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A respeito de Jesus ter verdadeiros irmãos e irmãs, a Bíblia se refere várias vezes a tais, em

Mateus 12:46, 47; 13:55, 56; Marcos 6:3; Lucas 8:19, 20; João 2:12; 7:3, 5. “The New Catholic
Enciclopedia” (Nova Enciclopédia Católica) declara que as palavras gregas usadas para designar
o parentesco entre Jesus e esses parentes têm o significado de verdadeiros irmãos e irmãs
consangüíneos. O motivo provável pelo qual Jesus confiou sua mãe a seu discípulo João, em vez
de a qualquer de seus irmãos carnais, foi que eles ainda não eram crentes, e Jesus considerava o
parentesco espiritual mais importante do que o carnal, conforme declarou em Mateus 12:46-50.
— RED.

Qual É o Conceito da Bíblia?


Tinha Jesus irmãos e irmãs?

ENTRE as verdades meridianamente expressas nas Escrituras Gregas Cristãs acha-se a de


que Jesus Cristo, quando estava na terra, era o Filho de Deus. Nessas exatas palavras, ele
próprio confessou este fato a seus opositores. (João 10:36) Também concordou plenamente com
a confissão de Pedro: “Tu és o Cristo. o Filho do Deus vivente.” — Mat. 16:16, 17.
Ademais, esses textos testificam claramente que Jesus nasceu duma virgem, Maria. Assim, o
apóstolo Mateus diz que, antes de José e Maria unirem-se em casamento, “achou-se ela grávida
por obra do Espírito Santo”. Mateus comenta que isto se deu em cumprimento da profecia de que
“a virgem conceberá e dará à luz ‘um filho”. O testemunho de Lucas é no mesmo sentido, de que o
anjo Gabriel apareceu à virgem Maria e lhe disse que ela conceberia e daria à luz um filho pelo
poder do espírito santo. — Mat. 1:18, 23; Luc. 1:30-35, (Com. Taizé (CT), Edições Loyola.
Havia convincente motivo para que Jesus nascesse duma virgem. Caso sua mãe se tivesse
casado, e tivesse tido relações sexuais com José antes de conceber pelo espírito santo, poder-se-
ia suspeitar a questão: de quem Jesus era filho — de Deus ou de José? Ademais, até mesmo o
sumo sacerdote só podia casar-se com uma virgem, de modo que era apropriado que Deus
usasse uma virgem para produzir seu Filho.
Mas, era necessário que Maria continuasse virgem depois de dar à luz Jesus, e continuou ela
virgem? Em outras palavras, era Jesus o único filho dela, ou teve ela, adicionalmente, filhos com
José? Tinha Jesus irmãos e irmãs — falando-se estritamente, irmãos e irmãs uterinos? As
Escrituras não fornecem razão alguma para que Maria continuasse virgem. Ter outros filhos não
teria nenhum efeito sobre Jesus. Mas, teve ou não teve ela outros filhos?
Não, afirmam os teólogos católicos romanos. Uma nota marginal em Marcos 6:1-6 (New
American Bible, católica) declara: “A questão sobre os irmãos de Jesus e suas irmãs (v 3) não
pode ser decidida facilmente à base lingüística. . . . A questão do significado aqui não teria surgido
senão pela fé da igreja na virgindade perpétua de Maria.” — Grifo acrescentado.
No entanto, é muito difícil encontrar-se qualquer base nas Escrituras para apoiar a “virgindade
perpétua” de Maria. Por exemplo, Mateus diz que “sem que até então [José] a houvesse tocado,
ela deu à luz seu filho, ao qual pôs o nome de Jesus”. Ao passo que não declara explicitamente
que ela teve relações sexuais com José depois de dar à luz Jesus, por certo isso é subentendido
pelas palavras de Mateus. E, o mesmo se pode dizer das palavras de Lucas, de que Maria “deu à
luz seu filho primogênito”. — Mat. 1:25; Luc. 2:7, GT.
Que ela teve outros filhos além de Jesus é claro das perguntas feitas às pessoas da mesma
cidade de Jesus, que estavam bem familiarizadas com sua família: “Donde lhe vêm estas coisas?
E que sabedoria é essa, que lhe foi dada? . . . Não é este o carpinteiro o filho de Maria, o irmão de
Tiago, de José, de Judas e Simão? E suas irmãs, não estão elas aqui, entre nós?” — Mar. 6:2, 3,
CT.
Que Jesus tinha (meios) irmãos naturais é também indicado pelo fato de que, em certa
ocasião, foi-lhe dito que “tua mãe e teus irmãos estão ali fora e querem falar contigo”. Lemos
ainda que “nem mesmo seus irmãos acreditavam nele”. — Mat. 12:47; João 7:5, CT.
Ademais, depois da morte e ressurreição de Jesus, lemos que entre os presentes no sobrado
de Jerusalém estavam, além dos onze apóstolos, outros, inclusive “Maria, a mãe de Jesus, com
seus irmãos”. Por conseguinte, é bem provável que também estivessem presentes no sobrado
quando foi derramado o espírito santo de Deus sobre cento e vinte discípulos. (Atos 1:13-15; 2:1-
4, CT) E, anos mais tarde, o apóstolo Paulo menciona os “irmãos do Senhor”. — 1 Cor. 9:5.
Que Maria teve outros filhos também parece ser indicado pelo incidente ocorrido quando
Jesus tinha doze anos e José levou sua família para Jerusalém, para a festa. No caminho de
volta, já tinham viajado um dia inteiro antes que Maria notasse que Jesus não estava com eles.
Caso Jesus fosse o filho único (e, ainda mais, miraculosamente concebido) poderíamos imaginar
que seus instintos maternais fossem tão inoperantes que ela tivesse partido sem ele, e não
sentido falta dele por um dia inteiro? Mas, se, por volta desse tempo, já tivesse seis ou mais filhos
com José, podemos imaginar que estava tão ocupada que poderia ter despercebido Jesus por um
dia inteiro. — Luc. 2:41-50.
Na verdade, poder-se-ia fazer a pergunta: Se Maria teve outros filhos, por que Jesus confiou
sua mãe ao apóstolo João, ao invés de aos outros filhos dela? Por um lado, seus outros irmãos
talvez não estivessem no local em que foi pendurado na estaca, pelo que parece, não se tendo
ainda tornado seus discípulos. Também, dentre seus discípulos, João era o mais achegado a
Jesus, e tinha um relacionamento espiritual com ele que excedia a qualquer parentesco natural —
João 19:26, 27.
Argumentando contra todo esse testemunho, os teólogos católicos declaram: “Os semitas de
fala grega usavam os termos adelphos e adelphe, não só no sentido comum [como significando
“irmãos” e “irmãs”], mas também para sobrinho, sobrinha, meio-irmão, meia-irmã, e primo.” Este
argumento foi primeiramente apresentado por Jerônimo, o “pai” da primitiva Igreja Católica, e
remonta a não antes de 383 E.C. Mas, ele não apresenta nenhum texto nem tradição para apoiar
sua posição. A realidade é que em seus últimos escritos, ele expressou dúvidas quanto à solidez
de sua teoria de que, quando as Escrituras falavam de “irmãos” de Jesus, queriam referir-se a
“primos”. — St. Paul’s Epistle to the Gálatas (Epístola de S. Paulo aos Gálatas), Lightfoot.
Na realidade, caso estivessem envolvidos outros, e não irmãos e irmãs, os caracteres bíblicos
e os escritores bíblicos teriam usado a palavra grega para “parentes”, a saber, syggenon. Assim,
Jesus disse: O profeta não passa sem honra a não ser no seu próprio território, e entre os seus
parentes e na sua própria casa.” É claro que Jesus faz uma distinção entre “parentes” e os da
própria casa da pessoa. — Mar. 6:4.
Jesus fez essa mesma distinção quando disse: “Quando ofereceres um almoço ou uma
refeição noturna, não chames os teus amigos, nem teus irmãos, nem teus parentes, nem teus
ricos vizinhos.” — Luc. 14:12; 21:16.
Por que a Igreja Católica fez do assunto de Maria ser perpetuamente virgem um ensino da
Igreja, embora não conte com o apoio da tradição ou da Escritura? Sem dúvida por causa da
santidade que a virgindade deveria supostamente conceder. Mas, segundo a Bíblia, a virgindade é
apenas uma virtude entre os solteiros. O apóstolo Paulo manda os casados não se privarem um
ao outro do dever marital, o que Maria teria feito caso permanecesse virgem depois de dar à luz
Jesus. — 1 Cor. 7:3-5.
Sim, não desonramos a Maria quando aceitamos que ela rendeu a José seu dever marital
como uma esposa submissa devia fazer, e, como resultado, teve outros filhos, além de Jesus.
Assim, tanto a razão como as Escrituras indicam que Jesus deveras possuía meios-irmãos e
meias-irmãs.

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