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A Artigo de Revisão

Luna RCP & Costa MJC

Vitamina A e sua relação com níveis glicêmicos:


aspectos metabólicos e perspectivas na prevenção
da disglicemia
Relation between vitamin A and glycemic control: metabolic aspects and perspectives in the prevention
of dysglycemia

RESUMO
Rafaella Cristhine Pordeus Luna1
Maria José de Carvalho Costa2 Introdução: Dentre os contribuintes para o aumento das doenças crônicas destacam-se os
valores elevados de glicemia, que são suficientes para desencadear mudanças funcionais em
vários tecidos-alvo. Nesse contexto, a vitamina A tem sido foco de diversos estudos com ênfase
no papel fundamental que pode desempenhar na prevenção ou atenuação dessas alterações.
Em modelos experimentais, os pesquisadores referem relação entre deficiência de vitamina A e
hiperglicemia, no entanto, pesquisas realizadas com humanos não revelaram essa associação.
Método: Para os critérios de revisão foram selecionados estudos que abordassem o tema proposto,
sendo revisados e selecionados artigos em português, inglês, francês e espanhol, utilizando as
bases de dados PubMed, LILACS e SciELO. Resultados: Em virtude da preocupação especial
com o recente aumento da prevalência da diabetes em todo o mundo, o papel do metabolismo
retinoide sobre o metabolismo da glicose e da resistência à insulina no corpo humano é de uma
importância notável. Assim, ensaios clínicos baseados em dietas com vegetais e frutas ricas em
carotenoides fornecerão importantes compreensões para prevenção e redução do risco de diabetes
e intolerância à glicose prejudicada. Conclusão: Verificou-se que não há consenso quanto à ação
da vitamina A nos níveis glicêmicos em estudos populacionais, tornando-se necessárias mais
investigações, com diferentes metodologias, para esclarecer essa relação. Conclui-se que se deve
manter a ingestão diária atualmente estabelecida de vitamina A, até que se tenham resultados
mais consistentes para subsidiar a necessidade ou não de modificações na recomendação dessa
Unitermos: vitamina no tratamento e na prevenção de alterações da glicemia de jejum.
Glicemia. Índice glicêmico. Vitamina A.
ABSTRACT
Keywords: Introduction: Elevated blood glucose values that trigger functional changes in various target tissues
Blood glucose. Glycemic index. Vitamin A. contribute to an increase in chronic disease. Vitamin A can play a key role in preventing or mitigating
those changes and has been the focus of several studies. Several authors have reported on the
Endereço para correspondência: relationship between vitamin A deficiency and hyperglycemia in experimental models, however,
Rafaella Cristhine Pordeus Luna there is not a consensus on these relationships in humans. Method: For the criteria for review
Universidade Federal do Piauí. Campus Senador
included studies that addressed the theme, being reviewed and selected articles in Portuguese,
Helvídio Nunes de Barros. Coordenação do Curso
English, French and Spanish, using the databases PubMed, LILACS and SciELO. Results: Given
de Nutrição
Rua Cícero Duarte, S/N – Bairro do Junco – Picos, PI, the special concern over the recent increase in the prevalence of diabetes worldwide, the role of
Brasil – CEP 64600-000. retinoid metabolism on glucose metabolism and insulin resistance in the human body is of marked
E-mail: rafaellacristhine@yahoo.com.br importance, as well as clinical trials based diet with vegetables and fruits rich in carotenoids provide
important insights for preventing and reducing the risk of diabetes and impaired glucose tolerance.
Submissão: Conclusion: According to consulted literature, there is not a consensus regarding the action of
24 de janeiro de 2013 vitamin A on blood glucose in adults so more studies with different methodologies are needed
to clarify these relationships. Therefore, the currently established, recommended daily intake of
Aceito para publicação: vitamin A must remain until more consistent study results are available to support changes in the
11 de abril de 2013 recommendation for the treatment and prevention of fasting glucose levels.

1. Nutricionista, Mestre em Ciências da Nutrição pela Universidade Federal da Paraíba, Docente do Curso de Nutrição da Universidade Federal
do Piauí, Membro externo do Conselho Técnico Científico do Núcleo Interdisciplinar de Estudos em Saúde e Nutrição (NIESN) da Universidade
Federal da Paraíba, João Pessoa, PB, Brasil.
2. Nutricionista, Doutora em Alimentação e Nutrição pela Universidade de Bourgogne, França, Orientador no Programa de Pós-graduação em
Ciências da Nutrição, Vice-coordenador do Núcleo Interdisciplinar de Estudos em Saúde e Nutrição (NIESN), Universidade Federal da Paraíba,
João Pessoa, PB, Brasil.

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Vitamina A e sua relação com níveis glicêmicos

INTRODUÇÃO ASPECTOS BIOLÓGICOS, METABÓLICOS E


FUNCIONAIS DA VITAMINA A
O aumento da prevalência de doenças metabólicas,
tais como a obesidade e o diabetes, tornou-se um A vitamina A é um micronutriente essencial à manu-
problema de saúde pública mundial. Dentre os contri- tenção de importantes funções para o metabolismo
buintes para o aumento das doenças crônicas destacam- normal. No seu amplo espectro de atuação, exerce ação
se os valores elevados de glicemia, que são suficientes essencial em inúmeras funções fisiológicas que abrangem
para desencadear mudanças funcionais em vários tecidos- visão, manutenção da integridade das membranas
alvo 1. Nesse contexto, a vitamina A tem sido foco de biológicas, crescimento, desenvolvimento, manutenção
diversos estudos com ênfase no papel fundamental que e diferenciação do tecido epitelial, reprodução e na
pode desempenhar na prevenção ou atenuação dessas resistência às infecções, mediada pela ação moduladora
alterações2. Recentemente, a importância dessa vitamina da resposta imune19,20.
na biologia do tecido adiposo, obesidade e diabetes tipo No organismo, a vitamina A pode ser encontrada
II tem se tornado aparente3-5. como retinol, retinal e ácido retinoico. Todas essas formas
são tóxicas em altas concentrações, dessa forma elas
A vitamina A é um micronutriente essencial para uma
estão associadas a proteínas nos fluidos extracelulares
variedade de processos fisiológicos, tais como diferen-
e no interior das células. A vitamina A é armazenada
ciação dos tecidos, imunidade e visão. No entanto,
principalmente como ésteres graxos de cadeia longa
embora muitos conhecimentos já estejam disponíveis a
e, como provitamínicos carotenoides no fígado, rim e
respeito dessa vitamina, ainda existem aspectos impor-
tecido adiposo. O retinol é fornecido pela dieta na forma
tantes a serem abordados e esclarecidos, como, por
de precursores, como os carotenoides, ou na forma de
exemplo, qual o seu papel na manutenção de níveis vitamina A pré-formada, como os retinil ésteres, e dentre
glicêmicos adequados em humanos2. estes o retinil palmitato21.
Em modelos experimentais utilizando roedores (ratos), Os carotenoides precisam ser convertidos em vita-
os pesquisadores referem relação entre deficiência de mina A (retinol) para se tornarem biologicamente ativos.
vitamina A e hiperglicemia 6-11. No entanto, pesquisas Nesse processo, devem ser levados em consideração dois
realizadas com humanos não revelaram essa asso- aspectos igualmente importantes: a biodisponibilidade do
ciação2,12,13. Por outro lado, a maioria dos estudos popu- produto e a bioconversão na forma ativa do retinol. O
lacionais publicados tem relacionado a ingestão dietética produto dessas duas propriedades determina a bioeficácia
e concentração plasmática dos carotenoides favorecendo do carotenoide (provitamina A) quanto à eficiência de sua
o metabolismo da glicose14-18. absorção e conversão na forma ativa do retinol20.
Portanto, a presente revisão teve como finalidade Estruturalmente semelhantes à vitamina A, os carote-
analisar as relações entre a vitamina A e níveis glicêmicos, noides são um grupo de quase 600 compostos, porém,
procurando contribuir para melhor entendimento sobre apenas cerca de 50 desses têm atividades provitamínicas
as mesmas. A, sendo o all–trans-β-caroteno o de maior atividade in
vivo, um dímero do retinol, o qual constitui o principal
carotenoide provitamina A da dieta do ocidente, mas
MÉTODO
também α-caroteno e β-criptoxantina contribuem para
A pesquisa compreendeu uma revisão da literatura. o suprimento da vitamina A e previnem a deficiência da
Para os critérios de revisão foram selecionados estudos mesma22.
experimentais e populacionais que abordassem o tema O processo de digestão da vitamina A pré-formada e
proposto. Foram revisados e selecionados estudos em dos carotenoides inicia-se no estômago, onde os ésteres
português, inglês, francês e espanhol, utilizando as bases de retinil e os vários carotenoides sofrem ação de enzimas
de dados PubMed, LILACS e SciELO e em livros que proteolíticas. Desse ponto, ésteres de retinil são hidroli-
abordaram o referido tema. Ressalta-se que publicações sados no intestino delgado sob a forma de retinol, que
clássicas e de destaque sobre o assunto foram utilizadas, é absorvido mais eficientemente do que os ésteres; e os
independente do ano de publicação, considerando que carotenoides são clivados dentro das células da mucosa
os estudos sobre o tema proposto são escassos, dessa intestinal em moléculas de retinaldeído, que são reduzidos
forma, selecionou-se para revisão não somente estudos a retinol e, então, esterificados a ésteres de retinil23.
realizados nos últimos 10 anos. Os termos de indexação Os carotenoides e retinil ésteres após convertidos em
utilizados para a pesquisa foram: glycemia; glucose levels; retinol e reesterificados no enterócito, são incorporados
vitamin A; serum retinol; retinol; dietary vitamin A. aos quilomícrons, que por sua vez são transportados
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para o fígado. No fígado, retinil ésteres são retomados, como vitamina A ou caroteno em vários tecidos25. Na
processados e metabolizados, e o retinol é estocado na presença de anormalidades da absorção de gorduras, a
sua forma éster. O fígado libera retinol associado à Retinol absorção do retinol sofre redução, sendo a absorção do
Binding Protein (RBP), a proteína transportadora do retinol, retinol quase integral em condições de normalidade do
que o transporta para as células-alvo21. aparelho gastrintestinal. O armazenamento da vitamina
Após a absorção do retinol ocorre a conjugação do A é feito em forma de ésteres de retinil, e, após hidrólise
mesmo ao ácido glicurônico, ocorrendo então a este- dos ésteres, o fígado libera continuamente retinol livre
rificação do retinol, originando ésteres de retinil, ou a na circulação sanguínea, mantendo uma concentração
oxidação do retinol no interior celular, na qual o retinol é constante de sua forma ativa na circulação23.
convertido irreversivelmente para o metabólito ativo, ácido As necessidades de vitamina A são atualmente defi-
all-trans-retinoico, que possui funções de crescimento nidas pelo Institute of Medicine (Instituto de Medicina)
e diferenciação nas células21. Os ésteres de retinil são com o termo Retinol Activity Equivalent (RAE), equivalente
transportados via drenagem linfática, do intestino para de atividade de retinol (EAR), baseados na bioeficácia de
o sangue, e então para o fígado, como constituintes dos cada carotenoide ou grupo de carotenoides quanto a sua
quilomícrons. Eles são depositados principalmente no conversão na forma ativa de vitamina A. As necessidades
fígado, mas também no tecido adiposo, pulmões e rins24. de vitamina A são baseados na garantia de estoques
Análogos do retinol, com ou sem atividade biológica, hepáticos adequados de retinil ésteres26.
são chamados retinoides. O retinoide natural predomi-
nante na circulação é o retinol em níveis micromolares,
RELAÇÕES ENTRE A VITAMINA A, SECREÇÃO
derivado particularmente do β-caroteno e palmitato
DE INSULINA E NÍVEIS GLICÊMICOS: ESTUDOS
(retinil ester). A função primária do retinol, e retinil, é
EXPERIMENTAIS COM MODELOS ANIMAIS
servir como o precursor para a biossíntese de retinoides
ativos. O retinol tem seis isoformas biologicamente ativas: As atividades da vitamina A são mediadas pelo
all-trans, 11-cis,13-cis, 9,13-di-cis, 9-cis e 11,13-di-cis, metabólito do catabolismo do retinol, o ácido retinoico,
sendo all-trans a forma predominante3,21. o qual ativa o receptor de ácido retinoico e o receptor
Os retinoides têm sido relacionados como fatores de retinoide X. Uma vez que o receptor de retinoide X
cruciais para o controle do programa de diferenciação é um parceiro heterodimérico obrigatório para muitos
de determinadas células epiteliais e para os seus efeitos receptores nucleares envolvidos no metabolismo, é razo-
sobre a visão, crescimento, reprodução e a resistência à ável assumir que o estado da vitamina A e de retinoides
infecção. Dessa forma, a deficiência de vitamina A pode contribua para a homeostase da glicose e dos lipídios. Até
resultar em diferenciação celular alterada, redução da o momento, o impacto da vitamina A e dos retinoides no
resistência à infecção, anemia e morte3. metabolismo energético em animais e humanos tem sido
O retinol é a forma mais abundante de armazenamento demonstrado em algumas investigações clínicas básicas 4.
da vitamina A, sendo o fígado o principal local de arma- A manutenção da glicemia normal depende principal-
zenamento, mas não o único. Os estoques corpóreos de mente da capacidade funcional das células β pancreáticas
vitamina A no fígado correspondem a cerca de 50%-80%, em secretar insulina e da sensibilidade tecidual à ação da
de onde o retinol, após desesterificação dos ésteres de insulina. A disfunção das células β e a resistência insulí-
retinil, circula para os tecidos periféricos ligados a RBP que nica são anormalidades metabólicas inter-relacionadas
transita no plasma em um complexo com a transtiretina na etiologia do diabetes tipo II27. A resistência à insulina
(pré-albumina). Esse estoque regula os efeitos de variabili- caracteriza-se por falhas das células-alvo em responder
dade nas taxas de ingestão de vitamina A, particularmente aos níveis normais de insulina circulantes, resultando em
contra os riscos de deficiência durante períodos de baixa hiperinsulinemia compensatória na tentativa de se obter
ingestão dessa vitamina. Após a ligação aos receptores uma resposta fisiológica adequada28.
de membrana, o retinol entra na célula-alvo e a RBP é Turner et al.29 postularam que os níveis insulinêmicos e
novamente liberada na circulação, sendo posteriormente glicêmicos de jejum eram predominantemente regulados
degradada ou reciclada20,23. por uma relação de feedback entre o fígado e as células
Em termos gerais, os carotenoides são menos biodis- β. Segundo essa proposta, uma redução na secreção de
poníveis que a vitamina A pré-formada, porque estão insulina levaria o fígado a aumentar a glicemia basal até
ligados à matriz dos vegetais. As necessidades para que os níveis normais de insulina fossem estabelecidos,
absorção intestinal são superiores aos da vitamina A e inibindo, posteriormente, a secreção de glicose pelo
ainda devem ser enzimaticamente clivados e armazenados fígado por um feedback negativo.
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Desse modo, segundo os mesmos autores acima Pesquisa realizada com ratos não-obesos com diabetes
citados, a glicemia basal seria uma função das células tipo 1 relacionaram o consumo de dietas ricas em poli-
β e a hiperglicemia seria mantida por uma redução na fenóis ou vitamina A com o efeito protetor contra ataque
insulinemia. Por outro lado, o aumento da resistência inflamatório auto-imune das células β do pâncreas e
à insulina necessitaria de um acréscimo nos níveis de potencial para a redução do aparecimento e patogê-
insulina na veia porta com o objetivo de limitar a libe- nese do diabetes autoimune. O aumento dos níveis de
ração de glicose, e a glicemia basal seria ligeiramente polifenóis ou vitamina A na dieta apresentou profundos
aumentada até que os níveis suficientes de insulina fossem efeitos na supressão inflamatória e na redução do dano
produzidos. Assim, a insulinemia basal representaria uma oxidativo nas ilhotas6.
função da resistência à insulina. Se um indivíduo com Por outro lado, outros resultados com modelos animais
capacidade funcional da célula β reduzida se tornasse do diabetes tipo I humano demonstraram que a deficiência
obeso, desenvolvendo resistência à insulina, a glicemia de retinol diminuiu o risco de diabetes e de inflamação
basal tenderia a ser ainda mais elevada, com o objetivo das ilhotas pancreáticas e que o ácido retinoico substi-
de manter níveis insulínicos aumentados na tentativa de tuiu pelo menos em parte o retinol no processo que leva
vencer a resistência à insulina29. em direção ao diabetes, sugerindo que a deficiência de
Algumas pesquisas clássicas do final da década de vitamina A diminui o risco diabetes e de inflamação das
1980 e 1990 demonstraram a relação da vitamina A com ilhotas nos ratos propensos ao diabetes autoimune. Os
a secreção de insulina pelas células β do pâncreas10,30. In autores colocam que outra possível explicação para esse
vitro, a deficiência de vitamina A não afetou o conteúdo de achado estaria no fato que o retinol ou um específico
insulina das ilhotas, tamanho celular, número ou estrutura. metabólito do retinol seria necessário na diabetogênese
No entanto, in vivo, ratos com deficiência de vitamina na linhagem de ratos avaliada (BB/Wor rats)31.
A tiveram liberação de insulina induzida pela glicose Investigação experimental também com ratos Biobre-
prejudicada e intolerância à glicose, que melhorou com eding (BB), modelo animal de rato diabético, induzidos
repleção dessa vitamina. Ilhotas normais tiveram maiores por streptozotocina, sugeriu decréscimo na disponibili-
concentrações de proteína ligadora de retinol (PLR) e de dade hepática de vitamina A, possivelmente causada por
proteína ligadora celular do ácido retinoico (PLCAR). A diminuição do transporte dos estoques hepáticos, sendo
deficiência de vitamina A reduziu as concentrações da outro transtorno metabólico associado com o diabetes
PLR, mas não os níveis de PLCAR. Os autores concluíram tipo I. A disponibilidade metabólica da vitamina A foi
que o retinol é necessário para a secreção normal de prejudicada em ratos BB após o início da hiperglicemia.
insulina, e que o ácido retinoico pode substituir o retinol A presença de hiperglicemia afetou o metabolismo da
nesta função10. vitamina A devido ao decréscimo dos níveis plasmáticos
De acordo com Matthews et al.7, a deficiência intra- de retinol e suas proteínas carreadoras no plasma e no
uterina de vitamina A (6,25% das necessidades) prejudica fígado no início do diabetes. As concentrações de vitamina
o crescimento e o desenvolvimento de células β fetais. A hepáticas e plasmáticas nos ratos sem diabetes foram
Tanto a área celular como o número de células β por similares àquelas do grupo controle, sugerindo que a
ilhota foram reduzidos em fetos expostos a uma oferta deficiência de vitamina A é decorrente, principalmente,
marginal de retinoide no útero. Com o aumento da da hiperglicemia8.
idade, o defeito pode tornar-se evidente devido a uma Observando o efeito em curto prazo da deficiência
progressiva diminuição da massa de células ou função. dietética de vitamina A, Ramachandran et al.9 avaliaram
Possíveis explicações incluem um efeito de continuidade ratos pós-púberes do sexo feminino, com o objetivo de
da deficiência de vitamina A na função das ilhotas ou encontrar possível inter-relação entre a vitamina A e o
falha na replicação de células β em substituição àquelas metabolismo geral, verificando elevação significativa na
que morrem. Essa evolução da intolerância à glicose e a glicemia nesses animais.
incapacidade de células com o tempo lembram a falência Blaizot et al.11 observaram as variações das concen-
das ilhotas que se observa no diabetes tipo II em humanos. trações sanguíneas de glicose e insulina e o controle da
É importante ressaltar, por outro lado, que a relação vitamina A em ratos com deficiência após administração
encontrada no estudo citado anteriormente reportou-se de glicose por diversas maneiras. A deficiência de vitamina
a animais com consumo muito baixo de vitamina A, faixa A diminui a glicemia e insulinemia inicial dos ratos em
de consumo, quando adaptado para humanos, impro- jejum. Parece que a liberação de insulina do pâncreas de
vável de ser encontrada em populações de países em ratos deficientes é normal após um tratamento moderado:
desenvolvimento2. por exemplo, após uma única injeção de glicose 0,5 g/
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kg, ou durante a digestão de uma mistura de farinha ou Inversas correlações entre resistência à insulina e
perfusão intestinal in vivo de glicose de soluções com ingestão dietética de vitaminas antioxidantes lipossolúveis
fracas concentrações (0,5 a 2 g/L). Porém, após uma dieta foram encontradas em pesquisa realizada com indiví-
rica em glicose (65 %) ou durante perfusões intestinais duos, com idade média de 47 anos, em vários níveis de
de soluções com um maior conteúdo de glicose (até 15 resistência à insulina e tolerância normal à glicose. Os
g/L), a hiperinsulinemia foi fugaz nos ratos deficientes autores colocam que a diminuição da ingestão dieté-
que apresentaram a mais alta hiperglicemia, em alguns tica dessas vitaminas contribui para o decréscimo das
animais perfundidos. concentrações plasmáticas de carotenoides e tocoferóis,
que, por sua vez, prejudica a habilidade da utilização da
CONCENTRAÇÕES SÉRICAS CIRCULANTES glicose mediada pela insulina no músculo. A resistência
DE VITAMINA A E CAROTENOIDES E SUA à insulina resulta em aumento da peroxidação lipídica,
RELAÇÃO COM RESISTÊNCIA À INSULINA E um processo acentuado pela diminuição do conteúdo
GLICOSE SANGUÍNEA: ESTUDOS REALIZADOS antioxidante. Ou seja, a peroxidação lipídica secundária
COM HUMANOS à diminuição das vitaminas antioxidantes, pode prejudicar
a ação da insulina34.
A secreção de insulina pelas células β ou a resistência
No Botnia Dietary Study (Estudo Dietético de Botnia),
à insulina exerce um importante papel no desenvolvi-
Yölen et al. 18, avaliando indivíduos com alto risco de
mento do diabetes tipo II32. O estresse oxidativo tem um
diabetes tipo 2, com idade entre 20 e 70 anos, encon-
desempenho chave na patogênese dessa doença, pela
traram associações inversas entre ingestões dietéticas
secreção de insulina prejudicada ou aumento da resis-
de α-caroteno, β-caroteno, licopeno, níveis séricos de
tência à insulina33. Portanto, os nutrientes antioxidantes,
β-caroteno e resistência à insulina. Em outra pesquisa,
como vitaminas ou carotenoides, podem ter uma esperada
com indivíduos maiores de 25 anos, no Australian
proteção contra o desenvolvimento dessa doença15.
Diabetes, Obesity and Lifestyle Study (AusDiab) (Estudo
A maioria das investigações tem relacionado a Australiano de Diabetes, Obesidade e Estilo de vida), os
ingestão dietética e a concentração plasmática dos pesquisadores encontraram uma tendência de aumento
carotenoides com o metabolismo da glicose, resistência na glicose plasmática pós-prandial 2h e insulina de
à insulina, início de disglicemia e diabetes tipo 2 em jejum com decréscimo dos carotenoides analisados.
diferentes populações14-18,34-36. Houve tendência de diminuição das concentrações de
Avaliando 1.665 indivíduos com idade entre 40-74 glicose plasmática de jejum com o aumento de α- e
anos, participantes da terceira pesquisa nacional de saúde β-caroteno 16.
e nutrição dos Estados Unidos (NHANES III/Third National Outra interessante pesquisa, o Epidemiology of
Health and Nutrition Examination Survey), com tolerância Vascular Ageing Study (Estudo Epidemiológico de Enve-
normal ou prejudicada à glicose e com diagnóstico prévio lhecimento Vascular) avaliou o papel dos carotenoides na
ou recente de diabetes, Ford et al.35 observaram que as prevenção do diabetes sugerido por suas propriedades
concentrações de insulina de jejum foram inversamente antioxidantes. A análise incluiu 1.389 voluntários com
correlacionadas com as concentrações de todos os idade entre 59 e 71 anos. A glicose plasmática de jejum
carotenoides séricos, com evidência mais forte para o foi mensurada em 2, 4 e 9 anos depois da inclusão dos
β-caroteno e o licopeno. indivíduos ao estudo. Os autores observaram que o
Em pesquisa anterior, Facchini et al. 36 publicaram risco de disglicemia foi significativamente mais baixo nos
que a utilização da glicose mediada pela insulina estava participantes com carotenoides plasmáticos mais altos,
inversamente relacionada com a ingestão dietética das confirmando uma relação independente entre carotenoide
vitaminas A e E. Os autores relataram uma inversa plasmático e início de disglicemia14.
correlação entre carotenoides séricos, α e β-caroteno, Utilizando dados referentes ao NHANES III, Ford et al.17
licopeno, β-criptoxantina e luteína/zeaxantina, e resis- compararam as concentrações circulantes de vitaminas
tência à insulina. Em outra investigação, com indivíduos A, C, e E, retinil ésteres, cinco carotenoides e selênio
de 30 a 70 anos, os carotenoides séricos, especialmente, em 8.808 americanos adultos maiores de 20 anos,
β- criptoxantina, foram inversamente associados com com e sem síndrome metabólica. Não houve diferenças
o modelo homeostático de avaliação da resistência à significantes entre a ingestão dietética de vitamina C,
insulina (HOMA-IR/Homeostasis Model Assessment of vitamina E e carotenoides entre os participantes com e
Insulin Resistance), em pesquisa com 812 indivíduos não- sem síndrome metabólica, no entanto, a ingestão dietética
diabéticos, sugerindo que esses carotenoides podem atuar de vitamina A foi significativamente menor nos indiví-
contra a resistência à insulina15. duos com a síndrome. Depois dos ajustes para idade, as
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concentrações sanguíneas de vitamina C, α- e β-caroteno, doença, especialmente entre aqueles com intolerância à
β-criptoxantina e luteína/zeaxantina foram menores entre glicose prejudicada.
os participantes com síndrome metabólica. Por outro lado, Em virtude dessa preocupação especial com o recente
aqueles com a síndrome metabólica tiveram maiores aumento da prevalência da diabetes em todo o mundo,
concentrações de retinol e vitamina E do que os que não
o papel do metabolismo retinoide sobre o metabolismo
apresentaram a síndrome.
da glicose e da resistência à insulina no corpo humano
Segundo Tavridou et al.37, avaliando indivíduos com é de uma importância notável. Estudos em andamento
idade entre 25 e 74 anos, as concentrações séricas de deverão oferecer novos esclarecimentos sobre os meca-
vitamina A são maiores em indivíduos com tolerância nismos de regulação da glicose por retinoides. Esses
prejudicada à glicose do que em indivíduos com tole-
estudos contribuirão para um maior entendimento dos
rância à glicose normal. Em estudo realizado por Erikstrup
fatores importantes e podem levar a futuras intervenções
et al.38, os autores demonstraram que a razão retinol/
terapêuticas.
proteína transportadora de retinol (RBP) foi elevada em
pacientes com diabetes tipo II. Na presente revisão, verificou-se que não há consenso
Com base nessas observações, pode-se inferir que, quanto à ação da vitamina A nos níveis glicêmicos em
na tolerância diminuída à glicose, possivelmente, é estudos populacionais, tornando-se necessárias mais
exigida mobilização de vitamina A. Sabe-se que, quando investigações com diferentes metodologias, como os
a vitamina A é muito solicitada, circula dos depósitos estudos controlados e os de seguimento, para esclarecer
para as células requisitoras, aumentando sua concen- essa relação. Portanto, conclui-se que se deve manter a
tração no sangue. É importante ressaltar, ainda, que os ingestão diária atualmente estabelecida de vitamina A, até
valores sanguíneos podem apresentar-se na faixa de que se tenham resultados mais consistentes para subsidiar
normalidade e, no entanto, ocorrer deficiência a nível a necessidade ou não de modificações na recomendação
hepático 2,39. dessa vitamina no tratamento e na prevenção de altera-
Por outro lado, resultados apresentados por Krempf ções da glicemia de jejum.
et al. 13 não evidenciaram correlação entre a concen-
tração sanguínea de vitamina A e o controle da glicose REFERÊNCIAS
sanguínea conforme avaliação com hemoglobina glicada
(HbA1c). Avaliando a ingestão dietética de vitamina A 1. American Diabetes Association. Diagnosis and
de indivíduos saudáveis com idade entre 18 e 22 anos, classification of diabetes mellitus. Diabetes Care.
Zulet et al.12 não encontraram associação da glicemia de 2012;35(Suppl 1):S64-71.
jejum, nem do HOMA-IR, com a ingestão de vitamina A. 2. Luna RC, Nascimento CC, Asciutti LS, Franceschini SC,
Em recente pesquisa com indivíduos na faixa etária Filizola RG, Diniz AS, et al. Relation between glucose
entre 60 e 90 anos de idade, Luna et al. 2 observaram levels, high-sensitivity C-reactive protein (hs-CRP),
que não houve relação entre valores glicêmicos e de body mass index (BMI) and serum and dietary retinol
retinol sérico e dietético, entretanto, a maioria dos idosos in elderly in population-based study. Arch Gerontol
avaliados apresentou valores adequados dessas variá- Geriatr. 2012;54(3):462-8.
veis, podendo-se, portanto, citar como limite, a baixa 3. Rhee EJ, Plutzky J. Retinoid metabolism and diabetes
amplitude dos valores das variáveis estudadas que pode mellitus. Diabetes Metab J. 2012;36(3):167-80.
ter impossibilitado o surgimento de relações significati- 4. Zhao S, Li R, Li Y, Chen W, Zhang Y, Chen G. Roles of
vamente estatísticas, destacando-se a baixa prevalência vitamin A status and retinoids in glucose and fatty acid
de idosos com valores reduzidos de retinol sérico (3,1%). metabolism. Biochem Cell Biol. 2012;90(2):142-52.
Portanto, mais estudos são necessários para a investi- 5. Frey SK, Vogel S. Vitamin A metabolism and adipose
gação do papel da vitamina A na etiologia da tolerância tissue biology. Nutrients. 2011;3(1):27-39.
prejudicada à glicose e diabetes37.
6. Zunino SJ, Storms DH, Stephensen CB. Diets rich in
polyphenols and vitamin A inhibit the development of
CONSIDERAÇÕES FINAIS type I autoimmune diabetes in nonobese diabetic mice.
Em relação aos carotenoides, ensaios clínicos J Nutr. 2007;137(5):1216-21.
baseados em dietas com vegetais e frutas ricas nesses 7. Matthews KA, Rhoten WB, Driscoll HK, Chertow BS.
compostos fornecerão importante compreensão não Vitamin A deficiency impairs fetal islet development
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Local de realização do trabalho: Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, PB, Brasil.

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