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Teorias da arte

1 Wassily-Kandinsky-Composição

Filosofia

Março 2021
Índice

Introdução………………………………………………………………………3

A teoria expressivista da arte …………………………………………………3

Objeções……………………………………………………………… 4

A teoria formalista da arte …………………………………………………....5

Objeções……………………………………………………………… 6

A teoria institucional da arte ………………………………………………….6

Objeções……………………………………………………………….7

Conclusão………………………………………………………………………...8

Bibliografia/Web grafia…………………………………………………………9

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Introdução
O que é arte?

Quando pesquisamos definições nunca encontramos nada certo, isso, porque a


arte é algo subjetivo. Todavia, num modo geral podemos dizer que arte pode ser
entendida como a atividade humana ligada às manifestações de
ordem estética ou comunicativa, realizada por meio de uma grande variedade de
linguagens, tais
como: arquitetura, desenho, escultura, pintura, escrita, música, dança, teatro e cinema,
em suas variadas combinações. O processo criativo se dá a partir da perceção com o
intuito de expressar emoções e ideias, objetivando um significado único e diferente para
cada obra.

Neste ensaio vou abordar três teorias da arte, as suas teses, objeções. Embora só vá
abordar só três existem mais.

A teoria expressivista da arte


Com o aparecimento do Romantismo, (O romantismo foi um movimento
artístico, político e filosófico surgido nas últimas décadas do século XVIII na Europa
que durou por grande parte do século XIX), a arte deixa de ser um espelho do mundo
objetivo e passa a ser um espelho do muno subjetivo. Na arte passa-se da imitação ou
representação para a expressão de sentimentos. O exprimir sentimentos e experiências
subjetivas do artista passa para primeiro plano. Por exemplo, mesmo quando de pinta ou
descreve uma paisagem, o artista procura passar um significado emociona. Concluindo
assim que cada obra de arte é o registo das emoções do artista.

A tesa da teoria é a seguinte: “x é uma obra de arte se, e só se, transmitir as


emoções do seu criador a um publico”

Nesta teoria são obrigatórias três condições necessárias que quando juntas se
tornam suficientes para serem arte, a condição experimentalista, o artista tem de
experimentar diferentes sentimentos ou estados; condição expressivista, o artista tem de
produzir uma obra de arte que exprima os seus sentimentos; e por fim condição

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identitária, o publico tem de ser contagiado pelos sentimentos que o artista passa na
obra.

A teoria expressivista da arte rem o mérito de restaurar o estatuto da arte no


mundo ocidental, mostrando que a arte está intrinsecamente ligada a espetos emocionais
que têm uma importância inegável na vida da população. Para além disso, a capacidade
de lidar facilmente com a música instrumental e com a pintura abstrata valeu-lhe muitos
adeptos que abandonaram a teoria expressionista. Se corresponder à expressão das
emoções do artista e se o publico se deixar contagiar por essas emoções, a sua obra será
considerada arte.

Tal como outras teorias também a teoria expressionista da arte apresenta objeções.

Objeções à a teoria expressivista da arte

Objeção à condição experimentalista

Será que um artista profissional tem necessariamente de experimentar


determinados estados emocionais enquanto cria a sua obra? Podemos dizer que um
escritor tem uma habilidade natural de manipular palavras e com isso manipular a
maneira que diz as coisas. Visto que tem essa capacidade, não tem obrigatoriamente de
ter experimentado esses estados emocionais pessoalmente. temos tendências para achar
que os artistas são pessoas sensíveis com os sentimentos à flor da pele e que isso se
deve às suas experiências, mas esse não tem, necessariamente, de ser o caso. Um artista
pode ter um determinado horário de trabalho e fazem a sua arte desapaixonadamente,
apenas com o objetivo de levar a sua vida na tranquilidade. Podemos deduzir, que a
condição experimentalista é desmaiada restritiva, pois deixa de fora muitas produções
artísticas que não têm por substrato uma determinada vivencia emocional.

Objeções à condição expressivista

A segunda condição necessária, exigida por esta teoria para que algo seja uma
obra de arte, diz que o artista tem de produzir uma obra que seja a expressão dos seus
sentimentos. Embora os artistas possam experimentar várias emoções, antes, durante e
após o processo de criação artística, há muitas obras de arte que não expressão qualquer
tipo de emoção, são exemplos disso a arte apreciativa, coo tapeçarias, cestos e
ornamentos.

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Objeções à condição identitária

“O publico tem de ser contagiado pelos sentimentos do artista”, uma vez que
esta condição envolve uma identificação entre emoções do artista e do espectador,
chamamos a esta condição, “condição identitária”. Esta da condição mais restrita, pois
considera que algo só é arte se o publico experimentar as mesmas emoções que o artista,
o que é impossível, pois ninguém vive as emoções com a mesma identidade. Parece,
assim, difícil de sustentar que o estatuto de uma obra enquanto arte esteja dependente do
facto de alguém ter uma experiência emocional ao criador da obra.

A teoria formalista da arte


A teoria formalista da arte assenta na ideia que a emoção estética desencadeada
no espectador pelas verdadeiras obras de arte decorrer de uma qualidade que tais obras
possuem, a forma significante. A forma significante diz respeito à relação entre as
partes, o que é sobretudo notório nas artes visuais, embora se aplique a qualquer outro
tipo de artes: a harmonia dos sons, a combinação das cores, a estrutura do romance, a
sequência das cenas, entre outras coisas. Para clive Bell a expressão “forma
significante” trata-se de uma configuração de linhas, cores, formas e espaços, que tem
no espectador uma capacidade de criar um tipo de emoção, chamada emoção estética.

A tese da teoria é a seguinte, “x é uma obra de arte se, e só se, x foi


(principalmente) concebido para exibir forma significante”.

A definição não se limita a afirmar que o objeto possui, ou exibe, forma


significante. Introduz-se a ideia de que o objeto foi concebido com esse propósito,
todavia se este tiver vários propósitos, o propósito de exibir forma significante terá de
ser o principal e todos os outros terão de ser secundários este tipo de referência à
intenção do criador é importante, porque, não teríamos forma de distinguir as belezas
naturais das obras de arte. Embora muitas estruturas naturais possam eventualmente
originar uma emoção semelhante no seu espectador, estas não são obras de arte, porque
não foram concebidas co esse propósito. Para além disso, este tipo de referência tem

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ainda a vantagem de lidar de modo satisfatório com a diferença entre os usos
classificativo (descritivo) e valorativo (avaliativo) da arte. Um objeto será uma obra de
arte, no sentido classificativo se, e só se doi concebido com o objetivo de produzir uma
emoção estética no espectador concretizar esse objetivo é considerada uma boa obra de
arte no sentido valorativo, se falhar o propósito s, será ainda uma obra de arte, mas no
sentido classificativo será uma má obra de arte. Todavia um objeto não pode deixar de
ser uma obra de arte o porque é de má qualidade. O que se pretende é encontrar uma
teoria geral da arte e não apenas uma teoria da boa arte. Por isso, o que conta é que o
artista tenha a intenção de dotar a sua obra de forma significante, conseguir ou não já é
um fator indiferente para a teoria geral da obra.

Objeções à teoria formalista da arte

Esta teoria parece apoiar-se num argumento circular, uma vez que refere que a
emoção estética resulta de uma propriedade (a forma significante) destinada
precisamente a desencadear essa emoção no espectador, a qual é diferente da emoção
experimentada diante da beleza natural. Aquilo que se pretende explicar- a emoção
estética sentida pelo espectador- faz parte da própria explicação: a emoção estética
resulta de algo que produz emoção estética e do qual nada mais se pode afirmar.

Esta teoria não pode ser refutada:

Se uma pessoa disser que não sente emoção estética perante uma obra de arte, os
defensores da teoria dirão que essa pessoa está enganada, já que a obra desencadeia tal
emoção. Mas isto equivale a pressupor o que se quer demostrar, isto é, a existência de
uma emoção na contemplação das verdadeiras obras de arte.

Se algum objeto a que chamamos obra de arte não desperta emoção estética ao
critico sensível, dir-se-á que esse objeto não constitui uma verdadeira obra de arte.
Então, nada existe que nos permita refutar uma perspetiva desse género, já que no
estamos no pleno domínio da subjetividade do critico. Uma teoria qua não pode ser
refutada (visto ser sempre confirmada em qualquer situação) é, segundo vários
filósofos, despromovida de significado.

A teoria institucional da arte

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A teoria institucional da arte, defendida por filósofos contemporâneos como
George Dickie, considera que existem dois aspetos comuns a todas as obras de arte,
quer se trate de uma sinfonia, de um quadro, de uma escultura, etc. esses aspetos são:

Todas as obras de arte são artefactos, isto é, sofreram, em geral, uma


manipulação por parte de alguém. A simples exposição intencional de um qualquer
objeto numa galeria de arte é já um passo para que esse objeto venha a ser considerado
uma obra de arte.

Todas as obras de arte possuem o estatuto de obra de arte porque lhes é


conferido por pessoas que, estado ligadas à esfera artística, detém autoridade suficiente
para o fazer. Essas pessoas, mediante uma ação de batismo, transformam os objetos e
artefactos em obras de arte, atras de processos que vão desde a exibição, a representação
e publicação dessas obras, até ao simples facto de lhes chamar arte.

Sendo assim, a tese da teoria institucional da arte é a seguinte

“x é uma obra de arte, no sentido classificativo, se, e só se:

- x é um artefacto

- Se foi atribuído o estatuto de candidato a apreciação a um conjunto das suas


características por um ou mais representantes do mundo da arte”.

Objeções à teoria institucional da arte

A teoria institucional sustenta que qualquer coisa pode tornar-se arte desde que
esse estatuto lhe seja atribuído por um representante do mundo da arte. Muitos autores
rejeitam esta teoria por ela parecer admitir demasiadas coisas como obra de arte.
Tomemos um exemplo, se um representante de arte atribuísse o estatuto de arte a tudo o
que existisse, esta teoria teria de aceitar, a definição de arte passaria a ser inútil. Com
isto, ou se aceita que um representante do mundo da arte pode fazer tal atribuição, ou
considera que ele nunca faria, pois existem razões que justificam as atribuições desse
estatuto.

Visto que não existe qualquer critério estabelecido para se fazer parte do mundo
da arte ou para que um artefacto se qualifique como candidato à apreciação, a prática
artística não se assemelha de todo a uma instituição social. É evidente que os artistas

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fazem parte do mundo da arte e é verdade que existem licenciaturas em artes, mas ter
uma licenciatura nesta área não é uma condição necessária para que se seja um artista.

A teoria institucional da arte é criticada por ser elitista e antidemocrática, já que


confere poderes especiais a um círculo fechado de indivíduos que tem o o poder de
transformar em arte tudo o que consideram obra de arte. Porém, esta teoria falha por
dois motivos. Em primeiro lugar a teoria de Dickie assume que qualquer um pode
pertencer ao mundo de arte desde que se submeta aos processos requeridos para tal. Em
segundo lugar, porque atribuir o estatuto de arte, no sentido classificativo, a um
artefacto não implica que se esteja a anexar-lhe qualquer tipo de valor.

Outra critica é que não pode haver arte sem pré-exista a instituição social do
mundo da arte, mas não pode haver mundo da arte sem arte. Assim sendo, se a teoria
institucional for verdadeira deixa de ser possível falar de arte primitiva, pois é
improvável que exista algo que se assemelha ao mundo da arte quando os homens das
cavernas fizeram as primeiras pinturas rupestres. A ideia de um artista solitário que vive
e cria à margem da sociedade, torna-se quimérica à luz da teoria

A teoria institucional é ainda conhecida por ser viciosamente circular visto que
para saber o que é uma obra de arte, temos de saber o que é o mundo da arte e, para
saber o que é o mundo da arte, temos de saber o que são obras de arte.

Conclusão
Para concluir, não podemos afastar a hipótese de a própria arte não poder ser definida.
Como analisei neste ensaio, há várias teorias sobre o mundo da arte, todas tem objeções,
posso concluir, então que classificar arte é praticamente impossível. Assim a definição
de arte é um assunto que permanece em aberto.

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Bibliografia/Web grafia
Faustino Vaz e Luís Veríssimo, Santillana, 2013.

José Ferreira Borges, Marta Paiva e Orlanda Tavares, Porto Editora,

https://pt.slideshare.net/espanto.info/teorias-esteticas-48482718

https://criticanarede.com/est_tarte.html

https://pt.slideshare.net/meupcjp/teoria-institucional-da-arte

http://ventofresco.over-blog.com/2020/02/11-ano-a-teoria-institucionalista/institucional-
da-arte.html

https://pt.wahooart.com/@@/8XZ6MN-Wassily-Kandinsky-Composi
%C3%A7%C3%A3o-VIII

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