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Recursos Tradicionais
e Complementares à
Prática da
Acupuntura
Recursos Complementares
Gua Sha
Moxabustão
Ventosa
刮痧疗法
guāshā liáofǎ
Raspagem
Definição
Gua = Raspar ou extrair
Sha = Areia ou toxinas (elevações miliares, “forma de milho”)
Síndrome Sha: “Patologia causada pela exposição ao Vento, Frio, Calor ou Umidade levando à
estagnação nos Canais e Colaterais (Jing Luo), manifestando-se como calafrios, febre, distensão e dor
pelo corpo, ou vomito e diarréia, ou rigidez e entorpecimento das extremidades.”
Dicionário Médico Chinês-Inglês
Zhang Xiu Qin e Hao Wan Shane na obra: Holographic Meridian Scraping Therapy apresentam a
seguinte definição:
“O Gua Sha é uma modalidade terapêutica natural para o tratamento e prevenção de doenças através da
raspagem da superfície da pele em partes específicas do corpo.”
O professor e autor Auteroche apresenta o Gua Sha da seguinte forma:
“A fricção (Gua Sha) é um meio terapêutico seguro e eficaz. Na China, ela é usada correntemente pelo
povo, particularmente no campo. Ela é apreciada por sua simplicidade e pela falta de efeitos colaterais.”
Evolução
As Três Gerações
Primeira geração:
Gua Sha como terapia popular
Segunda geração:
Gua Sha nos Canais e Colaterais (Jing Luo)
Terceira geração:
Gua Sha nos Hologramas (microssistemas)
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Canais e Colaterais
1- Zonas cutâneas - Pi Bu
2- Colaterais Luo superficiais - Fu Luo
Colaterais Luo pequenos ou netos - Sun Luo
Colaterais de Sangue - Xue Luo
3- Canais Tendino-musculares - Jing Jin
4- Colaterais Luo longitudinais - Luo Mai
5- Canais Principais - Jing Mai
6- Colaterais Luo transversais - Luo Mai
7- Canais Extraordinários - Qi Jing Mai
8- Ramificações internas
9- Canais Distintos ou Divergentes - Jing Bie
10- Órgãos e Vísceras - Zang Fu
Pi Bu
Zonas cutâneas
São em número de doze, estão relacionadas com os Canais
Principais (Jing Mai) e estão dispostas na pele em regiões que seguem
superficialmente seus respectivos Canais, formando uma primeira barreira
para a invasão externa.
Vale dizer que alguns autores descrevem ainda a Zona Cutânea do
Vaso Governador (Du Mai) e do Vaso Concepção (Ren Mai).
Gua Sha
Principais características da prática
• Resolver as condições de Exterior;
• Ativar o Qi e o Sangue (Xue);
• Resolver condições de Estase de Sangue (Xue);
• Promover a Circulação e Melhorar a Micro-circulação;
• Recuperar e Aumentar as funções gerais de regulagem e controle dos Canais e Colaterais;
• Resolver as Síndromes Sha;
• Eliminar as toxinas do corpo;
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• Estimular o Metabolismo;
• Fortalecer as funções Imunológicas;
• Prevenir o envelhecimento.
Aplicação Clínica
• Tratamento
Mediante estímulo das áreas diretas ou reflexas dos problemas;
• Diagnóstico
Mediante a verificação das áreas que respondem mais ou menos rapidamente às raspagens;
• Prevenção
Mediante estímulos específicos com intensidade menor e em locais bem determinados.
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Arya Nielsen em uma das poucas obras escritas sobre Gua Sha diretamente em idioma ocidental,
apresenta os seguintes materiais como indicação para a prática clínica.
Incluindo um produto mundialmente conhecido como alternativo para o óleo terapêutico e até
mesmo para a raspagem.
Basicamente, qualquer instrumento, equipamento, pode ser empregado para a prática do Gua Sha,
desde que possua uma borda ligeiramente arredondada, suave, como uma colher tradicional de porcelana.
Alguns recomendam o uso de escovas de dentes (cerdas médias/duras) para crianças.
Outros povos, direta ou indiretamente sob a influência da China, empregam materiais diferentes,
principalmente moedas (o que também é comum na prática popular chinesa).
Para a boa prática, além de um instrumento adequado, o praticante também necessidade de um
óleo terapêutico de boa qualidade, com a finalidade de auxiliar na raspagem e potencializar os efeitos
terapêuticos.
Há no mercado desde 2006 uma linha de produtos modernos identificados pelo nome: GuaSha
Orthopedic Soft Tissue Tools ou somente GOST1 (menor) e GOST2 (maior), um instrumento de material
sintético rígido com bordas “suavizadas” e um apoio (suporte) para as mãos do praticante.
Métodos básicos
Técnicas:
• Raspagem com a borda;
• Raspagem com o canto;
• Pressão localizada;
• Percussão;
• Amassamento;
• Raspagem forte em vai-vem;
• Raspagem para Drenar os Canais e Colaterais (Jing Luo);
Sempre com atenção especial aos seguintes tópicos:
1- Pressão;
2- Ponto, Área e Linha;
3- Comprimento da raspagem.
A raspagem
Via de regra, recomenda-se que a raspagem feita com a borda do instrumento deva acontecer de
modo que apenas 1/3 deste fique em contato com o corpo do paciente, formado um ângulo entre 30 e 60º,
em média 45º, ângulo este que também é normalmente empregado para a raspagem com os cantos do
instrumento.
Variantes básicas
Para a aplicação clínica além das técnicas básicas a serem empregadas há as variantes de acordo
com a situação do paciente, seja em caso de uma Deficiência (que requer Tonificação), seja em um
Excesso (que requer uma Dispersão), seja apenas a necessidade de um estímulo de Harmonização.
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Vale dizer que segundo especialistas chineses, os efeitos de tonificação e dispersão através do Gua
Sha estão mais relacionados (porém não exclusivamente) com a pressão e velocidade da raspagem que em
relação ao sentido desta nos Canais Principais (Jing Mai).
Tonificação
A raspagem deve ser realizada com pressão leve e de maneira lenta, objetivando a ativação do Qi
e do Sangue (Xue), estimulando as funções regulares do corpo.
Dispersão
A raspagem deve ser realizada com pressão mais forte e com uma maior velocidade nos
movimentos, com objetivo de eliminar, limpar, dispersar possíveis agentes patogênicos e inibir
hiperatividades funcionais.
Harmonização
A raspagem pode ser realizada de 03 formas:
1- Raspagem com pressão forte e com velocidade lenta;
2- Raspagem com pressão suave e com velocidade rápida;
3- Raspagem com pressão e velocidade moderadas.
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Tratamento
Ao iniciar as raspagens, o praticante deve estar atento à todas as reações do corpo do paciente,
principalmente no que diz respeito às alterações de coloração e o surgimento de pequenas erupções
cutâneas (Sha), o que indica que o tratamento está sendo realizado de maneira adequada.
Segundo Arya Nielsen as raspagens devem ser mantidas até o momento em que, mesmo aplicando
mais raspagens, a pele não apresente novas alterações na coloração, ou seja o Sha já foi obtido.
Combinações
Alguns praticantes recomendam que após a aplicação do Gua Sha e a identificação das áreas com
maior Estagnação de Sangue (Xue), deve-se aplicar estímulos rápidos e repetidos com agulha trifacetada
ou ainda através das agulhas cutâneas (populares martelos de agulhas), objetivando a sangria.
Para potencializar ainda mais a eliminação da Estagnação de Sangue (Xue), recomenda-se a
aplicação de copos de ventosa por sobre a área da sangria.
Diagnóstico
Uma importante vantagem da prática do Gua Sha como auxílio no diagnóstico é que ao mesmo
tempo que se avalia o paciente este está sendo tratado.
O praticante deve ser experiente e criterioso para avaliar as respostas cutâneas e sangüíneas às
raspagens realizadas, observando alterações na coloração, profundidade, formato e região destas.
Uma forma simples de avaliar as condições internas do paciente é através da raspagem bilateral da
região paravertebral ao longo do trajeto do Canal da Bexiga (Pang Guang), na busca de possíveis
alterações nos pontos Shu das Costas (Bei Shu), que possuem relação direta com os Órgãos e Vísceras
(Zang Fu).
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Prevenção
A aplicação preventiva do Gua Sha tem por base o estímulo do corpo visando a ativação do fluxo
de Qi e Sangue (Xue), liberação de possíveis bloqueios iniciais nos Canais e Colaterais (Jing Luo) e o
relaxamento da musculatura.
Para esta prática a pressão é relativamente menor e não há necessidade da utilização de
lubrificantes, podendo até mesmo ser aplicada por sobre a roupa, cerca de 10 repetições por área, até que
o paciente relate uma sensação de aquecimento agradável, sem gerar dores ou lesões cutâneas.
Cao Gio
Raspagem vietnamita
Há uma modalidade terapêutica tradicionalmente empregada no Vietnã que faz uso de raspagens
em regiões específicas do corpo, de forma similar ao que acontece na prática do Gua Sha.
No entanto, no Vietnã é comum a utilização exclusiva de moedas para a execução das raspagens
ou instrumentos adaptados com moedas.
Segundo um artigo do JAMA (The Journal of the American Medical Association) uma das mais
respeitadas revistas científicas do mundo Cao Gio é definido como:
“Terapia dermo-abarasiva utilizada para aliviar sintomas de diversas doenças, normalmente
utilizado por grupos étnicos do Sudeste da Ásia. Esta prática visa a liberação de excesso de ‘Vento’ e
‘energia’ considerada responsável pela doença.
A pele é primeiramente lubrificada com óleos e em seguida raspada firmemente com a borda de
uma moeda para produzir equimoses no peito e nas costas.
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Este procedimento normalmente gera erupções cutâneas na forma de um pinheiro com duas linhas
verticais longas ao longo da coluna e marcas em ambos os lados paralelas às costelas.”
A prática com moedas é tradicional no Vietnã, porém também pode ser (e é muito comumente)
empregada no Gua Sha regular da China.
Via de regra, recomenda-se a utilização de moedas mais antigas, cujas bordas estão mais
desgastadas, diminuindo possíveis dores durante a raspagem. Estas moedas tradicionais chinesas são
ainda mais interessantes pois o furo central facilita a pegada a firmeza no movimento.
Kerikan
Raspagem na Indonésia
Kerikan (Bahasa Indonesia) ou Kerokan (Javanês) é considerada uma terapêutica
tradicional principalmetne praticada por javaneses. Alguns não praticam mais por considerar
uma terapêutica dolorida.
Muitas pessoas mais velhas indicam que o Kerikan teria sido trazido por chineses que
vieram para a Indonésia (Java) muitos anos antes, no entanto este fato não é totalmente
comprovado ou aceito, visto que alguns afirmam que esta terapêutica teria sido desenvolvida
em Java.
Relatos indicam que o Kerikan era praticando com moedas, no entanto iso fazia com a
prática fosse ainda mais dolorida.
Assim alguns desenvolveram instrumentos com bordas mais arredondadas como na figura ao lado.
Este tipo de instrumento facilita a pegada do praticante (cabo) e possui uma superfície bem suave
e arredondada para a raspagem.
Técnica mais básica e que deve ser executada com ligeiro cuidado na região
da coluna, Vaso Governador (Du Mai).
O cuidado se deve ao fato de ser possível a presença de dor ao se raspar
sobre os processos espinhosos das vértebras.
灸法 jiǔfǎ
Moxabustão
Apresentação
A utilização das propriedades terapêuticas do calor tem sido empregada, provavelmente, pelo
homem desde os tempos mais remotos.
A sensação de conforto proporcionada pelo aquecimento do sol ou de outras fontes possivelmente
fez com que os homens descem um valor importante ao calor, sendo que Wang Xue Tai, grande
praticante e pesquisador contemporâneo relata que:
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“Na sociedade primitiva, quando as pessoas estavam se aquecendo junto ao fogo, elas acidentalmente
perceberam que a aplicação de calor sobre a região do abdome poderia aliviar sintomas como dores
abdominais, distensão e plenitude abdominal”.
Definição
No Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa de 2004 é possível encontrar as seguintes
definições:
Moxa – (cs) [Do jap. mogusa, ‘certa variedade de artemísia cujo parênquima é comestível’.]
Substantivo feminino.
1.Bastonete, ou cone, feito com parênquima de artemísia, ou mesmo ramo de artemísia, que, queimado
em contato com a pele, em determinadas regiões do corpo, produz efeito comparável ao da acupuntura. [É
prática da medicina oriental.]
Moxibustão–(cs)[De moxa+ -i- + (com)bustão; ingl. moxibustion.]
Substantivo feminino.
1.Med. Contra-irritação, ou cauterização, produzida pela moxa acesa, e colocada sobre a pele.
Segundo o texto Skill with illustrations of Chinese Acupuncture and Moxibustion:
“Moxabustão é um método terapêutico através da queima de alguns materiais combustíveis ou aplicação
de compressas de ervas ou emplastro de ervas sobre um ponto de acupuntura ou região afetada pra
produzir um estímulo morno-quente no paciente, que atua no ponto de acupuntura ou região afetada e é
conduzido através dos Canais de modo que o equilíbrio das funções físicas do corpo seja ajustado”.
Significado
Através de uma análise rápida do ideograma, caractere, chinês que indica a prática da moxabustão
de maneira geral como pode ser encontrado em alguns textos, 灸 (jiǔ), é formado com base na soma de
dois outros ideogramas distintos:
• 久(jiǔ), que além de dar a fonética para o termo chinês de moxabustão, indica algo de longa
duração ou com uma duração específica;
• 火 (huǒ), que indica fogo, chamas, ardência.
Desta forma o ideograma chinês para moxabustão implica na idéia da queima de algum material,
geração de fogo, por um período aumentado de tempo.
A moxa
Mogusa, que deu origem ao termo moxa, vem a ser a própria planta mais comumente empregada
para a realização da moxabustão, a Artemisia vulgaris ou também Artemisia argyii (nome alternativo ou
que pode ser empregado de maneira similar) que em chinês é 艾 (ài), ou ainda 艾叶 (ài yè), que seriam as
folhas da artemísia. Vale dizer que em japonês a erva empregada na moxa é conhecida por Yomogi, ou
mogusa (forma processada) como já descrito, como bem ressalta o professor Antônio Cunha, especialista
em acupuntura japonesa.
A Artemisia é uma planta ramosa e aromática, originária da Europa temperada, Ásia, norte de
África, mas está também presente na América do Norte, onde é uma erva invasiva, cultivada em hortas e
jardins como ornamental e medicinal.
Características
Há cinco condições básicas e importantíssimas para que a artemísia esteja no melhor de
sua qualidade, condições estas já previstas desde os tempos mais antigos em relação às folhas:
1. devem ser macias e melhor que sejam colhidas na primavera;
2. devem ser guardadas por um longo período de tempo;
3. devem se limpas, toda a sujeira e folhas de menor qualidade devem ser removidas;
4. devem ser socadas até que elas se tornem uma lã fina e macia;
5. A lã deve ser seca.
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Funções
Abaixo seguem as principais funções para a utilização da moxabustão na prática terapêutica de
acordo com os principais textos contemporâneos:
• Aquecer e Dispersar o Frio
• Aquecer e Drenar os Canais e Colaterais (Jing Luo)
• Promoção da Circulação de Sangue (Xue)
• Remover a Estagnação de Sangue (Xue)
• Recuperar o Yang debilitado
• Recuperar o Colapso de Yang
• Tonificar o Qi e nutrir o Sangue (Xue)
• Aliviar Estagnações
• Dispersar Agentes Patogênicos
• Promover a Saúde e Prevenir Doenças
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Com relação à aplicação específica dos cones de moxa com finalidade terapêutica há duas
principais técnicas a serem analisadas:
• Moxabustão direta (直接灸 zhíjiējiǔ)
• Moxabustão indireta (间接灸 jiànjiējiǔ)
Cada uma destas técnicas principais pode ser subdivida em outras tantas, mas de maneira geral
temos que a primeira implica na utilização de cones de moxa diretamente sobre a pele do paciente e a
segunda implica na utilização de cones de moxa apoiados sobre alguma substância que forma o que é
chamado de interposição, entre a moxa e o ponto a ser estimulado.
Após o cone de moxa ter sido queimado por completo, o praticante deve limpar a região,
removendo os excessos de cinzas e aplicar um novo cone, e assim sucessivamente. A remoção das cinzas
deve, preferencialmente, ser feita com uma gaze e um pouco de água estéreis.
A boa prática recomenda que a ferida seja limpa diariamente de maneira estéril, principalmente no
caso de possíveis infecções associadas com a ferida, apresentando aumento na quantidade de pus ou
secreções; Casos mais sérios requerem que os cuidados sejam aumentados, necessitando até mesmo de
trocas mais freqüentes do curativo.
Vale dizer que no ocidente esta prática não é utilizada com freqüência, principalmente pela baixa
tolerância aos estímulos.
Moxa botão
Esta prática implica na utilização de moxa moldada por máquinas específicas em forma de
cilindros posicionados sobre uma base que faz com que não haja contato direto entre a lã de moxa e a pele
do paciente.
Os principais, mais difundidos, cilindros de moxa, ou moxa botão, são de origem japonesa e
coreana, mas também há os chineses. Os botões de moxa são feitos exclusivamente com lã de moxa
prensada ou ainda mediante a combinação desta lã de moxa com outras substâncias, com finalidades
terapêuticas diversas.
A praticidade e simplicidade da aplicação dos botões de moxa permite que o praticante, após
realizar o devido tratamento na clínica, ensine o paciente a aplicar em si mesmo os botões de moxa ou
ensinar a um parente ou pessoa próxima para estimular o paciente.
Para tanto é necessário que se ensine a técnica de estímulo e marque precisamente os pontos a
receberem os estímulos. Este tipo de aplicação combinada, clínica e doméstica, é muito interessante para
o tratamento de casos crônicos ou alterações de difícil resolução.
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Agulha aquecida
Esta técnica clássica implica na utilização da queima de bolas de
moxa ou pedaços de bastões de moxa previamente fixadas no cabo de
agulhas já inseridas no paciente, com a finalidade de aplicar estimulação
por calor em adição ao estímulo já fornecido pela própria inserção da
agulha.
A aplicação da técnica do Wen Zhen, segundo a visão da
Medicina Tradicional Chinesa tem a capacidade de facilitar e promover a
circulação de Qi e de Sangue (Xue) através dos Canais e Colaterais (Jing Luo); dispersar Estagnações de
Qi e/ou de Sangue (Xue); promover um aquecimento de locais invadidos pelo Frio; aliviar a dor.
Seja empregando a técnica com punhado de lã de moxa ou pedaços de bastões de moxa,
recomenda-se que o praticante utilize um pedaço de papel mais grosso para proteger apele ao redor do
ponto estimulado.
Para tanto, deve-se prepara um circulo de papel com cerca de 05cm de diâmetro, que deve ser
rotado até o seu centro, de modo que a agulha, já inserida, possa deslizar pela ranhura e ficar bem no
centro do papel.
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Caixa de Moxa
A prática de moxabustão com auxílio de caixas específicas é uma técnica
bastante interessante, principalmente quando o objetivo do praticante é o estímulo de
vários pontos de acupuntura ou de uma área maior ao mesmo tempo.
Para a aplicação em si o praticante deve empregar 02 ou 03 porções lã de
moxa ou ainda 02 ou 03 pedaços de bastão de artemísia, com cerca de 2cm cada, que
devem ser colocados sobre a grade metálica, espalhando adequadamente para que o
calor seja dissipado por toda a caixa.
Esta prática é geralmente indicada, para estimular as partes superior e inferior das costas, a região
lombar, região epigástrica, região do abdome, região do baixo ventre e região das coxas.
Cachimbo de Moxa
Este suporte para bastão de moxa apresenta o formato similar a de um cachimbo,
daí ter ficado conhecido popularmente como cachimbo para bastão de moxa.
Outros instrumentos
Os outros instrumentos não são empregados com muita freqüência no Brasil, mas têm indicação
para estímulo interno, através do ânus e da vagina.
Métodos
Dentre as principais técnicas de aplicação de moxabustão, CALOR, sem artemísia destacam-se:
• Bastão de moxa sem fumaça
• Bastão de moxa com medicamento
• Moxabustão com ferida por medicamento
• Moxa Elétrica
Outras técnicas
Moxabustão da Serpente
Esta modalidade de moxabustão implica
basicamente na utilização de uma seqüência de cones
de moxa, na verdade pedaços de lã de moxa em
formato similares a quibes, por toda a região da coluna
do paciente de forma similar a uma serpente, daí o seu
nome.
Vale dizer que é possível também encontrar o
termo “moxa em forma de cora” ou ainda “moxa
dragão”, sendo este último o termo que me foi ensinado
por especialistas chineses.
A aplicação desta modalidade de moxabustão em forma de serpente longa tem as funções
elementares de aquecer e tonificar o Yang do Vaso Governador (Du Mai), fortalecendo o Qi Primário
(Yuan Qi), fortalecendo o Rim (Shen) e suas funções, regulando o Yin e Yang e promovendo o fluxo de
Qi e Sangue (Xue).
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拔罐法 báguànfǎ
Ventosaterapia
Apresentação
Definição
A terapêutica com aplicação de ventosa ou, simplesmente, ventosaterapia é uma antiga prática
tradicional da Medicina Chinesa, onde uma estrutura específica é posicionada sobre a pele do paciente e
produz efeitos terapêuticos através da criação de um vácuo no interior desta estrutura ou instrumento, de
modo que a pele e tecidos superficiais sejam sugados e mantidos no interior do corpo.
No decorrer dos anos diversos termos foram empregados para a denominação da prática da
ventosaterapia na China com destaque para:
角法 - jiǎofǎ (técnica do chifre)
拔罐疗法 - báguàn liáofǎ Ventosaterapia
吸筒疗法 - xītǒng liáofǎ Ventosaterapia
吸杯法 - xībēifǎ Ventosaterapia
Segundo Shuai Xue Zhong: “Aplicar vários métodos para drenar o ar de dentro de um copo para
gerar pressão negativa e fazer com que absorva a superfície do corpo, para o tratamento de doenças.
Causar congestão local ou estagnação de sangue através de sua absorção, podendo promover a
circulação sangüínea, o fluxo de Qi, alívio de dor e diminuição de inchaços”.
As ventosas são identificadas pelo termo chinês Guan (罐 guàn), que traz a idéia de copos, jarro,
pote, sempre uma estrutura oca com capacidade de armazenar algo. Neste caso a estrutura oca é
empregada para a geração de um vácuo parcial.
A definição do professor Auteroche para ventosas indica: “As ventosas são pequenos frascos com
abertura redonda e lisa, utilizados para criar, na pele, uma depressão que vai puxar o sangue para o
exterior do corpo e fazê-lo circular”.
Aplicação
Copos para Ventosa
Os primeiros tipos de ventosa a serem empregados eram feitos
a partir de chifres de animais, passando por outros materiais como
cerâmica, bambu e vidro, onde estes dois últimos estão dentre os mais
utilizados até os dias atuais.
Outros materiais foram empregados em alguns momentos na
história, porém são raramente empregados na atualidade, como ferro e
cobre.
Além destes materiais descritos acima, nos últimos anos a um
grande aumento na utilização de ventosas feitas de um plástico enrijecido, normalmente com válvulas
para sucção através de bomba, elétrica ou manual.
Na China é comum a utilização de potes de vidro, de alimentos, para a prática a ventosaterapia, até
mesmo em alguns hospitais e clínicas.
Procedimento
Após a seleção do tipo de ventosa, copo, que será empregado o praticante deve partir para a
seleção da área que será estimulada. Após esta seleção deve-se partir para a fixação da ventosa no corpo
do paciente mediante a geração do vácuo de acordo com o método de escolha ou o mais adequado.
Por fim, o praticante deve selecionar, de acordo com as características específicas do paciente e os
objetivos do tratamento, qual será o método de aplicação a ser utilizado.
Métodos de Sucção
Para a geração do vácuo, sucção, o praticante pode se utilizar de alguns métodos diferentes, com
destaque para:
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Ventosa de fogo
Esta forma de gerar o vácuo no interior do copo é uma das mais tradicionais e aplicadas na prática
clínica chinesa, podendo ser executada mediante alguns métodos, sempre através da utilização de uma
chama que, ao consumir o oxigênio dentro do copo, gera o vácuo:
• Método de atirar fogo
• Método de passar rapidamente o fogo
• Método de aderir algodão
• Método de apoio em material
Ventosa de água
Esta forma de gerar o vácuo no interior do copo é aplicada com menor freqüência, gerando
colocando os copos para serem fervidos em água ou uma combinação fitoterápica, para então serem
rapidamente secados e pressionados sobre a região a ser estimulada. O calor no interior do copo acaba por
gerar a sucção necessária.
Métodos de aplicação
Após a seleção do tipo de copo que será empregado, do método de sucção e da seleção da área que
será estimulada, o praticante deve escolher o método de aplicação.
Desta forma, o praticante deve conhecer a fundo cada um dos métodos para que possa proceder
com a escolha do mais relevante para a situação específica do paciente.
Na atualidade há diferentes métodos de ventosaterapia utilizados e promovidos na China, Japão e
Coréia, assim como os países ocidentais que absorveram e reproduzem os grandes benefícios destes
conhecimentos orientais.
• Ventosa com retenção
• Ventosa rápida (repetida)
• Ventosaterapia deslizante
• Ventosa com moxa
• Ventosa com medicamento
• Ventosa com agulha dentro do copo
• Sangria e ventosa
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Ventosaterapia deslizante
Este método de ventosa implica na utilização de movimentos, deslizamentos, do copo já com a
sucção, pelo corpo do paciente, amplamente empregado na região da coluna.
Os deslizamentos potencializam os efeitos terapêuticos e tendem a gerar efeitos de dispersão, visto
que é um estímulo forte, devendo ser empregado com auxílio de um óleo para facilitar o deslizamento.
Sangria e ventosa
Esta técnica combina os efeitos terapêuticos da sangria com a sucção da ventosa,
potencializando a retirada de sangue e seus efeitos.
Esta técnica é amplamente empregada no tratamento de pacientes com dores ou
sintomas associados com Calor.
Uma opção interessante é da utilização do “martelo” de 7 ou 5 agulhas, seguida da
aplicação da ventosa.
Aplicações combinadas
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Protocolos gerais
Protocolo anterior
Potencializa as funções de Baço (Pi), Estômago (Wei), Intestinos (Chang).
Protocolo posterior
Atuam sobre a função dos Órgãos (Zang), mediante estímulo de pontos Bei Shu, favorecendo a
ação destes e a prevenção de alterações.
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