congrega no Devedores Anônimos (D.A.). O que nos mantém unidos é
nossa necessidade em comum de uma solução espiritual para nosso problema e o desejo de
passar adiante, com gratidão, a solvência e a abundância espiritual que viemos a
experimentar no D.A. A unidade no interior de cada grupo de D.A. e no D.A. como um todo
é essencial para nossa recuperação. Quando trabalhamos juntos com um único propósito, a
recuperação é possível para cada um de nós. Quando falhamos nisso, a recuperação de cada
um de nós é ameaçada.

Unidade não é uniformidade. Exceto por nossa necessidade em comum de


recuperação e nossa solução conjunta, nós membros de D.A., somos muito diferentes.
Viemos de diversos lugares, culturas, profissões e filosofias. Seria surpreendente se
estivéssemos em constante acordo, e de fato não estamos. A maioria dos nossos pontos de
vista divergentes são facilmente trabalhados e mesmo aqueles que levam a discussões
acaloradas, devem ser reconsiderados à luz do que é melhor para todos, com nosso foco
coletivo no bem-estar do grupo e no bem-estar da Irmandade de Devedores Anônimos como
um todo.

Todo membro de D.A. que encontrou a recuperação tem uma escolha: fazer o
trabalho necessário para evitar incorrer em débitos sem garantia ou voltar a dever e
experimentar as terríveis consequências do retorno da doença. Para fazer esse trabalho,
precisamos da Irmandade. Por extensão, se a recuperação de cada um depende da unidade
de D.A., então cada membro é responsável pela unidade saudável da Irmandade. Se
sacrificamos essa unidade em prol de nossos próprios desejos, nos tornamos incapazes de
levar a mensagem para aqueles que ainda sofrem, e colocamos em risco nossa própria
recuperação.

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Um dos milagres da recuperação é que, embora sejamos muito diferentes de nossos
companheiros de D.A., nós respondemos à mensagem espiritual da Primeira Tradição. Ou
seja, nossa necessidade do programa, de uns dos outros, e do membro recém-chegado nos
dispõe a trabalharmos juntos. Quando nos lembramos do que está em risco, prontificamo-
nos a renunciar a discórdia e o controle e, em vez disso, focar em nossas preocupações e na
solução comum. Assim garantimos que as portas do Devedores Anônimos permaneçam
abertas para todos aqueles que desejam o que nós possuímos.

O D.A. oferece muitos recursos para auxiliar os grupos a promoverem a unidade. Os


Doze Passos e as Doze Tradições nos fornecem um sólido corpo de princípios e práticas para
nos basearmos, por isso consultamos antes e acima de tudo suas orientações práticas e
espirituais. A Quarta Tradição dá uma diretriz específica sobre como as decisões de um
grupo em particular podem afetar o D.A. mundialmente. A literatura de D.A. aprovada em
Conferência — que contém uma ampla gama de ferramentas e depoimentos sobre
endividamento, recuperação e a Irmandade de D.A.— oferece uma linguagem e um
entendimento compartilhados. Apesar de ser possível que indivíduos encomendem livros,
folhetos e outros materiais diretamente do Escritório de Serviço Geral do D.A., expor e
dispor a literatura aprovada em Conferência nas reuniões presenciais é um modo de
promover a unidade, dando aos membros e aos recém-chegados mais acesso às mensagens
de experiência, força, e esperança partilhadas pela Irmandade. Os recursos online do D.A.,
a participação de membros em intergrupos locais e a Conferência Mundial de Serviço (CMS)
de D.A. ajudam a manter os grupos informados e conectados ao Devedores Anônimos no
mundo todo. E, obviamente, nos dirigimos ao nosso Poder Superior para nos guiar em
momentos de confusão, obstinação, ou discordância para o melhor de todos os envolvidos.

Com a utilização da ferramenta “Reuniões de Serviços e Negócios”, nós praticamos


e promovemos a unidade do grupo. Nessas reuniões (geralmente mensais), consideramos
problemas que afetam a vida e a saúde do grupo. Quando surgem desentendimentos, eles são
geralmente abordados nas reuniões de negócios. Se esses desentendimentos são simples ou
complexos, amistosos ou rancorosos, nossa tradição de unidade nos coloca em vantagem.
Nossas opiniões podem variar e geralmente variam, mas desde que valorizemos as bênçãos
da recuperação de D.A. e tentemos aplicar as tradições como guia para nossos
comportamentos e decisões, confiando na consciência do grupo, nós encontraremos soluções
que mantenham nosso grupo vivo e unificado.

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Praticar a unidade no grupo significa tirar o foco de nós mesmos. Quando
trabalhamos os Passos, aprendemos que o egocentrismo é uma peça-chave de nossa doença.
Se insistimos em fazer do nosso próprio jeito numa reunião de negócios ou a serviço do
D.A., pode ser que nosso egoísmo e nosso medo autocentrado estejam em ação. Ao focar na
unidade em vez de em nossos desejos individuais, caminhamos para além do egoísmo e rumo
ao bem comum. À medida que estabelecemos um acordo, vislumbramos uma opção
anteriormente não percebida, ou simplesmente renunciamos aos resultados, estamos
trabalhando para preservar e fortalecer o D.A., reconhecendo que alguma coisa maior que
nós mesmos enriquece não somente nossas próprias vidas, mas também as dos outros.

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Segunda Tradição

Para o nosso propósito de grupo, existe apenas uma autoridade verdadeira –


um Deus amantíssimo tal como ELE se manifesta em nossa consciência coletiva. Nossos
líderes são apenas servidores de confiança; eles não governam.

Enquanto indivíduos em recuperação do Devedores Anônimos, aprendemos a escutar


a sabedoria de um Poder Superior a nós mesmos. Enquanto grupos de D.A., fazemos o
mesmo. A fim de que nossos grupos possam crescer em unidade, nós não conferimos
autoridade definitiva a nenhum indivíduo, mas a um Poder Superior que fala através da
consciência do grupo. Quando vivemos verdadeiramente por esse princípio, nos vemos livres
dos tipos de disputas por poder que corroem a força e a integridade de tantas instituições.
Em vez disso, podemos nos concentrar em nosso objetivo espiritual primário: parar de
incorrer em dívidas sem garantia e levar a mensagem de recuperação para aqueles que ainda
sofrem.

Uma das dádivas da recuperação é a humildade. Por mais certos que possamos estar
em nossas crenças e opiniões, nossa sabedoria permanece limitada por nossas perspectivas
individuais. Nenhum indivíduo pode saber com certeza o que é melhor para os outros ou
para o grupo como um todo. Por isso, contamos com um Poder Superior a nós mesmos que
se expressa a partir de nossa consciência coletiva.

Como descrevemos o Poder Superior que guia a consciência de nosso grupo? Com
uma única palavra: amor. Nossa voz coletiva emana desse cuidado e nos esforçamos para
demonstrar cuidado ao levar nossas discussões à consciência coletiva.

O processo de consciência coletiva permite a um grupo de D.A., ou a uma junta de


serviços de D.A., levar em consideração as questões individuais e, ao mesmo tempo, ir além
delas, a fim de assegurar a unidade que possibilita a recuperação individual. A consciência
de grupo não é o mesmo que uma simples maioria de votos; em vez disso, ela retrata a
consciência coletiva dos membros de um grupo que juntos alcançam um nível de
concordância a qual chamamos de substancial unanimidade. Se o grupo estiver quase
igualmente dividido em relação a uma opinião, uma consciência de grupo não foi alcançada.
O processo de alcançar a consciência coletiva permite aos indivíduos que ofereçam e
mantenham suas opiniões. Ao mesmo tempo, se nós estivermos em desacordo, somos todos
convocados a trabalhar rumo a uma consciência de grupo e a aceitar a consciência de grupo
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como uma expressão da liderança do Poder Superior e como o melhor para todos, sejamos
ou não capazes de perceber desse modo imediatamente.

Diferenças de crenças e opiniões sempre existirão nos grupos de D.A. e em toda


parte. Em Devedores Anônimos, nós descobrimos que quando acreditamos que um Poder
Superior amantíssimo fala através de nossa voz coletiva, nós temos o que precisamos para
aceitar as diferenças e abordar quaisquer questões que surjam. Independentemente de como
cada um concebe esse Poder maior que nós mesmos, passamos a confiar NELE tanto em
nossos grupos quanto em nossa recuperação individual. Seja nosso Poder Superior uma
divindade, um espírito ou a sabedoria coletiva, seja ele Deus, a Direção Boa e Ordenada, ou
o Grupo de Devedores, nossa experiência mostra que ele nos permitirá ser bem-sucedidos.

A consciência coletiva entra em jogo nas reuniões de negócios de nossos grupos,


Intergrupos e Serviço Mundial, inclusive na Conferência Mundial de Serviço e nas
deliberações do Conselho de Serviço Geral. Para muitos companheiros, o contexto mais
imediato da consciência coletiva é a reunião de negócios regular (em geral mensalmente) de
nosso grupo local, que trata de questões e faz deliberações referentes tanto a assuntos
rotineiros quanto a novas iniciativas. Tal como consta na Décima Ferramenta do D.A.,
reuniões de negócios nos ensinam como a Irmandade de Devedores Anônimos funciona e
nos ajuda a nos tornarmos responsáveis pela nossa recuperação. Ao compor as reuniões de
negócios, cada companheiro tem a oportunidade de guiar a direção de seu grupo e contribuir
para sua respectiva unidade. Temos também a experiência de ser parte de um todo funcional.

Quando chegamos ao D.A., falar de poder e autoridade é um problema para alguns


de nós. Nós automaticamente desconfiamos seja lá de quem julgamos estar no comando.
Essa desconfiança pode ser resultado de nosso endividamento compulsivo ou pode precedê-
lo. Independentemente de como tenha surgido, isso pode nos tornar desconfiados das
motivações dos prestadores de serviço dos grupos e do processo pelo qual as decisões são
tomadas. Nossa desconfiança pode também se estender a qualquer tipo de Poder Superior.
Com o tempo, à medida que experimentamos o cuidado que os membros demonstram uns
para com os outros, começamos a acreditar que os servidores de confiança estão ali
realmente para devolver aquilo que receberam, não para nos dizer como devemos agir. Nossa
fé é ainda mais fortalecida quando testemunhamos questões surgidas e resolvidas em espírito
de cooperação. Nós percebemos que mesmo os conflitos não fazem com que os membros

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deixem de cuidar uns dos outros e do grupo. Começamos assim a acreditar no Poder Superior
presente na consciência de grupo.

Há momentos em que questões delicadas surgem nas reuniões de serviço. Quando


isso acontece, alguns de nós podem ter emoções fortes e se tornarem controladores ou
emocionalmente apegados a um resultado em particular. Isso pode ser desagradável no
momento, mas quando seguimos os princípios comuns do Programa, crescemos tanto como
indivíduos quanto como grupo. Nos lembramos da importância da humildade; nossa
contribuição para a consciência coletiva do grupo tem valor, mas não mais do que as
contribuições de nossos companheiros de D.A. Nós devemos falar sobre o que importa para
nós, bem como escutar os outros enquanto eles também o fazem. Nos esforçamos para
validar todas as opiniões, inclusive aquelas defendidas por uma minoria de membros, e
trabalhamos para atingir uma unanimidade substancial. A recuperação mora nos laços entre
nós, e valorizamos isso mais do que valorizamos “estarmos certos”.

Vamos supor que um novo membro tenha muito entusiasmo por, digamos, utilizar
afirmativas. Esse indivíduo insiste que todos iriam se beneficiar caso o grupo criasse uma
lista de afirmativas e as distribuísse para membros e recém-chegados. Os membros mais
antigos podem se sentir tentados a rejeitar essa sugestão desmedida. Contudo, o recém-
chegado, assim como outros membros, poderiam facilmente enxergar essa reação dos mais
antigos como uma resposta autoritária, incongruente com nossa Segunda Tradição. Não
importa quão certa uma questão possa parecer para alguns membros, todas as decisões que
afetam o grupo devem ser levadas para as reuniões de serviço. Nestas, os membros podem
prudentemente considerar a questão, examiná-la à luz das Tradições, e alcançar a
consciência coletiva. Em vez de cada parte insistir na correção de seu ponto de vista e na
incorreção do ponto de vista oposto ao seu, todos podem deixar a voz coletiva determinar o
que é o melhor para o grupo, devendo estar atentos ao impacto que sua decisão poderia ter
em outros grupos do D.A. e na Irmandade de Devedores Anônimos como um todo.

O processo de consciência de grupo precisa de facilitadores. A nível de grupo,


normalmente o Representante de Serviço Geral, a Secretária do Grupo, ou o Presidente da
Reunião de Negócios facilita as discussões que desenvolvem a consciência coletiva. No
Intergrupo ou reuniões de Serviço Mundial, é o Presidente de reuniões específicas quem
facilita. Onde quer que seja necessária a consciência de grupo de D.A., o princípio do serviço
do D.A. é o mesmo: nossos líderes não são mais do que fiéis servidores, eles não governam.

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Para muitos, pode parecer estranho que possamos prosperar sem um presidente ou
outro diretor executivo, sem um órgão de governo e sem uma matriz de regras, requisitos e
proibições1. Contudo, esse é totalmente o caso da Irmandade de Devedores Anônimos.
Todos aqueles que detêm cargos de liderança, em qualquer nível, têm um objetivo em
comum: servir ao grupo. Eles não exercem autoridade sobre seus companheiros membros
do D.A, mas são responsáveis por eles. A recuperação individual, a unidade dos grupos e a
Irmandade de D.A. como um todo são fortalecidas por esse serviço.

Quando nos dedicamos à Décima Primeira ferramenta, a de serviço, fazemos todo o


esforço para colocar os princípios acima das personalidades. Um princípio-chave do serviço
do D.A. é a rotatividade de liderança. Os membros se revezam regularmente nas posições de
serviço, em geral de acordo com o sugerido em nossas diretrizes para a duração do serviço,
as quais são encontradas no Manual para Serviço de Devedores Anônimos. A rotatividade
regular das posições de serviço reforça a unidade de que fala Primeira Tradição e a
consciência coletiva presente na Segunda Tradição; isso faz com que os benefícios da
recuperação providos pelas ferramentas de serviço do D.A. estejam disponíveis para todos.
A experiência de D.A. indica que não é saudável, nem para o indivíduo nem para o grupo,
que uma pessoa permaneça numa posição por tempo demais. Se isso acontece, o indivíduo
pode acabar sendo visto como a única autoridade em todos os assuntos relacionados às
funções daquela posição. Isso é incompatível com a Segunda Tradição, com o conceito de
um Poder Superior amantíssimo como nossa autoridade final. Por outro lado, o membro pode
se tornar um para-raios de ressentimento e conflito, tirando o grupo de seu foco na unidade,
na recuperação e em levar a mensagem. Quando temos a oportunidade, nós pegamos um
encargo de serviço, aprendemos a cumprir nossos acordos, e aprendemos a nos desligar
quando nosso prazo acaba. Isso é um maravilhoso exemplo do poder da recuperação para os
recém-chegados ao D.A., que podem observar a diferença entre serviço humilde e governo
controlador.

Isso não é o mesmo que dizer que os membros que se envolvem no serviço não têm
poder. Os Doze Conceitos de D.A. confiam aos servidores o poder de servir. Quando
indivíduos se voluntariam para prestar serviço em D.A., eles assumem responsabilidades e
expectativas específicas. Cada servidor é dotado do direcionamento e das ferramentas

1
Enquanto organização sem fins lucrativos, o Devedores Anônimos deve, obviamente, manter relações
funcionais, legais e financeiras com entidades não vinculadas a D.A. Assim, como uma questão prática, o
Conselho de Serviço Geral do D.A. possui regulamentos e procedimentos bastante claros.
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necessárias para atender às expectativas de sua posição, bem como passa a deter o poder
necessário para realizar seus deveres em concordância com a consciência coletiva. Ao
Tesoureiro, por exemplo, é dada a responsabilidade e autoridade para rastrear as entradas e
saídas monetárias do grupo; de efetuar transações em benefício do grupo, inclusive de pagar
despesas de acordo com o plano de gastos do grupo; e regularmente emitir relatórios para o
grupo.

Antes do D.A., muitos de nós éramos inconsistentes ao honrar nossos compromissos


e talvez fracassássemos completamente. Alguns de nós evitávamos frequentemente assumir
responsabilidades e, quando as aceitávamos, agíamos de modo auto enaltecedor, sem nos
preocuparmos com a maneira como nossas ações afetavam outras pessoas. Havia também
entre nós aqueles que se encontravam tão perdidos que sequer tinham ideia do que era
esperado de nós.

No D.A., nós temos a chance de redefinir responsabilidade em termos de serviço, o


qual deixa de ser um peso e passa a ser sinônimo de oportunidade. Nós crescemos
espiritualmente não apenas porque aprendemos a honrar nossos compromissos, mas também
porque agimos de modo a contribuir para a unidade do grupo e a manter o Devedores
Anônimos disponível para todos que procuram por ele. Além disso, nos tornamos servidores
fiéis. Quando cumprimos nossas responsabilidades para com o grupo, experimentamos um
nível de satisfação e gratidão que é indisponível para nós quando focamos somente em nós
mesmo. Como é gratificante tornar-se digno de confiança! E dignos somos quando
realizamos fielmente as funções de nossos cargos de serviço. Se não alcançamos as
expectativas, experimentamos a aceitação e o perdão de nossos companheiros, além da
benção da chance de renovar nosso compromisso com o grupo e com a nossa recuperação.

Cada membro que se voluntaria ou aceita um encargo de serviço enriquece a sua


própria recuperação ao mesmo tempo em que trabalha para cumprir o propósito primordial
de D.A. Quando, tal como a Segunda Tradição nos convida a fazer, falamos com amor,
escutamos com mente aberta e humildade e advogamos pelo bem maior do grupo sem a
necessidade de dominar e sem apego aos resultados, nós estamos honrando a sabedoria de
um Poder maior do que nós mesmos. Esse é o verdadeiro espírito da consciência coletiva.
Ao atendermos com responsabilidade as necessidades do grupo como parte essencial da
nossa recuperação individual, estamos ajudando a garantir que os grupos de Devedores

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Anônimos continuem disponíveis para os próximos devedores compulsivos em busca de
ajuda. Esse é o verdadeiro espírito do serviço.

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Terceira Tradição

O único requisito para se tornar membro do D.A. é o desejo de parar de incorrer em


débitos sem garantia.

O único requisito para se tornar membro de Devedores Anônimos é o desejo de parar


de incorrer em débitos sem garantia. Muitas pessoas que não se identificam como devedores
compulsivos têm sido atraídas pelos benefícios do programa de Devedores Anônimos. Entre
elas, incluem-se indivíduos que se endividam habitualmente, gastam compulsivamente,
compram, são sub-remunerados, vivem bem abaixo dos seus recursos, comprometem demais
o seu tempo, entre outros. Alguns, depois de aprender muito, percebem que são na realidade
devedores compulsivos; para outros, o termo não se aplica.

Como podemos encontrar unidade nessa situação? A resposta está na Terceira


Tradição de D.A. Qualquer um com o desejo de parar de incorrer em débito é totalmente
bem-vindo como membro; nossos Doze Passos oferecem recuperação a qualquer um com
disposição para aplicá-los. Tornar-se membro de Devedores Anônimos é simples assim. Se
temos o desejo de parar de incorrer em débitos sem garantia, nós pertencemos. Dada essa
qualificação, nós somos membros se dissermos que somos. Não há um mínimo de
endividamento total necessário para se qualificar como membro do D.A. Ter sofrido ações
legais, tais como execução de bens ou falência não é nem requisito nem impedimento para
se tornar membro. Ninguém em D.A. irá checar nossos registros de crédito e dizer que nossa
pontuação é alta demais ou baixa demais para ser membro da Irmandade. Nível de renda e
status social são irrelevantes. Podemos não ter nenhuma renda ou ativos, podemos ter
riqueza, ou podemos estar em qualquer ponto entre esses dois extremos, e mesmo assim
ainda poderemos pertencer ao D.A. Não importa em qual tipo de débito sem garantia
incorremos no passado. Alguns membros do D.A. usaram cartão de crédito e outros não,
alguns pegaram algum tipo de empréstimo e outros não, alguns pagaram seus impostos
consistentemente enquanto outros estão com o pagamento atrasado há anos, alguns tiveram
muito sucesso em suas carreiras ou em seus negócios enquanto outros falharam
miseravelmente.

Nosso requisito para se tornar membro é formulado para que seja simples na prática
e inclusivo em espírito. Tudo que precisamos para nos sentarmos à mesa, real ou virtual, é
um desejo de parar de incorrer em débitos sem garantia. O desejo é preciso e é suficiente.

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Podemos ter esse desejo mesmo que ainda não tenhamos parado de incorrer em débitos sem
garantia, às vezes ainda antes de estarmos totalmente dispostos a parar. Nosso desejo nos
traz ao grupo, onde podemos encontrar a vontade de nos recuperar.

Enquanto membros de Devedores Anônimos, trabalhamos juntos para garantir que


nossos grupos não passem a ninguém a impressão de que há quaisquer outras qualificações
para se tornar membro. Não adotamos quaisquer práticas que suplantem a Terceira Tradição.
Evitamos qualquer hierarquia real ou implícita entre os membros baseada em renda, nível
de endividamento, ou progresso em trabalhar o programa. Alguns membros de D.A.
pertencem a outros grupos do Programas de Doze Passos e grupos de apoio relacionados a
dinheiro. Tais membros geralmente acham necessário colocar essas experiências de lado
quando partilham nas reuniões de D.A. Fazer isso ajuda a evitar confusões entre os recém-
chegados, que poderiam supor que experiência em outros programas é parte dos requisitos
para ser membro de Devedores Anônimos.

Assim como fomos recebidos com aceitação quando viemos para o D.A., somos
convocados a aceitar outros que nos procurem. O único requisito da nossa Irmandade nos
lembra que devemos esquecer os preconceitos em relação a nossos companheiros e aos
recém-chegados. Nós não somos julgados e não julgamos. Quando estamos desejosos de
criticar ou fazer intrigas sobre os outros, conversamos com nossos padrinhos e praticamos o
Décimo Passo. Mantemos o foco na nossa própria recuperação e na unidade de grupo.

Nós especialmente não pré-julgamos recém-chegados como se fosse improvável que


eles se beneficiem do D.A. Nós não prestamos serviços tais como, apadrinhamento e
reuniões de alívio de pressão somente para quem julgamos serem os mais merecedores.
Evitamos preconceitos com base em raça, etnia, idade, sexo, orientação sexual ou de gênero,
capacidade ou incapacidade, religião ou não religião, política, posição socioeconômica,
assim como outros fatores semelhantes. A única questão relevante é se o indivíduo tem o
desejo de parar de incorrer em débitos sem garantia. E cabe a cada um responder essa questão
por si mesmo.

Afinal, quais seriam as consequências de negar filiação àqueles que tem tal desejo e
procuram nossa ajuda? Se colocarmos outras restrições para se tornar membro, estaríamos
condenando alguns devedores à miséria e às demais consequências de práticas contínuas de
débitos sem garantia. O que teria sido de nossas próprias vidas se tivéssemos chegado ao
D.A. e encontrado as portas fechadas para nós? Que decepção teríamos causado aos outros

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e a nós mesmos, e que orientação espiritual e esperança teriam permanecido inacessíveis? É
evidente que poderíamos ter encontrado uma alternativa, assim como qualquer outro devedor
poderia, mas quem somos nós para erguer barreiras à recuperação de outra pessoa?

A partir do instante que desejamos parar de incorrer em débitos, a partir do instante


que declaramos pertencer ao D.A., escolhemos ser parte de algo maior do que nós mesmos.
Nos conectamos com outros e começamos a ver e ouvir semelhanças entre nós. Sem dúvida,
também encontraremos muitas diferenças, mas que se tornam menos importantes à medida
que escutamos as semelhanças e encontramos esperança. Nós reconhecemos que fomos
reunidos por nosso desejo em comum e mantidos juntos pela solução mútua encontrada nos
Passos, nas Ferramentas e na Irmandade de Devedores Anônimos. Quando expressamos
nosso desejo de parar de incorrer em débitos sem garantia, nós nos encaminhamos rumo à
liberdade.

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Quarta Tradição

Cada grupo deve ser autônomo exceto em assuntos


que afetem outros grupos ou o D.A. como um todo.

Muitos de nós devedores valorizamos a independência e não gostamos de que nos


digam o que fazer. Na Irmandade de Devedores Anônimos, não nos é dito o que fazer; nos
é dada a chance de progredir em nossa recuperação no nosso próprio ritmo e escolher quais
Passos, Ferramentas, e Tradições adotaremos, bem como o momento oportuno de adotá-los.
Ao mesmo tempo, começamos a perceber que alcançamos maior recuperação em nossas
vidas quando aceitamos as sugestões de nosso programa e a nossa necessidade de interagir
com outros devedores — interação regular em reuniões e workshops, nas reuniões de alívio
de pressão, no apadrinhamento, usando o telefone e a internet. Essa interdependência é
fundamental para a nossa recuperação e é a antítese de nosso histórico pregresso ao D.A. de
tentar, sem sucesso, seguir sozinhos, com frequência em isolamento profundo.

A Quarta tradição nos diz que isso também é verdade para nossos grupos de D.A.
Autonomia, que é outro princípio central para a vida de qualquer grupo de Devedores
Anônimos, é balanceada pela nossa responsabilidade para com outros grupos e a Irmandade
como um todo.

Em todas as questões que afetam apenas um grupo de D.A. em particular, esse grupo
é totalmente autônomo. Decisões ficam a cargo da coincidência do grupo. Embora as
diretrizes do grupo como expressas nas Tradições, Conceitos, literatura de serviço de D.A.,
incluindo o Manual de Serviço de Devedores Anônimos, forneçam sugestões que ajudam na
tomada de decisões dos grupos, cada grupo é livre para escolher como implementá-las. A
única exceção a isso é quando a decisão do grupo tem um impacto sobre outros grupos de
D.A. ou sobre o Devedores Anônimos como um todo.

Cada grupo escolhe o lugar e horário de sua reunião, seus formatos específicos, tais
como quanto tempo será gasto na leitura, partilhas e assim por diante. Em algumas reuniões,
membros leem e discutem um dos Doze Passos a cada semana. Outras reuniões começam
com um membro partilhando a sua história de recuperação, ou com membros escolhendo
uma tradição, ferramenta, ou outro tópico para discussão. Outros ainda começam com uma

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leitura da literatura de D.A. e reflexão sobre como isso guia sua recuperação. Cada grupo
escolhe a seleção e quantidade do seu estoque de literatura de D.A. aprovada em Conferência
Mundial. Cada grupo desenvolve seu próprio Plano de Gastos e elege seus próprios
servidores de confiança, e cada grupo pode escolher com que frequência realizar reuniões
de serviço, bem como suas durações, e o modo como as decisões são tomadas.

Grupos de D.A. valorizam sua independência, e, ao mesmo tempo, grupos saudáveis


reconhecem sua essencial interconexão com outros grupos de D.A. e a Irmandade como um
todo. Qualquer grupo individual de D.A. tem muito a oferecer a seus membros e recém-
chegados, mas existem maneiras de servir aos membros que estão além do alcance de grupos
individuais. Expressões prontamente visíveis dessa necessidade de interdependência
incluem Intergrupos ou dias de irmandade local com oradores de D.A., workshops, reuniões
de alívio de pressão, e outras atividades de recuperação de D.A. Em muitos casos, são
necessários o serviço e os recursos de múltiplos grupos para oferecer tais eventos. Do mesmo
modo, a produção de literatura, uma potente ferramenta para levar à frente a mensagem de
recuperação de D.A., está além da capacidade de um grupo. Nenhum grupo sozinho tem
recursos para escrever, editar, publicar e distribuir literatura do programa, nem mesmo tem
acesso à consciência do grupo de toda Irmandade para aprovar a literatura. É necessário o
D.A. como um todo para realizar essa tarefa.

Menos evidente, mas igualmente importante, senão até mais, é a interdependência


que os grupos têm com os demais e com a Irmandade Mundial de D.A. — uma
interdependência que assume a forma de uma mensagem unificada de recuperação do débito
não importando onde o devedor esteja no mundo. Desse modo, a autonomia não se estende
a assuntos que afetam outros grupos de D.A. ou o D.A. como um todo. Cada grupo precisa
estar atento de sua responsabilidade não só para consigo mesmo e seus membros, mas
também para com o resto da Irmandade, e manter as reuniões focadas nos princípios do D.A.

Se um grupo institui uma política amplamente divergente das diretrizes sugeridas


pelo D.A., isso poderá ter efeitos profundamente negativos em como o D.A. é percebido;
pondo em questão se aqueles que precisam de recuperação nos procurariam e confiariam na
nossa experiência. Por exemplo, um grupo poderia decidir estabelecer requisitos para se
tornar membro. Suponhamos que um grupo declarasse que só devedores compulsivos que
utilizassem cartões de crédito seriam bem-vindos às reuniões. Membros ou recém-chegados
assistindo à reunião poderiam presumir que o D.A. é restrito àqueles que têm problemas com

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cartões de crédito. E se não se encaixassem nessa descrição, eles poderiam perder as
esperanças de encontrar ajuda no D.A. Isso afetaria o D.A. como um todo e estaria em
conflito com a Terceira Tradição.

Do mesmo modo, vamos supor que um grupo escolha ter consultores financeiros
dando palestras. Esses oradores hipotéticos podem ter boas informações, e membros do D.A.
podem, assim como qualquer um, procurar tais informações para si por conta própria.
Contudo, discutir abordagens distintas das abordagens do D.A. poderia confundir os
companheiros, em especial os recém-chegados, que, provavelmente em detrimento próprio,
poderiam ter impressão de que é política do D.A. seguir o conselho dos oradores. Nesse caso,
não seria difícil culpar o D.A. por problemas decorrentes, o que mancharia a reputação
pública do D.A. e ter-se-ia menos chances de se alcançar o devedor que ainda sofre.

Os grupos de D.A. que dispõem e leem literatura não aprovada na Conferência


Mundial ou permitem partilhas baseadas nas literaturas não aprovadas também criam
confusões e dão uma má impressão de como o D.A. funciona. Embora a literatura de fora
possa ter um grande valor, o local apropriado para ela é fora do D.A. Além disso, produção
individual ou local e a distribuição da “literatura de D.A.” escrita por membros ou grupos
locais de D.A. podem comprometer profundamente a mensagem do Devedores Anônimos e
minar a unidade do grupo e da Irmandade. Além disso, pode dar aos recém-chegados uma
perspectiva enviesada de quem somos e o que temos para oferecer. Adequadamente, é vital
para a integridade e longevidade do D.A. que sua literatura seja escrita e aprovada a partir
do processo de aprovação do Comitê de Conferência Mundial de Literatura.

A autonomia do grupo, e a visão dos melhores interesses da Irmandade de D.A. como


um todo, fornece a cada grupo um equilíbrio entre liberdade e responsabilidade. Esse
equilíbrio fortalece a base da recuperação para todos nossos membros e nos ajuda a realizar
nosso propósito primordial.

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Quinta Tradição

Cada grupo possui apenas um único propósito — levar


sua mensagem ao devedor que ainda sofre.

A Quinta Tradição é inequívoca. A mensagem passada por nossos grupos é a de que


existe outra forma de viver; essa forma são os Doze Passos de Devedores Anônimos. Todo
grupo de Devedores Anônimos existe para levar a mensagem do D.A. de esperança e
recuperação para qualquer indivíduo que deseje se libertar do endividamento. Nós
aproveitamos todas as oportunidades nas nossas reuniões para partilhar a mensagem de que
encontramos uma solução espiritual para o nosso problema em comum, e que, por
vivenciarmos a solução, nós deixamos de incorrer em novos débitos sem garantia e nos
libertamos para seguir em direção à vida que desejamos. Nós também deixamos evidente
que essa solução está disponível para qualquer um que venha à sua busca.

É vital à saúde, e mesmo à própria existência de nossos grupos, que mantenhamos a


integridade de nosso propósito primordial. Incluir outras questões em nosso propósito
comprometeria profundamente nossa capacidade de levar adiante a nossa mensagem de
recuperação em doze passos. Em vista disso, é importante não passarmos a impressão de que
nossos grupos são especializados em qualquer outro assunto que não a recuperação em
relação a débitos sem garantia. Há muitos recursos externos disponíveis para aqueles que
desejam aprender técnicas de administração financeira, estratégias de negócios ou métodos
de redução de dívidas. O D.A. não tem opinião sobre tais recursos. Em vez disso, procuramos
oferecer uma coisa diferente: uma solução espiritual que atinge e liberta os
condicionamentos espirituais subjacentes à prática do débito. Nós oferecemos isso
especificamente ao devedor que ainda sofre — o indivíduo incapaz de viver de acordo com
seus recursos e cuja vida se tornou ingovernável.

Qualquer um que nos aborda pode se questionar: qual a perspectiva? Como esse
grupo se beneficia ao ajudar outra pessoa? A resposta se encontra no Décimo Segundo Passo.
Cumprir o propósito primordial do grupo é uma das chaves para a recuperação individual de
cada membro de D.A., não apenas daquele que é novo. É absolutamente essencial que
membros partilhem com assiduidade sua experiência, força e esperança com aqueles que

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buscam ajuda, pois o caminho espiritual para a liberdade em relação à compulsão em débitos
não possui um ponto final e depende de sempre partilharmos nossa recuperação.

Antes de chegarmos ao D.A., éramos egoístas. Insistíamos em nossos problemas,


nossos medos, e nossa perceptível necessidade por mais e mais, a despeito do verdadeiro
preço. Cada oportunidade de partilhar o que encontramos no D.A. é uma chance de substituir
nosso egoísmo por cuidado e atitude positiva. Isso estimula gratidão e humildade, que em
troca ajuda a assegurar contínua liberdade em relação ao débito.

Quando afirmamos com toda a sinceridade que não temos outra intenção além de
manter nossa própria recuperação na medida em que a partilhamos, nossos grupos
transmitem muito mais confiança. Além disso, usamos veículos para ajudar os outros através
de uma combinação de ações espirituais e práticas pelas quais novos membros também
podem encontrar a liberdade em relação ao débito. Recém-chegados já conhecem algo do
pesar de viver compulsivamente além de seus próprios recursos: a insanidade de querer parar
sem conseguir fazê-lo, o caos financeiro, as relações despedaçadas, a vergonha, a auto
aversão, talvez até fracasso profissional, encarceramento, ou tentativas de suicídio. Quando
esses recém-chegados vêm às nossas reuniões, eles aprendem que nós também estivemos lá
e encontramos uma saída.

O modo como partilhamos nas reuniões afeta a capacidade de nosso grupo de ajudar
outros devedores. Reuniões de grupo permitem que, aqueles entre nós que trabalharam os
Doze Passos e não mais incorrem em novos débitos sem garantia, possam transmitir nossas
histórias de recuperação e expliquem como a utilização dos Passos e das Ferramentas
transformaram suas vidas. Até mesmo aqueles entre nós que são recentes no caminho para a
recuperação podem inspirar outros ao partilharem seus respectivos progressos. Focamos no
modo como nos recuperamos através dos Passos e Ferramentas e como utilizamos as
Tradições em nossas reuniões em vez de nos afligirmos com personalidades, controvérsias,
socializações, ou uma longa repetição de elogios. É vital que comuniquemos nossa
experiência, força e esperança. Certamente nós podemos passar por dificuldades, e sabemos
que honestidade é essencial para a recuperação. Apesar disso, para encontrar esperança, o
recém-chegado precisa ouvir mais do que nossos problemas. Todos os membros se
beneficiam quando nós equilibramos a partilha de nossos desafios com a partilha de nossas
soluções espirituais e atitudes positivas.

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O tempo concernente às reuniões é igualmente importante. Em alguns grupos, uma
reunião direcionada aos recém-chegados é oferecida, ou então há um companheiro
designado para recebê-los, embora seja responsabilidade de cada membro acolher os novos
integrantes ou aqueles que estão com dificuldades. Nós dedicamos algum tempo antes e
depois das reuniões para receber os novos visitantes e uns aos outros; nós convidamos
aqueles que ainda sofrem para continuar voltando às reuniões. Nós acreditamos que isso
encoraja muito mais que simplesmente impor conselhos ou autoridade. A Quinta Tradição
transmite as decisões da Irmandade sobre o conteúdo da literatura de D.A. Nos primórdios
da Irmandade, era comum disponibilizar e vender nas reuniões livros não D.A., mas muito
mudou desde então. Hoje, através dos esforços da Conferência Mundial de Serviço (GMS)
e do Conselho Geral de Serviço (CGS), a Irmandade escreve, aprova e publica uma vasta
literatura focada tanto em como nós devedores deixamos de incorrer em novos débitos sem
garantia quanto nos benefícios espirituais e financeiros decorrentes disso. O D.A. também
publica material de serviço, impresso e online, que reflete as orientações das Tradições, dos
Conceitos e das comissões de GMS e CGS.

A experiência do D.A. evidencia que disponibilizar livros e panfletos que não os


aprovados pela GMS, vai de encontro ao nosso propósito primordial. Descobrimos que
promover literatura não D.A. nubla a mensagem de como nos recuperamos e do que é a
recuperação de D.A. Por contraste, a literatura aprovada em Conferência apresenta
consistentemente a consciência da Irmandade como um todo sobre o que é a recuperação e
como ela pode ser obtida.

Fora dos grupos, os membros são, naturalmente, livres para utilizar quaisquer livros,
sites, workshops, ou outros recursos que acharem úteis. Nas reuniões do D.A., no entanto, o
foco reside nos Doze Passos, nas Doze Tradições, nas Doze Ferramentas e nas Doze
Promessas.

Nosso propósito primordial serve de guia e pedra de toque em nossas reuniões de


negócios e nos inventários de grupo (um processo formal pelo qual um grupo leva a cabo
seu próprio inventário de Quarto Passo). Cada um oferece uma oportunidade para os
membros avaliarem se o grupo está fazendo tudo o que pode para levar adiante a mensagem.
Se reconhecermos que desviamos nossos recursos e atenções, nós podemos levar o assunto
à consciência de grupo a fim de buscar soluções. Por exemplo, membros podem expressar
preocupação sobre o que está sendo partilhado nas reuniões. Se o foco é restrito

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completamente às dívidas e aos dramas de cada pessoa presente, ou se a reunião se tornou
um espaço de socialização, é improvável que a mensagem de recuperação esteja sendo
levada adiante. Como uma solução, o grupo pode adotar uma declaração para ser lida a cada
reunião, enfatizando a importância de cada membro partilhar as soluções que encontrou em
Devedores Anônimos.

Finalmente, há um equilíbrio delicado entre autonomia de grupo tal como descrita na


Quarta Tradição e fidelidade ao nosso propósito primordial. Cada grupo é convidado a
realizar suas reuniões como seus membros escolherem, desde que suas escolhas não afetem
outros grupos de D.A. como um todo. Apesar disso, quando um grupo de D.A. perde o foco
propósito primordial, ele põe em risco a recuperação de seus membros, bem como de futuros
membros em potencial. Como sempre, compreensão e unicidade de propósito são nossas
guias.

A ajuda estava disponível para nós quando estávamos sofrendo. Como membros
individuais e como grupos de D.A., nós desejamos e precisamos disponibilizar a mesma
ajuda aos outros. Permanecer focados na essência de nosso programa é fundamental para a
recuperação individual, para a unidade do D.A., para o propósito de nossos grupos e para
manter a Irmandade de Devedores Anônimos como um lugar onde aqueles que ainda sofrem
podem se libertar da compulsão devastadora e do hábito de se endividar.

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Sexta Tradição

Um grupo de D.A. não deve nunca endossar, financiar, ou emprestar o nome do D.A. para
nenhuma entidade associada ou empreendimento externo a fim de que problemas de
dinheiro, bens ou prestígio não nos desviem de nosso propósito primordial.

O Devedores Anônimos não existe em um vácuo, nem desejamos que assim seja;
isolarmo-nos não é nem saudável nem prático. Ao mesmo tempo, o D.A. se acautela para
evitar a afiliação ou o endosso, direto ou indireto, as outras entidades. Nós fazemos isso a
fim de permanecermos fiéis ao propósito primordial de levar a mensagem adiante para o
devedor que ainda sofre. Deixar de tomar esse cuidado poderia facilmente enfraquecer a
mensagem do D.A. e, conforme a Sexta Tradição, incentivar controvérsias que poderiam
ameaçar nossa habilidade de partilhar aquilo que, com gratidão, recebemos na Primeira
Tradição do D.A., cuja mensagem central de unidade diz respeito a todas as Tradições; aqui
ela inspira o espírito e a prática da Sexta Tradição.

Não é preciso muita imaginação para perceber que qualquer grupo de indivíduos
bem-intencionados pode descambar em brigas, rivalidades e discórdia generalizada quando
dinheiro, bens e prestígio estão em jogo; de fato, isso acontece no mundo inteiro a todo
momento. É muito fácil perder o foco e colocar em risco o propósito essencial de um grupo
quando há qualquer um desses três elementos envolvidos. E é ainda mais fácil quando se
trata de devedores compulsivos, mesmo para aqueles com anos de solvência e de trabalho
nos Doze Passos. A recuperação traz sanidade e serenidade, porém não nos torna perfeitos.
Assim como em relação a débitos sem garantia ou a dispêndio excessivo, nós devedores
poderíamos ser facilmente seduzidos por promessas de prestígio, conquista e controle de
bens, ou pelo poder de atração de uma renda extra. Em vista disso, tanto os grupos
individuais quanto a Irmandade como um todo devem sempre buscar equilibrar visão com
humildade. Embora um passo em falso ou uma recaída em nossa própria recuperação não vá
afundar o grupo, o alinhamento do grupo a uma causa ou organização externa muito
provavelmente desviaria o grupo do propósito primordial do D.A., abalaria a unidade e até
mesmo ameaçaria a existência do grupo.

É óbvio, como um único grupo e como grupos individuais, o Devedores Anônimos


deve interagir com outras entidades. Nós não podemos manter reuniões presenciais sem
alugar um espaço ou oferecer reuniões online sem acesso à Internet. O Conselho de Serviços

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Gerais de Devedores Anônimos Inc. (o Conselho) é uma organização não governamental
agindo a serviço da Irmandade espiritual de Devedores Anônimos. Sendo assim, ele possui
responsabilidade legal e fiduciária pela Irmandade. Portanto, o Conselho controla contratos
e notas fiscais referentes aos mais variados serviços profissionais, dos quais muitos são
associados à nossa Conferência Mundial de Serviço. A Sexta Tradição fornece a orientação
necessária sobre como grupos e filiais de serviço podem conduzir negócios essenciais sem
se desviarem de nosso propósito primordial de levar adiante as mensagens.

Clareza é um de nossos lemas, e nós nos comprometemos com nosso propósito


primordial em parte porque somos muito transparentes em relação à não afiliação. Nós
evitamos não só a afiliação e o endosso reais como também aparentes. Quando alugamos um
espaço para reuniões, nós pagamos o aluguel padrão; não o fazer poderia sugerir que somos
afiliados ao centro comunitário, clube ou centro religioso que nos proveu o espaço. Quando
partilhamos nas reuniões, evitamos nomear ou discutir livros não aprovados em Conferência,
bem como pacotes de software, companhias, instituições, consultores ou coaches, a fim de
que os iniciantes em nossa Irmandade não deduzam que o D.A. endossa esses produtos ou
indivíduos. Do mesmo modo, se somos membros de outras irmandades do Programa de Doze
Passos, nós nos concentramos em dar nosso depoimento pela abordagem do D.A., mantendo
a mensagem de Devedores Anônimos evidente para todos os membros e visitantes. Se nós
encontramos um ótimo lugar para comprar mercadorias básicas por um preço incrível, nós
evitamos mencionar o nome da loja na reunião.

Às vezes, para membros ou pessoas fora do D.A. os princípios da Sexta Tradição


podem parecer demasiadamente limitantes e pouco práticos. Membros do D.A. que, por
meio dos Passos e Ferramentas, alcançaram um modo espiritual de vida e a liberdade em
relação à prática de incorrer em débitos sem garantia são ávidos por partilhar a mensagem
do D.A. do modo mais livre possível. Eles pensam: “Não faria sentido que nossos grupos se
aliassem a terapeutas ou consultores financeiros que já recomendam seus clientes ao D.A.,
ou então que financiassem candidatos políticos que possuam visões “esclarecidas” em
relação à educação financeira?”; a Sexta Tradição não corrobora essas ações. Endosso ou
financiamento de qualquer entidade externa à Irmandade iria certamente influenciar na
imagem pública do D.A., e não podemos arriscar perder aqueles que poderiam receber ajuda
do D.A., ou os que deixariam de indicar novos membros ao D.A. por discordarem das visões
e práticas dessas entidades externas.

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Além disso, se um grupo de D.A. acumulasse dinheiro e financiasse uma entidade
particular, e se essa entidade depois terminasse envolvida em atividades questionáveis, a
reputação do D.A. poderia ser seriamente prejudicada. Se um grupo endossasse uma petição
para frear certa prática de empréstimo, ou emprestasse seu nome para campanhas
publicitárias alertando para os perigos das dívidas, o público-alvo poderia concluir que o
Devedores Anônimos é uma organização de defesa de direitos em vez de uma irmandade de
recuperação cujo propósito primordial é ajudar indivíduos a não incorrerem em dívidas só
por hoje. Qualquer uma dessas percepções errôneas poderia reduzir a probabilidade de
devedores ainda em sofrimento nos procurarem em busca de ajuda. Se nós nos afiliarmos a
outras entidades, mesmo que pelos motivos mais nobres, nós exporemos a nós mesmos e à
nossa Irmandade a riscos inaceitáveis. Nossas intenções podem ser positivas, mas
implementá-las implica uma alta probabilidade de nos separarmos uns dos outros e de
futuros companheiros. Membros individuais, à parte da participação no D.A., podem
escolher integrar quaisquer causas de que sejam a favor desde que não utilizem o nome de
Devedores Anônimos ou busquem endosso de D.A. ou suporte financeiro.

No passado, grupos e Intergrupos já tiveram que enfrentar outros desafios menos


óbvios à nossa tradição de não afiliação. Todo ano, grupos e Intergrupos de Devedores
Anônimos enviam seus Representantes de Serviço Geral (RSGs) e Representantes de
Serviço Intergrupo (RSIs) para a Conferência de Serviço Mundial. O grupo ou Intergrupo é
responsável por arcar com os custos da viagem do representante, naturalmente sem incorrer
em débitos sem garantia. Em uma região, alguns grupos decidiram trabalhar juntos para
organizar um evento beneficente, cuja principal atração seria um palestrante não D.A.; os
proventos do evento seriam utilizados para enviar o representante para a Conferência.
Alguns membros objetaram, atestando que o evento, embora bem-intencionado, poderia
facilmente ser interpretado como um endosso da visão do palestrante. Felizmente, os grupos
concordaram e o evento foi cancelado.

Um outro grupo seguiu a Sexta Tradição e seu princípio de não endosso quando
concordou que qualquer atividade que pudesse ser interpretada como autopropaganda ou
promoção de um evento externo, como por exemplo a distribuição de cartões de negócios,
flyers ou broches, só poderia ocorrer a certa distância da sala de reunião, mesmo que os
serviços e produtos ofertados fossem compatíveis com a recuperação nos moldes do D.A.
Em qualquer reunião de D.A., a ênfase deve residir na recuperação, não em propaganda. Nós
somos bombardeados com propagandas fora de nossas salas de reunião e esperamos ter uma

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trégua em relação à retórica comercial em nossos encontros. Saber que alguém pode tentar
nos vender alguma coisa em uma reunião de D.A. poderia com certeza nos dissuadir de
comparecer.

A Sexta Tradição orienta os grupos para que fiquem atentos às questões de autonomia
e influência externa.

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Sétima Tradição

Cada grupo de D.A. deve ser totalmente autossustentável,


recusando contribuições externas.

Quando deixamos de incorrer em débitos sem garantia, nos tornamos responsáveis


financeiramente, suprindo as nossas necessidades atuais com renda e ativos correntes. Essa
autossuficiência conduz ao autorrespeito e se funda em acreditar na programação do
Devedores Anônimos, em um Poder superior a nós e, com o passar do tempo, em nós
mesmos. Por gratidão a essa transformação e a nossas reuniões, depositamos dinheiro na
cesta quando ela circula pela sala. Nós também nos voluntariamos para ocupar encargos de
serviço vacantes, sem esquecer que independência não é apenas uma questão de dinheiro.

Porque todas as instâncias de nossa Irmandade são totalmente autossustentáveis, é


preciso que cada membro do D.A. contribua de acordo com a sua respectiva possibilidade.
Quando experimentamos a prosperidade, um modo de demonstrar gratidão é contribuir
generosamente nas reuniões de D.A. Alguns membros enviam contribuições individuais
regulares para o Escritório de Serviço Geral (ESG). Grandes ou pequenas, essas
contribuições são incluídas nos planos de gastos. Se estamos passando por dificuldades
financeiras, cada contribuição que fazemos, independentemente da quantia, é um ato de
confiança em um Poder Superior a nós mesmos.

De modo semelhante, para garantir que o D.A. continue disponível para nós e para
os demais, além da oferta monetária nós contribuímos com o D.A. por meio da prestação de
serviço. Nosso tempo e energia fazem a diferença por levarem adiante a mensagem para o
devedor compulsivo que ainda sofre, bem como por manterem um programa saudável para
os membros existentes. Se o plano de gastos de um companheiro tem pouco espaço para as
contribuições da Sétima Tradição, o companheiro poderia considerar aumentar sua carga de
serviço.

Em nível de grupo, durante as reuniões mensais de negócios, os grupos discutem e


deliberam sobre como utilizarão os recursos da Sétima Tradição que eles obtiveram. Os
companheiros recebem um relatório do Tesoureiro contendo as receitas e despesas, e eles
prudentemente tratam de quaisquer questões que poderiam afetar a saúde financeira do

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grupo. Atuando através de seu Tesoureiro, o grupo paga as despesas relativas às reuniões,
que, em caso de encontros presenciais, geralmente incluem aluguel, literatura e quaisquer
provisões que o grupo possa precisar. Reuniões por telefone ou online podem custar as tarifas
padrões pelos serviços de telefone e acesso à Internet.

Além de uma reserva de emergência, que em geral equivale à soma de três meses de
despesas, o grupo não retém recursos excedentes. O D.A. recomenda que os fundos
remanescentes sejam direcionados para sustentar a estrutura de serviço do D.A., conforme o
plano de gastos do grupo e as orientações sugeridas pelo D.A. Em intervalos regulares, em
regra mensal ou trimestralmente, o Tesoureiro envia os fundos excedentes do grupo para o
Intergrupo e/ou o ESG.

Adicionalmente aos fundos regulares da Sétima Tradição, muitos grupos reservam


uma porcentagem de suas receitas (ou passam uma segunda cesta) a fim de reunir recursos
para enviar anualmente seus respectivos representantes à Conferência Mundial de Serviço
(CMS).

Funções e atividades apoiadas por Intergrupos podem incluir: sediar workshops ou


dias da Irmandade; atualizar listas de grupos na região; manter linhas emergenciais ou linhas
para prestação de informações; criar e atualizar sites locais de D.A.; anunciar as atividades
locais de D.A.; e distribuir materiais de informação pública. Adicionalmente, alguns
Intergrupos colaboram para a abertura de novas reuniões com financiamento inicial para o
aluguel e a literatura, enquanto outros fornecem bolsas para incentivar o comparecimento na
CMS.

O Escritório de Serviço Geral (ESG), que costuma ser o primeiro ponto de contato
do devedor compulsivo com o D.A., administra muitas funções de apoio aos grupos de D.A.
e seus membros. O ESG recebe as contribuições dos muitos indivíduos e grupos; processa
os pedidos de aquisição de literatura; mantém uma lista mundial de reuniões cadastradas;
executa a maior parte do trabalho necessário para organizar anualmente a Conferência
Mundial de Serviço, assim como realiza tarefas administrativas para apoiar o Conselho de
Serviço Geral (CSG) e a Irmandade como um todo.

Tais funções necessitam de funcionários, inclusive de um gerente, bem como de um


escritório físico e todos os gastos que dele decorrerem (aluguel, equipamento, acessórios
etc.). Em relação aos funcionários, o D.A. se esforça, segundo o espírito de autossuficiência,
para oferecer uma compensação que seja comensurável com os deveres e habilidades de cada
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funcionário, empreendendo todo o esforço possível para se adequar aos princípios de
estabilidade financeira e abundância na hora de montar o plano de gastos da Irmandade e de
realizar o pagamento dos funcionários e dos autônomos contratados.

O Conselho Mundial de Serviço, investido pelos grupos da autoridade operacional e


administrativa da Irmandade, é composto de voluntários que realizam muitas horas de
serviço a fim de dar suporte ao D.A. Em coordenação com os comitês e convenções da
Conferência Mundial de Serviço, o Conselho supervisiona a produção e publicação de
literatura de D.A., incluindo a tradução de certa literatura do inglês para outras línguas. O
Conselho também supervisiona a manutenção do site do D.A., que é um recurso vital para
devedores em todo o mundo, tanto aqueles em recuperação quanto aqueles à procura de uma
solução espiritual. O Conselho Mundial de Serviço administra as finanças da Irmandade,
inclusive a manutenção de reservas financeiras adequadas. Como uma entidade legal que
presta contas à Irmandade, o Conselho protege os direitos autorais do D.A. e garante que as
responsabilidades legais do D.A. frente a outras entidades sejam cumpridas.

A fim de auxiliá-los a conduzir essas e outras funções, o Conselho contrata e custeia


alguns profissionais, dentre os quais contadores, advogados, escritores, editores e designers
gráficos. Além de chamadas por conferência ao longo do ano para trata de negócios, os
membros do Conselho Mundial de Serviço se reúnem pessoalmente duas vezes ao ano. A
Irmandade é responsável pelas passagens, alimentação, hospedagem e gastos gerais
associados a essas reuniões. Todas as funções do Conselho são sustentadas por nossos
membros; nós não solicitamos nem aceitamos contribuições externas.

Finalmente, o meio pelo qual se acessa a vontade coletiva da Irmandade é a


Conferência Mundial de Serviço, onde anualmente se reúnem Representantes de Serviços
Gerais (RSGs) e Representantes de Serviços Intergrupo (RSIs) de todo o mundo, além dos
membros do Conselho Mundial de Serviço. Para a maioria dos RSGs e RSIs, os gastos
associados à conferência, tais como registro, alimentação, viagem e hospedagem são
custeados pelos respectivos grupos que eles representam. Além disso, durante o ano da
conferência, os comitês e comissões de CMS com frequência incorrem em custos
operacionais e de projeto. Tais custos estão cobertos pelo plano de gastos da Irmandade, que
é desenvolvido pelo CMS.

Como uma expressão da confiança de que um Poder Superior a nós mesmos está a
sustentar o D.A., tomamos atitudes em alinhamento com essa crença. Grupos de D.A.,

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Intergrupos e o CMS registram suas despesas e formulam planos de gastos e planos de ação,
que são revisados de acordo com a necessidade de refletir as mudanças de cenário. Cada
uma dessas instâncias aloca fundos a fim de manter uma reserva prudente para cobrir
despesas básicas, caso haja períodos de receita insuficiente.

Considerando todas as atividades conduzidas em nome da Irmandade, e os custos


necessários para financiá-las, pode ser de fato tentador aceitar contribuições externas. Afinal,
o D.A. não está realizando um bom trabalho na comunidade, fazendo a diferença na vida dos
devedores compulsivos e reduzindo o fardo sobre a economia local? Se um membro da
comunidade ou uma organização deseja nos apoiar com contribuições financeiras ou
materiais, por que não as aceitar e tirar o melhor disso? Ao recusar esses presentes, não
estamos agindo por privação — dizendo não ao dinheiro? A resposta para tais perguntas é a
um só tempo espiritual e prática.

Espiritualmente, se fôssemos aceitar ofertas de fora do D.A., seria extremamente fácil


depositarmos nossa confiança na fonte dessas ofertas em vez de em um Poder Superior. Com
o tempo, isso poderia muito bem abalar nossas práticas prudentes assim como nossa
orientação espiritual, fazendo com que a Irmandade se desencaminhe.

Existem também razões práticas para recusar contribuições externas. Lembremos


como, quando estávamos vivendo compulsivamente além de nossos recursos, nós nos
colocávamos em situações que nos deixavam em dívida com outros. Então, por vergonha de
nossa dívida, nós às vezes agíamos com um excessivo senso de obrigação. Enquanto uma
irmandade, nós não podemos arriscar colocar o D.A. nessa posição. Pessoas que realizam
contribuições de caridade, especialmente quando substanciais, com frequência esperam
alguma declaração a respeito de como esses recursos são empregados. Embora bem-
intencionados, indivíduos ou organizações externas que pudessem contribuir com o D.A.
não necessariamente partilhariam do nosso comprometimento profundo com nosso
propósito primordial, tampouco compreenderiam nossa abordagem espiritual para com a
recuperação, nem mesmo entenderiam os fatores que levam à compulsão por dívidas. Aderir
à influência desses contribuintes externos iria certamente comprometer nosso propósito
primordial, e recusar essa influência poderia causar conflitos que nos distrairiam e nos
afastariam de nossa recuperação e de levar a mensagem adiante. Manter nossa independência
financeira nos dá a liberdade para focar naquilo que é mais importante.

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Devemos lembrar também que falhar em viver conforme a Sétima Tradição afeta
nossa capacidade de seguir a Sexta Tradição, já que aceitar doações externas pode sugerir
que endossamos a pessoa ou entidade que realiza a contribuição. Ao recebermos ofertas de
contribuições, nós expressamos nosso apreço, porém educadamente recusamos aceitá-las.
Nós informamos a pessoa ou organização que a melhor contribuição que se pode fazer ao
D.A. é passar adiante a mensagem de que estamos aqui, aptos e prontos para ajudar aqueles
em busca de uma solução para o endividamento compulsivo.

Recusar ofertas de contribuições monetárias é um caso bastante evidente, contudo há


situações menos óbvias em que nós também devemos preservar nosso princípio de
autossuficiência. Nossos Intergrupos não defendem a fotocópia gratuita, nosso ESG não
solicita hospedagem gratuita do site de D.A., e nosso Conselho não demanda que serviços
contábeis ou jurídicos sejam prestados como doações. Existem muitos outros exemplos; o
ponto é que nós não esperamos nem aceitamos doações externas em dinheiro ou em gêneros.
Nós pagamos por nossa independência.

Em nível de reuniões, o que acontece quando um grupo é novo, tem poucos membros
ou está passando por dificuldades por alguma outra razão? Quando uma instalação oferece
uma sala de reunião gratuita, não faz sentido aceitar? Não para nós devedores. Nós não
queremos que o dono da sala tenha poder de influência sobre quem vai comparecer às nossas
reuniões, nem queremos dar a entender que somos vinculados a hospital, igreja, ou seja qual
for a entidade que provenha o espaço.

Permanece importante, mesmo nessa situação, procurar soluções recorrendo à


consciência de grupo e a um Poder Superior, não a um doador. Embora cada grupo seja
autônomo e a decisão final caiba à consciência coletiva, as Tradições do D.A. nos lembram
de encontrar uma solução autossuficiente. O que muitos grupos novos têm feito é realizar a
reunião em um local que ofereça o espaço gratuitamente, mas fazendo contribuições mensais
voluntárias à instalação como “aluguel”. Essas contribuições podem ser bem pequenas no
início e, ainda assim, elas representam o comprometimento do grupo em ser autossuficiente.

Assim como fazemos com nossos planos de gastos pessoais, um novo grupo também
pode começar a estruturar uma reserva de emergência imediatamente, mesmo que uma
parcela mínima seja reservada. Gradualmente, conforme as doações continuem, o grupo
pode estabelecer fundos para todas as suas necessidades básicas, tal como literatura e outros
suprimentos. Grupos novos podem conseguir assistência inicial para aluguel e literatura de

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seu respectivo Intergrupo, caso o Intergrupo tenha um plano de gastos que permita o auxílio
à formação de novos grupos de D.A.

No D.A., nós aprendemos que não existe conflito entre dinheiro e espiritualidade
desperdício de nosso tempo, energia e espiritualidade. De fato, são coisas conexas, quando
nossas decisões financeiras e compromisso de serviço são orientados pela nossa prática
espiritual — quando nós “praticamos esses princípios em todos os âmbitos de nossas vidas”
— nossa recuperação individual e a saúde financeira e espiritual de nossos grupos é
continuamente fortalecida, assim como nosso relacionamento com um Poder Superior a nós.
Quando agimos por confiança e gratidão ao fazer contribuições monetárias e doar nosso
tempo para cuidar dos assuntos do D.A., nós ajudamos a manter as portas do Devedores
Anônimos abertas para nós mesmos e para o próximo devedor em busca de um caminho
melhor.

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Oitava Tradição

O Devedores Anônimos deve permanecer para sempre não profissionalizado,


mas nossos centros de serviço podem empregar profissionais especializados.

Quando recém-chegados estabelecem um contato inicial com o D.A. — seja por


telefone, Internet, ou presencialmente —, eles normalmente não têm ideia do que esperar.
Alguns são céticos em relação às nossas motivações ou julgam que não compreenderemos a
dor e o desespero do endividamento compulsivo. Quando eles escutam ou leem nossas
experiências, percebem que nós compreendemos melhor do que qualquer um justamente
porque nós mesmos estivemos naquela situação. Essa percepção não só permite que os
recém-chegados saibam que não estão sozinhos como também os ajuda a se libertarem da
vergonha e da culpa, dando-lhes a esperança de que também eles podem encontrar a saída.
Desse modo, abre o caminho para a confiança no processo da recuperação.

O fato de nós, devedores, sermos especialistas apenas na nossa própria trajetória de


endividamento e recuperação, é essencial para a nossa capacidade de ajudar os recém-
chegados e outros membros. Nossa experiência de endividamento e recuperação é a única
coisa que nos torna úteis. Tudo o que nós partilhamos é oferecido com o espírito de serviço
e com o saber de que nós mantemos o que possuímos ao dar aos outros. Nossa única
recompensa toma a forma de recuperação contínua e crescimento espiritual. Ninguém jamais
é recompensado financeiramente por atuar como um ajudante fiel, por apadrinhar nem por
participar em reuniões de alívio de pressão. Isso diferencia o D.A. de entidades que não se
fundamentam nos Doze Passos e cobram por serviços financeiros e de consultoria.
Remunerar companheiros para que realizem o trabalho dos Doze Passos poderia
comprometer nossa unidade e interferir no desenvolvimento da humildade invocada em
nosso Sétimo Passo e em todas as nossas Tradições. Isso poderia gerar desigualdade de status
não só entre os membros remunerados e os não remunerados, como também entre aqueles
que podem arcar com os serviços e aqueles que não podem. Isso poderia causar desavenças
sobre quem deve receber o pagamento e sobre a quantia fixada. Essas divergências seriam
incompatíveis com o espírito de humildade, igualdade e gratidão que é fundamental para a
nossa recuperação. Além disso, grande parte de nós acredita que problemas de classe social

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e status econômico já sejam desafiantes o suficiente fora de D.A.; não desejamos estimular
essas tensões também no seio de nossa Irmandade.

Nossa tradição de não profissionalismo também cria fronteiras seguras àqueles


membros cujas profissões nas áreas de finanças, direito, saúde mental (etc.) se relacionam
com os desafios e a recuperação de D.A. No âmbito da Irmandade, cada um de nós, inclusive
os profissionais, é antes e acima de tudo um devedor e um membro de D.A. Em vista disso,
tais profissionais normalmente acreditam que seja essencial para a respectiva recuperação
que deixem suas profissões “fora da sala de reunião”, evitando colocar o foco em suas
especialidades em detrimento da própria recuperação. Essa combinação de liberdade e
humildade dá a cada devedor, independentemente de sua profissão ou status, a chance de
encontrar um lar em D.A. Isso também estimula a igualdade e unidade, já que ninguém é
visto como mais experiente do que o outro, evitando-se assim debates sobre quem tem a
experiência profissional mais correta.

A Oitava Tradição permite ao D.A. empregar profissionais especializados a fim de


auxiliar nas funções de serviço da Irmandade. O D.A. firma diversos contratos para serviços
jurídicos, contábeis e literários. O D.A. possui funcionários que desempenham funções-
chave como a administração do Escritório de Serviço Geral (ESG). Isso tem sido importante
para o crescimento de Devedores Anônimos. Outrora, essas funções centralizadas do D.A.,
como processar os pedidos de aquisição de literatura e responder dúvidas, eram totalmente
executadas por voluntários. Com o tempo, ficou evidente que havia pouca gente tentando
dar conta de muita coisa, o que comprometia nossa capacidade de responder as necessidades
de nossos grupos e daqueles em busca de ajuda. O D.A. então abriu um escritório e contratou
um gerente de escritório de meio-expediente. Após um tempo, com mais crescimento e
planejamento cuidadoso finalmente foi possível a contratação de um gerente em tempo
integral para o ESG. Do mesmo modo, a escrita de toda a literatura de Devedores Anônimos
antes era feita por voluntários. Depois, o D.A. começou a contratar escritores que também
eram membros de D.A. para escrever livros e panfletos específicos. Tal contratação de
serviços profissionais permitiu ao D.A. produzir com constância um corpo crescente de
literatura de recuperação.

Somente um par de tarefas exige que o funcionário de D.A. seja um membro de


Devedores Anônimos. Uma é o primeiro contato com um companheiro em potencial, tal
como responder às ligações telefônicas e consultas online feitas por recém-chegados e

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recebidas pelo ESG. A outra é escrever e editar a literatura de D.A. Tendo em vista
queliteratura corporifica o programa de D.A., ela precisa ser produzida por pessoas que
tiveram a experiência da recuperação de D.A. Para todas as demais funções, o trabalhador
remunerado necessita apenas ter as habilidades apropriadas para a tarefa.

Para os membros de D.A. que são também terceirizados ou funcionários, é


fundamental diferenciar as obrigações profissionais e a recuperação pessoal. Sem dúvida, o
cumprimento das obrigações por parte de um empregado é tão benéfico para o devedor que
ainda sofre quanto a prestação de serviço. O empregado não é, contudo, remunerado para
realizar a prestação de serviço, mas apenas para arcar com as responsabilidades de seu cargo
remunerado. Também é importante que trabalhador permaneça na posição de “mais um
devedor como qualquer outro” quando estiver fora do âmbito de seu emprego. E,
obviamente, o emprego não substitui as reuniões nem o serviço de recuperação.

O fato de a Irmandade ter funcionários e terceirizados não exclui a necessidade de


que os membros de D.A. prestem serviço em todos os níveis, inclusive voluntariando-se para
o ESG. (Se moramos perto do ESG, nós podemos estabelecer um cronograma para
voluntariado. Se por acaso estivermos visitando a região, nós podemos passar para ajudar
por uma ou duas horas). O Devedores Anônimos certamente deixaria de existir se não
houvesse a prestação de serviço de seus membros, tanto por falta de mão de obra quanto
porque os membros não teriam como completar o Décimo Segundo Passo da recuperação.

A Irmandade de Devedores Anônimos é um organismo forte e interdependente. Ao


permanecer não profissional, cada um de nós pode nutrir com gratidão o crescimento
espiritual que se torna possível quando deixamos de incorrer em novos débitos sem garantia
um dia de cada vez. Cada nova pessoa que busca aliviar-se do fardo das dívidas e do
endividamento descobre que estamos aqui apenas para receber e passar adiante a dádiva da
recuperação, que todas as nossas atividades de serviço colaboram para esse propósito, e que
todo membro em recuperação se enriquece ao oferecer aos demais a dádiva da recuperação.

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Nona Tradição

O Devedores Anônimos, enquanto tal, jamais deve ser uma organização; mas nós podemos
criar conselhos ou comitês de serviço diretamente responsáveis por aqueles a que eles
servem.

Organização é uma característica chave da maioria das instituições, sejam elas


governamentais, acadêmicas, corporativas ou comunitárias. Toda instituição tem suas regras
e estruturas, suas políticas e procedimentos, sua cadeia de autoridade e responsabilidade. A
maioria apresenta um desenho institucional verticalizado, em que os que estão nos níveis
mais altos da organização dirigem os que se encontram abaixo. As relações entre indivíduos,
escritórios e divisões são explicitamente expressas ou implicitamente conhecidas. Aqueles
no comando possuem poder suficiente para determinar a direção, e porquanto
frequentemente também o sucesso, da instituição.

O Devedores Anônimos não segue essa estrutura hierárquica; em vez disso, a


Irmandade funciona de baixo para cima. Isso é claramente expresso em nossos Doze
Conceitos para o Serviço Mundial de D.A., que guiam a Irmandade como um todo. Do
mesmo modo, os Doze Passos orientam a recuperação individual e as Doze Tradições
orientam a unidade de grupo. O Primeiro Conceito declara: “A responsabilidade e autoridade
máximas no caso dos Serviços Mundiais do Devedores Anônimos devem sempre
permanecer sob a consciência coletiva de nossa Irmandade tal como expressas através dos
grupos de D.A.”, o que significa que a consciência de grupo dos respectivos membros orienta
a direção do D.A. e as ações do seu Conselho. Nós, membros de Devedores Anônimos não
pretendemos dizer que essa forma de organização é melhor que outras: nós estamos apenas
lembrando que ela funciona para nós.

Não é prático para os grupos e membros de D.A. dar conta de todas as funções
envolvidas em transmitir a mensagem. Algumas atividades devem ser centralizadas, por isso
nós formamos os Intergrupos, que conectam grupos a partir do meio ou da localização
geográfica. Nós também mantemos uma Conferência Mundial de Serviço (CMS), um
Conselho Geral de Serviço (CGS) compostos por voluntários fiéis devedores e não
devedores e um Escritório de Serviço Geral (ESG). Cada um deles, por sua vez, possui
comitês e subcomitês a fim de levar adiante o trabalho da Irmandade. Enquanto entidade
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legal, o Conselho possui um regulamento, o qual estabelece e orienta os procedimentos da
Conferência Mundial de Serviço (CMS)2. Apesar disso, todas essas entidades devem prestar
contas aos membros individuais e aos grupos de Devedores Anônimos.

Ao enviar representantes à CMS, grupos e intergrupos participam no estabelecimento


da consciência coletiva que orienta o trabalho do Conselho. Esses Representantes de Serviço
Geral (RSGs) e Representantes de Serviço Intergrupo (RSIs) garantem que seus grupos
estejam informados sobre as questões referentes ao D.A. como um todo e são responsáveis
por expressar a vontade dos grupos durante os procedimentos da CMS. Membros individuais
podem submeter ao ESG ideias e questões, que são distribuídas aos comitês de debate e à
consciência coletiva durante a CMS seguinte. Depois, o Conselho supervisiona as matérias
que tratam de políticas gerais, finanças e salvaguarda a fim de levar a cabo a vontade da
Irmandade tal como expressa na CMS, ao mesmo tempo em que delega a administração
cotidiana ao ESG. Durante todo o processo, o Devedores Anônimos é guiado por seu
propósito primordial, por suas Tradições e Conceitos, e por um Poder Superior que se
manifesta na consciência coletiva.

Embora tenhamos diretrizes, regulamentos e um estatuto, nós evitamos quaisquer


regras, condições, exercício e aparência de autoridade que possam limitar alguém que esteja
em busca de recuperação. Uma forma de fazer isso é respeitando o rodízio de encargos entre
os companheiros. Todos se beneficiam dessa prática porque os companheiros permanecem
em pé de igualdade, sem qualquer autoridade especial. O rodízio também colabora para
manter a vitalidade de nossa Irmandade enquanto o trabalho de D.A se perpetua. Nossos
grupos, Intergrupos, CSG e CMS se beneficiam imensamente da variedade de níveis de
experiência e perspectiva proporcionados por esse sistema de rodízio.

Ainda que alguns possam crer que esse arranjo resulte em caos, essa não tem sido a
nossa experiência. Nós compreendemos que, para os nossos propósitos, não é um sistema de
regras estritas e respectivas recompensas e punições que previnem o caos; em vez disso, é o
caráter único e especial de nosso propósito. Nós fomos libertados do vício do débito, e nossa
profunda gratidão, irmanada com a lembrança de nossas vidas antes do D.A., alimenta nosso
desejo de trabalharmos juntos em prol do bem da Irmandade e do companheiro que ainda
sofre.

2
Mais informações sobre o regulamento do CGS e a estrutura de serviço do D.A. estão disponíveis no Manual
de Serviço do Devedores Anônimos, que pode ser encomendado do ESG ou visualizado no website do D.A.
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A estrutura de serviço do D.A. é diretamente responsável por aqueles a que serve.
Isso cria uma espécie de responsabilidade recíproca, em que cada um de nós membros é
responsável por expressar qualquer questão em que possamos divergir dos princípios do
D.A. Se notamos que uma reunião ou comitê está agindo ou tomando decisões de modo
incompatível com nossas Tradições e Conceitos, nós alertamos à consciência coletiva para
que haja a devida consideração, normalmente por meio de uma reunião de negócios de grupo
ou Intergrupo ou, em nível de Serviço Mundial, através do procedimento Questões e
Considerações. Não temos necessidade de regras rígidas ou mecanismos para impô-las, mas
buscamos manter a transparência, enquanto indivíduos, grupos e conselhos de serviço.

Assim como o objetivo de cada companheiro de D.A. é a recuperação individual e


levar adiante a mensagem, o objetivo de cada conselho e comitê de serviço é garantir que a
recuperação esteja ao alcance daqueles que a procuram. Nosso propósito primordial é levado
a cabo diariamente em todos os níveis da prestação de serviço; cria-se, assim, uma rede de
recuperação cada vez mais ampla.

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Décima Tradição

O Devedores Anônimos não se posiciona diante de questões externas; logo, o nome do


D.A. jamais deve estar envolvido em controvérsias públicas.

O Devedores Anônimos existe para ajudar devedores a conquistar e manter a


recuperação em relação ao débito. Ao preservarmos nossa unidade e permanecermos
comprometidos com nosso propósito primordial, podemos oferecer nossa abordagem testada
e aprovada a devedores à beira do desespero — uma abordagem que conduz à sanidade e à
serenidade que se tornam possíveis quando paramos de incorrer em novos débitos sem
garantia.

A dádiva da recuperação em doze passos é preciosa para cada um de nós, então a


partilhamos livremente e zelamos por ela com cuidado. Um modo de salvaguardar nosso
programa — de mantê-lo viável e vivo — é evitar envolver nossa Irmandade em assuntos
externos. Guiados pela Décima Tradição, nós tomamos muito cuidado para evitar que o D.A.
se envolva em contendas, tal como poderiam ocorrer caso permitíssemos que qualquer parte
do D.A. se envolvesse em controvérsias públicas.

Conflitos em relacionamentos humanos é inevitável. Nenhum de nós enxerga o


mundo exatamente da mesma maneira, e a maioria de nós acredita que nossa forma de
encarar o mundo é correta e boa. Discordâncias triviais podem resultar em conflitos
significativos; quanto mais houver em jogo, mais tenderemos a defender nossas próprias
convicções. Seria fácil demais gerar rancor no âmbito da Irmandade se o Conselho de
Serviço Geral, a Conferência Mundial de Serviço, ou nossos Intergrupos tomassem
posicionamentos públicos em relação a algum assunto externo, especialmente em relação a
um assunto controverso, e nunca sabemos o que é controverso para alguém. Do mesmo
modo, poderíamos acabar nos envolvendo em conflitos com entidades que não são o D.A.,
resultando em má vontade e publicidade negativa. Não podemos arriscar que isso aconteça,
uma vez que a capacidade do D.A. de ajudar devedores depende de que sejamos um território
neutro, onde pessoas de todas as opiniões políticas e sociais podem se reunir a fim de
solucionar seu problema em comum. Além disso, se lidássemos com tais conflitos,
desviaríamos nossa atenção de nosso propósito primordial, colocando em risco tanto nossa
recuperação quanto nossa capacidade de ajudar os outros.
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Ademais, conflitos podem trazer consigo o desejo por controle, por fazer com que as
coisas se passem da maneira que nós acreditamos que devam acontecer. Isso vai de encontro
à Segunda Tradição, que nos lembra que um Poder Superior tal como expresso na
consciência coletiva é a nossa única fonte de autoridade.

Há quem sugira que existem assuntos externos em torno dos quais a Irmandade de
D.A. poderia encontrar unidade. O D.A. poderia se sentir tentado a emitir opinião sobre
práticas de empréstimos, finanças governamentais, investimentos, ou outros tópicos
financeiros. Não seria positivo para um grupo de D.A. ou para o D.A. como um todo oferecer
uma opinião eloquente e bem embasada que possa influenciar os legisladores? Isso seria uma
maneira de colaborar para a melhoria de muitas vidas, ao mesmo tempo em que
melhoraríamos a imagem de Devedores Anônimos e atrairíamos mais membros. Talvez à
primeira vista essa ação pareça desejável, mas, se observarmos com atenção, notaremos uma
série de desvantagens.

Membros que não concordem com a declaração pública feita em nome da Irmandade
do D.A. poderiam, por frustração, desistir do D.A. e ficar sem o suporte necessário para
evitar o débito compulsivo. Outros podem desejar expor pontos de vista divergentes nas
reuniões, o que poderia criar conflitos, o que em todo caso desviaria a atenção da busca por
uma solução espiritual para nosso problema em comum. E quanto aos recém-chegados que
procuram pelo D.A. em busca de ajuda e encontram os companheiros discutindo sobre
assuntos que nada têm a ver com a recuperação em relação ao débito. A experiência, a força
e a esperança que eles necessitam e desejam poderiam se perder em meio às disputas por
poder e controle. Do mesmo modo, aqueles que procuram ajuda podem até mesmo nunca
chegar a dar uma chance ao D.A. simplesmente por não concordarem com algum
posicionamento que a Irmandade assume publicamente em relação a um assunto externo.
Finalmente, qualquer recurso financeiro, tempo ou energia que pudéssemos direcionar a
assuntos externos nos distrairiam de nosso propósito primordial em vez de direcionar
adequadamente nossos recursos para levar a mensagem do D.A. àqueles que ainda sofrem.
Potenciais perturbações no compartilhamento de nossa mensagem de esperança e
recuperação não compensam quaisquer vantagens que possam decorrer da tomada de
posicionamento da Irmandade frente a alguma questão externa.

A participação em D.A. não limita o direito de ninguém de possuir opiniões e


defender causas. Na verdade, a recuperação dá a nós companheiros mais confiança e força

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para protestarmos por, trabalharmos em prol, ou contribuirmos para que consideramos
importante. Nós apenas precisamos lembrar que tais ações não devem estar vinculadas ao
nome de Devedores Anônimos ou serem levadas a cabo no âmbito de nossas reuniões, onde
nós estaríamos impondo nossas perspectivas às pessoas que estão em busca de recuperação.

Enquanto indivíduos e grupos, nós também precisamos evitar as manifestações mais


sutis que acabam introduzindo assuntos externos em nossos depoimentos. Por exemplo, um
companheiro pode se referir a suas crenças em relação a um assunto externo, tal como uma
doutrina religiosa, uma perspectiva política ou um programa financeiro. Independente da
intenção da pessoa, com essa expressão de opinião, outros companheiros podem se sentir
desconfortáveis ou inseguros porque o assunto referido vai de encontro às suas respectivas
convicções pessoais.

Se nos sentirmos confrontados por assuntos externos, podemos abandonar tais


distrações ao trazermos nosso foco de volta ao Passos, Tradições e Ferramentas do D.A.
Tendo em mente a presença na sala de reunião do recém-chegado ou do companheiro com
dificuldades, recolocamos o foco na recuperação — nossa experiência, força, e esperança —
a fim de criar um local seguro, respeitoso e acolhedor para qualquer um em busca de
recuperação do débito compulsivo.

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Décima Primeira Tradição
Nossa política de relações públicas é baseada em atração em vez de promoção;
precisamos sempre manter anonimato pessoal em nível de imprensa, radio e filmes.

Anonimato e atração sem promoção constitui o fundamento da política de relações


públicas em Devedores Anônimos. Nós, companheiros, observamos o anonimato; ou seja,
não revelamos simultaneamente nossa identidade e nossa afiliação ao D.A. em nível de
imprensa, TV, rádio, filmes, Internet (incluindo mídias sociais acessíveis ao público), ou
qualquer outra plataforma pública que venha a ser desenvolvida após este texto. Alcance
público é um requisito se pretendemos que a mensagem de esperança do D.A. atinja o maior
número de devedores possível. Aqueles que ainda sofrem por conta de endividamento
crônico ou compulsivo não podem nos encontrar se nunca tiverem ouvido falar do D.A.

Nossa Décima Primeira Tradição é tão importante que tem sido bastante debatida
pelos órgãos de serviço em Devedores Anônimos, o que resultou na publicação do Manual
de Informações Públicas para Devedores Anônimos, um guia para o trabalho de divulgação,
inclusive por meio da mídia e de instituições tais como hospitais e estabelecimentos
penitenciários. O guia está disponível em versão impressa e no site do D.A. O Manual de
Devedores Anônimos para Serviço inclui também orientações relativas à Informações
Públicas (IP). Essa política de relações públicas transparente nos permite partilhar a
mensagem do D.A. ao mesmo tempo em que salvaguardamos o D.A. de possíveis efeitos
adversos do compartilhamento de informações equivocadas por parte de companheiros bem-
intencionados.

Para auxiliar a transmissão da mensagem para fora do D.A., o Comitê de IP do


Conselho Geral de Serviço (CGS) oferece treinamento para contato com a mídia e sessões
informativas presenciais e à distância para companheiros interessados. Um membro que
tenha estudado o manual de IP que tenha recebido o treinamento e que esteja preparado para
colocar em prática as orientações de IP do D.A. encontra-se apto para prestar serviço como
Representante de Informações Públicas (RIP) de um grupo ou Intergrupo e interagir com a
mídia a fim de atrair mais pessoas para o D.A.

Há muitos locais e canais para atrair aqueles que podem se beneficiar do D.A. RIPs
treinados podem montar stands em feiras ou conferências relacionadas à saúde. Grupos

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publicam o endereço e o horário das reuniões em versões em calendários comunitários
impressos e online. Eles podem solicitar um anúncio de serviço público em estações de rádio
locais. Intergrupos podem contatar profissionais específicos como psicoterapeutas e
conselheiros de assistência laboral para informá-los sobre o D.A. e sobre como encontrar
reuniões locais. A divulgação pode ser feita por meio de serviços de aconselhamento de
crédito, sugerindo que recomendem o D.A. para aquelas pessoas que se encontrem em
situação complicada e que sequer são aceitas no programa de aconselhamento de crédito. A
lista é tão longa quanto a nossa ingenuidade; nós podemos iniciar qualquer divulgação que
possa ser feita por atração, sem que isso implique afiliação e endosso, preservando o
anonimato caso a mídia esteja envolvida.

É claro, algumas atividades de IP exigem que haja contato presencial e que nos
identifiquemos como membros de D.A. Não há problema quanto a isso se for o caso de colar
um cartaz em uma biblioteca local, mas não precisamos necessariamente fornecer nossos
nomes e, com certeza, não precisamos fornecer nossos sobrenomes. O momento em que
nossos nomes são solicitados pode ser uma ótima oportunidade para explicarmos a
necessidade do anonimato, que é um dos aspectos mais atrativos de nosso programa. Nós
precisamos, contudo, observar o anonimato em todos os contatos com a mídia, seja escrita,
em áudio ou visual. Podemos utilizar todas as mídias para oferecer informações sobre a nossa
Irmandade e as nossas reuniões, mas nós não podemos associar essa informação a membros
individuais. Ao aparecerem na TV e em podcasts, por exemplo, os companheiros não devem
permitir que imagens reconhecíveis deles próprios sejam veiculadas. Se um membro possui
uma voz bastante reconhecível, deve ser empregado o mascaramento da voz.

Por diversas razões, um membro pode considerar importante contar a própria história
através de alguma mídia pública. Isso não vai de encontro com a Décima Primeira Tradição,
desde que o membro não nomeie o Devedores Anônimos ou revele a sua afiliação direta ou
indiretamente — por exemplo se referindo a “um programa de doze passos relacionado a
endividamento”.

A distinção entre atração e promoção pode ser sutil e, às vezes, difícil de se fazer.
Trazer visibilidade ao Devedores Anônimos e fornecer algumas informações básicas sobre
o programa — o anonimato, a ausência de taxas de matrícula, o fato de que oferecemos uma
solução em comum que decorre de nossa experiência coletiva de recuperação etc. — é
suficiente para viabilizar a atração. Ao partilharmos sobre o programa, nós podemos contar

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com o manual de IP e com os princípios coligidos nos Passos e Tradições. Por outro lado,
promoção significa vender os valores do D.A. e tentar que uma pessoa se junte ao D.A. No
D.A., praticamos a atração, nós divulgamos eventos de D.A., mas não utilizamos estratégias
de vendas para promovê-los.

Um tipo de promoção potencialmente nocivo acontece quando um companheiro


começa a “vender” o D.A., fazendo afirmações extravagantes, como dizer que o D.A. vai
levar a um bom perfil de empréstimo, à riqueza ou outros resultados específicos. Ao ouvir
tais afirmações, novatos em busca de alívio imediato podem abandonar o vínculo com o
D.A. se não atingirem tais resultados ou se não os alcançarem rapidamente. Do mesmo
modo, a promessa de saída fácil para o endividamento poderia promover o D.A., mas seria
enganoso e resultaria em decepção. Quando o devedor descobre que se livrar das dívidas
significa não mais incorrer em débitos sem garantia e cobrir as despesas atuais antes de pagar
as dívidas, as expectativas do devedor podem não ser atendidas e, nesse caso, ele ou ela dirá
aos outros que “o D.A. não funciona”. Além disso, membros em potencial podem associar
o Devedores Anônimos com empreendimento externo que lidam com redução de débito,
tanto as agências bem reputadas quanto aquelas que exploram seus clientes. Essa associação,
embora errônea, poderia comprometer nossa capacidade de realizar o propósito primordial
de cada grupo: levar a mensagem ao devedor que ainda sofre.

Promover o D.A. com promessas mágicas é incoerente com a natureza da


recuperação de D.A. Quando estávamos compulsivamente vivendo além de nossos meios,
estávamos em busca de uma solução rápida. Nós utilizávamos o débito para conseguir aquilo
que queríamos, negligentes em relação às nossas necessidades reais e insensíveis ao bem-
estar de outrem. Quando criávamos problemas através de nosso endividamento, nós
escolhíamos a saída mais fácil sempre que possível. Ao entrarmos no D.A., tivemos que
abandonar a solução fácil. Trabalhar os Passos, implementar Ferramentas como registro e
planejamento de gastos, gradualmente liquidar nossas dívidas passadas e nos tornar menos
temerosos e mais confortáveis em nossa própria pele é um processo que se dá a partir da
aplicação constante dos princípios do programa ao longo do tempo. Assim é a divulgação de
D.A.: espalhar a palavra sobre Devedores Anônimos e crescer em número de companheiros
é um processo gradual de atração.

Há mais similaridade entre recuperação pessoal e nossos esforços de IP. Assim como
não podemos alcançar sozinhos a recuperação em relação ao endividamento, devemos atrair

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devedores para o D.A. de forma compartilhada, juntamente com companheiros de D.A. Isso
é possível através da aplicação do conhecimento do programa tal como expresso no manual
de IP e da observância aos métodos de partilha sobre o D.A. Designar um porta-voz da
Irmandade e expressar opiniões pessoais no âmbito do programa poderia ser perigoso tanto
para o porta-voz quanto para o D.A. Além de talvez passar uma impressão distorcida do
programa, isso poderia desviar o foco do companheiro nos princípios espirituais do D.A; a
humildade poderia facilmente dar lugar ao orgulho, e a honestidade, à vontade de parecer
bom.

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Décima Segunda Tradição
Anonimato é o fundamento espiritual de todas as tradições, sempre lembrando de colocar
os princípios acima das personalidades.

Ao chegarmos à Décima Segunda Tradição do Devedores Anônimos, somos


lembrados do caráter espiritual fundamental de todas as nossas Tradições, exatamente como
nosso Décimo Segundo Passo nos lembra que nossa jornada através dos Passos é espiritual.
A Décima Segunda Tradição não só identifica o anonimato como a base de todas as
Tradições como também nos fornece uma chave para compreender e aplicar o conceito
espiritual à medida que nos empenhamos em seguir as Tradições no D.A. e em todos os
nossos assuntos. A chave é colocar os princípios acima das personalidades.

Quando decidimos ser voluntariamente guiados pelas Tradições, somos levados,


repetidamente, a colocar os princípios acima das personalidades. Nós começamos a ver que
fazer isso é um ato de humildade. Nós entendemos que todas as Tradições — desde o nosso
reconhecimento na Primeira Tradição de que nosso bem-estar vem em primeiro lugar até a
nossa abdicação do reconhecimento pessoal na Décima Segunda Tradição — nos convocam
a substituir o egoísmo pela ação em prol do bem comum, que em troca produz uma
compreensão de humildade e de nosso lugar no mundo. Nossos Passos e Tradições nos
lembram que a recuperação do endividamento compulsivo não é sobre um indivíduo em
particular, mas sobre todos trabalhando juntos. Essa disposição de cada companheiro de
abdicar do reconhecimento pessoal em prol de nosso propósito primordial ilustra a natureza
espiritual do programa de D.A.

O anonimato possui muitos sentidos e funções em Devedores Anônimos. O sentido


mais amplamente conhecido, a confidencialidade, é normalmente o mais importante para os
novos membros. O anonimato enquanto confidencialidade significa que um devedor pode
comparecer a uma reunião de D.A. sem revelar seu nome completo (ou mesmo seu primeiro
nome), tornar-se membro, manter sua afiliação em segredo, e esperar que sua história
pessoal, sua história de endividamento e seu percurso rumo à recuperação permaneçam
confidenciais.

Muitos de nós, quando chegamos em D.A. pela primeira vez, temos medo de sermos
julgados. Típico de nossa prática pré-D.A. de manter segredos, nós não queremos que
ninguém saiba das consequências de nosso comportamento compulsivo. Depois de um
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tempo, somos tranquilizados pela natureza anônima da Irmandade. Nós somos gratos porque
os companheiros observam o anonimato e a unidade, porque quem somos e o que dizemos
fica dentro do grupo, e porque os companheiros não se envolvem em fofocas.

Ao não falarmos fora das reuniões, seja em comentários bem-intencionados ou em


fofocas e críticas, sobre o que testemunhamos ou sobre o que é dito, nós estamos honrando
um importante princípio da recuperação: estamos protegendo o anonimato de outros
companheiros — tal como desejamos para nós mesmos — e estamos ajudando a garantir a
integridade e saúde do encontro.

Conforme continuamos a participar de reuniões em D.A., notamos que a garantia


mútua de anonimato não só cria um ambiente seguro, mas também enfatiza que todo membro
de D.A. é igualmente valioso. Humildade e anonimato ajudam a manter nosso foco na
unidade do grupo e no nosso bem-estar. O que importa não é quem são os nossos
companheiros, quanto eles têm de patrimônio, nem se gostamos deles ou não. O que importa
é que nós todos partilhamos o desejo de recuperação.

Alguns de nós permitem que família, amigos e colegas saibam sobre o nosso
envolvimento na Irmandade. Outros preferem manter isso em segredo ou partilhar isso
apenas em situações específicas. O aspecto de confidencialidade do anonimato pode ser
extremamente importante, senão imprescindível, para que os companheiros que trabalham
numa indústria financeira ou possuem responsabilidades fiduciárias em seus respectivos
empregos, seja operando uma caixa registradora numa loja de conveniência, seja atuando
como executivo numa grande organização. Esses membros, se fossem publicamente
reconhecidos como devedores, poderiam ser considerados indignos de confiança por parte
de pessoas que não compreendam o significado de endividamento compulsivo. Por vezes,
devedores que não estão em recuperação podem ser completamente confiáveis em seus
trabalhos e confusos em suas finanças pessoais. Por vezes, devedores em recuperação podem
se tornar pessoas responsabilíssimas em questões fiscais.

Vendo os resultados de nossa recuperação, outras pessoas podem perceber essas


mudanças em nossas vidas e se sentir atraídas por nosso foco espiritual. Quando isso ocorre,
devemos lembrar que anonimato não é segredo. Em relações particulares, os membros de
D.A. são convidados a partilhar a experiência da recuperação com quem quer que achem
apropriado. De fato, nada demonstra tão fortemente o poder da recuperação de D.A. como a
experiência pessoal de cada membro. Assim, quando nos encontramos no lugar certo e no

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momento exato de ajudar alguém, nós somos livres para partilhar nossa história de
recuperação em Devedores Anônimos, permitindo que a pessoa saiba o que é o D.A. e o que
ele fez por nós. Em nossa partilha, o crédito por nossa recuperação vai primeiramente para
a Irmandade, para nosso Poder Superior, e para os princípios espirituais que tornaram
possível para nós deixar de incorrer em dívidas quando os nossos esforços individuais já
haviam falhado.

Esse é o tipo de humildade — estarmos dispostos a nos revelarmos a fim de ajudar o


outro e dar o crédito à Irmandade por nossa recuperação — que é essencial para o nosso
crescimento espiritual. Quando em nós, enquanto indivíduos ou grupos, essa humildade não
está presente, corremos o risco de perder nosso fundamento espiritual. Por exemplo, quando
nossas vidas começam a vingar, se nos tornamos arrogantes sobre como estamos indo bem,
até mesmo reivindicando nosso progresso como evidência de uma ordem superior de
espiritualidade, nossa recuperação corre grave risco. Esse tipo de pensamento orientado pelo
ego é diametralmente oposto ao anonimato e é assim que pensávamos quando nos
encontrávamos compulsivamente incorrendo em dívidas. Do mesmo modo, grupos de D.A.
que perdem o foco do anonimato enquanto humildade podem pôr em risco sua capacidade
de ajudar seus membros atuais e prospectivos. Isso pode ocorrer quando um grupo exercita
sua autonomia de modo inapropriado, acreditando que a sua reunião está melhor informada
do que a consciência coletiva da Irmandade.

Nas reuniões, nós praticamos a humildade ao partilhar nossa própria experiência.


Nenhum membro atua como porta-voz do grupo ou da Irmandade de D.A. Por isso, nós
evitamos afirmações que começam com “Todos nós concordamos que” e evitamos adotar
um tom professoral e frases como “você deve isso”. Essa humildade é igualmente importante
quando organizamos reuniões de alívio de pressão e encontramos com nossos respectivos
apadrinhados e partilhamos em nosso grupo de origem ou em um comitê de serviço do D.A.

Em termos espirituais, a essência do anonimato é a humildade. Ao participar dos


Doze Passos, aprendemos que humildade não significa inferioridade; descobrimos em vez
disso que ser modesto não é ser aberto e disposto a aprender. Anonimato enquanto humildade
significa que nenhum de nós é mais ou menos valioso do que qualquer outro. Cada um de
nós é um devedor entre devedores. Nossa prática do anonimato permite que cada pessoa
encontre seu lugar em Devedores Anônimos. Enquanto novatos, alguns de nós não deseja
falar ou receber qualquer atenção especial em nossas primeiras reuniões; se escolhemos não

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falar nada, isso é respeitado. Somos todos livres para aderir ao programa e à recuperação da
maneira que for mais adequada para nós.

O anonimato, e a humildade que ele evoca, nos lembra que nossa recuperação
depende das experiências dos outros que trabalham o programa de Devedores Anônimos.
Nós reconhecemos que é um privilégio termos experiências, de outros membros, confiadas
a nós. Em D.A., somos todos devedores compulsivos que estaríamos perdidos uns sem os
outros. Nós demonstramos isso claramente quando expressamos nossa gratidão por e para a
Irmandade de Devedores Anônimos, um Poder superior a nós mesmos e nossos queridos
companheiros de D.A. Quando nós partilhamos nossa recuperação com gratidão, enfatizando
os princípios da recuperação sobre as conquistas individuais, estamos demonstrando a
natureza espiritual do anonimato, colocando os princípios acima das personalidades.

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