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Nosso bem-estar comum deve vir em primeiro lugar; a recuperação individual depende da
unidade do D.A.
Todo membro de D.A. que encontrou a recuperação tem uma escolha: fazer o
trabalho necessário para evitar incorrer em débitos sem garantia ou voltar a dever e
experimentar as terríveis consequências do retorno da doença. Para fazer esse trabalho,
precisamos da Irmandade. Por extensão, se a recuperação de cada um depende da unidade
de D.A., então cada membro é responsável pela unidade saudável da Irmandade. Se
sacrificamos essa unidade em prol de nossos próprios desejos, nos tornamos incapazes de
levar a mensagem para aqueles que ainda sofrem, e colocamos em risco nossa própria
recuperação.
Uma das dádivas da recuperação é a humildade. Por mais certos que possamos estar
em nossas crenças e opiniões, nossa sabedoria permanece limitada por nossas perspectivas
individuais. Nenhum indivíduo pode saber com certeza o que é melhor para os outros ou
para o grupo como um todo. Por isso, contamos com um Poder Superior a nós mesmos que
se expressa a partir de nossa consciência coletiva.
Como descrevemos o Poder Superior que guia a consciência de nosso grupo? Com
uma única palavra: amor. Nossa voz coletiva emana desse cuidado e nos esforçamos para
demonstrar cuidado ao levar nossas discussões à consciência coletiva.
Vamos supor que um novo membro tenha muito entusiasmo por, digamos, utilizar
afirmativas. Esse indivíduo insiste que todos iriam se beneficiar caso o grupo criasse uma
lista de afirmativas e as distribuísse para membros e recém-chegados. Os membros mais
antigos podem se sentir tentados a rejeitar essa sugestão desmedida. Contudo, o recém-
chegado, assim como outros membros, poderiam facilmente enxergar essa reação dos mais
antigos como uma resposta autoritária, incongruente com nossa Segunda Tradição. Não
importa quão certa uma questão possa parecer para alguns membros, todas as decisões que
afetam o grupo devem ser levadas para as reuniões de serviço. Nestas, os membros podem
prudentemente considerar a questão, examiná-la à luz das Tradições, e alcançar a
consciência coletiva. Em vez de cada parte insistir na correção de seu ponto de vista e na
incorreção do ponto de vista oposto ao seu, todos podem deixar a voz coletiva determinar o
que é o melhor para o grupo, devendo estar atentos ao impacto que sua decisão poderia ter
em outros grupos do D.A. e na Irmandade de Devedores Anônimos como um todo.
Isso não é o mesmo que dizer que os membros que se envolvem no serviço não têm
poder. Os Doze Conceitos de D.A. confiam aos servidores o poder de servir. Quando
indivíduos se voluntariam para prestar serviço em D.A., eles assumem responsabilidades e
expectativas específicas. Cada servidor é dotado do direcionamento e das ferramentas
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Enquanto organização sem fins lucrativos, o Devedores Anônimos deve, obviamente, manter relações
funcionais, legais e financeiras com entidades não vinculadas a D.A. Assim, como uma questão prática, o
Conselho de Serviço Geral do D.A. possui regulamentos e procedimentos bastante claros.
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dos membros de DA – favor enviá-las para devedoresanonimosspjardins@gmail.com
necessárias para atender às expectativas de sua posição, bem como passa a deter o poder
necessário para realizar seus deveres em concordância com a consciência coletiva. Ao
Tesoureiro, por exemplo, é dada a responsabilidade e autoridade para rastrear as entradas e
saídas monetárias do grupo; de efetuar transações em benefício do grupo, inclusive de pagar
despesas de acordo com o plano de gastos do grupo; e regularmente emitir relatórios para o
grupo.
Nosso requisito para se tornar membro é formulado para que seja simples na prática
e inclusivo em espírito. Tudo que precisamos para nos sentarmos à mesa, real ou virtual, é
um desejo de parar de incorrer em débitos sem garantia. O desejo é preciso e é suficiente.
Assim como fomos recebidos com aceitação quando viemos para o D.A., somos
convocados a aceitar outros que nos procurem. O único requisito da nossa Irmandade nos
lembra que devemos esquecer os preconceitos em relação a nossos companheiros e aos
recém-chegados. Nós não somos julgados e não julgamos. Quando estamos desejosos de
criticar ou fazer intrigas sobre os outros, conversamos com nossos padrinhos e praticamos o
Décimo Passo. Mantemos o foco na nossa própria recuperação e na unidade de grupo.
Afinal, quais seriam as consequências de negar filiação àqueles que tem tal desejo e
procuram nossa ajuda? Se colocarmos outras restrições para se tornar membro, estaríamos
condenando alguns devedores à miséria e às demais consequências de práticas contínuas de
débitos sem garantia. O que teria sido de nossas próprias vidas se tivéssemos chegado ao
D.A. e encontrado as portas fechadas para nós? Que decepção teríamos causado aos outros
A Quarta tradição nos diz que isso também é verdade para nossos grupos de D.A.
Autonomia, que é outro princípio central para a vida de qualquer grupo de Devedores
Anônimos, é balanceada pela nossa responsabilidade para com outros grupos e a Irmandade
como um todo.
Em todas as questões que afetam apenas um grupo de D.A. em particular, esse grupo
é totalmente autônomo. Decisões ficam a cargo da coincidência do grupo. Embora as
diretrizes do grupo como expressas nas Tradições, Conceitos, literatura de serviço de D.A.,
incluindo o Manual de Serviço de Devedores Anônimos, forneçam sugestões que ajudam na
tomada de decisões dos grupos, cada grupo é livre para escolher como implementá-las. A
única exceção a isso é quando a decisão do grupo tem um impacto sobre outros grupos de
D.A. ou sobre o Devedores Anônimos como um todo.
Cada grupo escolhe o lugar e horário de sua reunião, seus formatos específicos, tais
como quanto tempo será gasto na leitura, partilhas e assim por diante. Em algumas reuniões,
membros leem e discutem um dos Doze Passos a cada semana. Outras reuniões começam
com um membro partilhando a sua história de recuperação, ou com membros escolhendo
uma tradição, ferramenta, ou outro tópico para discussão. Outros ainda começam com uma
Do mesmo modo, vamos supor que um grupo escolha ter consultores financeiros
dando palestras. Esses oradores hipotéticos podem ter boas informações, e membros do D.A.
podem, assim como qualquer um, procurar tais informações para si por conta própria.
Contudo, discutir abordagens distintas das abordagens do D.A. poderia confundir os
companheiros, em especial os recém-chegados, que, provavelmente em detrimento próprio,
poderiam ter impressão de que é política do D.A. seguir o conselho dos oradores. Nesse caso,
não seria difícil culpar o D.A. por problemas decorrentes, o que mancharia a reputação
pública do D.A. e ter-se-ia menos chances de se alcançar o devedor que ainda sofre.
Qualquer um que nos aborda pode se questionar: qual a perspectiva? Como esse
grupo se beneficia ao ajudar outra pessoa? A resposta se encontra no Décimo Segundo Passo.
Cumprir o propósito primordial do grupo é uma das chaves para a recuperação individual de
cada membro de D.A., não apenas daquele que é novo. É absolutamente essencial que
membros partilhem com assiduidade sua experiência, força e esperança com aqueles que
Quando afirmamos com toda a sinceridade que não temos outra intenção além de
manter nossa própria recuperação na medida em que a partilhamos, nossos grupos
transmitem muito mais confiança. Além disso, usamos veículos para ajudar os outros através
de uma combinação de ações espirituais e práticas pelas quais novos membros também
podem encontrar a liberdade em relação ao débito. Recém-chegados já conhecem algo do
pesar de viver compulsivamente além de seus próprios recursos: a insanidade de querer parar
sem conseguir fazê-lo, o caos financeiro, as relações despedaçadas, a vergonha, a auto
aversão, talvez até fracasso profissional, encarceramento, ou tentativas de suicídio. Quando
esses recém-chegados vêm às nossas reuniões, eles aprendem que nós também estivemos lá
e encontramos uma saída.
O modo como partilhamos nas reuniões afeta a capacidade de nosso grupo de ajudar
outros devedores. Reuniões de grupo permitem que, aqueles entre nós que trabalharam os
Doze Passos e não mais incorrem em novos débitos sem garantia, possam transmitir nossas
histórias de recuperação e expliquem como a utilização dos Passos e das Ferramentas
transformaram suas vidas. Até mesmo aqueles entre nós que são recentes no caminho para a
recuperação podem inspirar outros ao partilharem seus respectivos progressos. Focamos no
modo como nos recuperamos através dos Passos e Ferramentas e como utilizamos as
Tradições em nossas reuniões em vez de nos afligirmos com personalidades, controvérsias,
socializações, ou uma longa repetição de elogios. É vital que comuniquemos nossa
experiência, força e esperança. Certamente nós podemos passar por dificuldades, e sabemos
que honestidade é essencial para a recuperação. Apesar disso, para encontrar esperança, o
recém-chegado precisa ouvir mais do que nossos problemas. Todos os membros se
beneficiam quando nós equilibramos a partilha de nossos desafios com a partilha de nossas
soluções espirituais e atitudes positivas.
Fora dos grupos, os membros são, naturalmente, livres para utilizar quaisquer livros,
sites, workshops, ou outros recursos que acharem úteis. Nas reuniões do D.A., no entanto, o
foco reside nos Doze Passos, nas Doze Tradições, nas Doze Ferramentas e nas Doze
Promessas.
A ajuda estava disponível para nós quando estávamos sofrendo. Como membros
individuais e como grupos de D.A., nós desejamos e precisamos disponibilizar a mesma
ajuda aos outros. Permanecer focados na essência de nosso programa é fundamental para a
recuperação individual, para a unidade do D.A., para o propósito de nossos grupos e para
manter a Irmandade de Devedores Anônimos como um lugar onde aqueles que ainda sofrem
podem se libertar da compulsão devastadora e do hábito de se endividar.
Um grupo de D.A. não deve nunca endossar, financiar, ou emprestar o nome do D.A. para
nenhuma entidade associada ou empreendimento externo a fim de que problemas de
dinheiro, bens ou prestígio não nos desviem de nosso propósito primordial.
O Devedores Anônimos não existe em um vácuo, nem desejamos que assim seja;
isolarmo-nos não é nem saudável nem prático. Ao mesmo tempo, o D.A. se acautela para
evitar a afiliação ou o endosso, direto ou indireto, as outras entidades. Nós fazemos isso a
fim de permanecermos fiéis ao propósito primordial de levar a mensagem adiante para o
devedor que ainda sofre. Deixar de tomar esse cuidado poderia facilmente enfraquecer a
mensagem do D.A. e, conforme a Sexta Tradição, incentivar controvérsias que poderiam
ameaçar nossa habilidade de partilhar aquilo que, com gratidão, recebemos na Primeira
Tradição do D.A., cuja mensagem central de unidade diz respeito a todas as Tradições; aqui
ela inspira o espírito e a prática da Sexta Tradição.
Não é preciso muita imaginação para perceber que qualquer grupo de indivíduos
bem-intencionados pode descambar em brigas, rivalidades e discórdia generalizada quando
dinheiro, bens e prestígio estão em jogo; de fato, isso acontece no mundo inteiro a todo
momento. É muito fácil perder o foco e colocar em risco o propósito essencial de um grupo
quando há qualquer um desses três elementos envolvidos. E é ainda mais fácil quando se
trata de devedores compulsivos, mesmo para aqueles com anos de solvência e de trabalho
nos Doze Passos. A recuperação traz sanidade e serenidade, porém não nos torna perfeitos.
Assim como em relação a débitos sem garantia ou a dispêndio excessivo, nós devedores
poderíamos ser facilmente seduzidos por promessas de prestígio, conquista e controle de
bens, ou pelo poder de atração de uma renda extra. Em vista disso, tanto os grupos
individuais quanto a Irmandade como um todo devem sempre buscar equilibrar visão com
humildade. Embora um passo em falso ou uma recaída em nossa própria recuperação não vá
afundar o grupo, o alinhamento do grupo a uma causa ou organização externa muito
provavelmente desviaria o grupo do propósito primordial do D.A., abalaria a unidade e até
mesmo ameaçaria a existência do grupo.
Um outro grupo seguiu a Sexta Tradição e seu princípio de não endosso quando
concordou que qualquer atividade que pudesse ser interpretada como autopropaganda ou
promoção de um evento externo, como por exemplo a distribuição de cartões de negócios,
flyers ou broches, só poderia ocorrer a certa distância da sala de reunião, mesmo que os
serviços e produtos ofertados fossem compatíveis com a recuperação nos moldes do D.A.
Em qualquer reunião de D.A., a ênfase deve residir na recuperação, não em propaganda. Nós
somos bombardeados com propagandas fora de nossas salas de reunião e esperamos ter uma
A Sexta Tradição orienta os grupos para que fiquem atentos às questões de autonomia
e influência externa.
De modo semelhante, para garantir que o D.A. continue disponível para nós e para
os demais, além da oferta monetária nós contribuímos com o D.A. por meio da prestação de
serviço. Nosso tempo e energia fazem a diferença por levarem adiante a mensagem para o
devedor compulsivo que ainda sofre, bem como por manterem um programa saudável para
os membros existentes. Se o plano de gastos de um companheiro tem pouco espaço para as
contribuições da Sétima Tradição, o companheiro poderia considerar aumentar sua carga de
serviço.
Além de uma reserva de emergência, que em geral equivale à soma de três meses de
despesas, o grupo não retém recursos excedentes. O D.A. recomenda que os fundos
remanescentes sejam direcionados para sustentar a estrutura de serviço do D.A., conforme o
plano de gastos do grupo e as orientações sugeridas pelo D.A. Em intervalos regulares, em
regra mensal ou trimestralmente, o Tesoureiro envia os fundos excedentes do grupo para o
Intergrupo e/ou o ESG.
O Escritório de Serviço Geral (ESG), que costuma ser o primeiro ponto de contato
do devedor compulsivo com o D.A., administra muitas funções de apoio aos grupos de D.A.
e seus membros. O ESG recebe as contribuições dos muitos indivíduos e grupos; processa
os pedidos de aquisição de literatura; mantém uma lista mundial de reuniões cadastradas;
executa a maior parte do trabalho necessário para organizar anualmente a Conferência
Mundial de Serviço, assim como realiza tarefas administrativas para apoiar o Conselho de
Serviço Geral (CSG) e a Irmandade como um todo.
Como uma expressão da confiança de que um Poder Superior a nós mesmos está a
sustentar o D.A., tomamos atitudes em alinhamento com essa crença. Grupos de D.A.,
Em nível de reuniões, o que acontece quando um grupo é novo, tem poucos membros
ou está passando por dificuldades por alguma outra razão? Quando uma instalação oferece
uma sala de reunião gratuita, não faz sentido aceitar? Não para nós devedores. Nós não
queremos que o dono da sala tenha poder de influência sobre quem vai comparecer às nossas
reuniões, nem queremos dar a entender que somos vinculados a hospital, igreja, ou seja qual
for a entidade que provenha o espaço.
Assim como fazemos com nossos planos de gastos pessoais, um novo grupo também
pode começar a estruturar uma reserva de emergência imediatamente, mesmo que uma
parcela mínima seja reservada. Gradualmente, conforme as doações continuem, o grupo
pode estabelecer fundos para todas as suas necessidades básicas, tal como literatura e outros
suprimentos. Grupos novos podem conseguir assistência inicial para aluguel e literatura de
No D.A., nós aprendemos que não existe conflito entre dinheiro e espiritualidade
desperdício de nosso tempo, energia e espiritualidade. De fato, são coisas conexas, quando
nossas decisões financeiras e compromisso de serviço são orientados pela nossa prática
espiritual — quando nós “praticamos esses princípios em todos os âmbitos de nossas vidas”
— nossa recuperação individual e a saúde financeira e espiritual de nossos grupos é
continuamente fortalecida, assim como nosso relacionamento com um Poder Superior a nós.
Quando agimos por confiança e gratidão ao fazer contribuições monetárias e doar nosso
tempo para cuidar dos assuntos do D.A., nós ajudamos a manter as portas do Devedores
Anônimos abertas para nós mesmos e para o próximo devedor em busca de um caminho
melhor.
O Devedores Anônimos, enquanto tal, jamais deve ser uma organização; mas nós podemos
criar conselhos ou comitês de serviço diretamente responsáveis por aqueles a que eles
servem.
Não é prático para os grupos e membros de D.A. dar conta de todas as funções
envolvidas em transmitir a mensagem. Algumas atividades devem ser centralizadas, por isso
nós formamos os Intergrupos, que conectam grupos a partir do meio ou da localização
geográfica. Nós também mantemos uma Conferência Mundial de Serviço (CMS), um
Conselho Geral de Serviço (CGS) compostos por voluntários fiéis devedores e não
devedores e um Escritório de Serviço Geral (ESG). Cada um deles, por sua vez, possui
comitês e subcomitês a fim de levar adiante o trabalho da Irmandade. Enquanto entidade
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legal, o Conselho possui um regulamento, o qual estabelece e orienta os procedimentos da
Conferência Mundial de Serviço (CMS)2. Apesar disso, todas essas entidades devem prestar
contas aos membros individuais e aos grupos de Devedores Anônimos.
Ainda que alguns possam crer que esse arranjo resulte em caos, essa não tem sido a
nossa experiência. Nós compreendemos que, para os nossos propósitos, não é um sistema de
regras estritas e respectivas recompensas e punições que previnem o caos; em vez disso, é o
caráter único e especial de nosso propósito. Nós fomos libertados do vício do débito, e nossa
profunda gratidão, irmanada com a lembrança de nossas vidas antes do D.A., alimenta nosso
desejo de trabalharmos juntos em prol do bem da Irmandade e do companheiro que ainda
sofre.
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Mais informações sobre o regulamento do CGS e a estrutura de serviço do D.A. estão disponíveis no Manual
de Serviço do Devedores Anônimos, que pode ser encomendado do ESG ou visualizado no website do D.A.
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A estrutura de serviço do D.A. é diretamente responsável por aqueles a que serve.
Isso cria uma espécie de responsabilidade recíproca, em que cada um de nós membros é
responsável por expressar qualquer questão em que possamos divergir dos princípios do
D.A. Se notamos que uma reunião ou comitê está agindo ou tomando decisões de modo
incompatível com nossas Tradições e Conceitos, nós alertamos à consciência coletiva para
que haja a devida consideração, normalmente por meio de uma reunião de negócios de grupo
ou Intergrupo ou, em nível de Serviço Mundial, através do procedimento Questões e
Considerações. Não temos necessidade de regras rígidas ou mecanismos para impô-las, mas
buscamos manter a transparência, enquanto indivíduos, grupos e conselhos de serviço.
Há quem sugira que existem assuntos externos em torno dos quais a Irmandade de
D.A. poderia encontrar unidade. O D.A. poderia se sentir tentado a emitir opinião sobre
práticas de empréstimos, finanças governamentais, investimentos, ou outros tópicos
financeiros. Não seria positivo para um grupo de D.A. ou para o D.A. como um todo oferecer
uma opinião eloquente e bem embasada que possa influenciar os legisladores? Isso seria uma
maneira de colaborar para a melhoria de muitas vidas, ao mesmo tempo em que
melhoraríamos a imagem de Devedores Anônimos e atrairíamos mais membros. Talvez à
primeira vista essa ação pareça desejável, mas, se observarmos com atenção, notaremos uma
série de desvantagens.
Membros que não concordem com a declaração pública feita em nome da Irmandade
do D.A. poderiam, por frustração, desistir do D.A. e ficar sem o suporte necessário para
evitar o débito compulsivo. Outros podem desejar expor pontos de vista divergentes nas
reuniões, o que poderia criar conflitos, o que em todo caso desviaria a atenção da busca por
uma solução espiritual para nosso problema em comum. E quanto aos recém-chegados que
procuram pelo D.A. em busca de ajuda e encontram os companheiros discutindo sobre
assuntos que nada têm a ver com a recuperação em relação ao débito. A experiência, a força
e a esperança que eles necessitam e desejam poderiam se perder em meio às disputas por
poder e controle. Do mesmo modo, aqueles que procuram ajuda podem até mesmo nunca
chegar a dar uma chance ao D.A. simplesmente por não concordarem com algum
posicionamento que a Irmandade assume publicamente em relação a um assunto externo.
Finalmente, qualquer recurso financeiro, tempo ou energia que pudéssemos direcionar a
assuntos externos nos distrairiam de nosso propósito primordial em vez de direcionar
adequadamente nossos recursos para levar a mensagem do D.A. àqueles que ainda sofrem.
Potenciais perturbações no compartilhamento de nossa mensagem de esperança e
recuperação não compensam quaisquer vantagens que possam decorrer da tomada de
posicionamento da Irmandade frente a alguma questão externa.
Nossa Décima Primeira Tradição é tão importante que tem sido bastante debatida
pelos órgãos de serviço em Devedores Anônimos, o que resultou na publicação do Manual
de Informações Públicas para Devedores Anônimos, um guia para o trabalho de divulgação,
inclusive por meio da mídia e de instituições tais como hospitais e estabelecimentos
penitenciários. O guia está disponível em versão impressa e no site do D.A. O Manual de
Devedores Anônimos para Serviço inclui também orientações relativas à Informações
Públicas (IP). Essa política de relações públicas transparente nos permite partilhar a
mensagem do D.A. ao mesmo tempo em que salvaguardamos o D.A. de possíveis efeitos
adversos do compartilhamento de informações equivocadas por parte de companheiros bem-
intencionados.
Há muitos locais e canais para atrair aqueles que podem se beneficiar do D.A. RIPs
treinados podem montar stands em feiras ou conferências relacionadas à saúde. Grupos
É claro, algumas atividades de IP exigem que haja contato presencial e que nos
identifiquemos como membros de D.A. Não há problema quanto a isso se for o caso de colar
um cartaz em uma biblioteca local, mas não precisamos necessariamente fornecer nossos
nomes e, com certeza, não precisamos fornecer nossos sobrenomes. O momento em que
nossos nomes são solicitados pode ser uma ótima oportunidade para explicarmos a
necessidade do anonimato, que é um dos aspectos mais atrativos de nosso programa. Nós
precisamos, contudo, observar o anonimato em todos os contatos com a mídia, seja escrita,
em áudio ou visual. Podemos utilizar todas as mídias para oferecer informações sobre a nossa
Irmandade e as nossas reuniões, mas nós não podemos associar essa informação a membros
individuais. Ao aparecerem na TV e em podcasts, por exemplo, os companheiros não devem
permitir que imagens reconhecíveis deles próprios sejam veiculadas. Se um membro possui
uma voz bastante reconhecível, deve ser empregado o mascaramento da voz.
Por diversas razões, um membro pode considerar importante contar a própria história
através de alguma mídia pública. Isso não vai de encontro com a Décima Primeira Tradição,
desde que o membro não nomeie o Devedores Anônimos ou revele a sua afiliação direta ou
indiretamente — por exemplo se referindo a “um programa de doze passos relacionado a
endividamento”.
A distinção entre atração e promoção pode ser sutil e, às vezes, difícil de se fazer.
Trazer visibilidade ao Devedores Anônimos e fornecer algumas informações básicas sobre
o programa — o anonimato, a ausência de taxas de matrícula, o fato de que oferecemos uma
solução em comum que decorre de nossa experiência coletiva de recuperação etc. — é
suficiente para viabilizar a atração. Ao partilharmos sobre o programa, nós podemos contar
Há mais similaridade entre recuperação pessoal e nossos esforços de IP. Assim como
não podemos alcançar sozinhos a recuperação em relação ao endividamento, devemos atrair
Muitos de nós, quando chegamos em D.A. pela primeira vez, temos medo de sermos
julgados. Típico de nossa prática pré-D.A. de manter segredos, nós não queremos que
ninguém saiba das consequências de nosso comportamento compulsivo. Depois de um
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tempo, somos tranquilizados pela natureza anônima da Irmandade. Nós somos gratos porque
os companheiros observam o anonimato e a unidade, porque quem somos e o que dizemos
fica dentro do grupo, e porque os companheiros não se envolvem em fofocas.
Alguns de nós permitem que família, amigos e colegas saibam sobre o nosso
envolvimento na Irmandade. Outros preferem manter isso em segredo ou partilhar isso
apenas em situações específicas. O aspecto de confidencialidade do anonimato pode ser
extremamente importante, senão imprescindível, para que os companheiros que trabalham
numa indústria financeira ou possuem responsabilidades fiduciárias em seus respectivos
empregos, seja operando uma caixa registradora numa loja de conveniência, seja atuando
como executivo numa grande organização. Esses membros, se fossem publicamente
reconhecidos como devedores, poderiam ser considerados indignos de confiança por parte
de pessoas que não compreendam o significado de endividamento compulsivo. Por vezes,
devedores que não estão em recuperação podem ser completamente confiáveis em seus
trabalhos e confusos em suas finanças pessoais. Por vezes, devedores em recuperação podem
se tornar pessoas responsabilíssimas em questões fiscais.
O anonimato, e a humildade que ele evoca, nos lembra que nossa recuperação
depende das experiências dos outros que trabalham o programa de Devedores Anônimos.
Nós reconhecemos que é um privilégio termos experiências, de outros membros, confiadas
a nós. Em D.A., somos todos devedores compulsivos que estaríamos perdidos uns sem os
outros. Nós demonstramos isso claramente quando expressamos nossa gratidão por e para a
Irmandade de Devedores Anônimos, um Poder superior a nós mesmos e nossos queridos
companheiros de D.A. Quando nós partilhamos nossa recuperação com gratidão, enfatizando
os princípios da recuperação sobre as conquistas individuais, estamos demonstrando a
natureza espiritual do anonimato, colocando os princípios acima das personalidades.