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Universidade Federal do Pará

Faculdade de História
Disciplina: Matrizes Historiográficas
Docente: Profa. Siméia de Nazaré Lopes
Discente: Isabela de Nazaré Bittencourt de Oliveira

Roteiro de leitura e análise dos textos:

Texto 5: REIS, José Carlos. A HISTÓRIA: entre a filosofia e a ciência. Ática – São Paulo,
1999, pp. 40-54.
1- No início do capítulo 3, “o marxismo”, Reis escreve que “teria o marxismo conseguido
romper definitivamente com a filosofia da história e criado a história-ciência?” (p. 40).
Como Reis responde a essa pergunta? Comente exaustivamente.

Para embasar sua visão sobre o marxismo e sua influência na transformação da


história como ciência, Reis vai correlacionar alguns conceitos de Marx ao pensamento
histórico, conceitos nos quais foram introduzidos por historiadores, ou seja, o autor não
vai analisar, literalmente, as ideias principais do marxismo.
Reis discorre que a partir da proposta de interação das forças produtivas, das
classes sociais e do modo de produção, estabelecidos por Marx, o pensar marxista vai
romper com o ideal de homem absoluto e metafísica clássica. Logo, entende-se que é
devido a concepção de que o homem é que faz história, apesar das restrições, e porque a
sociedade que faz o homem, devido os grupos e classes que são os produtos do modo de
produção social.
Não obstante, Reis completa que Marx possui traços de Hegel em seus conceitos,
uma vez que para Hegel o indivíduo detém suas ações no inconsciente espiritual e para
Marx o ser humano detém na carência do sistema econômico e social. Desta forma, as
ações do indivíduo, seja no coletivo ou individualmente, para ambos é devido ao impulso
cego do cidadão.
O autor vai concluir que o marxismo não desfez laços com a filosofia da história,
mas se transformou em uma espécie de síntese de teorias históricas abstratas e
presumidas. Por isso, Reis nota um certo desvio no marxismo, pois vem do presente e não
é capaz de notar sua própria historicidade e também pelo conceito. É justamente ao se
perder nos conceitos teóricos que vai se romper com o materialismo concreto.
Texto 6: FONTANA, Josep. História: análise do passado e projeto social. Bauru/SP:
EDUSC, 1998, pp. 117-135.
1- “Essas diferenças refletirão nos programas que subjazem às propostas que irão
formular-se como justificação “científica” da história, porém em todas elas se perceberá
a existência de uma série de traços comuns: Romantismo, historicismo, interpretação
whig da história, positivismo, etc., são estratégias distintas para o mesmo objetivo: a
preservação da ordem burguesa” (p. 118). Essa afirmação do autor é a razão dele
apresentar o contexto histórico e as concepções de história em cada nação da Europa:
Inglaterra (interpretação whig), França (Romantismo e Positivismo) e Alemanha
(Historicismo). Comente o contexto histórico e a concepção de história que Fontana
apresenta para cada nação.
a- Inglaterra (interpretação whig): No século final do século XIX, com as
consequências do capitalismo, o movimento reacionário era para combater o
movimento revolucionário, que já estava presente nas revoluções inglesas. A
interpretação whig era uma forma de escrever a história pensando a ideia de um
consenso e de conter a sociedade através do controle estabelecido, visando um
progresso, de maneira que não se despertasse conflitos e debates em relação a vida
social e evitar críticas sobre o capitalismo – e aos partidos conservadores - e o
jeito da sociedade lidar com as classes pobres.
b- França:
Romantismo= A partir de 1830, Michelet vai pensar essa ideia de uma ruptura e
pensamento ilustrado às propostas políticas, que conduziam a sociedade ao
nacionalismo burguês. Dessa forma, visava desviar as classes populares dos
objetivos classistas, no sentido de organização política.
Positivismo= Se solidifica no início do século XIX, apresenta uma herança do
Iluminismo e constituindo uma ideia de história conservadora, pautada nos
valores morais e cristãos. O autor o representa a questão da ruptura com o passado
ilustrado e revolucionário, mostrando que o positivismo não se preocupa em
mostrar questões sociais, mas sim manter a história social contra-revolucionária.
c- Alemanha (Historicismo)= Ocorre durante o século XIX, no qual o autor comenta
sobre seu estopim após os avanços das revoluções sociais. O Historicismo é
pautado nos ensinamentos patrióticos, ou seja, é a história contada para formar
nos cidadãos o sentimento de nacionalismo alemão, isto é, passa a ser de interesse
estatal, com o intuito de unificar a sociedade e dar continuidade ao processo de
modernização sem que haja risco de novas revoluções.

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