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Introdução..................................................................................................................................................2
I. John Rawls.........................................................................................................................................3
1.1. Críticas a Uma Teoria de Justiça..............................................................................................4
1.2. Liberalismo político de Rawls...................................................................................................4
1.3. Princípios de justiça...................................................................................................................5
II. Karl Popper (1902-1994)...............................................................................................................6
2.1. Pensamento político...................................................................................................................6
2.2. Principais ideias de Popper.......................................................................................................7
2.3. A sociedade aberta.....................................................................................................................7
2.4. Formas de sistemas políticos.....................................................................................................8
2.5. Regimes políticos........................................................................................................................8
III. Sistemas de governo.......................................................................................................................9
IV. Conclusão.....................................................................................................................................11
V. Bibliográfia.......................................................................................................................................12
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Introdução
Falar de Filosofia política contemporânea sem referir Hegel é procurar dificultar a compreensão
da filosofia política da nossa época. A Filosofia do Estado de Hegel resume-se à subordinação do
indivíduo ao Estado, no qual este se dissolve em nome de uma ordem suprema, a ideia absoluta
que norteia as outras inteligências e vontades, legitimando-se, desta maneira, o regime ditatório,
quer dizer, para Hegel, o indivíduo, no Estado, é um simples objecto e não o sujeito do seu
destino. A sua vontade é sufocada pela vontade do Estado e o indivíduo perde a sua liberdade é
este factor que será contestado pelos liberais.
Quando Hegel morre, em 1831, os seus discípulos começaram a discutir se o Estado prussiano
de então, com as suas instituições e as suas realizações económicas e sociais, deveria ser
considerado momento da síntese dialéctica, como a realização máxima da racionalidade do
espírito.
Acredita-se que os regimes ditatoriais que proliferaram no século XIX sejam fruto desta visão
hegeliana sobre o Estado.
Uns afirmavam, enquanto outros negavam. Estes últimos invocavam a teoria da dialéctica para
sustentar que não era possível deter-se naquela configuração política e que a dialéctica histórica
deveria negá-la para a superar e realizar uma racionalidade mais elevada (de acordo com o
método dialéctico de Hegel).
O alemão David Strauss designou estas duas alas por esquerda e direita hegelianas, em 1837,
termos usados no parlamento francês para referir o espírito reformista e o espírito reformista
conservadorista defendido por cada uma das alas, respectivamente. A esquerda e a direita
políticas constituem, respectivamente, os partidos socialistas ou comunistas e os partidos
capitalistas (liberais).
Analisaremos, na Filosofia contemporânea, dois autores, nomeadamente John Rawls e Karl
Popper, ambos liberais, apesar de haver certas particularidades que levam alguns estudiosos a
negar este atributo ao primeiro.
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I. John Rawls
O pensamento político do filósofo norte-americano John Rawls encontra-se patente nas obras
Uma Teoria de Justiça, de 1971, e O Liberalismo político, resultando esta última da revisão do
pensamento expresso na primeira, devido às inúmeras críticas feitas por «libertários» e
comunitários. A obra Uma Teoria de Justiça está dividida em três partes. A primeira parte trata
das teorias, a segunda das instituiçöes e a terceira dos fins. Na primeira parte, Rawls apresenta as
ideias principais a desenvolver ao longo da obra; na segunda, a necessidade de uma democracia
constitucional como pano de fundo para a aplicação das ideias referidas na primeira; e, na
terceira, descreve o estabelecimento da relação entre a teoria da justiça e os valores da sociedade
e o bem comum.
Como citámos anteriormente, para Rawls, a justiça é a estrutura de base da sociedade e a
primeira virtude das instituiçòes sociais. Esta concretiza-se na efectivação das liberdades
individuais e na sua não restrição para o benefício de outrem. Uma sociedade justa, defende
Rawls, deve fundar-se na igualdade de direitos. A justiça não pode ser deduzida a partir das
concepções de bem difundidas na sociedade, porque se aliam ao utilitarismo.
Assim, a justiça deve ser encarada como a capacidade concedida à pessoa para escolher os seus
próprios fins. Portanto, a justiça diz respeito a uma «estrutura de base» que «congrega as
instituições sociais mais importantes, a constituição, as principais estruturas económicas, bem
como a maneira através da qual estas representam os direitos e os deveres fundamentais e
determinam a repartição dos benefícios extraídos da cooperação social».
Rawls sabe que, na estrutura de base, os homens ocupam posições diferentes, o que origina
desigualdade em termos de posição social. Por isso, a justiça tem de corrigir estes Indivíduos que
não admitem quaisquer restrições às liberdades individuais.
Daí a necessidade de um novo contrato social que defina os princípios da justiça identificando
regras que, pessoas livres e racionais, colocadas numa «posição inicial de igualdade»,
escolheriam para formar a sua sociedade. A definição dos princípios da nova organização social
deve ser feita à luz do «véu de ignorância», para que ninguém efectue escolhas em função da sua
situação pessoal de desigualdade. Portanto, a justiça em Rawls deve ser entendida como
equidade.
Como defende Rawls, os princípios da justiça devem ser classificados por ordem lexical e, por
consequência, a liberdade não se pode limitar senão em nome da própria liberdade.
Há dois casos a referir:
a) uma redução da liberdade deve reforçar o sistema total da liberdade que todos partilham;
b) uma desigualdade só deve ser aceitável se servir para beneficiar os cidadãos menos
favorecidos. Surge, então, o princípio da diferença, com a finalidade de «limar» as
desigualdades,
organizando-as, na condição de todos beneficiarem, principalmente os desfavorecidos. Para isso,
o Estado deve dividir-se em quatro departamentos:
Departamento das atribuições - tem a missao de velar pela manutenção de um sistema
de preços e impedir a formação de posições dominantes excessivas no mercado.
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Departamento da estabilização - tem como . O princípio da igualdade é fundamental
objectivo proporcionar pleno emprego. na teoria de Rawls.
Departamento das transferências sociais - tem como função velar pelas necessidades
sociais e intervir para assegurar o mínimo social (Estado de providência).
Departamento para a repartição - tem como fim preservar uma certa justiça neste
domínio graças à fiscalidade e aos ajustamentos necessários do direito de propriedade.
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se os seus membros não partilharem uma certa concepção de bem, sem, no entanto, revogar a
primazia do justo sobre o bem. E como equidade é um projecto irrealista. porém, assevera que a
nova teoria do liberalismo deve Esta visão foi desenvolvida na obra O Liberalismo Político, onde
reconhece igualmente que a justiça estabelecer uma base sobre a qual se possam erguer
instituições políticas liberais, o que implica a identificação de um substrato comum das ideias
aceitáveis e aceites pela comunidade pública e, em seguida, considerar os termos de coexistência
entre estas ideias e uma comcepção política da justiça, que deverá estar de acordo com as
convicções bem pesadas dos indivíduos, a todos os níveis de generalidade ou, pelo menos, em
equilíbrio com as mesmas.
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Na obra A Sociedade Aberta e os seus Inimigos. O diálogo é essencial na teoria de Popper.
Popper critica o método dialéctico e ataca a ideologia historicista que defendia o totalitarismo. A
sociedade aberta opõe-se à sociedade fechada, que é uma sociedade totalitária, concebida
organicamente e organizada tribalmente segundo normas não modificáveis. A sociedade aberta,
em contrapartida, baseia-se no exercício crítico da razão humana, como sociedade que não
apenas tolera como também estimula no seu interior e por meio de instituiçöes democráticas a
liberdade dos indivíduos e dos grupos, tendo em vista a solução dos problemas sociais, ou seja,
as reformas contínuas.
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a existente e em cuja direcção nós temos o dever de caminhar. Esta é a aspiração realista e não
utopia.
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Existe livre participação na designação dos governantes;
Existe um controlo do exercício das funções dos governantes.
Por sua vez, os regimes ditatoriais subdividem-se em autoritários e totalitários.
O regime é ditatorial autoritário quando o poder político exerce um certo controlo sobre a
sociedade civil, sendo, no entanto, possível manter um determinado grau de autonomia.
O regime é ditatorial totalitário quando o controlo do poder político subjuga a sociedade
civil.
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Representativos simples - o poder concentra-se no chefe de Estado.
b) Sistemas de governo democráticos representativos de divisão de poderes. Estes dividem-
se em parlamentaristas, presidencialistas e semipresidencialistas. O critério baseia-se na
posição relativa do chefe de Estado no conjunto do sistema e na relação entre o governo e o
parlamento.
Sistema parlamentar - o chefe de Estado é um órgão politicamente irrelevante no que
respeita à possibilidade de exercer o poder efectivamente e o governo é politicamente
responsável perante o parlamento. O parlamento pode demitir o governo.
Sistema de governo presidencial - o órgão decisivo do governo é o chefe de Estado. O
parlamento não pode demitir o governo.
Sistema de governo semipresidencial - o chefe de Estado tem a possibilidade de exercer
poderes significativos e o governo responde politicamente ao parlamento.
Além destas formas, há o sistema de governo directorial. Neste caso, existe um órgão colegial
que exerce o poder executivo e que é independente do poder legislativo. Nenhum dos poderes
responde politicamente pelo outro, nem a Assembleia pode ser dissolvida em caso algum.
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IV. Conclusão
Chegado ao fim deste trabalho, concluo que;
Rawls teorizou, com um certo brilhantismo, uma igualdade absoluta. Para Rawls, a
justiça é a estrutura de base da sociedade. Uma sociedade justa, segundo ele, deve fundar-
se na igualdade de direitos.
A sua teoria foi criticada por não ser possível executá-la sem violar o princípio da
propriedade privada adquirida de forma legitima. Reconhecendo a inexecutabilidade da
sua teoria de justiça, recomenda, todavia, que a nova teoria do liberalismo estabeleça uma
base sobre a qual se possam erguer instituições políticas liberais.
Popper defende a sociedade aberta, uma sociedade em que se estimulam instituições
democráticas e a liberdade dos indivíduos e dos grupos, tendo em vista a solução dos
problemas sociais.
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V. Bibliográfia
A Nova Parceria para o Desenvolvimento da África - NEPAL), Maputo, 2002 AA. VV.
Dicionário Enciclopédico Alta, l, Lisboa, Publicações Alfa, 1992
AA. VV. Dicionário Enciclopédico Altil, II, Lisboa, PublicaçOes Alfa, 1992
ALCÂNTARA DE MELO, Frederico, John Rawls: Uma Noção De Justiça, Working
Paper 9 Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa, 2001
ARANHA, Maria, L. A.; MARTINS, Maria, H. P. Filosotåndo, Introdnçà() à Filosofia,
São Paulo, Editora Moderna, 1991
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