LICENCIATURA EM GEOGRAFIA
GEOGRAFIA PRAGMÁTICA
BELÉM - PA
2022
OSCAR ARDANCLEY OLIVEIRA ARAGÃO
GEOGRAFIA PRAGMÁTICA
BELÉM - PA
2022
1 -O pragmatismo foi desenvolvido na América após a guerra civil e trouxe mudanças intelec-
tuais e sociais até a Segunda Guerra Mundial. Seus proponentes em números substanciais são
encontrados também nos países da Europa Ocidental. A geografia pragmática, também conhe-
cida como geografia quantitativa ou nova geografia, é uma corrente de pensamentos que sur-
giu na década de 1950, que promoveu grandes modificações na abordagem metodologica da
geografia. Baseada no neopositivismo lógico, essa nova corrente geografica surgiu com a ne-
cessidade de exatidão, através de conceitos mais teoricos e apoiados em uma explicação mate-
mático-estatistica. Ela foi usada como um forte instrumento de poder estatal, pois manipulava
dados através de resultados estatísticos. Predominou na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos,
principalmente na década de 1960 a meados de 1970. O pragmatismo na geografia levou ao
desenvolvimento da geografia aplicada. Especialistas e pensadores concordam que as atitudes
humanas, interesses, desejos, preconceitos e valores de grupo diferem no espaço e no tempo.
A política baseada na geografia aplicada, seja a modificação de um ambiente, a remoção da
desigualdade em moradias, instalações educacionais ou médicas, ou a preservação ou paisa-
gem cultural, inclui valores de pesquisadores e clientes, que podem variar substancialmente
dos valores de outros subsistemas. -populações, especialmente as diretamente envolvidas. As
recomendações dos pesquisadores também podem ter impacto a longo prazo. Nesta pesquisa,
ao se fazer um trabalho empírico, estão envolvidos juízos de valor. Para os geógrafos pragma-
tistas, as leis espaciais são válidas e fornecem a estrutura para a formulação de hipóteses e co-
leta de dados. Além disso, hipóteses sobre estrutura espacial podem ser formuladas, testadas e
modificadas à luz de evidências empíricas. Os geógrafos pragmatistas têm uma forte crença
na resolução de problemas geográficos por constantes ajustes e modificações das hipóteses, à
luz de dados empíricos.
O objetivo do pragmatismo é enfatizar o elemento humano: “nossos pensamentos determinam
nossos atos, e nossos atos determinam a natureza anterior do mundo”. Aqui, o homem é cen-
tral. Essa visão é semelhante às expressas por Vidal de Lablache e pela Escola Francesa de
Geografia. Na geografia humanista, o homem e a ciência se reconciliam. O principal objetivo
do humanismo moderno na geografia é a reconciliação da ciência social e do homem, para
acomodar compreensão e sabedoria, objetividade e subjetividade, materialismo e idealismo
2 - essa área da geografia é diferente da geografia tradicional, usando mais de números para
tratar da realidade dos espaços, substituindo os trabalhos de campom por análises e estudos la-
boratoriais, analisando dados estatísticos através de gráficos e tabelas. Algumas de suas prin-
cipais características são a base do conhecimento através da experiência, defendendo os méto-
dos científicos e matemáticos para a explicação de muitos fatores relacionados ao espaço geo-
grafico. Recusando o dualismo existente entre ciências naturais e ciências sociais. A geografia
pragmatica tem outra caracteristica para a base tecnica e planejada, focada no desenvolvimen-
to capitalista, fazendo com que o pensamento geografico torne-se abstrato. Dessa forma, o uso
da matemática serve como análise pra tomar desisões no espaço geográfico, fortalecendo in-
vestimentos governamentais e também privados sobre áreas específicas onde a natureza repre-
sentará funcionalidade, analisando as estatisticas.O conceito de natureza é alterado nessa área
de estudo, sendo vista como um espaço geométrico, matemático, hierarquizado, tendo como
finalidade o interesse dos governos sobre seus recursos e disponibilidades, servindo então ao
sistema capitalista. Nesse sentido a natureza é vista como importante recurso para o desenvol-
vimento econômico de uma região a partir de sua exploração, isto é, a natureza passa a ser vis-
ta como objeto, não mais como parte do espaço.
Algumas críticas foram levantadas em relação e esse modo de estudar o espaço através da ma-
temática, pois ela compreendia o espaço como homogêneo e seus acontecimentos eram apon-
tados como gerais, sem levar em conta os intervalos e as particularidades. A geografia prag-
matica no brasil é usada como elemento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IB-
GE) que faz estudos matemáticos para a ciência geografica. A População passa a ser vista co-
mo número, focando mais na importância do método fatorial
3 - durante a hegemonia da Geografia Quantitativa a compreensão do conceito caracterizou-se
pela incorporação da idéia do espaço relativo em detrimento do espaço absoluto da visão
hartshorniana que, por sua vez, entendia-o como um conjunto de pontos que têm existência
em si. Neste sentido, na Geografia Quantitativa, privilegia-se uma concepção do espaço multi-
dimensional, e que, portanto, busca contribuições da geometria, das técnicas cartográficas, re-
correndo ao emprego de modelos, para efetuar investigações e compreender seu objeto de pes-
quisa. As suas análises demonstram preocupações com as relações espaço-tempo, espaço-cus-
to, espaço-comportamento, etc. O maior pecado da Geografia Quantitativa é que a mesma des-
conhece a existência do tempo, de maneira a trabalhar com estágios sucessivos da evolução
espacial sem, no entanto, conseguir compreender o que se encontra entre um estágio e outro.
As pesquisas geográficas vêm se orientando na procura de métodos e técnicas para mensurar
quantitativa e qualitativamente as relações espaciais, no sentido de obter maior precisão e me-
lhor aproveitamento dos dados coletados. O entendimento do conceito de espaço é circunstan-
cial para pensar o território e sua consequente gestão territorial. Decorre disto que, ao buscar-
mos entender o espaço apenas pelo viés geométrico, teremos, inevitavelmente, dificuldade de
acompanhar as transformações em curso. Vejamos um exemplo. Ao analisar a agricultura,
mais precisamente, a dinâmica da agroindústria canavieira, podemos, de antemão, por meio
da análise dos dados, verificar com entusiasmo o seu potencial produtivo e econômico para a
economia brasileira. Pois veremos que atualmente a cana de açúcar territorializa-se em cerca
de 9 milhões de hectares no Brasil, onde emprega centenas de trabalhadores nas mais diversas
etapas 10 Para compreender melhor os modelos na Geografia Quantitativa, produtivas desen-
volvidas no campo e na planta fabril, gerando grande volume de renda, oriunda de impostos
para os municípios que sediam as agroindústrias canavieiras. Enfim, notar-se-à que a agroin-
dústria canavieira é um dos principais suportes do agronegócio. No entanto, é preciso que não
nos amparemos apenas nos números no momento em que realizamos uma leitura do espaço to-
tal, pois, estes mascaram a realidade quando são utilizados sem critérios sérios e, mais do que
isso, visto dentro de uma perspectiva histórica e da gênese dos processos sociais.
4 - A geografia pragmática se estrutura no método neopositivista que apresenta a realidade
através de números, dados estatísticos e modelos matemáticos, ou seja, apresenta a realidade
através de dados numéricos com tabelas, gráficos etc.. A geografia humanista é frequentemen-
te criticada por sua metodologia fraca. O pragmatismo, uma filosofia humanista negligencia-
da, pode fornecer uma estrutura epistemológica sólida para organizar e fortalecer essa meto-
dologia. O pragmatismo influenciou Robert Park, uma figura importante na história da geo-
grafia social urbana, cujos primórdios metodológicos podem ser atribuídos à sua exposição
mais lógica na antropologia social britânica. O desenvolvimento do método pragmático tam-
bém se mostra significativo para quatro preocupações relacionadas centrais à geografia huma-
na. Eles são o debate estrutura-agência e a noção de estruturação, a ética da investigação, a re-
lação entre experiência e ação, e o tênue vínculo entre o intelecto e o mundo do senso comum.
A partir da década de 1960, a Geografia Pragmática começou a sofrer duras críticas. Uma das
principais críticas é o fato de não considerar as peculiaridades dos fenômenos, pois o método
matemático explica o que acontece em determinados momentos, mas não explica os intervalos
entre eles, além de apresentar dados considerando o “todo” de forma homogênea, desconside-
rando, portanto, as particularidades
5 - O geógrafo alemão, nascido em 1893 e falecido em 1969, autor da "Teoria dos Lugares
Centrais", cujos princípios expôs no trabalho os lugares centrais da alemanha meridional, pu-
blicado em 1933. Esta obra, difundida a partir de finais da década de 60, converteu-se numa
das teorias essenciais da Nova Geografia. Com base nos princípios que defendeu, Christaller
explicou o número, a dimensão e a distribuição dos lugares centrais, considerados como cen-
tros fornecedores de bens e serviços a uma população circundante, hierarquizando-os segundo
o seu grau de centralidade.
Uma vez se disse que a geografia servia sobretudo para a guerra... Essa afirmação refletiu por
muito tempo no pensamento geográfico, mero produto dos conflitos entre os imperialismos
europeus ao longo do século XIX. Em oposição a esse pensamento, o livro de Ruy moreira “o
que é geografia” aposta em uma geografia transformadora, que questiona as relações do ho-
mem com a natureza, com o espaço e com o seu semelhante.
6 -As raízes do movimento que culminou na Nova Geografia estão presentes na ação científi-
ca para tentar solucionar a crise econômica capitalista, buscar instrumentos eficazes de con-
trole social e nas exigências de um planejamento regional e urbano. Questões colocadas às
ciências sociais no período Pós-2ª Guerra Mundial. Para atingir os objetivos expostos, a Geo-
grafia recorre ao método científico e aos modelos espaciais a partir de uma linguagem quanti-
tativa. Uma das contribuições da Geografia está justamente no fato de permitir que um novo
objeto de estudo dominante emergisse: o espaço. As relações espaciais e a sua organização
(materializadas na reordenação do território e no planejamento) passam a constituir como
principal categoria de análise da Geografia. foi produzida então uma geografia que legitimas-
se o discurso burgês e a tendencia a suas vontades, como a alocação do capital do espaço e a
expanção capitalista da produção, com grande força na maximização dos lucros, acumulação
de capital e exploração desenfreada da força de trabalho. para atingir seu objetivo, a geografia
pragmática se valeu da unidade e suas propostas e discursou em defesa da intervenção estatal
ou empresarial caso fosse coordenada pelo estado, apontandu-a como produto de decisões e
medidas tecnicas, assumindo assim uma neutralidade inexistente. Por apresentar uma renova-
ção imcompleta, A geografia pragmática sofreu fortes críticas tecidas pelo lado oposto ao seu
movimento de superação da geografia tradicional,acusaram-na de negar o antagonismo exis-
tente na sociedade capitalista e de empobrecer a geografia por conta de sua análise quantitati-
va,e de suas concepções abstratas de espaço. criticaram também o que moraes colocou como
desistoricização e desumanização do espaço,, além de propor priorização genéricas e vazias.
mais distante da realidade do que a própria geografia tradicional, a geografia pragmática se re-
vertiu de sofisticação tecnica, moraes diz que “O saldo da geografia pragmática é um desen-
volvimento técnico minimizado frente o emprobrecimento real da análise por ela empreendi-
da. As várias correntes correntes da geografia pragmática representam uma das opções postas
pra quem faz geografia na atualidade. Sua aceitação decorrerá do posicionamento social do
geógrafo, sendo assim um ato político, uma opção de classe”.