Você está na página 1de 1

56 O TRABALIIO

na repartição, no consultorio ou no tribunal, a D o berço á cam p a resvalar dorm indo! 0 desen h o era bom e bem traçado
v a cca c o pilo do dia segu in te. • D a torra ao ce u esvoaçar sonhan do ! N o principal c m ais no accessorio.
Q ue a poesia vem ao caso d epois d e term os M orrer sem o s a b e r .. . . morrer so r r in d o !
com prado, n ão a cred ito, inas com o produeto P assar no m u n d o sem a n d a r .. . . v o a n d o ! Im agine o leito r um descam pado
do trabalho feito c retribuído, um v estid o do Que sc perde nas orlas da floresta,
c a ssa branca para a esposa, q ue n os pendura o N ão eu que chore. A pérola abysm ada P e lo s raios do sol illum inado:
c h a p é o e o casaco, ao chegarm os suados da rua, T orna á m atriz suprem a da puieza; — Soberba n atu reza em plena festa.
o uns sapatinh os fro ix o s c le v e s para um a cre- N ão rolará na lama desfiada
ança loira c encantadora, que n os ch am a papai, D o collar da bacchantc ou da princeza. A v es, florc-s, perfum es c harm onias,
o que, mal nos sen tam os, nos salta lo g o aos jo e ­ T repido arroio ao lado da cabana,
lhos para n o s alizar a barba com a su a m ãozinha O s que sc vam sem ter curtido a sorte E tudo que recorda as alegrias
côr d e rosa, c puxar-n os pelos berloques do relo- N ã o dirão, c o m o nós, na despedida: D e um a decoração virgiliana.
gio. N flo tem os alm a p’ra chorar a m orte,
E is o que nós diríam os, se, com o ja observa­ P or q u e a n ã o tem os para am ar a vida. Troa a bozina, e, ao som de prolongado.
m os, v a lesse a p en a contrah ir dcsallei<;õcs por M ^ síle g r c e frcnetico alarido,
co isa d e tão pouca m onta. Ju lh o de 1873. * In vad e a scen a esplendido vead o,
P o e ta bom n osso, poeta d a nossa idade, era V . P alhaües. V eloz, mas da carreira esbaforido.
a q u e lle pacilico João llc b o u l— o vate padeiro—
d e quem o auctor d as Confidencias era admira­ A traz seg u e-o á d istan cia a m ontaria
dor sincero, llc b o u l nuo tin h a a m ania de se Q ue m ais s c esforça c m ais por m onteal-o:
M A R IA
em balsam ar, toul v ic a n l, cm cogn ac ou bitter, — Enorm es enes d e raça,— fidalguia
c o m o fazem o s m odern os -»uccessorcs d e Byron. Que a cada hom em vac, cad a cavallo.
(CACHOEIRA DE PAU 1.0 AKFONSO)
E só depois de ter am assado o pão de seus lre-
g u e z e s é que se lem brava de aju d ar-lh es a di­ E ’ lindo o quadro, não ? C om o se e n g a n a !
Onde v á s a tardesinha,
g e stã o com algu n s versos correctos e bonitos. P ois que, transpondo o arroio, desvairado,
Mucama, tam bonitinha,
M as sc os versos d e llc b o u l eram estom acacs O fogoso anim al vara a cabana
M im osa llor do sertão?
é bem possível q u e tu, leitor p acien te e am igo, E fica pelas galh as enredado!
A gram m a um beijo ter furta,
ach es e sta s lin h as tão indigestas com o nina sa­ Por baixo da saia curta, .
lada d e pepino ou o D iccionario de B crgier. E C onjectura-se o r e s t o . . . . Mas o artista
Que a perna te esconde em vão...
portanto hasde dar licença que te digam os um Tinha obtido o fim am bicionado,
saudoso adeus, u epois do que nos recom m enda- E, exp ondo o quadro ao m undo pessim ista.
M im osa llor das escravas! E sperava que fosse prem iado.
rás á senhora c aos m eninos.
O b an d o das rôlas bravas
V jc to k .
V oou com m edo de t i !... E prem iado f o i----- M as corre a fama
L evas hoje algum segredo... Que um certo conde, am ante de vcad*.o,
P o is te voltaste com m edo (.'omprara-o para dar á certa dama
Q U A D R O A R T ÍST IC O A o g r ito do b om -to-vi... Que amava m ais o artista qnc stfos quadros;
(a CA [IDOSO DK M K X K Z K S ) •Serão am ores d e veras? E que, ao con duzilo-o para casa,
A l i ! quem dessas prim averas M ostrava-o a qualquer, entliusiasm ado,
P o d c ssc a flor apanhar!... N ão pela tela em si que ach ava rasa,
E c o m tigo, ao tom d ’aragcm , P orem sim pulas p on tas do vead o.
A scen a é n ’um a sala pequena e atravancada: S on h ar na rédc selvagem
um a meza redonda d e livros em pilhada. A som b ra do azul p a lm a r ! Quando a dam a avistou, lh e disse o conde:
"Q ueridinha, com p rci-te um quadro exposto;
U m piano d’um lado, de outro um veladôr, l>cm feliz quem na vióla U m veado, m as lin d o ----- ” E lla responde:
um a estante com livros, m obilia m ulticór. Te o u v isse a m oda hespanhóla 13em te revejo, am igo, no teo gosto !
D a lu a ao frouxo clarão...
Garrafas d e cerveja, charutos c bolinho, Com a luz dos astros por cirios, JuVEXAL.
cigarros sobre a m eza, o piano de m ansinho Por le it o —um leito de lyrios,
E por tenda.... a solidão !
á gem er sob os d edos d ’um inspirado artista:
C a str o A lves.
cin co sujeitos scrios, cravada c a tte n ta a vista
C2TA redacção do T r a b a l h o pede desculpa aos
no teclado que bróta harm onias tristonhas, srs. assignantes da irregularidade que tem ha­
ou então s e alvoróta cm volatas risonhas. vido na pub licação d e ste periodico, devida ás
0 P O E M A D A M U E IIE R condições precarias da im prensa entre n ós e
N o m ôxo, a fronte erguida, um rapaz aloirado, á difliculdado que tem encontrado em obter
SAUDADKS quem o distribua com pontualidade.
com um charuto na bocca, olhar vivo, inspirado,
Os srs. assign an tes, porem , que se julgarem
im provisa; distante, um outro no sophá, V o lv e a te o ninho, pom ba do? am ores, prejudicados cm su as assignaturas, poderão la­
de m ão 110 queixo, absorto, cm bctfccido está. V o lv e a te o ninho, com passiva e bulia; zer as suas reclam ações n esta typographia, ou
Do novo a aurora, da cerúlea téla, a qualquer um d o s redactores, que prom pta-
V em d o cem en te despertando as ílores. inente serão at tendidos.
O s cigarros apagam -se esquecidos, e irias
no chão as cin zas cahem ao som das harmonias. O utro sim , roga á to d o s aquelles que não ti­
Ja voltaram do e x ilio os gem edores verem realisado ainda o pagam ento do primeiro
Pom bos selv a g en s;— da hibernal procclla trim estre, sc dignem fazel-o com a maior brevi­
N a secretaria um outro escu tand o esses trinos S ó tu nao v o lta s, m inha doida estrella, dade p ossível, ta n to no seo interesse com o no
escrev e 11’um a tira alguns alexandrinos. Só tu não v e n s dar fim ás m inhas dores? desta em presa q ue faz grandes despezas, no
in tu ito de bem servir a todos.
A rtistas todos sam , e, alli, n ’aquclla sala, A h ! não v ô s que eu solu ço ao desabrigo V
em m udeceram todos, som en te o piano falia. P orq u e tard as tu, pois, son h o d e sfe ito ?
Que mal te fiz, que valh a tal ca stig o ?
M aio de 1873.
C elso d e M a g a l iu e s . M uitas v e z e s te busco no ineo le i t o ----- C O N D IÇ Õ E S D E A S S IG N A T U R A
Mas, em v e z d e encontrar teo rosto am igo,
S in to m eo coração gem er no p eito !
P or trim estre para o R e c ife — 3,000
¡fC -.y.
Para o interior e p rovin cias — 4,000
G e n e r in o d o s S a n to s.

AO MEO A M IG O O C O N S E L H E IR O T I 1E 0 D 0 R 0 S IL V A
A C A Ç A DO V E A D O .
• A l*R 0 r 0 S I T 0 D A M O R T E D E U M S E U F 1L H IN H O
A ssignatu ras c correspondencia n’esta T y p o ­
(grav ura) graphia.
N ã o cu que ch ore a con ch a que so afunda
L evan d o ain d a a perola im polluta;
D ’ave, in d a im plum e, a n ota m oribunda, C e rto p in to r fizera um dia um quadro;
O pio ex trem o que ninguém e s c u t a ! R ep resen tan d o assum pto venatorio. Typographia Mercantil

Você também pode gostar