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Índice

1.0 Introdução..................................................................................................................................4
1.1.Objectivos..............................................................................................................................5
1.1.1.Objectivo Geral...................................................................................................................5
1.1.2.Objectivos Específicos........................................................................................................5
1.2.Metodologia...........................................................................................................................5
2.0 Quadro teórico...........................................................................................................................6
2.1. Língua padrão.......................................................................................................................6
2.2. Alguns factores usados para a definição da língua como padrão.........................................6
2.3. Relação língua e sociedade...................................................................................................6
2.4. Atitudes perante língua.........................................................................................................6
2.5. Os diferentes fenómenos que surgem da comunidade linguística........................................7
2.6. Os factores que estão por detrás dos diferentes fenómenos que ocorrem na comunidade
linguística.....................................................................................................................................8
2.7. O conceito de língua veicular................................................................................................8
2.8. Os factores que estão na origem da mesma..........................................................................9
2.9. Uma sociedade é bilingue.....................................................................................................9
2.10. Os diferentes níveis de bilinguismo....................................................................................9
2.11. O código linguístico..........................................................................................................10
2.12. Os processos de política linguística e da planificação linguística....................................10
2.13. As diferentes etapas da pesquisa de Labov:......................................................................10
2.14. O conceito de Rede Social................................................................................................11
2.15. Os factores que condicionam as Variações linguísticas na rede social moçambicana.....11
3.0 Conclusão................................................................................................................................14
4.0 Referências Bibliográficas.......................................................................................................15
1.0 Introdução
O presente trabalho visa Compreender o contexto social, espaço, o tempo, o contexto, o contacto
de línguas são factores que interferem na variação linguística concorrendo assim para um maior
conhecimento das questões da diversidade linguística no país e no mundo em geral.

Uma sociedade é bilingue quando usa habitualmente e correctamente duas línguas respeitando os
conceitos e as estruturas próprias das mesmas. o emprego de duas línguas diferentes por uma
comunidade ou conjunto de problemas linguísticos, psicológicos e sociais que se propõem a
esses habitantes.

Política linguística é o conjunto de posições, opções e escolhas conscientes que partem da


realidade linguística do país, realmente feitas pelo Estado, sendo evidente que haja um
conhecimento profundo da situação linguística do país. E Planificação Linguística refere-se ao
conjunto de actividades ou um projecto linguístico colectivo que tem como meta harmonização
linguística. É a pesquisa e a realização de acções necessárias para a aplicação da política
linguística, e a concretizarão da mesma política que determina as acções que devem ser levadas a
cabo em cada etapa até chegar ao objectivo visado.

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1.1.Objectivos

1.1.1.Objectivo Geral
 Compreender que o contexto social, espaço, o tempo, o contexto, o contacto de línguas
são factores que interferem na variação linguística concorrendo assim para um maior
conhecimento das questões da diversidade linguística no país e no mundo em geral.

1.1.2.Objectivos Específicos
 Estabelecer a relação entre língua e sociedade;
 Explicar o bilinguismo no estudo de Sociolinguística;
 Descrever política linguística e planificação linguística.

1.2.Metodologia
A metodologia representa mais do que uma descrição formal dos métodos e técnicas e indica a
leitura operacional que o pesquisador fez do quadro teórico. Portanto, para o presente trabalho
preveligiou-se o método de pesquisa bibliográfica, o qual consistiu na consulta de artigos
produzidos por vários autores que se interessaram pela matéria referente à Sociolinguistica. A
escolha do método foi justamente pela adequação do mesmo aos nossos objectivos do trabalho.

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2.0 Quadro teórico

2.1. Língua padrão


Língua padrão é a modalidade linguística sustentada na tentativa de padronização, prescrição e
julgamento de valor quanto as outras modalidades, perpetuando uma variedade - padrão e
atribuindo-lhe um grau de maior prestigio na comunidade.

2.2. Alguns factores usados para a definição da língua como padrão


Para a definição da língua como padrão existem diferentes factores tais como: formas de poder,
do domínio social, cultural, político e económico.

Um sistema social sustentado na dominação política, económica e cultural de pequenos grupos;


portanto, tentativa de sobrepor a diversidade um desejável modelo de realizar e perceber os
fenómenos da língua.

Uma sociedade diversa e heterogénea em suas várias instâncias; portanto, diversa no modo de
realizar e perceber os fenómenos da língua;

2.3. Relação língua e sociedade


A língua e sociedade têm uma relação de interligação, pois estão ligadas entre si de modo
inquestionável que o ser humano é constituído dessa ligação. A língua de um povo está
intimamente ligada à história desse povo. Para além disso é preciso observar que, somente se
sabe de onde é um homem, após ele ter falado. A sua língua o distingue dos outros falantes. Cada
região tem a sua língua, cada comunidade expõe de forma própria essa língua e cada falante tem
o seu jeito particular de realizar essa mesma língua.

Portanto, cada região tem a sua língua, cada comunidade expõe de forma própria essa língua e
cada falante tem o seu jeito particular de realizar essa mesma língua daí a relação entre a língua e
sociedade.

2.4. Atitudes perante língua


Normalização - trata da definição de normas padrões do uso da língua;

Historicidade - encarrega-se pela procura de uma história passada de modo a salientar as


variantes que se tornaram autónomas. Esta fornece a base e as variações vocabulares que se
impõem à língua. As variantes se tornam historicidade quando são uma ideologia, uma tradição;
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Vitalidade - É uma capacidade de verificação da utilidade da língua em todas as funções vitais.
A sua presença define a atitude dos homens perante uma variedade linguística. Quanto mais
falantes existirem, utilizando uma dada variedade linguística, maior será a sua vitalidade,
autonomia, historicidade e normalização.

2.5. Os diferentes fenómenos que surgem da comunidade linguística


Criptografia - São léxicos utilizados com objectivos pictográficos e que se relacionam com o
calão, comportando certos léxicos técnicos de uma determinada linguagem.

Tabus linguísticos - Têm que ver com muitos factores de natureza tradicional, cultural, sociais d
e cada sociedade. Às vezes são influenciados/motivados pela repreensão do Governo. E
traduzem-se em expressões como: “...não se diz em público...perante as mulheres...perante os
mais novos...perante os homens...”

Dialectologia - Ocupa-se pelas dimensões geográficas

Eufemismos - Forma de referir-se algo, mas com recurso a outras palavras (consideradas mais
leves)

Influência dialectal - Uso/utilização de léxicos próprios duma língua materna (dialecto) em


outras línguas. Atenção aos itens lexicais lexicalizados que ao serem tomados por empréstimos
de outras línguas a partir das línguas Bantu adquirem uso progressivo nessas línguas puras.

Deslexia - Dificuldades e /ou perturbações na aprendizagem da fala e da escrita

Hiper-correcção - Consiste na correcção desnecessária da ocorrência de alguns sons entro da


palavra. Este tipo de erros é resultante da fraca ou incompleta competência do falante, que o leva
a não distinguir onde reside o erro.

Sabires - distinguem-se dos crioulos por estas não possuírem uma estrutura segura, podendo
desaparecer facilmente. Nascem também do contacto entre duas línguas mas são unilaterais. São
sistemas linguísticos menos complexos, sendo geralmente falados pelos dominados. São de uso
oral, (apenas por grupos culturas desfavorecidos), caracterizadas pela existência de permanente
instabilidade de estrutura e falta de autonomia em relação a outras línguas.

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Crioulo - são as interferências de duas línguas produzem-se de tal maneira que até formam
signos linguísticos, quebrando o carácter interferencial, constituindo uma nova língua dessa
comunidade de falantes.

Pidgin - trata-se de uma L2 nascida do contacto entre duas línguas ex. Inglês e Chinês em
condições biunívocas a saber: deste contacto as duas línguas tem que ser ininteligíveis
mutuamente; a 2a é preciso que haja uma necessidade de intercompreensão numa situação de
tempo limitada e transitória.

2.6. Os factores que estão por detrás dos diferentes fenómenos que ocorrem na comunidade
linguística
Sócio - históricos

- a chegada massiva de um contingente de m-d-o

- isolamento dum grupo dominante

- a presença de mulheres e crianças

- a duração dos contactos

- a possibilidade de se instalar num local

Sócio - linguísticos (pidginização e crioulização)

- multiplicidade de línguas

- o corte linguístico cultural com a origem

- a necessidade de comunicação entre os escravos

- ausência de uma língua comum.

2.7. O conceito de língua veicular


Língua veicular é aquela língua que surge para resolver problemas de intercomunicação entre
grupos que falam línguas diferentes.

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2.8. Os factores que estão na origem da mesma
Factor geográfico: estas línguas localizam-se nas costas, passagens de estradas (meio de
comunicação social). A situação geográfica não esta na expansão desta, mas sim contribui

Factor económico: dá a certas línguas carácter veicular devido a intensidade do comércio.


Contudo, este factor não determina a aparição de uma língua veicular

Factor político: o factor político só vem reforçar a expansão linguística

Factor religioso: há certas línguas ligadas ao sagrado (livros de carácter sagrado escritos em
línguas veiculares) esse acaba sendo um factor de expansão linguística.

Factor prestigio e histórico: os falantes de certas línguas no processo de realização da língua.

Factor humano: este tem influência na aquisição de uma lg uma vez que ir a cidade significa
aprender outra língua e nesse processo, há interferências;

Factor urbano: este favorece a veicularidade da língua. O factor êxodo rural produz efeitos
como os de aquisição de uma língua (da cidade), o que resulta em cruzamento de línguas.

A dicotomia cidade - campo reenvia-nos para os factores económicos ( a ligação existente entre a
língua da cidade com a industrialização, o comercio, a administração etc.) a cidade torna-se um
elemento importante para a expansão de uma língua.

2.9. Uma sociedade é bilingue


Uma sociedade é bilingue quando usa habitualmente e correctamente duas línguas respeitando os
conceitos e as estruturas próprias das mesmas. o emprego de duas línguas diferentes por uma
comunidade ou conjunto de problemas linguísticos, psicológicos e sociais que se propõem a
esses habitantes.

2.10. Os diferentes níveis de bilinguismo


Bilinguismo individual - conhecimento e domínio que uma pessoa tem de duas línguas; ao uso
que um indivíduo faz das mesmas; aos factores que intervêm no processo de aquisição, e às
variáveis entre indivíduo, médio e língua.

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Bilinguismo social - é necessário fazer uma breve referência a algumas situações políticas que
têm gerado um tratamento e uma consideração específica para as línguas (as consequências
sociolinguísticas que teve a colonização europeia no continente asiático e africano;
consequências da proibição de uso de línguas próprias em uma comunidade ou região; causa das
migrações a outros países mais industrializados em procura de uma melhora económico
trabalhista).

2.11. O código linguístico


Código linguístico é a estrutura social que gera códigos linguísticos diferentes que transmitem a
cultura do grupo, e dessa forma, por determinar comportamentos e modos de pensar e interpretar
a realidade.

2.12. Os processos de política linguística e da planificação linguística


Política linguística é o conjunto de posições, opções e escolhas conscientes que partem da
realidade linguística do país, realmente feitas pelo Estado, sendo evidente que haja um
conhecimento profundo da situação linguística do país.

Planificação Linguística refere-se ao conjunto de actividades ou um projecto linguístico


colectivo que tem como meta harmonização linguística. É a pesquisa e a realização de acções
necessárias para a aplicação da política linguística, e a concretizarão da mesma política que
determina as acções que devem ser levadas a cabo em cada etapa até chegar ao objectivo visado.

2.13. As diferentes etapas da pesquisa de Labov:


- O estudo da comunidade é anterior à capacidade do indivíduo. As estruturas sociais mudam
com o tempo, e a língua, que é uma forma de representação da sociedade – além de constituinte
dela -, acompanha essas mudanças.

- Apresentação das variáveis com as quais ele trabalha em sua investigação. As variáveis são
cinco: 1) o r em coda e pré-consonantal, podendo ser realizado ou não; 2) a altura da vogal æh,
subdividida em uma escala de 1 a 6; 3)a vogal oh, também subdividida em seis; 4,5) th e dh,
variáveis que podem ser fricativas ou não. Apesar de declarar o estudo ser sobre as vogais no
inglês em Nova Iorque, Labov acrescenta as variáveis 1, 4 e 5 como forma de se estudar de
forma indirecta as vogais e ter outros parâmetros para comparar os resultados, a partir da análise
dessas variáveis diversas.

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- Apresentação dos estilos que isolou após muita observação e estudo. Eles variam em quatro
níveis principais: fala informal (de A1 a A5); fala formal na entrevista linguística (B); leitura
(C); e lista de palavras (D e D’).

- Descrição da região e como se envolveu com ela, achou seus informantes e como foi feito o
trabalho de entrevista. O investigador deve recorrer a outros índices e pesquisas que tiveram sua
região de estudo também como objecto. Labov busca apoio nas entrevistas do projecto American
Language Survey. Ele também nos conta como se envolveu no projecto Mobilization for Youth,
além de utilizar dados do censo da região.

- Revisão e comentários críticos sobre tradições históricas da pesquisa linguística.

- Mostrar que a variação é parte da estrutura linguística de uma Comunidade de Fala é bem
sucedida e, como não poderia deixar de ser, norteia estudos na área da sociolinguística há mais
de 40 anos.

2.14. O conceito de Rede Social


Rede social postula que existe uma relação entre as escolhas linguísticas do falante e as pressões
dos contactos sociais informais que ele tem dentro de uma dada comunidade. Isto explica-se pelo
facto de o grau de integração do falante na sua rede poder funcionar como um mecanismo de
reforço e cumprimento da norma linguística.

2.15. Os factores que condicionam as Variações linguísticas na rede social moçambicana


Factores socioculturais

As condições socioculturais em que o Português de Moçambique está inserido são também


factores na formação da amplitude de variedades que se podem distinguir. No Português de
Moçambique, são numerosos os exemplos de linguagem socioculturalmente específica.

Factor Política linguística nacional

A política linguística oficial moçambicana reconhece o Português como a única língua oficial,
onde a variedade de Português, que é designada variedade oficial, é a norma do Português
europeu. A norma europeia integra uma arena para discurso prescritivista, onde as ideologias do
purismo são propostas e também contestadas. Isto significa que esta variedade do Português

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constrange o desenvolvimento e propagação de alternativas a variantes padronizadas que podem
surgir desta situação de contacto.

Factor Contacto de línguas

Em Moçambique, são faladas, potencialmente, entre 15 a 20 línguas bantu (as estimativas


variam), assim como um punhado de línguas de origem asiática. Nas áreas urbanas onde é
falado, o Português ocorre em situações diferentes de contacto linguístico diário com estas
línguas. Em áreas urbanas centrais, é o meio de comunicação quotidiano mais frequente. Por
outro lado, nas áreas suburbanas etnicamente mistas, o Português pode funcionar somente como
uma língua franca entre falantes com diversas línguas nativas. Finalmente, em distritos onde a
maior parte dos membros da comunidade partilham uma ou mais línguas bantu
mutuamenteinteligíveis, o Português será confinado a um leque limitado de funções e contextos
de L2.

Factores sociais

A noção de classe social é notoriamente difícil de se aplicar à sociedade moçambicana já que os


factores geralmente incluídos num indicador de classe social não são de fácil utilização entre a
população moçambicana.

Factor Idade

A idade como factor subjacente à variação linguística promete ser uma variável frutuosa para se
estudar o Português de Moçambique. Contudo, os papéis sociais e as experiências associadas
com a idade estão sujeitas à variabilidade cultural, e isto pode produzir, na língua, efeitos
distintos dos que se encontram em sociedades industrializadas ocidentais. Na maioria dos casos,
por exemplo, as crianças moçambicanas crescem num ambiente multilingue com uma língua
africana em casa, e tendo uma língua africana e o Português, frequentemente com um código
misturado, como a língua da comunidade imediata e do grupo de companheiros.

Factor Sexo

Mais uma vez, trata-se de uma questão aberta, i.e., se o significado social atribuído às diferenças
de sexo têm ramificações linguísticas similares, em Moçambique, às que se têm verificado em

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contextos do Primeiro Mundo. Tradicionalmente, as mulheres em Moçambique têm tido menos
acesso que os homens às línguas de prestígio, devido a diferenças nas oportunidades
educacionais e também devido ao facto de que, normalmente, possuem ocupações tradicionais.

Factor Profissão e educação

Por causa da base estreita que o Português tem na sociedade moçambicana, as instituições e
arenas oficiais públicas, onde o Português é usado numa variedade de funções diárias, tornaram-
se determinantes de relevo na formação de variantes do Português. Já notámos acima como
algumas diferenças na proficiência da língua portuguesa estão relacionadas com o sexo, o que
por sua vez está correlacionado com a profissão/ocupação. A educação é também um fórum
importante para a aquisição do Português. Isto significa que uma grande parte da variação
encontrada estará relacionada com registos e estilos ensinados academicamente e seus
concomitantes léxico, discurso e sintaxe.

Factor Contexto

Uma das questões mais interessantes referentes ao Português de Moçambique diz respeito à
variedade estilística que rodeia os falantes. Em primeiro lugar, o Português em Moçambique é
uma L2 para a maioria da população, o que, naturalmente, coloca constrangimentos de
proficiência sobre até que ponto o falante de L2 ou não nativo consegue adaptar a sua linguagem
aos diversos contextos. Em segundo lugar, como L2 ou língua não nativa, com usos
predominantemente oficiais, os falantes raramente se deparam com o Português, assumindo
outros usos que não sejam os oficiais.

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3.0 Conclusão
Com base neste trabalho concluímos que, a língua de um povo está intimamente ligada à história
desse povo. Para além disso é preciso observar que, somente se sabe de onde é um homem, após
ele ter falado. A sua língua o distingue dos outros falantes. Cada região tem a sua língua, cada
comunidade expõe de forma própria essa língua e cada falante tem o seu jeito particular de
realizar essa mesma língua.

Ademais, Bilinguismo individual é conhecimento e domínio que uma pessoa tem de duas
línguas. Enquanto, Bilinguismo social é a consequência de algumas situações políticas que têm
gerado um tratamento e uma consideração específica para as línguas.

E para terminar percebemos também que, as estruturas sociais mudam com o tempo, e a língua,
que é uma forma de representação da sociedade – além de constituinte dela -, acompanha essas
mudanças.

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4.0 Referências Bibliográficas
Universidade Católica de Moçambique, (UCM) Manual do Curso de Licenciatura em Ensino da
Língua Portuguesa Sociolinguística, Moçambique - Beira

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